
3 minute read
A tribo Massai
Os peculiares masssai
Texto:
Advertisement
Tatiana Bandeira
Fotografias:
Ninara, em flickr.com/ photos/ninara/
Humanos, a História está aí para provar, bem que gostam de uma junção. No período Neolítico (8.000 - 4.000 a.C.), o pessoal da época entendeu que havia hectare pra dedéu nesta Terra e… bingo, podia produzir em grupo. Com isso, surgiram as primeiras tribos para proteger os territórios. Foi aí também que ocorreram “eleições” para os primeiros chefes tribais. E, bingo de novo, quase sempre os homens mais velhos eram os escolhidos – talvez um dos primeiros sinais da submissão das mulheres ao sexo masculino. Os Massai são uma dessas tribos atualmente.
Por que os massai?
A tribo massai é o pano de fundo de O sol mais brilhante, o primeiro título da escritora Adrienne Benson. Ela sabe do que fala: suas lembranças mais antigas incluem assar mangas verdes sobre fogueiras em Lusaka, capital da Zâmbia (sul da África). Filha de uma funcionária da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), a autora cresceu atravessando a África subsaariana,
passando também pela Libéria, Quênia e Costa do Marfim. Foi uma bela inspiração para criar a personagem da antropóloga Leona. “A poeira se entranhou no seu cabelo e lhe deu coceira, mas ela não voltou para outra ducha em Narok. Aprendeu a conviver com aquilo, assim como os massai. Convenceu-se de que estava se adaptando à vida de uma antropóloga em campo”, diz um trecho.

Esses tais de massai
São seminômades, originários da região da nascente do Nilo. Para se diferenciarem das outras tribos, usam bastante vermelho. Consideram a dança muito importante – mulheres e homens fazem diferentes coreografias. A dança também é uma forma de tradição oral, narrando histórias, poesias e até conhecimentos sobre medicina tradicional, táticas de guerra, armazenamento de comida e formas de criar gado, já que são pecuaristas por vocação. Também dançam para atrair boa sorte.

Mais um pouquinho sobre...
Se concentram no Quênia e no Norte da Tanzânia.
Seu idioma é o maa.
São reconhecidos mundo afora como sociedade tribal de fato.

Como apreciam a cultura nômade, é difícil estimar a quantidade da população.
As casas dos Massai são feitas com esterco de vaca e barro, em formato de círculo. À noite, os bovinos são carregados para dentro para serem protegidos dos animais selvagens.
Matar um leão proporcionaria valor e fama na comunidade. Lembra daquele ditado sobre quem trabalha muito "matar um leão por dia"? Pois lá isso seria literal.

Em termos de religião, o deus se chama Enkai, “aquele que fundou a Terra”. É também guardião da fertilidade, do Sol, do amor e aquele que deu o gado ao povo Massai.

É uma sociedade patriarcal. No Quênia, os homens massai mais velhos costumam circuncisar as mulheres, cortando o clitóris, em uma celebração que faria das meninas mulheres e que marca as filhas como disponíveis para noivado. Se não forem cortadas, os homens não podem se casar com elas.
O Quênia proibiu a circuncisão feminina em 2011.
As mulheres, especialmente, usam muitos adereços, com destaque para os enormes colares, brincos e pulseiras.
Viajantes que passaram pelos territórios dos massai afirmam que o sorriso é a melhor forma de se comunicar com a tribo.

Boa parte das reservas na África onde circulavam se tornaram áreas ambientais protegidas. Isso levou a comunidade massai a ser ainda mais nômade.
Ficou curioso? No cinema, existe o filme da diretora alemã Hermine Huntgeburth, A massai branca, adaptado do livro homônimo.