e desejáveis, mas tinham sido tão subdivididos e remodelados ao longo do tempo, sempre tentando enfiar mais pessoas no mesmo metro quadrado, que os edifícios se tornaram labirintos de corredores e escadas. Mas toda aquela feiura superlotada foi rapidamente esquecida assim que Cinder virou a esquina e entrou em sua rua. Mais um passo, e o Palácio de Nova Pequim podia ser vislumbrado entre os complexos, extenso e sereno sobre o penhasco com vista para a cidade. Os telhados de ouro pontiagudos brilhavam em cor de laranja sob o sol e as janelas refletiam as luzes da cidade. As cumeeiras ornamentadas, os pavilhões diferenciados que oscilavam perigosamente perto da borda do penhasco, os templos arredondados se esticando para os céus. Cinder fez uma pausa mais longa do que a habitual para observar o palácio, pensando em alguém que vivia além daqueles muros, que estava lá em cima, talvez naquele exato momento. Não que ela não soubesse que o príncipe vivia lá todas as vezes que vira o palácio antes, mas hoje sentira uma conexão que nunca havia sentido, e com isso veio um prazer quase presunçoso. Ela havia conhecido o príncipe. Ele tinha ido ao seu estande. Ele sabia o nome dela. Inspirando uma lufada de ar úmido, Cinder forçou-se a continuar seu caminho, sentindo-se infantil. Ela começaria a soar como Peony. Cinder passou o androide do príncipe para o outro braço, enquanto ela e Iko abaixavam-se sob a projeção dos apartamentos da Torre Fênix. Mostrou o pulso livre ao escâner de identificação na parede e ouviu a fechadura se abrir.
Iko utilizou suas extensões braçais para galopar escada abaixo enquanto desciam para o porão, um labirinto escuro de depósitos cercados com tela de arame. E, quando uma onda de ar mofado soprou em sua direção, o androide ligou a lanterna, dispersando as sombras das poucas lâmpadas. Era um caminho familiar da escada para o depósito número 1818