Cinder - Crônicas Lunares de Marissa Meyer

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Segurando firmemente o frasco, ela soltou Peony com delicadeza, deixando que ela deslizasse de volta ao travesseiro. Seus olhos ainda estavam abertos. Cinder socou o colchão. Um pouco do antídoto espirrou em seu polegar. Esfregando os olhos até que estrelas aparecessem diante dela, ela desmoronou e enterrou a cara no cobertor. — Maldição. Maldição. Peony! Balançando-se em seus calcanhares, ela respirou longa e irregularmente. Observou o rosto em forma de coração de sua irmãzinha e seus olhos sem vida. — Eu mantive minha promessa. Trouxe isso para você. — Ela mal se conteve para não esmagar o frasco no punho. — Além disso, falei com Kai. Peony, ele vai dançar com você. Ele me disse que dançaria. Não entende? Você não pode morrer. Estou aqui… Eu… Uma dor de cabeça dilacerante a lançou contra a cama. Ela agarrou a ponta do colchão e abaixou a cabeça, deixando-a pender. A dor vinha do alto de sua espinha de novo, mas não a sobrepujou como antes. Foi apenas um calor desconfortável, como uma queimadura de sol interna. Passou, deixando apenas um fraco latejamento e a imagem do olhar vazio de Peony a assombrando. Ela ergueu a cabeça, tampou o frasco com dedos fracos e guardou-o novamente dentro do bolso. Esticando a mão, ela fechou os olhos de Peony. Cinder ouviu o familiar esmigalhar das rodas no concreto sujo e avistou um medidroide vindo em sua direção, sem água ou panos úmidos em seus pegadores. Ele parou do outro lado da cama de Peony, abriu o torso e pegou um bisturi. Cinder esticou o braço por cima da cama e agarrou o pulso de Peony com a mão enluvada. — Não — disse ela, mais alto do que pretendia. Os pacientes mais próximos viraram a cabeça na sua direção. O sensor do androide virou-se para ela, ainda escuro. Ladrões. Condenados. Fugitivos. 249


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