Sapiencia29

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paciente e o desenvolvimento de estudos e pesquisas na área de reabilitação. Reyjanne Carvalho ressaltou que o PROSBE favorece o convívio entre os profissionais e o binômio aluno/professor universitário, abrindo a possibilidade para pesquisas e uma relação social de impacto entre a Universidade e a sociedade, como agentes transformadores. “Ações educativas em projetos de extensão desenvolvem competência e estímulo aos responsáveis pelos pacientes e propiciam aos estudantes maior segurança e familiaridade no atendimento aos pacientes especiais. Além disso, este trabalho comprova e enaltece a indissociabilidade ensinopesquisa-extensão dentro da Universidade, evidenciando o processo acadêmico de formação e de geração de conhecimentos”. O CEIR, inaugurado em 2008, presta atendimento multidisciplinar. As patologias que podem ser tratadas na instituição são doenças neuromusculares, lesão medular, lesões encefálicas adquiridas (causadas por traumatismo crânioencefálico, acidente vascular encefálico, anóxia cerebral, tumores, cerebrais e infecções no sistema nervoso), malformações congênitas, mielomeningocele, paralisia cerebral e sequelas de poliomielite. Os pacientes selecionados para o estudo frequentam regularmente as instituições mencionadas. A Profª. Regina Ferraz Mendes afirmou ainda que as crianças com PC avaliadas apresentam algum grau de disfunção motora que pode representar um risco maior de quedas,

podendo provocar algum trauma dentário. “Entre os sujeitos pesquisados, o trauma dentário mais frequente encontrado foi a fratura de esmalte, que pode variar de extensão e, na maioria das vezes, causa uma deficiência apenas estética. Entretanto, os casos em que há uma perda maior de estrutura dentária, ou quando a força do trauma for muito significativa, pode levar à sensibilidade, comprometendo a função e até a vitalidade pulpar, sendo, nesta última situação, indicado o tratamento endodôntico ou até mesmo, em casos extremos, levar à perda dentária. Se considerarmos o transtorno, que é a realização de procedimentos mais invasivos e que exigem um tempo clínico maior, compreende-se a importância que tem a prevenção de quedas e traumas em pacientes com PC”. Estudos já publicados apontam que os programas de saúde bucal deveriam ter participação ativa da criança, resultando em satisfação e confiança diante da participação da higiene bucal e do conhecimento a respeito da obtenção e da manutenção de um belo sorriso. O sucesso para uma boa condição de saúde bucal nas crianças com paralisia cerebral estaria associado a projetos de educação em saúde bucal e à manutenção de bons hábitos de higiene. É papel

FOTO: DIVULGAÇÃO

TERESINA-PI, OUT/NOV/DEZ DE 2011 • Nº 29 • ANO VIII

dos profissionais de Odontologia, agindo junto aos profissionais nutricionistas, orientar quanto aos hábitos saudáveis de alimentação e higiene bucal, considerando que o atendimento odontológico adequado a pacientes especiais visa a melhorar a qualidade de vida desses indivíduos. Por mais que haja campanhas que apontem que a educação seja o método mais eficaz e econômico contra as doenças e problemas do sistema bucal, a cárie e a doença periodontal, segundo Regina Mendes, ainda são as mais comuns entre os brasileiros. Ambas são evitáveis com hábitos simples, como a escovação dentária com creme dental fluoretado, uso do fio dental e uso racional do açúcar na dieta.

Hábitos alimentares de cuidadores refletem-se nos portadores de Síndrome de Down

FOTO: MÁRCIA CRISTINA

Outra pesquisa coordenada pela pesquisadora Regina Ferraz Mendes, também relacionada a pessoas com necessidades especiais, foi resultado de dissertação de mestrado da odontóloga Karinn de Araújo Soares, que tratou da “Relação entre as

condições de saúde bucal de portadores de síndrome de Down e as de seus cuidadores”. Com poucos estudos literários abordando a saúde bucal e os portadores da síndrome, a pesquisa avaliou a importância que a pessoa cuidadora tem na manutenção da saúde bucal de

seus protegidos, visto que, geralmente, estes são dependentes de maiores cuidados e possuem limitações diárias. “Por serem estatisticamente significantes, os resultados reforçam a ideia de que o cuidador, em especial a mãe, tem uma influência direta no

Crianças com Síndrome de Down se divertem na hora da escovação no CIES; profissionais bem orientados refletem em bons resutados


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