Cinder - Crônicas Lunares de Marissa Meyer

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Ela correu os olhos para a porta e depois de volta para o doutor. — Você está dizendo que acha que sou imune? — Estou! É exatamente isso o que parece. Muito interessante. Muito especial. — Ele juntou as mãos. — É possível que você tenha nascido assim. Algo no seu DNA predispôs seu sistema imunológico a combater essa doença em particular. Ou talvez você tenha sido contaminada com uma quantidade muito pequena de letumose no passado, talvez ainda na infância, e seu corpo foi capaz de combatê-la, criando a partir daí a imunidade que você utilizou hoje. Cinder se encolheu, constrangida pelo olhar ávido dele. — Você se recorda de algo de sua infância que poderia estar ligado a isso? — continuou ele. — Alguma doença terrível? Algum contato com a morte? — Não. Bem… — hesitou ela, guardando a chave inglesa em um bolso lateral da calça cargo. — Talvez, acho. Meu padrasto morreu de letumose há cinco anos. — Seu padrasto. Você sabe onde ele poderia ter contraído a doença? Ela encolheu os ombros. — Não sei. Minha mad… minha guardiã, Adri, sempre suspeitou de que ele a tivesse contraído na Europa. Quando me adotou. As mãos do doutor tremiam, como se a tensão de seus dedos, por si só, evitasse que ele entrasse em combustão. — Então você é da Europa. Ela assentiu, sem muita certeza. Era estranho pensar que nascera em um lugar do qual não tinha memória alguma. — Você se recorda de haver muita gente doente lá na Europa? Algum surto importante na sua província? — Não sei. Não me lembro, na verdade, de nada de antes da cirurgia. As sobrancelhas dele se ergueram, seus olhos azuis absorvendo toda a luz do ambiente. — A operação cibernética? 92


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