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PERNAMBUCO, FEVEREIRO 2018
A vila boêmia
IRA
Palmstrôm viaja com o Sr. Émile para um certo vilarejo boêmio.
L
A JÚ
RI MA
ORE IA M
Entende bulhufas do que lá se fala, da primeira até a última palavra. Até o Sr. Émile (que só pela rima viajou) está perdidinho da silva. Mas é justo isso o que tanto o alegra. Feliz até os ossos, volta nosso colega. Então escreve em sua coluna de jornal: Mais uma viagem cheia de sex appeal!
Isolamento sonoro Em parte, protege-se de barulhos alheios, em parte, insula-se do ouvido de terceiros. Palmström adora enrodilhar-se em sons. Por isso é que ele deixa em seu quarto o encanamento d’água ter explosões. E dá-se, assim enovelado, que não raro passe horas a recitar monólogos, longos monólogos, feito o tagarela de Atenas, que no incêndio gritava em pleno fogo assim como à orla do mar, Demóstenes.
O salmão O salmão do Reno ia pelo Reno até entrar Suíça adentro. Subia de curso em curso, saltava de queda em queda d’água. Já estava ele deussabeonde, quando um belo dia – ôxe! deu de cara com uma represa de uns doze pés ou sessenta! Até os dez pés ele saltava bem. Mas aí acabou sua coragem. O salmão ficou por três semanas aos pés alpinos de uma cabana. Mudo, por fim deu meia-volta e nadou rumo à Holanda.