SOY INFO

REVISTA JUVENIL ONLINE

PARCERIA STATE OF YOUTH GOIÂNIA E INFO.COM

soy info de jovens, para jovens

No. 01 01/21

ONDE ESTÁ O JOVEM BRASILEIRO?

nota da equipe

Foto: Bruna Passos, 2020

Já parou para pensar na importância do jornalismo em processos de empoderamento?

Como cidadãos, agentes históricos e protagonistas de nossas ações, é através da comunicação que entendemos o mundo ao redor e lutamos por transformação.

A revista SOY Info surgiu de uma parceria da non-profit (organização não lucrativa) State of Youth (chapter Goiânia) e da social enterprise (empreendimento social) Info.com (@info.com.ig) buscando cumprir o objetivo de empoderar jovens por meio de uma publicação feita por jovens, para jovens. Na edição de lançamento, discutimos diversos Objetivos de Desenvolvimento da ONU (ODS's) através de dicas para a redação do ENEM, recomendações de consumo cultural, artigos de opinião, reportagens, entrevistas e muito mais.

Para ilustrar tais conteúdos, a fotografia de Bruna Passos evoca reflexões especiais, que convidam o leitor a ver além do texto. A Bruna nos disse, ao entrar para a equipe Soy Info, que, para ela, a magia da fotografia é saber que vemos aquilo que ela viu na cena, observamos o mundo pelo olhar da sua câmera. E isso transmite um ponto chave da nossa revista: convidar o leitor a ver o mundo da mesma forma que a juventude!

Com uma equipe inspiradora de jovens ativistas, nossas reuniões de pauta são uma mistura de preocupação perante desafios político-sociais, mas esperança frente à diversidade de soluções possíveis. Somos uma juventude cheia de ideias e ideais. Somos o presente e, muito mais que o título de "o futuro da nação", merecemos espaço para expressar nossas histórias. Somos ativistas, jornalistas, médicos, professores, designers, advogados, artistas...

Somos jovens, somos informação!

Camila Leão Sabará Editora-chefe

sumário sumário capa Onde está o jovem brasileiro?

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entrevistas e reportagens Pílulas de informação

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Impacto por influência

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artigos de opinião ODS 16: Paz, justiça e instituições fortes

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ODS 5: Igualdade de Gênero

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ODS 4: Educação de qualidade

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ODS 10: Redução das desigualdades

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guias Seção ENEM

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Seção Cultura

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Foto: Bruna Passos, 2020

paz, justiça e instituições fortes POR JOÃO PEDRO FERNANDES .........Para que haja a manutenção de uma ordem inexistente e para que seja renovada a paz num território onde as relações foram construídas e nascidas no caos, emerge a utopia. Não há paz e justiça para o povo onde o inimigo do povo é quem manda. .........Tal conjunto de ideias que é imaginado na ordem tem por raiz a justiça como forma de assegurar as condições de privilégio adquiridas através da opressão em vários momentos da história nas relações de subserviência, como metrópole-colônia, casa grande-senzala ou patrão-empregado. Porém, não devem ser questionadas a justiça e a ordem, mas, sim, se elas realmente existem ou para quem elas existem. A justiça que, escrita para todos, traduz-se como ação em um corpo de violência e desigualdade cuja poderosa mão dá, prende e tira. Com clara seleção, dá a André Aranha a liberdade, prende Rafael Braga e tira de Agatha Félix a vida. .........A realidade vivida no Brasil é fruto de uma estrutura que permeia a sociedade e já foi destacada em vários momentos na sociologia e na arte, por exemplo, pelo sociólogo Darcy Ribeiro, em 1995: "O povo-massa, sofrido e perplexo, vê a ordem social como um sistema sagrado que privilegia uma minoria contemplada por Deus, à qual tudo é consentido e concedido.". Assim, diante de uma dominação ideológica feita pelo uso do poder do capital ou a limitação da influência de ideias que entrem em choque com o poder dos atores hegemônicos, a única saída é a análise e a ação contra o problema nas suas raízes, nas suas estruturas, pois medidas paliativas, que aliviam, mas não resolvem, irão apenas mascarar o problema e assim dar espaço para que haja uma precarização ainda maior da situação. .........A força de uma instituição deve ser outro ponto de análise para que seja combatido o problema da realidade de injustiça vivida em nosso país e a seletividade de locais onde a paz existe. Podemos tomar como base momentos nos quais as instituições de segurança e defesa do nosso país tomaram o poder e estabeleceram uma forma de governo baseada na violência e na repressão a movimentos populares. Logo, fica evidente o papel histórico de vilão desses mecanismos frente às camadas sociais mais pobres e mais sofridas e, sendo assim, a ação dessas instituições deveria sempre ter a direção de ajuda ao povo, de combate a tudo aquilo que fere quem mais precisa. .........No entanto, como citado na música "Esquiva da esgrima", do rapper Criolo, "cada cassetete é um chicote para um tronco".

Esse trecho mostra o que acontece nas ruas, no cotidiano brasileiro. As instituições representantes da justiça e da paz são apenas mais um meio de propagação de ideais racistas e elitistas, retomando as ideias de subserviência de séculos atrás. O chicoteio, feito pelos senhores de escravos, tinha a intenção de frear possíveis rebeliões ou qualquer tipo de rebeldia diante do sistema. Já nos dias atuais, por via de regra, esse tipo de ato, agora feito pela polícia, visa corrigir falhas sistêmico-sociais, onde a necessidade de ascensão econômica e social ou a fuga da realidade deplorável vivida são as principais motivações dos crimes. .........Além disso, é visto na sociedade e mostrado nos meios de comunicação a violência sofrida por minorias representativas em nossa sociedade. Então, deixo a reflexão sobre o caso João Pedro, ocorrido em Maio de 2020, mais um caso de violência policial, ceifando a vida de mais um jovem inocente.

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.........João Pedro e João Pedro, 14 e 17. Não tínhamos os mesmos medos, não vivíamos as mesmas realidades, não nascemos no mesmo lugar, não tínhamos a mesma cor.

seção enem UM GUIA PRÁTICO PARA A NOTA 1000 POR BEATRIZ DE CASTRO E LANA BASILIO

Olá, jovem! Você já ficou travado na hora de escrever uma redação modelo ENEM? A gente sabe que o gênero dissertativo-argumentativo pode ser uma pedra no sapato na hora de fazer o Exame, mas isso não é motivo para desespero! Cola aqui que nós vamos te guiar!

o nosso propósito Na Seção ENEM, você vai encontrar como escrever uma redação dissertativa-argumentativa, o que não pode faltar nela, repertórios coringas, análises de redações nota 1000, intertextos e dicas para escrever seu texto da melhor forma possível. Será um prazer te guiar, de forma super descomplicada, à nota máxima.

Nosso objetivo com essa parte da Revista Soy Info é te mostrar que qualquer estudante bem preparado pode se aproximar do famigerado mil e impedir que essa fração

do

exame

seja

seu

ponto

fraco.

Nós

acreditamos que a educação deve ser democratizada e compartilhada; por isso, queremos te mostrar que passar em uma faculdade não pode ser tão difícil assim - se você se dedicar. A ideia da Seção ENEM surgiu durante o processo de criação da revista. Nós nos sentimos incomodados com a média de 592,9 pontos (de acordo com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo) na redação do Exame Nacional de

2019

e,

como

desenvolvimento

da

uma

equipe

comunidade

dedicada jovem,

ao não

poderíamos deixar isso passar em branco. Esperamos que este seja um espaço de muito aprendizado de forma simples e descontraída!

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esqueleto da redação: tema introdução introdução in introdução introdução in intertexto tese introdução introdução in x y introdução introdução in desenvolvimento desenv 2º parágrafo: intertexto + argumentação desenvolvimento desenv 3º parágrafo: intertexto + desenvolvimento argumentação desenv retomada da tese con conclusão conclusão mobilizador 1 Quem? O quê? + conclusão conclusão con Como?

Para quê? mobilizador 2 conclusão conclusão con detalhamento/frase título de efeito conclusão conclusão con 1º passo

(histórico, cultural, filosófico ou sociológico)

2º passo

(causa)

(consequência)

3º passo

4º passo

(opcional)

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seção enem como fazer a redação?

Agora, te apresentamos o manual básico a ser seguido na luta pela nota 1000: O parágrafo de introdução deve ser iniciado a partir de um repertório sociocultural (ex.: filmes, séries, livros, citações, dados, alusão histórica etc.), o qual contextualizará o leitor, seguido de uma associação entre ele e o tema central do texto e finalizado com a tese, parte essencial da redação que mostrará o posicionamento do autor e apresentará as duas vertentes que serão seguidas no D1 e no D2, podendo ser causa e consequência, causa e causa, ou consequência e consequência.

Ex.: Segundo o filósofo Friedrich Nietzsche, a arte existe para impedir que a realidade nos destrua. Sob essa ótica, é inegável a crucialidade das expressões culturais para a promoção do bem-estar do homem moderno.

No entanto, ao se observar o caráter excludente do acesso ao cinema no Brasil, é notório que essa imprescindibilidade não tem sido considerada no país. Nesse sentido, pode-se afirmar que a negligência governamental e a escassa abordagem do problema agravam essa situação.

O desenvolvimento 1 (D1) serve para o aprofundamento da primeira parte da tese, por meio de repertório, argumentação e ratificação da problemática existente, que é o tema.

O desenvolvimento 2 (D2) segue o mesmo padrão do D1, porém, em relação à segunda parte da tese.

A proposta de intervenção é fundamental para tirar uma nota boa na redação, (há uma competência inteira dedicada a ela valendo 200 pontos).

Esse último parágrafo começa com a repetição das palavraschave do tema e, depois, propõe soluções para os problemas mencionados no D1 e no D2 que devem, necessariamente, conter um agente, uma ação, um meio, uma finalidade e um detalhamento. No entanto, vale mencionar que, para tirar a nota máxima nessa competência, apenas uma das soluções precisa ter os 5 itens, enquanto a outra pode apresentar 4, por exemplo. Na conclusão do parágrafo, é interessante fazer uma referência a algum repertório citado durante o texto.

Ex.: Desse modo, é imprescindível democratizar o acesso ao cinema no Brasil. Para isso, cabe às prefeituras disponibilizar a experiência cinematográfica à população urbana menos privilegiada, por meio de eventos de exibição em áreas periféricas – os quais devem fornecer programações internacionais e nacionais a custos reduzidos -, com o intuito de evitar o processo de elitização cultural em virtude de disparidades socioeconômicas.

Por Juliana Souza, 18 anos, Rio de Janeiro

Ademais, compete ao Ministério da Cidadania promover a visibilidade dos centros culturais nas redes sociais e investir em reformas periódicas, a fim de assegurar a manutenção dos locais. Com essas medidas, assim como na época de Charlie Chaplin, a sociedade terá o maior contato com as novas ideias e as informações do mundo contemporâneo.

Por Eduarda Duarte, 17 anos, Goiânia

o que não pode faltar na sua redação Ao listar o que é imprescindível em sua redação, é necessário analisar as 5 competências exigidas na correção, as quais você pode encontrar no site do Inep, na matriz de referência.

1. Domínio da norma padrão da língua portuguesa, garantindo um texto com gramática e ortografia corretas (Competência 1).

2. Conhecimento do gênero dissertativo-argumentativo (Competência 2).

3. Uso de, no mínimo, 3 repertórios socioculturais pertinentes e legitimados para comprovar sua argumentação (Competências 2 e 3) .

4. Presença de modalizadores e conectivos inter e intra parágrafos (Competência 4).

5. Argumentação: a falta dela pode deixar o texto meramente expositivo, fugindo do gênero textual (Competência 4).

6. Proposta de intervenção com 5 itens (quem, o quê, como, para que e detalhamento) e que respeite os direitos humanos (Competência 5).

repertórios coringas Antes de partir para as análises, vamos conhecer alguns repertórios I-N-C-R-Í-V-E-I-S que podem ser usados em qualquer tema? São os chamados repertórios coringas!

Constituição Federal A queridinha! A Constituição Federal do Brasil apresenta repertórios para, praticamente, todos os temas possíveis. Ela é ótima, principalmente, para fazer um contraste entre o ideal e a realidade do assunto explorado na redação no parágrafo de introdução, mas pode ser usada no D1 e D2 também! O importante é entender a relação dela com o tema e fazer o melhor uso disso de acordo com a estruturação dos seus argumentos.

Ex: A Constituição Federal do Brasil assegura, a todos os cidadãos, acesso pleno à cultura como forma de lazer.

Entretanto, na realidade, quase metade da população brasileira não tem acesso ao cinema. Isso se dá em decorrência da elitização da arte audiovisual e tem, como consequência, a marginalização das classes sociais desfavorecidas. Portanto, faz-se necessária a horizontalização do acesso ao cinema, para que haja, também, a progressão social.

Revolução Industrial A Revolução Industrial aconteceu, primeiramente, no século XVIII e se iniciou na Inglaterra. Entretanto, ela ainda perdura, e é dividida em 3 partes - a revolução da manufatura, da indústria e da tecnologia. Por ser um símbolo de mudança tecnológica, social, de produção e ideológica, a Revolução pode ser usada como intertexto para embasar, praticamente, qualquer argumentação de conotação social, econômica ou ambiental.

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Ex.: Primeiramente, a elitização do cinema é um empecilho na democratização desse recurso. Durante a Revolução Industrial, os funcionários das fábricas eram homens, mulheres e crianças que trabalhavam, em média, de 10 a 16 horas por dia e ganhavam muito pouco pelo serviço prestado, tendo pouco acesso ao lazer e, até mesmo, aos seus direitos sociais básicos, devido à falta de tempo e dinheiro. Entende-se que, com raízes históricas, a inacessibilidade monetária da arte audiovisual é um projeto da “nobreza hodierna” que mantém o lazer escasso para as classes sociais baixas, por meio da presença desse recurso, principalmente, em áreas nobres das cidades, nos chamados “shopping centers”. Além disso, o preço do ingresso, que é, em média, R$30, também impede que diversas pessoas se aproximem desse aspecto cultural, haja vista que, em meio à necessidade de pagar água, luz, gás e aluguel, o entretenimento não é prioridade.

Dados estatísticos da coletânea Os dados estatísticos da coletânea são uma carta na manga, pois eles são a ÚNICA informação da seleção de textos que não é desconsiderada se usada na redação; ou seja, está tudo bem, você vai ganhar ponto SIM! :) Geralmente, esses dados vêm em gráficos ou infográficos que são, muitas vezes, fáceis de interpretar - mas isso não exclui a cautela que você tem que ter na hora de lê-los - pois eles são simples e dinâmicos.

Ex.: Em segundo plano, como consequência da falta de aproximação plena das classes sociais baixas ao cinema, há a marginalização dessas. De acordo com o portal virtual Meio Mensagem, somente 17% da população frequenta o cinema.

Nesse sentido, fica evidente que menos da metade da sociedade tem o costume de ir ao cinema por lazer. De forma preocupante, o cidadão brasileiro não tem acesso à cultura como deveria e, por isso, ele recorre a outros meios, muitas vezes, ilegais, para se estabelecer socialmente de acordo com o status quo hodierno, que exige que o indivíduo tenha boa qualidade de vida e inclusão social sem as condições necessárias para que isso aconteça. Essa situação é retratada na música “Fim de semana no parque”, do grupo Racionais MC’s, que mostra o contraste entre o lazer do rico, que tem muitas opções, e do pobre, que tem poucas.

Depois dessa (modéstia à parte) aula, 'bora para a prática? A seguir, nós faremos a análise de 3 redações nota 1000 do Exame Nacional de 2019 e do assunto delas: O tema “a democratização do acesso ao cinema no Brasil” deu muito o que falar! Em meio a desastres ambientais, problemas raciais e protestos pela educação, o assunto da redação do Exame Nacional foi um pouco inesperado. Entretanto, já em janeiro, o cenário nacional dava indícios sobre qual seria a tão esperada tese em novembro. De acordo com o Portal G1, em 2019, o público geral do cinema aumentou 7,6%, mas foi o segundo menor público dos últimos cinco anos; o público de filmes nacionais diminuiu de 22,9 milhões em 2018 para 22,6 milhões em 2019; e a arrecadação aumentou 13%. Além disso, o preço médio do ingresso foi de R$ 14,23 para R$ 15,02 em um ano (um aumento de 5,63% que ficou acima da inflação de 4,31%).

Outrossim, no ano passado, o Presidente da República Jair Bolsonaro anunciou algumas mudanças no cinema nacional.

Foram elas: a transferência do Conselho Superior de Cinema do Ministério da Cidadania para a Casa Civil, a redução do número de membros do Conselho que não pertencem ao governo e a possível transferência do escritório da Ancine do Rio de Janeiro para Brasília (e não podemos deixar de citar, ainda, que ele disse que “se o governo não puder impor algum filtro nas produções audiovisuais brasileiras, por meio da Agência Nacional do Cinema (Ancine), a agência será extinta”). Além desses babados, ainda houve uma discussão IMENSA sobre a Lei Rouanet. Tá vendo que, agora, o tema já não parece mais tão “avoado” assim? É lógico que ninguém (ou quase ninguém?) esperava, mas as evidências estavam lá... não adianta dar uma de Chitãozinho e Xororó e disfarçar \_( )_/.

ツ

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Agora, falando sobre o tema diretamente, por que a democratização do acesso ao cinema é um problema? De acordo com as estatísticas (e os números nunca mentem), em 2018, 39,9% das pessoas moravam em municípios sem salas de cinema. Das classes mais baixas, 40,3% das pessoas viviam em municípios sem museu e 39,7% em cidades sem teatro. Além do mais, as crianças e adolescentes do Maranhão eram as que tinham menos acesso potencial a esses recursos. Entende-se que a inacessibilidade à cultura não é só monetária, mas classista e, sem acesso a ela, a marginalização das classes desfavorecidas torna-se ainda mais provável. Será que, se você não tivesse possibilidade de ter lazer por causa da sua classe social, você seria a mesma pessoa que é hoje?

A gente espera que a reflexão tenha sido feita e, para te ajudar a escrever se baseando na vida real (ou na arte), ficam aqui algumas ideias de intertextos para as suas redações (use com sabedoria e consciência!): A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é a lei fundamental e suprema do Brasil, servindo de parâmetro de validade a todas as demais espécies normativas, situando-se no topo do ordenamento jurídico. No seu artigo 215, está declarado que o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

Pierre Lévy é filósofo, sociólogo e pesquisador em ciência da informação e da comunicação e estuda o impacto da Internet na sociedade, as humanidades digitais e o meio virtual. O filósofo afirma que toda tecnologia cria seus excluídos, sendo possível relacionar esse pensamento à exclusão social daqueles que não têm acesso ao cinema.

Juscelino Kubitschek de Oliveira (1902-1976), conhecido como JK, foi um médico e político mineiro. Foi presidente do Brasil de 1956 a 1960, cuja época é lembrada como “os anos dourados” na história brasileira. Isto se deve à euforia desenvolvimentista, que consistia em incentivar o progresso econômico do país, estimulando a industrialização. Esse processo contribuiu tanto para a modernização da sociedade quanto para uma maior divisão econômica entre as classes sociais.

Sinopse de “A invenção de Hugo Cabret”: Hugo é um garoto de 12 anos que vive numa estação de trem em Paris no começo do século 20. Seu pai, um relojoeiro que trabalha em um museu, morre pouco depois de mostrar a Hugo a sua última descoberta: um androide. Hugo faz amizade com uma jovem que tem uma chave que cabe no fecho existente no robô. É o início de uma surpreendente aventura. O protagonista, apesar de viver em condições precárias, frequenta clandestinamente um cinema como forma de se afastar da sua cruel realidade.

Assim, nota-se a importância dessa forma de lazer e a existência de desigualdades sociais.

O Cine Líbero Luxardo, sala de projeção vinculada à Fundação Cultural do Estado do Pará, foi criado em 1986. Tem como ação estratégica principal promover a difusão do cinema por meio da exibição de produções nacionais e estrangeiras, desenvolvendo políticas de circulação e acesso aos bens culturais de ordem audiovisual em Belém. O Cine Líbero Luxardo vem obtendo um crescente número de público, oferecendo uma programação diversificada, com vários projetos que permitem acesso ao cinema como meio de comunicação e como produto artístico e cultural. Esse projeto é uma ótima solução para democratizar o acesso ao cinema no Brasil.

“Ensaio sobre a Cegueira” é um romance do escritor português José Saramago, publicado em 1995, e traduzido para diversas línguas. A obra narra a história da epidemia de cegueira branca que se espalha por uma cidade, causando um grande colapso na vida das pessoas e abalando as estruturas sociais. O livro é ótimo para exemplificar a supremacia branca-classe alta presente na sociedade brasileira. ref. bibliográficas: https://g1.globo.com/google/amp/educacao/enem/2020/noticia/20 20/06/03/enem-leia-10-redacoes-nota-mil-em-2019-e-veja-dicas-decandidatos-para-fazer-um-bom-texto.ghtml https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/enem/enem-2019estudantes-nota-1000-dao-dicas-para-redacao/347658.html https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2020/01/14/cinemacresce-no-brasil-em-2019-mas-publico-de-filmes-brasileiros-foimenor-que-em-2018.ghtml https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2019/07/19/cinemano-brasil-veja-perguntas-e-respostas-sobre-o-setor-de-audiovisualno-pais.ghtml http://inep.gov.br/web/guest/enem-outros-documentos https://www.todamateria.com.br/competencias-redacao-enem/ https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agenciade-noticias/noticias/26239-pais-tem-quase-40-da-populacao-emmunicipios-sem-salas-de-cinema https://pt.wikipedia.org/wiki/Ensaio_sobre_a_Cegueira http://www.fcp.pa.gov.br/espacos-culturais/sede/cine-libero-luxardo https://www.papodecinema.com.br/filmes/a-invencao-de-hugocabret/ https://www.todamateria.com.br/juscelino-kubitschek/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_L%C3%A9vy

analisando as redações Augusto Fernandes Scapini, 18 anos, Goiânia-GO O estudante acumulou uma série de repertórios socioculturais úteis anotando-os em um caderno durante o ano, e trabalhou o seu emocional para que a ansiedade não interferisse no seu desempenho. Sua dica é "planejar um projeto de texto antes de começar a escrever, anotando todos os argumentos e repertórios que vem à cabeça e selecionando os melhores depois, e ter tranquilidade na hora da prova".

1 A redação é iniciada com um intertexto filosófico, o pensamento de Aristóteles sobre conhecimento, cultura e sabedoria. Isso já introduz o teor principal da redação e como será o final dessa (o texto é cíclico e, no final do último parágrafo, retoma o primeiro intertexto).

Aristóteles, grande pensador da Antiguidade, defendia a importância do conhecimento para a obtenção da plenitude da essência humana. Para o filósofo, sem a cultura e a sabedoria, nada separa a espécie humana do restante dos animais. Nesse contexto, destaca-se a importância do cinema, desde a sua criação, no século XIX, até a atualidade, para a construção de uma sociedade mais culta. No entanto, há ainda diversos obstáculos que impedem a democratização do acesso a esse recurso no Brasil, centrados na elitização do espaço público e causadores da insuficiência intelectual presente na sociedade. Com isso, faz-se necessária uma intervenção que busque garantir o acesso pleno ao cinema para todos os cidadãos brasileiros.

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Depois, há uma frase tema, que conecta o intertexto e a tese, explicando a relação do pensamento de Aristóteles com a atualidade e, então, a tese com dois eixos (causa + consequência). Esses dois eixos serão os guias dos parágrafos de desenvolvimento, ou seja, no D1 (desenvolvimento 1), será tratada a “elitização do espaço público” – causa - e, no D2 (desenvolvimento 2), a “insuficiência intelectual presente na sociedade” consequência.

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De início, tem-se a noção de que a Constituição Federal assegura a todos os cidadãos o acesso igualitário aos meios de propagação do conhecimento, da cultura e do lazer.

Porém, visto que os cinemas, materialização pública desses conceitos, concentram-se predominantemente nos espaços reservados à elite socioeconômica, como os "shopping centers", é inquestionável a existência de uma segregação das camadas mais pobres em relação ao acesso a esse recurso. Essa segregação é identificação na elaboração da tese de "autocidadania". escrita pelo sociólogo Jessé de Souza, que denuncia a situação de vulnerabilidade social vivida pelos mais pobres, cujos direitos são negligenciados tanto pela falta de ação do Estado quanto pela indiferença da sociedade em geral. Fica claro, então, que o acesso ao cinema não é um recurso democraticamente pleno no Brasil.

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No D2, o tema tratado também é exposto no primeiro período, mas não através do intertexto, e sim da repetição da consequência citada na tese. O repertório sociocultural utilizado nesse parágrafo está após a argumentação e foi usado para finalizar o assunto.

Como consequência dessa elitização dos espaços públicos, que promove a exclusão das camadas mais periféricas, é observado um bloqueio intelectual imposto a essa parte da população. Nesse sentido, assuntos pertinentes ao saber coletivo, que, por vezes, não são ensinados nas instituições formais de ensino, mas são destacados pelos filmes exibidos nos cinemas, não alcançam as mentes das minorias sociais, fato que impede a obtenção do conhecimento e, por conseguinte, a plenitude da essência aristotélica. Essa situação relaciona-se com o conceito de "alienação", descrito pelo alemão Karl Marx, que caracteriza o estado de insuficiência intelectual vivido pelos trabalhadores da classe operária no contexto da Revolução Industrial, refletido na camada pobre brasileira atual.

Portanto, fica evidente a importância do cinema para a construção de uma sociedade mais culta e a necessidade de democratização desse recurso. Nesse âmbito, cabe ao Ministério da Educação e da Cultura promover um maior acesso ao conhecimento e ao lazer, por meio da instalação de cinemas públicos nas áreas urbanas mais periféricas que deverão possuir preços acessíveis à população local -, a fim de evitar a situação e alienação e insuficiência intelectual presente nos membros das classes mais baixas. Desse modo, o cidadão brasileiro poderá atingir a condição de plenitude da essência, prevista por Aristóteles, destacando-se, logo, das outras espécies animais, através do conhecimento e da cultura.

Vinicius Adriano, 18 anos, Belém (PA)

Tese: os elevados custos para a entrada em cinemas (D1) e a falta de mobilização cidadã em prol da equidade dos direitos (D2) são os entraves para a democratização do acesso ao cinema

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No 2o parágrafo, há o uso de um conectivo e, então, é apresentado um intertexto que será usado para respaldar a argumentação e utilizado mais um repertório que finaliza o pensamento do autor.

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o da solução Na conclusão, houve a recapitulaçã necessária uma e (“faz-s ução introd na citada acesso pleno ao intervenção que busque garantir o iros” e “fica cinema para todos os cidadãos brasile a para a evidente a importância do cinem mais culta e a construção de uma sociedade recurso”) e necessidade de democratização desse nção, com os a descrição da proposta de interve a intervenção + eixos QUEM faz ação + O QUE é ela irá servir, COMO ela será realizada + PARA QUE NTO. HAME DETAL + ade. finalid sua

Logo após, há a composição da frase de efeito, que relaciona o tema, de forma ideal e progressista, ao primeiro intertexto da redação, usado na introdução, tornando a redação cíclica.

No longa-metragem ganhador do Oscar “A invenção de Hugo Cabret”, narra-se o cotidiano de um jovem garoto órfão que, apesar de viver - sob precárias condições - em uma estação de trem parisiense, frequenta, clandestinamente, uma sala de cinema próxima ao seu lar como uma forma de afastar-se de sua infeliz realidade. Tal obra fictícia, além de expor um dos benefícios da ida a esse tipo de estabelecimento, também denuncia a desigualdade do acesso à arte cinematográfica, semelhantemente ao que ocorre no Brasil contemporâneo. Nesse âmbito, faz-se necessário analisar dois entraves acerca do óbice social apresentado: os elevados custos para a entrada em cinemas incompatíveis com a condição financeira de camadas populares - e a falta de mobilização cidadã em prol da equidade dos direitos relacionados a essa situação.

Primordialmente, é válido pontuar a política de preços altos como um obstáculo à democratização da Sétima Arte no território nacional. Isso ocorre devido ao ineficiente quantitativo de medidas governamentais para modificar as tabelas de custos estabelecidas por empresas privadas (responsáveis pela distribuição de obras cinematográficas), promovendo um impedimento a comunidades de baixa renda no que tange ao acesso aos locais em pauta. Entretanto, atualmente, observa-se uma gradativa mudança na postura estatal em relação a esse cenário, a exemplo da criação do cinema Líbero Luxardo na cidade de Belém, desenvolvido pelo governo do estado do Pará para oferecer entretenimento (tanto nacional, quanto estrangeiro) de qualidade por preços econômicos.

Apesar desse notório progresso, ainda é imperiosa a problemática supracitada, uma vez que projetos (como o exposto) são minoritários comparadas a outras regiões do país. Ademais, deve-se explicitar que considerável parcela da sociedade não busca reverter a situação da desigualdade do acesso ao cinema no Brasil. Tal estorvo advém de uma despreocupação dos cidadãos em exigir reformulações nos setores públicos (como o Ministério da Cidadania) encarregados de garantir a possibilidade de apreciação das múltiplas formas de arte por todos, o que define esse comportamento negligente como um “eclipse de consciência”, termo - conforme o literato português José Saramago, no romance “Ensaio sobre a cegueira” - utilizado para sintetizar a ideia da falta de sensibilidade do indivíduo perante os imbróglios enfrentados pelo próximo, nesse caso, o contingente populacional desprovido da oportunidade de desfrute às produções cinematográficas. Por conseguinte, sob efeito desse fenômeno, considerável parte dos brasileiros fomenta a invisibilização do empecilho social em evidência, afastando as pessoas necessitadas das salas de projeção.

Note a retomada do repertório do D2 na conclusão do texto, fechando bem a ideia

Portanto, cabe ao Poder Executivo - instituição de alta relevância para o país - potencializar projetos sociais para a construção de locais de exibição de filmes nacionais e internacionais no território, por meio da cessão de capital público aos órgãos competentes, a fim de efetivar a democratização da apreciação do cinema aos cidadãos. Paralelo a isso, o Ministério da Educação deve mudar o comportamento passivo da comunidade acerca do combate ao óbice em questão, por intermédio de palestras em escolas e em universidades, visando reverter o preocupante cenário reiterado e, assim, desvencilhar parte da sociedade do “eclipse de consciência” que a acomete.

Isabelle Moreira, 18 anos, Guapimirim (RJ)

Tese: a desigualdade regional (D1) e a elitização do acesso ao cinema (D2) são entraves para a inclusão na esfera cinematográfica.

A Constituição Federal de 1988 ― norma de maior hierarquia do sistema jurídico brasileiro ― garante o acesso ao lazer. No entanto, a população se mostra distante da realidade prometida pela norma constitucional, haja vista que os cinemas brasileiros recebem um público cada vez menor. Dessa forma, entende-se que a desigualdade regional, bem como a elitização do acesso ao cinema apresentam-se como entraves para a inclusão na esfera cinematográfica.

Em primeiro plano, é necessário ressaltar que o acesso ao cinema é mal distribuído no território brasileiro. A esse respeito, em 1956, durante o governo de Juscelino Kubitschek, multinacionais se instalaram no Brasil, majoritariamente, nas regiões Sul e Sudeste. Desse modo, na contemporaneidade, o país expandiu sua preferência regional para a indústria cinematográfica, de modo que as regiões Norte e Nordeste ainda apresentam-se excluídas a esse acesso ao lazer, pelo fato de as empresas preferirem construir os cinemas em grandes metrópoles as quais lhes darão mais lucro. Nesse viés, enquanto parcela do país for privilegiada, o direito constitucional será uma realidade distante para parte da população.

Para evitar a repetição, o conector “desse modo” pode ser substituído por “dessa maneira”.

Ademais, outro fator é responsável pela deficiência da democratização no âmbito cinematográfico: a elitização do acesso. Segundo o filósofo Pierre Lévy, toda tecnologia cria seus excluídos, de fato, a população de baixa renda é mantida excluída no que diz respeito à tecnologia do cinema, devido à segregação socioespacial. Nesse sentido, grande parcela dos cinemas se localizam em "shoppings centers", com ingressos caros que nem todos podem pagar. Desse modo, é necessário que medidas sejam tomadas para garantir o acesso a todas as classes.

Para evitar a repetição, o conector “dessa forma” pode ser substituído por “sendo assim”.

Fica evidente, portanto, que nem todos têm acesso ao cinema como entretenimento. Nesse contexto, cabe ao Ministério da Cultura ― órgão responsável pelo sistema cultural brasileiro ― garantir à população a oportunidade de frequentar um cinema, por intermédio de políticas de descontos na compra de ingressos de acordo com a renda, a fim de incluir toda sociedade no "mundo cinematográfico". Dessa forma, os brasileiros verão o direito garantido pela Constituição como uma realidade próxima.

legenda: Repertório Sociocultural

Detalhamento

Conectivos inter e intra-parágrafos

O que

Quem

Meio

Note a retomada do repertório da introdução na conclusão do texto, fechando bem a ideia

Finalidade 11

igualdade de gênero POR APOENA MIRANDA .........A série "Coisa Mais Linda", produzida pela Netflix, se passa nos anos 50 e aborda a história de uma dona de casa. Maria Luiza chega à cidade do Rio de Janeiro com o intuito de encontrar seu marido para que pudessem abrir um restaurante, mas descobre que havia sido abandonada. Ao invés de sofrer, decide permanecer na cidade e abrir um clube de bossa nova. .........A temática sobre os direitos das mulheres é muito bem trabalhada na série com as 4 personagens principais: Maria Luiza, Adélia, Lígia e Thereza, cada uma com a sua personalidade e singularidade diante da luta de ser uma mulher naquele contexto. No decorrer dos episódios, são mostradas as suas batalhas individuais ao enfrentar as inúmeras imposições masculinas que iam surgindo - Malu com seu clube de música, Thereza com sua escrita crítica em uma revista, Adélia com sua independência e Lígia com seu sonho de ser cantora. .........Esses são exemplos marcantes de uma luta por direitos que existe há muito tempo e que se faz ainda mais presente a partir dos anos 1970. No Brasil, esse foi um período de fortalecimento dos movimentos sociais em função do seu embate com o regime autoritário do Estado. Após anos de ditadura, mudanças aconteciam não só na forma de governo, mas também começavam a acontecer nas políticas públicas. Hoje em dia, mesmo com muitos dos direitos femininos alcançados, essa diferença social gritante que divide homens e mulheres ainda perpetua e pode ser observada com clareza quando paramos para analisar o atual mercado de trabalho e a participação política. .........Em “Coisa Mais Linda”, Thereza, que trabalha para a revista feminina “Angela”, era a única mulher na sede, todos os outros jornalistas eram homens assinando com nomes femininos - demonstrando claramente que, nem em assuntos voltados ao público feminino, havia a devida representatividade das mulheres. Um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que as mulheres ganham menos do que os homens em todas as ocupações selecionadas na pesquisa.

Mesmo com uma queda na desigualdade salarial entre 2012 e 2018, as trabalhadoras ganham, em média, 20,5% menos que os homens no país, constatando que, mesmo após 50 anos do momento representado na série, o trabalho da mulher não se equipara ao dos. homens no que se refere à remuneração e reconhecimento. Em maio de 2016, o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos foi extinto. Além disso, a grande maioria dos Ministérios estavam sendo ocupados por homens. Diante dessa realidade, o país caiu 22 posições em ranking internacional de igualdade de gênero. ........Na série em questão, o papel das mulheres na política é abordado em um episódio, no jantar na casa do prefeito do Rio, com Lígia, onde é dita que iria gostar da primeira-dama brasileira, já que ela "também não gostava de política”. Augusto então diz que, sim, Lígia se interessava pela política, causando espanto e certo tom de julgamento na mesa, já que o papel da mulher seria de ignorância quanto ao tema. .........É fato que persiste uma articulação das desigualdades de gênero e raciais no contexto da educação, do mercado de trabalho, da exclusão e da violência. No entanto, o quadro atual, apesar de falho, é de conquistas quanto à igualdade de gênero em nosso país. Possíveis retrocessos também nos alcançam. Diante disso, é crucial manter-se a ideia de que a problemática nunca pode ser vista como um problema sem solução, o histórico de lutas das mulheres é a maior prova disso. A mudança deve continuar, e pode começar no cotidiano. .......Simone de Beauvoir escreveu, há algumas décadas, algo atemporal: “Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida”.

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Foto: Bruna Passos, 2020

seção cultura ODS 3: BEM ESTAR E SAÚDE Foto: Bruna Passos, 2020

Cidade invisível Em Cidade Invisível, um mundo subterrâneo é habitado por criaturas míticas evoluídas de uma linhagem profunda do folclore brasileiro. Em um período conturbado, um detetive se encontra preso em uma investigação de assassinato que o coloca no meio de uma batalha entre esses dois mundos. Uma produção brasileira, com elementos locais abordados em um suspense imperdível!

2021, 1 temporada; Fantasia, drama, suspense; Disponível na Netflix.

Merlí Merlí Bergeron (Francesc Orella) é um professor de filosofia nada convencional que precisa reorganizar sua vida pessoal enquanto tentar de todas as formas mostrar para as pessoas a importância da filosofia.

Para alguns parentes e colegas de trabalho, no entanto, ele é motivo de escândalo.

Discutindo filosofia entre dramas e risadas, Merlí é uma série perfeita para jovens ativistas!

2015, 3 temporadas; Comédia, drama adolescente.

Disponível na Netflix;

O Perigo De Uma História única (Chimamanda Ngozi Adichie) O que sabemos sobre outras pessoas? Como criamos a imagem que temos de cada povo? Nosso conhecimento é construído pelas histórias que escutamos, e quanto maior for o número de narrativas diversas, mais completa será nossa compreensão sobre determinado assunto. É propondo essa ideia, de diversificarmos as fontes do conhecimento e sermos cautelosos ao ouvir somente uma versão da história, que Chimamanda Ngozi Adichie constrói a palestra que foi adaptada para livro. O perigo de uma história única é uma versão da primeira fala feita por Chimamanda no programa TED Talk, em 2009. Dez anos depois, o vídeo é um dos mais acessados da plataforma, com cerca de 18 milhões de visualizações.

Responsável por encantar o mundo com suas narrativas ficcionais, Chimamanda também se mostra uma excelente pensadora do mundo contemporâneo, construindo pontes para um entendimento mais profundo entre culturas.

Livro: Publicado no Brasil pela editora Companhia das Letras; Palestra: Disponível no canal do YouTube "TED", com legendas em português.

夢

Yume ( ) ou Sonhos O filme japônes de 1990, do renomado cineasta, roteirista e diretor Akira Kurosawa, aborda oito histórias distintas. Representando diferentes estágios da vida, a obra discute vida e morte, tradição e honradez, a luta da natureza por sobrevivência, e o papel da humanidade. Os diferentes conceitos poéticos apresentados no filme são um convite único a reflexão.

Disponível dublado e completo no YouTube; Vencedor do Globo de Ouro 1991 (Melhor Filme Estrangeiro). .

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onde está o jovem brasileiro?

POR ALICE INÁCIO E JOÃO PEDRO FERNANDES

A juventude liderou diversos movimentos políticos-sociais, gerando mudanças significativas na história do Brasil. Sempre lutando por um mundo mais justo e igualitário, onde o direito de todos possa ser garantido.

Mas por que o chamado "futuro da nação” segue sendo desvalorizado? Colhemos os frutos do descaso do Estado com a nossa educação e cultura, a negligência com minorias sociais. Unidos, continuamos o legado de diversos grupos juvenis.

Nós somos o State Of Youth. E estamos aqui, prontos para empoderar os jovens através da informação.

Foto: Bruna Passos, 2020

...........É realmente possível mudar o mundo? Podemos nós, os chamamos de futuro da nação, gerar um impacto positivo e trazer mudanças efetivas para as nossas comunidades? Desde julho de 2019, jovens ao redor da América Latina ergueram sua voz e provocaram mudanças profundas em suas democracias. Em um cenário de insatisfação popular e profunda crise, nos últimos meses, jovens peruanos lutaram contra um sistema que consideram injusto, desencadeando a queda do presidente Manuel Merino. Em outros países, como Chile, Colômbia e Equador, movimentos liderados por pessoas entre 18 e 30 anos reivindicaram um país mais justo e muitos sucederam. ...........No Brasil, a história não é diferente: não foram raras as vezes em que os jovens impulsionam revoltas e movimentos de contestação às condições sociais e políticas presentes nas suas épocas. Em 1920, Luís Carlos Prestes, com apenas 22 anos na época, liderou a Coluna Prestes, movimento que se baseava em percorrer o interior do país, conversando com a população sobre as incoerências e problemas do governo do então presidente Arthur Bernardes e incitando o povo a se rebelar contra ele. Assim, em um cenário político marcado por corrupção e por um sistema fraudulento de votação, o chamado “voto de cabresto”, além de um cenário social marcado pela concentração fundiária no campo e pela pobreza extrema nas cidades, a Coluna não conseguiu seu objetivo de derrubar o presidente, mas gerou a instabilidade necessária para que Getúlio Vargas chegasse ao poder em 1930.

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...........Anos depois, durante a Ditadura Militar (19641985), período que sucedeu o Golpe de 64, o movimento estudantil tornou-se a principal resistência ao regime autoritário e à política educacional conservadora da época. A perseguição dos jovens que se opunham à Ditadura foi característica do período, sendo um marco o incendiamento e fuzilação da sede das entidades estudantis em 1º de abril de 1964, executado pelo regime militar, e a criação da lei Suplicy Lacerda, que colocou a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e demais organizações estudantis na ilegalidade. Nos anos finais, os estudantes se tornaram linha de frente na campanha “Diretas Já!”.

Consequentemente, tiveram um papel fundamental na eleição de Tancredo Neves para presidente pelo Colégio Eleitoral. Logo, em 1988, a UBES lutou e conquistou o direito ao voto para os jovens de 16 e 17 anos. ...........Ao longo da história do país, a juventude brasileira tem se mostrado resistente aos processos antidemocráticos instaurados. Mostrou força nas campanhas “Fora Collor!”; resistiu ao projeto neoliberal, às privatizações em setores estratégicos do país e ao sucateamento da educação nacional nos governos Fernando Henrique Cardoso;; organizou-se ,,,,

organizou-se contra o aumento da tarifa do transporte público brasileiro em 2013, as chamadas “Jornadas de Junho”; lideraram a Primavera Secundarista, um movimento de ocupações de escolas contra o projeto de reorganização do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin - tal medida fecharia centenas de escolas estaduais, deixando salas de aula superlotadas e professores desempregados; entretanto, a decisão foi revogada e mais de 590 escolas por todo o país foram ocupadas pelos estudantes contra o sucateamento da educação pública. E, claro, a juventude tem saído às ruas em defesa da Democracia desde o início do processo até a consolidação do golpe contra Dilma Rousseff. De fato, é indiscutível o protagonismo juvenil na conjuntura política nacional do Brasil. É possível, além disso, ver ações ao redor do globo, principalmente na América Latina, que ganharam e continuam ganhando vida com um importante propósito comum: a organização dos jovens.

Passeata dos 100 Mil, no Rio de Janeiro / Crédito: Memórias da Ditadura

...........No entanto, mesmo com tamanha expressão na sociedade, os jovens brasileiros ainda são silenciados e ameaçados e se veem impotentes e desesperançosos, não encontrando caminhos para mudar a situação de miséria social na qual vivem.

Os últimos anos no Brasil foram marcados pelo crescimento da violência, da pobreza, da desinformação e da desigualdade. Um ambiente hostil a uma massa popular crítica e unida que luta contra as injustiças e desigualdades sociais fortificadas pelos governos atuais. .......... ...........É possível entender essa situação por meio de dados sobre a violência, a desigualdade e a educação, por exemplo. A taxa de homicídio de jovens de 15 a 29 anos cresceu 17% entre os anos de 2012 e 2017 em nosso país, chegando à terrível marca de 35.783 assassinatos, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Esse crescimento é ainda mais grave contra jovens pretos que moram nas periferias e favelas no país.

Manifestação de estudantes na Esplanada dos Ministérios contra a Reforma da Previdência e os cortes na educação (fonte: Fotos Públicas)

.......... .Outro estudo importante é o coeficiente de GINI, responsável por medir a desigualdade de renda, que constatou que o Brasil é o 7º país mais desigual do mundo, ficando atrás apenas de alguns países africanos, como a Namíbia, Lesoto e a África do Sul. Além disso, um levantamento realizado pela ONG (organização não governamental) Todos Pela Educação com base nos resultados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) mostra um cenário preocupante: entre as crianças e jovens brasileiros que estão fora da escola, cerca de 62% têm entre 15 e 17 anos. ........... Esse cenário caótico não é uma surpresa, e, sim, apenas mais um sintoma do sistema econômico vigente na maior parte do mundo, o capitalismo. O senso de coletividade está longe dos planos de quem está nessa disputa incessante pelo poder dentro do neoliberalismo. As prioridades não são listadas de acordo com o benefício do todo. O acúmulo de capital é mais importante que investimentos públicos. O lucro rápido brilha mais o olho do que o investimento em longo prazo na educação, saúde, lazer, e cultura.

Resultando no atual ambiente terrível vivido pela população brasileira e mundial, desfavorável à evolução natural do jovem. ...........Nesse contexto, é contra o interesse de governantes nacionais e internacionais e das grandes empresas que existam movimentos que incentivem o avanço e o empoderamento da juventude diante de tudo que vem acontecendo. Não é favorável a eles que haja pessoas lutando por seus direitos e se levantando contra políticas que ameaçam a vida de todos e beneficiam apenas o mesmo grupo privilegiado de sempre. Num país onde se perdeu o poder de indignação, o sentimento de união, uma proposta de integração dos pobres nas decisões do futuro da nação soa utópico. Um país para todos não se constrói com o incentivo à desigualdade social, pois quem tem mais ganha mais e quem não tem quase nada perde o pouco que tem. Esse é o Brasil de hoje.

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...........Frente a essa realidade, mais do que nunca, surge a necessidade do jovem exercer sua cidadania e seu pensamento de renovação, com uma organização coletiva baseada na união, composta de diferentes ideias, para que haja mudanças estruturais efetivas e duradouras que se oponham aos males da sociedade atual. Esse tipo de ação não está necessariamente dentro da política institucional como conhecemos, pois não é função somente de vereadores, deputados, governadores, prefeitos e presidentes exercer o papel de agentes de transformações sociais. Existe também um mundo de possibilidades dentro dos bairros, de relações pessoais e de convívios sociais em que também é possível gerar mudança. ...........Foi a partir dessa urgência de querer promover e gerar uma mudança efetiva liderada por jovens ao redor do mundo, e dar voz aos mesmo, que o State of Youth nasceu. Uma plataforma fundada pela KidsRights, juntamente com o Facebook, para unir jovens do mundo inteiro para se levantarem perante os problemas mais relevantes que o mundo enfrenta hoje, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas).

Os ODS são 17 objetivos ambiciosos e interconectados que abordam os principais desafios de desenvolvimento enfrentados por pessoas no Brasil e no mundo que foram elaborados em setembro de 2015, quando líderes mundiais reuniram-se na sede da ONU, em Nova York, e decidiram um plano de ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade, denominando-o “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. ...........A Agenda 2030 e os ODS afirmam que, para pôr o mundo em um caminho sustentável, é urgentemente necessário tomar medidas ousadas e transformadoras. Os ODS constituem uma ambiciosa lista de tarefas para todas as pessoas, em todas as partes do planeta, a ser cumprida até 2030. Se cumprirmos suas metas, seremos a primeira geração a erradicar a pobreza extrema e iremos poupar as gerações futuras dos piores efeitos adversos da mudança do clima. A Agenda 2030 é um convite a todes para embarcar nessa jornada coletiva - sem deixar ninguém para trás. ...

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..........Dessa forma, o State of Youth mobiliza jovens e os empodera a defender a mudança, aumentar a conscientização e gerar a ação. É um chamado e movimento para que façamos nossas vozes serem ouvidas e nos posicionarmos diante dos assuntos que são urgentes no mundo e que são importantes para nós. O objetivo final é criar mudanças e impactos reais, impulsionados pela juventude, em todo o mundo, colaborando para uma transformação, da qual precisamos com urgência. E, com esse desejo de fazer mais, o State of Youth em Goiânia se juntou ao Info.com para viabilizar uma plataforma de jovens para jovens que os capacitará a defender seus valores e crenças e a serem protagonistas de mudanças sociais em suas respectivas comunidades. O Info.com é um projeto jornalístico fundado pela nossa voluntária e também editora chefe da revista, Camila Leão, em sua cidade Congonhas - Minas Gerais, que luta contra notícias falsas e promove jornalismo confiável, buscando acesso democrático às notícias e promovendo o uso consciente da informação, educação e cultura. ...........A partir da união desses dois projetos que buscam a valorização do papel do adolescente na transformação social, originou-se a revista Soy Info, uma plataforma que busca a democratização e valorização à informação de qualidade e promove um ambiente virtual onde todos terão a oportunidade de descobrir suas paixões e estar cientes do valor de suas vozes por meio do exercício da cidadania. Facilitamos a compreensão dos jovens sobre notícias atuais e recorrentes nos âmbitos culturais, políticos, educacionais e sociais da nossa comunidade. ...........Há diversas barreiras quanto ao envolvimento ativo dos jovens em suas comunidades e na transferência de organizações e movimentos sociais do campo das ideias para o campo da ação. Isso acontece por inúmeros motivos, como os já falados nessa matéria: pobreza, desigualdade educacional, informacional e cultural e injustiças racial e de gênero.

Mas, no final do dia, independente da realidade que qualquer jovem enfrenta, todes nós nos alinhamos em uma barreira crucial: a falta de incentivo e de alguém que acredite que nossa voz importa e vá gerar uma mudança no mundo.

...........O silenciamento e desvalorização das nossas ideias é o que muitas vezes nos impede de tentar passar por cima das dificuldades que enfrentamos no mundo e colocar nossa ideia em ação e lutar por aquilo que acredita. “Você não tem idade pra saber o que ‘tá’ falando”, disse o tio. “Eu tenho muito mais experiência de vida, você tem muito o que aprender”, disse a avó. “Isso é fase, quando você crescer vai ver que o mundo não é assim”, disse um ancião que um dia também foi silenciado, desacreditado e vencido pelo pessimismo. E, assim, morre mais um sonhador, mais um futuro agente da transformação, aquele que acreditava poder fazer algo grandioso para o futuro do nosso país. A garra, a paixão, a vontade de sair da zona de conforto, a sede por mudança, o sentimento de comunidade e de querer fazer algo para todes, tudo isso é desperdiçado todos os dias. ...........Apesar disso, aqui, hoje, carregamos uma mensagem de esperança e de fortalecimento para nossas lutas.

Somos jovens e sabemos, sim, sobre o que estamos falando. Somos, sim, o futuro da nação e devemos ter nossos espaços e direitos garantidos. Devemos lutar por representatividade em posições de poder e devemos nos envolver na política ou em qualquer outro âmbito social. Uma geração que vem criando mudanças nunca vistas antes no mundo, que está e continuará se unindo para lutar por todos. Lutando por igualdade, equidade e justiça. ...........Essa plataforma, que ganha vida agora também para vocês, nossos leitores e pessoas inconformadas e revoltadas com nosso atual cenário de miséria humana que vivemos nesse país e no mundo, é fruto de uma organização e união entre 11 jovens que decidiram colocar as suas vozes e posicionamentos no mundo. Sendo resistência a um contínuo processo de sucateamento do futuro da juventude, buscando uma ordem onde todes tenham os seus direitos assegurados e sejamos uma nação em progresso, todes juntes. ...........Onde estão os jovens brasileiros? ...........Pois estamos aqui! E queremos ser ouvidos. ...........Esperamos que gostem do que vem por aí... e que se unam ao movimento!

Se você tem interesse em se voluntariar no State of Youth Goiânia, entre em contato com a gente através do Instagram!

@stateofyouth_goiânia 17

pílulas de informação ATENÇÃO! CONSUMIR ESSE CONTEÚDO PODE GERAR EFEITOS COLETARAIS; PREPARE-SE PARA FORMAR OPINIÕES, IDENTIFICAR PROBLEMAS, PROPOR SOLUÇÕES E COLETAR IDEIAS PARA A CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO MELHOR! EM CASO DE SUSPEITA DE INQUIETAÇÃO, LEMBRE-SE: MUDANÇAS E AÇÕES TOMADAS PELOS JOVENS SÃO VALIOSAS PARA MUDANÇAS SOCIAIS EFETIVAS....

E TUDO COMEÇA COM O ACESSO A INFORMAÇÃO.

Como jovens consomem jornalismo?

Tal

questionamento

tem

guiado

as

produções

do

INFO.COM e do State Of Youth. Buscamos ampliar o posicionamento informação

siga

jovem

no

cumprindo

meio, seu

garantindo valioso

que

papel

a no

empoderamento juvenil.

Através de notícias, podcasts, aulas, cursos e tantos outros conteúdos multimídia, entendemos o papel da cidadania, o valor de nossas atitudes e pensamentos.

O jovem pode (e deve!) se manter atualizado perante diversas pautas. Por isso, no Pílulas de Informação, você encontra recomendações de conteúdos jornalísticos e educacionais para rápido consumo.

POR BRUNA PASSOS, CAMILA LEÃO SABARÁ E PEDRO HENRIQUE

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vacina contra a covid-19 ODS 3: BEM ESTAR E SAÚDE

Os últimos dias foram recheados de boas notícias - algo atípico após um 2020 tão conturbado - sobre a corrida pela imunização do novo coronavírus. Esperamos que a vacina chegue para todes, o mais rápido possível, imunizando toda a população, para dar fim a uma pandemia que matou mais de 2.3 milhões de pessoas no mundo todo. Enquanto isso não ocorre, nos resta seguir as determinações das autoridades e aproveitar para aprender… Como se desenvolve uma vacina?

Qual o significado dos diversos termos médicos que têm aparecido nos jornais? Confira a seguir!

Como funciona o processo de desenvolvimento de vacinas?

→ Pesquisas levam de 2 a 5 anos para descobrir maneiras de induzir uma resposta imune a nível molecular. → Na fase exploratória, identifica-se o agente causador da doença → Vacinas utilizam fragmentos do vírus inativo para produzir

antígenos, que estimulam o corpo a desenvolver uma ‘auto proteção’, na forma de anticorpos O estágio pré-clínico garante segurança e adequação das pesquisas, envolvendo testes em animais, geralmente camundongos transgênicos. O desenvolvimento clínico consiste em testes em humanos, divididos em três fases:

→

Fase I: testes de segurança - 20 a 80 adultos saudáveis se voluntariam para testes Fase II: análises da resposta imune - Através de um grupo maior, que pode chegar a centenas de pessoas e incluir grupos de risco, analisa a eficácia da vacina Fase III: avaliação do público alvo - Milhares de testes avaliam o público alvo da vacinação

→ Mesmo após a aprovação, a vacina continua a ser monitorada,

buscando garantir que eventuais reações sejam estudadas. A revisão e aprovação de vacinas depende de órgãos reguladores e a fabricação e entrega exige instalações especializadas, altamente regulamentadas e caras.

Acelerar este processo exige investimentos em pesquisa e campos de fabricação em diferentes partes do Brasil e mundo - afinal, desejamos que a vacina desenvolvida seja aplicada de forma equitativa!

Devemos garantir carteiras de vacinação em dia, buscando evitar um acúmulo de surtos. Casos de dengue, febre amarela, sarampo etc. continuam existentes e a prevenção contra outras doenças colabora com a infraestrutura do nosso sistema de saúde!

E, claro, apesar dos felizes avanços, a pandemia continua - ou seja, mantenha as máscaras, distanciamento social e medidas de proteção individual/coletiva!

→ →

Placebo é uma formulação sem efeito farmacológico, administrada ao participante do ensaio clínico com a finalidade de mascaramento. Não contém ingredientes ativos, mas é feito para ter gosto e aparência idêntica a droga a ser estudada, gerando um efeito terapêutico para análise comparativa. (ANVISA, RDC nº9, de 20/02/2015)

Como entender termos como anticorpos e imunogenicidade?

adenovírus,

O Ministério da Saúde publicou um “dicionário da pandemia”, nos ajudando a descomplicar diversos termos!!

Acesse: https://www.gov.br/anvisa

Como funciona o cálculo de taxas de eficiência?

→ Imunizantes são analisados com base na capacidade de

prevenir a enfermidade. Ou seja, dizer que a vacina é 90% eficaz aponta que em um grupo de 100 pessoas vacinadas, 90 ficam protegidos e 10 ainda podem adoecer. O padrão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é aprovar vacinas com eficácia mínima de 70%. Porém, órgãos como a OMS (Organização Mundial da Saúde) defendem que uma vacina contra a Covid pode ter pelo menos 50% de eficácia comprovada, considerando o contexto de urgência.

Qual é a atual previsão de vacinação?

Segundo o diretor do Instituto Butantan, além das 200 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, até o final do ano, “Se nós tivermos essa vacinação até o meio do ano, estaremos cumprindo apenas a primeira etapa do PNI, 50 milhões de pessoas sendo vacinadas. Existem outros grupos previstos no próprio PNI, por isso a necessidade de se chegar a pelo menos 150 ou 170 milhões de pessoas de um país como o Brasil, com 212 milhões de habitantes.

Obviamente que as vacinas que estão planejadas não atenderão a totalidade, daí a providência que o governador solicitou de já iniciar a procura de doses adicionais, Se essas vacinas de fato chegarem, no final do ano nós teremos imunizado mais de 150 milhões de pessoas.”

Go Science!

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Como funciona o processo de desenvolvimento de vacinas?

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e os países mais pobres… como ficamos?

ODS 10: REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES

Porém, o Secretário de Vigilância e Saúde estabeleceu condições para a aplicação da vacina. Segundo Arnaldo Medeiros, “a vacina será aplicada em dose única, e deve, ‘fundamentalmente’, ser termoestável em temperaturas de 2ºC a 8ºC graus.” Tal infraestrutura não condiz com a necessidade de refrigeração da vacina desenvolvida, a qual exige menores temperaturas, além de ir contra pesquisas que há meses apontam para a necessidade de duas doses.

Por falta de gestão pública, agulhas e seringas ainda não foram providenciadas. Na semana em que diversos cidadãos do mundo recebem sua primeira dose de vacina, o governo brasileiro libera editais para a compra de recursos - sendo esses básicos e previsíveis.

Continuamente, observamos que a parcela rica da população conta com privilégios, mas e o brasileiro vulnerável, que depende da ação governamental?

Se informe mais em...

→ “Na corrida da vacina de Covid-19, quem leva a Foto: Bruna Passos, 2020

O programa das Nações Unidas Unidas afirmou que as nações africanas já ficam no fim da linha para o recebimento de medicamentos em pandemias, apontando que a situação “será pior caso uma vacina seja encontrada.”

Pensando nisso, a AstraZeneca assinou um acordo de 750 milhões de dólares com a Coalizão Para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI, na sigla em inglês) e com a Gavi Alliance, a fim de assegurar 300 milhões de doses para países pobres. Também realizou um acordo com o Instituto Serum da Índia, que receberá 400 milhões de doses reservadas para países de baixa e média renda. A farmacêutica garantiu que não obterá lucros em nações mais necessitadas. O mesmo foi prometido pela americana Johnson & Johnson.

Embora os últimos meses tenham sido marcados por ansiedade acerca de uma campanha de vacinação que dê fim à pandemia, um pronunciamento da área técnica do governo federal brasileiro nos colocou, mais uma vez, distante dos países de “primeiro mundo” por falta de planejamento estrutural, o Brasil não está pronto para imunizar sua população. Nas últimas semanas, celebramos a tecnologia, medicina e ciência por desenvolver a vacina em menos de um ano, assistimos ao início da logística de vacinação nos países do Reino Unido e elevamos expectativas para o fim da quarentena em nosso país.

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maior quantidade de doses?” (exame.com) Informações confiáveis e infográficos hiper didáticos para aprender mais sobre o tema!

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“Vacina da Pfizer contra Covid usa tecnologia chamada de RNA mensageiro” (Jornal Nacional) O vídeo nos mostra exatamente como funciona a vacina da Pfizer, explicando a tecnologia revolucionária que esperamos salvar nosso futuro!

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“Especial Vacinas Covid-19 : Cenário atual” (unicamp.br/unicamp/) Professor da Universidade de Campinas apresenta detalhes sobre os testes e resultados de cada uma das vacinas sendo testadas ao redor do mudo - para todos os nossos leitores geeks e/ou cientistas!

máscaras: a problemática da solução ODS 12: CONSUMO E PRODUÇÃO RESPONSÁVEIS No cenário atual de pandemia, o uso de máscaras é obrigatório para a prevenção contra o COVID-19. Porém, a preocupação com o uso dessas não é relacionada, unicamente, à disseminação da doença, mas, ainda, à quantidade de lixo acumulado, visto que mensalmente são descartadas 129 bilhões de máscaras no mundo, segundo a Sociedade Americana De Química.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a troca das máscaras deve ser realizada quando estas estiverem úmidas (em média, a cada duas horas). Juntando isso ao fato de que muitos indivíduos descartam as máscaras de maneira errônea, jogando-as em vias públicas (o que ocasiona o entupimento de bueiros e, por conseguinte, o alagamento dos centros urbanos) e nos mares (comprometendo a biodiversidade marítima), o aumento expressivo de lixo é uma questão preocupante.

Portanto, além do cuidado com a higienização e uso das máscaras para a proteção individual e coletiva, é necessário voltar a atenção para o descarte destas. Caso o procedimento seja realizado incorretamente, criaremos outra consequência de impacto fatal durante o período de pandemia - o ambiental.

Foto: Bruna Passos, 2020

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a conta que não fecha: população em situação de rua e imóveis vazios ODS 1: ERRADICAÇÃO DA POBREZA De acordo com os dados obtidos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), houve um aumento de 140% da população em situação de rua entre o ano de 2012 e março de 2020. Em contrapartida, a Pesquisa Nacional Por Amostra De Domicílios (PNAD) registrou, em 2015, 7,906 milhões de imóveis vagos, dos quais 6,893 milhões possuíam potencial para uma futura moradia. Os dados reforçam que o impasse não está relacionado à ausência de moradias, mas à má administração desses imóveis.

O Artigo 65 da Constituição Federal do Brasil afirma que é dever do âmbito distrital ou municipal destinar os domicílios abandonados a uma função social. Logo, após analisar o número de residenciais vagos e visto que cerca de 222 mil pessoas encontravam-se em situação de rua até março de 2020, o país vivencia uma realidade marcada pelo descaso com a preservação de vidas dignas para todos os cidadãos. Mesmo com a Constituição impondo, enfim, uma finalidade para os residenciais, a qual seria extremamente benéfica para muitos indivíduos que estão desabrigados e, consequentemente, para o país, ainda persiste um grande número de pessoas sem moradia. De fato, uma conta que não fecha.

Assim, a atitude negligente por parte do governo, ao não destinar propriedades desocupadas a uma finalidade social, contribui para o crescimento da população em situação de rua. Como consequência desse fator, esse agente ajuda na manutenção de uma nação marcada pela injustiça com milhares de cidadãos sem moradia enquanto milhões de imóveis estão desocupados.

Foto: Bruna Passos, 2020

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novo marco legal do saneamento básico ODS 6: ÁGUA POTÁVEL E SANEAMENTO

Foto: Bruna Passos, 2020

O novo marco legal do saneamento básico é discutido desde 2018 e tem como objetivos práticos a universalização do saneamento (prevendo coleta de esgoto para 90% da população) e o fornecimento de água potável para 99% da população até o fim de 2033. A nova lei define municípios e o Distrito Federal como responsáveis pelo serviço de saneamento básico e permite a criação de consórcios públicos e convênios de cooperação entre municípios vizinhos para a prestação do serviço. Mas qual impacto o marco de fato causa? Para entendermos, é necessário analisar os seus principais pontos: Contratos de concessão: a nova lei extingue os chamados contratos de programa, firmados, sem licitação, entre municípios e empresas estaduais de saneamento Tais contratos transferem para o contratado toda a operação e manutenção do sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário, além da responsabilidade de realizar os investimentos necessários;

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Blocos de municípios: determina atendimento a pequenos municípios com poucos recursos e sem cobertura de saneamento; Comitê Interministerial de Saneamento: prevê a criação de um Comitê Interministerial de Saneamento Básico para melhorar a articulação institucional entre os órgãos federais que atuam no setor Esse comitê será presidido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional;

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Efetivamente, a lei avança em medidas de saneamento básico, discute o fim dos lixões, distribuição de água potável e a atuação da iniciativa privada dentro desse setor. O projeto fixa como prazo para universalização dos serviços de saneamento a data de 31 de dezembro de 2033, de modo que até essa data o país tenha: 99% da população com acesso à água potável; 90% da população com acesso ao tratamento e à coleta de esgoto Esse é um marco muito importante para construção do desenvolvimento do país, principalmente levando em conta os estudos da Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical sobre parasitoses intestinais no Brasil, que estão diretamente ligadas às medidas de infraestrutura de saneamento básico.

Haja vista os dados alarmantes sobre o saneamento básico no Brasil (apenas 53% dos brasileiros têm acesso à coleta de esgoto e somente 46% são tratados), é de extrema importância que projetos como esse circundem o país. Agora só nos resta esperar e cobrar das autoridades públicas todas essas ações. .

Quer saber um pouco mais sobre o tema? Acesse:

Senado aprova novo marco legal do saneamento básico - g1.globo.com https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/06 /24/senado-aprova-novo-marco-legal-dosaneamento-basico-veja-ponto-a-ponto.ghtml Organização Mundial da Saúde Brasil saneamento https://www.paho.org/bra/index.php? option=com_joomlabook&view=topic&id=522 Governo do Brasil- Saneamento- novo Marco de Saneamento é sancionado e garante avanços para o País https://www.gov.br/pt-br/noticias/transito-etransportes/2020/07/novo-marco-desaneamento-e-sancionado-e-garanteavancos-para-o-pais

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Brasil em chamas: o crescimento das queimadas nos biomas brasileiros e o futuro da nação ODS 15: VIDA TERRESTRE O território brasileiro é composto por 6 biomas, os quais constituem boa parte da fauna e flora mundial. Contudo, os nossos “tesouros nacionais” encontram-se em situação de emergência, como consequência das crescentes queimadas ao longo do país. Infelizmente, o ano de 2020 foi ruinoso para os biomas brasileiros, sobretudo para a Amazônia, Cerrado e Pantanal. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os biomas foram, respectivamente, os três principais territórios com focos de queimada, analisando os meses de Janeiro a Setembro deste ano.

O Cerrado ocupa aproximadamente 24% do país e, em relação à biodiversidade, é conhecido como a “Savana mais rica do mundo” de acordo com o IBGE. Ainda há, ao longo desse território, 216 terras indígenas e outras 83 etnias (como Karajás, Krahôs, Xavantes, entre outros) conforme registrado pelo Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). Contraditoriamente, mais de 3 milhões de hectares das áreas reservadas foram atingidos pelo fogo até o mês de outubro, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ademais, como apontado pelo World Wide Fund For Nature (WWF), houve um aumento em 16% dos focos de fogo no Cerrado, entre janeiro e julho do ano de 2020, comparado a esse mesmo período em 2019. Assim, a negligência à grave situção do bioma destrói uma grande parcela territorial do Brasil e simultaneamente ocasiona risco aos povos étnicos que vivem nesta região.

E, por fim, o Pantanal que, apesar de constituir apenas 2% do território nacional, é classificado como a maior planície de inundação contínua do planeta e concentra cerca de quase toda a fauna brasileira, conforme registrado pelo IBGE. O ano de 2020, foi, de fato, desesperador para a situação deste bioma uma vez que foram registrados 15.756 focos de fogo até o dia 26 de setembro deste ano, enquanto, ao longo de todo o ano de 2019, foram apontados 10.025 focos segundo o INPE. Então, esses dados alarmantes colocam em perspectiva sobretudo o futuro da flora brasileira e, caso não haja uma atitude imediata, haverá a perda desta.

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Foto: Bruna Passos, 2020

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educação brasileira na pandemia ODS 4: EDUCAÇÃO DE QUALIDADE Sabemos que a pandemia do novo coronavírus impactou diretamente diversos setores de produção do país. Entre eles, talvez o mais afetado seja a área da educação.

Para quantificarmos, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a pandemia da COVID-19 impactou mais de 1,5 bilhão de estudantes em 188 países, o que corresponde a cerca de 91% do total no planeta. Isso é catastrófico.

A educação - há quem diga, o campo mais importante de um país - foi totalmente afetada. Tivemos que nos reinventar (e rápido): instituições de ensino de todo o país dispensaram os estudantes das atividades presenciais e aderiram ao ensino de forma remota como resposta emergencial ao problema.

• Leia mais em: MEC estende autorização de aulas a distância até o fim de 2020 em universidades federais e libera estágios práticos. G1.globo.com Porém, também sabemos que o Brasil não oferece condições necessárias para um aprendizado remoto efetivo, ou seja, o EAD não tem promovido um acesso igualitário à educação de qualidade. Os professores Edson Grandisoli, Pedro Roberto e Silvio Marchini, da Universidade de São Paulo, explicam que “apesar de todo o suporte, a enorme diversidade de realidades educacionais, sociais e econômicas dentro do Estado já é um grande desafio” e reforçam que é preciso, urgentemente, reduzir as desigualdades educacionais no país.

• Você pode se informar mais sobre o assunto em: Estrutura de rede pública para ensino online preocupa dirigentes. Agenciabrasil.ebc.com.br A inacessibilidade à tecnologia talvez seja o impacto mais gritante de toda essa situação. A partir da pesquisa do CEDIC de 2018, percebemos que, apesar de 83% dos brasileiros terem telefone celular, 16% ainda estão fora dessa realidade. Temos computadores portáteis em apenas 27% das residências, computadores de mesa em 19% e tablets em 14%. Isso expõe o abismo social que existe entre aqueles que podem estudar remotamente e aqueles que sequer possuem acesso à internet.

Além desse obstáculo, os alunos se queixam de questões como saúde mental, despreparo profissional, educação não inclusiva, entre outros. "A cada dia, recebemos mais e mais relatos de professores que estão extremamente estressados e exaustos. A principal queixa deles é que não estão conseguindo ministrar o ensino a distância por várias questões: acesso à tecnologia, falhas na programação, falta de recursos, seja internet ou celular, para dar conta das atividades", explica Neuza Ribeiro, coordenadora da Subsede da Apeoesp em Araraquara.

Fica evidente, portanto, as necessidades e angústias dos estudantes frente ao caos negligenciado pelos governantes - algo que, sem dúvidas, não começou no período da pandemia.

Quer ler mais sobre o tema? Acesse: Desigualdade social e tecnologia: o ensino remoto serve para quem? (blogs.unicamp.br) Educação e pandemia: desafios e perspectivas - (jornal.usp.br) Quais são os impactos da pandemia na Educação Básica? (g1.globo.com) Ensino a distância na quarentena esbarra na realidade de alunos e professores da rede pública (Bbc.com) 25

impacto por influência QUATRO MULHERES BRASILEIRAS COMPARTILHAM ENSINAMENTOS VALIOSOS QUE TRANSFORMARAM SUAS COMUNIDADES

O State of Youth visa empoderar a comunidade jovem através da construção de um "estado" digital que transcende

as

conscientização,

fronteiras

físicas,

construindo

aumentando

incidência

política

a e

criando ações contra as questões mais urgentes que o mundo enfrenta hoje. Nosso objetivo é gerar mudança e impacto reais, impulsionados pela juventude, em todo o mundo.

Por

isso,

abrimos

espaço

na

SOY

Info

para

compartilhar histórias de jovens que desenvolvem projetos inspiradores ao redor do Brasil, lutando por um mundo mais justo e igualitário.

Esperamos que você se sinta motivado e empoderado por essas experiências, e que, assim, comece a mudar o mundo lutando por aquilo que acredita. Sua voz importa!! Lembre-se: a mudança começa dentro de você.

Confira a seguir a história de quatro mulheres que carregam o mesmo sentimento de transformação e compartilham ensinamentos valiosos!

POR ALICE INÁCIO E CAMILA LEÃO SABARÁ

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Beatriz Lacerda - Projeto Equidade 16 anos Belém do Pará

@projeto_equidade “Eu sou idealizadora e coordenadora do Projeto Equidade, uma iniciativa socioeducativa para a população infanto-juvenil de Belém. Nós, enquanto projeto, discutimos diversidade e direitos humanos dentro das salas de aula, tendo foco nas instituições de área periférica.

Muito por causa de minha criação (eu sempre fui ligada à educação), sempre digo que nunca fui dessas crianças de 6 anos que voltam pra casa todas sujas por estarem brincando na rua minha diversão nesta idade era ir para as escolas e faculdades públicas assistir debates, aulas e seminários.

Hoje, como ativista, sou apaixonada pelas lutas e causas sociais, levantando as bandeiras negras, feministas, afro-religiosas, LGBT+, etc.”

O que despertou esse desejo de fazer algo maior em prol da sua comunidade?

“Sempre estive nos meios públicos de educação e via dentro da minha casa, em que habitavam 5 professores destas instituições, a luta que era conseguir levar uma educação de qualidade para estas crianças e adolescentes sem ajuda alguma do governo.

Tendo isso tudo em mente, eu observava que os professores estavam cansados e sem ânimo para trabalhar com tantas dificuldades, com o estado "apertando as rédeas" cada vez mais forte, fazendo com que as escolas se tornassem apenas "conteúdo básico de vestibular" , deixando de lado discussões que são de suma importância para o crescimento daqueles jovens.

Por isso a criação do Projeto Equidade. Queremos levar estes debates para os espaços onde normalmente não se tem abertura, dando voz a esses jovens, fazendo assim germinar seu poder de transformação. “

O que podemos fazer para garantir o envolvimento da juventude nas mudanças sociais?

“Acredito que tudo seja questão de incentivo, não somente dos jovens, mas da equipe escolar também. Fazer com que nossas instituições sejam um lugar em que eles tenham abertura de ser quem eles querem ser e defender isso.

Existe, dentro da minha religião (candomblé), uma cultura muito forte do ensinamento através da criança, pois acreditamos que elas vêem o mundo de uma outra forma, trazendo esses aprendizados pra gente. Por isso, eu vejo que não importa a idade, os ensinamentos não dependem da faixa etária para serem compartilhados. Basta compartilhar e fazer com que essa semente de transformação que vem de dentro dessas crianças consiga nascer saudável e forte, trazendo no nosso futuro bons frutos. A grande chave da coisa toda é o exercício da alteridade, é respeitar o ser e o estar do outro.”

Quais conselhos daria para seu “eu do passado”, algo que poderia ser útil para futuros ativistas sociais?

“Calma, moça, as coisas vão ser difíceis, mas, de pouco em pouco, vais conseguir. Te alimenta direito, bebe água e tenta descansar, tu não és de ferro. Aliás, faz terapia também, viu, para cuidar do outro, é preciso cuidar de si antes.”

Qual foi o maior desafio encontrado desenvolvimento de projetos sociais?

no

“Ser ativista no mundo de hoje por si só já é uma grande dificuldade e, dentro da minha realidade, é bem difícil. Eu sou pobre, nortista, afroreligiosa e preta, coisas que não deveriam modificar negativamente em nada na minha luta, mas infelizmente ser tudo isso no Brasil é ter as oportunidades cortadas bruscamente em menos da metade. Ainda mais quando se está vivendo uma pandemia e fazendo de tudo na medida do possível para seu projeto social "dar certo", com um celular na mão, o que já é uma vitória, e um caderno ao lado. Até porque ninguém chega contigo e fala "vem cá, eu te mostro o caminho!", pelo contrário, nessa vida, é você mesmo quem vai descobrir como trabalhar, caso contrário, isso se torna apenas mais uma ideia engavetada.

Qual mensagem gostaria de deixar para os jovens ao redor do Brasil que querem fazer mais pelas suas comunidades?

“A vocês que estão começando ou que já estão nesta luta, o que eu tenho a dizer é que sou muito orgulhosa e muito grata por vocês.

Nosso trabalho, no momento em que vivemos num Brasil obscuro, é extremamente necessário e ninguém, ninguém solta a mão de ninguém! Continuem com toda força, pois a luta agora é nossa, afinal de contas, a semente é plantada pensando no amanhã. E que seja um amanhã melhor para todos nós.”

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Vitória Rodrigues de Oliveira - Projeto Ini.se.ativa 16 anos São João de Meriti, Rio de Janeiro

@ini.se.ativa “Eu tô em vários rolês ao mesmo tempo. No Engajamundo, como articuladora nacional, tô no podcast Pimenta Pra Jovem é Refresco, no GT Gênero, e coordenando o Brota no Clima. Todos eles tem um viés que fala do socioambiental. No clube Girl Up Nise da Silveira, sou vice-presidente! Tem também a Ini.se.ativa, um projeto de educação de impacto social que nasceu no Chama na Solução daqui do Brasil. Mais a nível local, sou do Jovens com UNICEF. Mensalmente, escrevo para Agência Jovem de Notícias. O recém nascido é o meu projeto de educação sexual e comunicação via mídias sociais Luna Silva, que recebeu capitalsemente do UNFPA e já, já vai sair do papel. Quase ia esquecendo, mas esse ano sou Parlamentar Jovem Brasileira.

Descrevo o que eu faço muito como uma coisa feita mais por necessidade do que coisas que faço por ‘tempo livre’. Sou uma pessoa preocupada com o futuro? Sim, mas tô mais nervosa sobre a existência do agora porque sei que em um determinado momento pode ser que eu, ou as crianças e adolescentes do meu bairro não estejam mais vivas. Minha paixão é fazer a mudança com o que tenho, e, apesar de ser muito pouco, vejo que dá pra fazer várias coisas sem precisar de muita grana, contatos, essas coisas. Meu principal ideal é poder pautar a potência das verdades das juventudes plurais e não é como se o que acredito fosse uma coisa homogênea.”

O que despertou esse desejo de fazer algo maior em prol da sua comunidade?

“Acho que comigo não teve isso de despertar, e sim de sentir urgência. Sabe quando você é pressionado pela realidade em que está inserido? É isso o que rolou comigo. Ser eu nunca envolveu saída da zona de conforto, porque nunca estive em uma. Pra mim é uma resposta meio subjetiva, sabe? Mas, na prática, na vivência, ‘fazer coisas’ em nome do impacto é algo que está dentro de mim desde que fui agente de inclusão de Pessoas com Deficiência, no fundamental I. Desde então e vivendo com as mais variadas formas de violência na vida, sabia que não poderia parar, porque, se eu fizesse isso, não veria mais ninguém me representando em espaços de transformação socioambiental. Na adolescência, por exemplo, só adentrei nesse mundinho de liderança porque queria fazer algo pra solucionar e que ajudasse tanto eu quanto a minha comunidade escolar a lidar com os tiroteios que aconteceram e continuam a rolar perto da minha escola. Por isso eu digo que o que faço é feito por necessidade, não por um simples desejo.”

O que podemos fazer para garantir o envolvimento da juventude nas mudanças sociais?

“Boa pergunta. Acho que é importante ter jovens nesses espaços porque geralmente pensamos numa perspectiva de ponto fora da curva.

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Dizem muitas vezes que temos que empoderar os jovens porque somos o futuro, mas na real a gente é o agora. Nesse mundo focado sempre nas soluções geradas por adultos, majoritariamente privilegiados, a gente chega dizendo que, justamente, ‘já chega’. Queremos ser ouvidos e os jovens trazem muito bem a diversidade que a gente precisa para resolução de problemas.

Como que a gente faz pra envolver a juventude em mais lutas? Bom, isso só vai acontecer, na minha perspectiva, a partir do momento em que todas as juventudes, no plural, se sentirem representadas, porque, apesar da diversidade que a gente tem na liderança juvenil, ainda faltam muitos ouvidos para vozes que precisam ser ouvidas. Quando a gente tiver isso, as próprias juventudes vão se envolver nas lutas que dizem respeito à (sobre)vivência delas. Com isso tudo, vai ser ótimo ver quem passa os problemas na pele falando sobre os problemas que passa na pele, sabe? Resumidamente, quero dizer, com a resposta dessa pergunta, que a transformação só vai rolar quando todes de todos os lugares estiverem pautando o que querem, como querem e sendo protagonistas de suas próprias narrativas.”

Quais conselhos daria para seu “eu do passado”, algo que poderia ser útil para futuros ativistas sociais?

“Seja destemida. Não no sentido ruim, mas bata de frente com o que te incomoda e questione as pessoas dos lugares em que você não se vê.

Se acessar aquele x lugar é difícil porque você não tem conhecimento, instrução ou qualquer outra coisa, questione o porquê, pois aí você chega na raíz do problema e vê que o impasse não tá em você. Se culpar é uma coisa que me atrapalhou muito, e eu deveria ter enxergado há muito tempo que muitos dos problemas que vejo não estão em mim, e sim nas construções sociais que a sociedade ocidental desenvolveu ao longo do tempo.”

Qual foi o maior desafio encontrado desenvolvimento de projetos sociais?

no

“Sendo muito sincera, a maior dificuldade foi não ter o meu caminho facilitado por falta de dinheiro pra bolar um projeto e por ver uma linguagem muito inacessível, distante da minha realidade. Sabe quando você não se sente representada? Esse problema foi tão grande que por isso fundei a Ini.se.ativa, porque o que a gente propõe é oferecer acesso gratuito a quem tem disponibilidade e vontade para transformar com projetos.”

Qual mensagem gostaria de deixar para os jovens ao redor do Brasil que querem fazer mais pelas suas comunidades?

Confesso que me encaixava perfeitamente no sistema educacional tradicional, acreditava que minha inteligência era representada pelas minhas notas, e o meu valor como pessoa resultava em passar no vestibular.

“Faça o que você pode com o que você tem. Ter mais, ter um suporte extra é sempre bom, mas não se cobre tanto por querer mudar coisas que nem deveriam ser problemas, saca? Coloca a tua energia no que dá, no que você passa e da forma que tanto você quanto o seu público-alvo se sintam bem de realizar. Resumidamente, seja o seu próprio público-alvo, porque aí o caminho vai ser mais fácil e você saberá exatamente como fazer a transformação que você quer.”

Então, foi um choque de realidade pra mim quando eu vi que todo o meu esforço não tinha gerado bons resultados. Decepção, essa foi a sensação. Achava que tinha fracassado com o meu futuro, com os meus pais, escola. Será que valia a pena continuar naquele ambiente de cursinho, imersa em aulas expositivas e resolvendo perguntas complexas se nem sabia qual área eu gostaria de seguir, quais eram os meus sonhos, como eu me enxergava... Enfim, fazia sentido continuar nessa rota se eu nem sabia o que eu estava fazendo?

Rebeca Lissa - Projeto Taurora

Na época eu não tinha resposta para essa pergunta, mas depois que eu descobri referências de jovens que cada vez mais tornavam-se protagonistas, eu percebi que esse era o lugar que eu queria estar.

Com certeza, meu segundo ano do Ensino Médio, 2019, foi um ano de evolução, aprendi tanto sobre mim e sobre o mundo exterior, e a maioria de todas essas lições foram além da sala de aula.

17 anos Brasília

@taurora.project

Quero lutar para que mais jovens tenham uma educação de qualidade que os permita sonhar e capacitar para resolverem problemas da sociedade e do planeta.”

O que podemos fazer para garantir o envolvimento da juventude nas mudanças sociais?

“Uma vez me deparei com a pergunta: O que faria se tivesse uma varinha mágica e pudesse fazer qualquer coisa pelo mundo? Acredito que essa resposta é um dos caminhos para construir um mundo mais justo: Jovens protagonistas de seu aprendizado e transformadores da sociedade que se divertem. Cada vez que um jovem é empoderado, não é só sobre o jovem em específico, mas sobre uma geração que prospera junto. Eu só comecei a me engajar em atividades extracurriculares, ser ativista pela educação, fundar meu próprio projeto e assumir as rédeas do meu aprendizado quando comecei a me conectar com outros jovens nessa mesma jornada. Jovens que queriam ir além da sala de aula e que estavam mudando o mundo. Eu me senti representada, me senti pertencente. Sem querer eu estava em espaços onde as pessoas tinham essa vontade incessante de fazer parte do time que soluciona e não do que reclama, e, se existem jovens sendo líderes, eu também posso.

“Em 2019 eu idealizei a Taurora, um projeto que visa empoderar jovens para serem protagonistas de seus aprendizados e da sociedade, aprendendo habilidades para o Século 21 e promovendo uma economia colaborativa e circular. O que eu mais gosto é que eu criei um espaço para experimentação, porque é uma oficina de ideias e aprendizado. Toda essa jornada (que está só no começo) me fez crescer como aprendedora autodirigida, eu fui/sou designer, RH, garota propaganda, líder, businesswoman, fiz networking com pessoas referências... Tudo em um lugar. O mais legal é que encontrei assuntos pelos quais sou apaixonada, como inovação na educação, protagonismo juvenil, inovação do tempo e construção de comunidades.”

O que despertou esse desejo de fazer algo maior em prol da sua comunidade?

Sobre passos práticos, para envolver a juventude na solução de problemas sociais e ambientais, precisamos promover mais representatividade, como essa revista que está dando visibilidade para essa causa, ou confiando mais cargos de liderança, por exemplo.

Também é extremamente poderoso construir espaços de empoderamento nas nossas comunidades, como na Taurora em que criamos o Hub to Learn que é um espaço virtual de conexão jovem, com toda essa cultura de empoderamento, ou nas escolas trazendo a conversa sobre protagonismo juvenil mais recorrente.”

Quais conselhos daria para seu “eu do passado”, algo que poderia ser útil para futuros ativistas sociais?

“Diria para trabalhar para eliminar essa síndrome do impostor, o quanto antes. Estou aprendendo a fazer isso ainda, valorizar a minha história e quem eu sou com certeza estão sendo pilares de superação dessa baixa auto estima.”

Qual foi o maior desafio encontrado desenvolvimento de projetos sociais?

no

“No meu primeiro ano do Ensino Médio, tudo o que eu queria era estudar para o vestibular.

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“Quando comecei a entrar em contato com outros jovens com consciência social e protagonistas, fiquei muito admirada pela generosidade de muitos em ensinar o que sabiam, servir os outros, divulgar oportunidades… Estava em “outro mundo”, nunca tinha estado em ambientes em que a colaboração reinava mais que a competitividade. Com o tempo, o lugar começou a ficar tóxico porque eu não me inspirava e sim me comparava e essa admiração passou a ser insegurança, que muitas vezes me impedia de me inscrever em oportunidades, falar com pessoas… “

Qual mensagem gostaria de deixar para os jovens ao redor do Brasil que querem fazer mais pelas suas comunidades?

“Acredito que toda ação com uma visão conta, independente se é 'simples' ou 'gigante', seja dar aula para uma criança, ou para 1 milhão, cada ação tem a sua importância. Para finalizar, quero agradecer pelo seu coração, é uma beleza muito especial o que o Brasil carrega, fica difícil ser pessimista, quando existem tantas pessoas emanando esperança.”

Mariana Nunes - Rede Autoestima-se & Ativista pela saúde mental e direitos humanos.

18 anos Conceição do Almeida, Bahia

redeautoestima_se

Sempre acreditei no poder do voluntariado, comecei os trabalhos escrevendo projetos de lei para a minha cidade aos 14 anos, cidade essa que possui aproximadamente 18 mil habitantes e os projetos sobre: meio ambiente e preservação ambiental, carnaval do CAPS, meditação nos órgãos públicos e dentre outros… Escrevi o projeto de lei municipal instituindo o Vereador Jovem Almeidense que levou 10 jovens da cidade com os seus devidos projetos até a câmara dos vereadores. O Vereador Jovem Almeidense foi o marco na minha história até o Congresso Nacional Brasileiro como Deputada Jovem Federal com um projeto de lei nacional sobre métodos terapêuticos como: yoga e meditação, para vítimas do tráfico humano.”

O que despertou esse desejo de fazer algo maior em prol da sua comunidade?

“As pessoas que aqui habitam, observando a velha política que ainda é existente, a falta de conscientização e trabalhos em prol da saúde mental. Foram fatores que me deixaram inquieta e que eu não conseguiria permanecer neste local de 'braços cruzados', vendo o meu povo precisando avançar socialmente e que a falta de meninas líderes na comunidade intensifica a atual realidade. “

Qual é o poder de jovens nas mudanças sociais e o que podemos fazer para garantir o envolvimento da juventude nas mesmas?

“O jovem, ele tem a força do mundo inteiro, é o que costumo dizer. Ter o jovem presente nos espaços de liderança comunitária, na política e nos trabalhos sociais é ver que o futuro da humanidade tem jeito e que fortalece as nossas esperanças. Vejo que é necessário que dentro do nosso modelo educacional haja espaços de chamamentos para as causas sociais e o engajamento juvenil. É preciso levar as crianças e adolescentes em comunidades para ter aulas recreativas, em espaços de aprendizagem coletiva ampla para que o envolvimento ocorra através da educação escolar e familiar.“

Qual foi o maior desafio encontrado no desenvolvimento de projetos sociais? E quais conselhos daria para seu “eu do passado”, algo que poderia ser útil para futuros ativistas sociais?

“No início da jornada, eu achava que o espaço de uma cidade pequena não me cabia e nem os meus sonhos, mas hoje eu vejo que a gente pode ser um jovem agente de transformação em qualquer lugar no mundo. Terão pessoas que irão te fazer desistir do teu trabalho e do que você almeja, mas será necessário juntar forças internas para continuar na luta e que não desistam dos seus sonhos. Irão chorar muito, sentir as dores do mundo mas será preciso se erguer porque tem muita gente precisando da gente também. Se eu tivesse desistido dos desafios, eu não me tornaria a Mariana que sou hoje, não teria as experiências da jornada. E se orgulhem de cada passo .”

“Sou apaixonada pelas causas sociais, constituo na minha trajetória que ainda está se consolidando, a minha origem local, a minha comunidade e as pessoas que contribuíram para cada ação que realizei ao social.

Aos 17 anos de idade fundei a Rede Autoestima-se que é uma Organização comunitária e virtual sem fins lucrativos com foco na assistência emocional gratuita para pessoas de todas as regiões do país e no atual momento de pandemia, conseguimos ajudar inúmeras pessoas através de acolhimentos virtuais e rodas de conversas.

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Qual mensagem gostaria de deixar para os jovens ao redor do Brasil que querem fazer mais pelas suas comunidades?

“Sejam vocês, sejam humanos e lutem pelo que acreditam sem desistir.

Tem uma frase de Confúcio que diz: 'Não importa o quanto você vá devagar desde que não pare'. Esse é o meu desejo para todos e todas e que a gente possa ajudar na construção do mundo. Somos o futuro do Brasil, seremos os futuros professores, políticos, enfermeiros, médicos, cientistas e dentre outros… Façam a jornada valer a pena até chegar lá!”

Foto: Bruna Passos, 2020

educação de qualidade POR JÚLIA PICAZO

.........A formação educacional é um longo processo que atravessa os anos de juventude e, por vezes, se estende além deles. Não é incomum ouvir que "nunca se deixa de estudar", afirmação bastante realista em uma sociedade que demanda profissionais cada vez mais preparados e especializados. Um dos momentos de maior importância na caminhada escolar dos jovens é o Ensino Médio, fase de consolidação e aprofundamento do aprendizado, assim como de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e demais provas de acesso ao ensino superior. Esse período de ensino é o primeiro passo no firmamento de uma base sólida de conhecimentos, sendo, portanto, decisivo na formação educacional. Entretanto, observa-se deficiência no nível da qualidade da educação oferecida a muitos jovens atualmente, situação que compromete todo o processo de aprendizado subsequente. .........Nesse contexto, é notável que os jovens mais atingidos pela educação de baixa qualidade no Ensino Médio são aqueles que frequentam escolas públicas, instituições que passam por greves, falta de docentes, estrutura inadequada e diversos outros empecilhos que tornam a jornada educacional uma verdadeira batalha. Esse cenário torna ainda mais profundo o abismo existente entre as redes de ensino pública e privada: as diferenças econômicas e sociais, que já deixam o estudante da rede pública em desvantagem em relação ao da rede privada, são estendidas para o campo do ensino. ........O mais preocupante acerca desse cenário é o fato de que essa fragilidade atinge também as etapas seguintes. Como a base de conhecimento que deveria ter sido consolidada no período do ensino na adolescência não se firma, o acesso ao ensino superior torna-se ainda mais difícil, desestimulando os jovens a perseverarem nos estudos e perpetuando a exclusão no âmbito educacional e, consequentemente, no âmbito socioeconômico também. A educação é o mais eficaz e importante mecanismo de ascensão social, possibilitando que famílias inteiras tenham suas vidas transformadas através da juventude que luta pelo saber e, por meio dele, encontra oportunidades para crescer. Sem a educação, entretanto, essas oportunidades continuam limitadas a um grupo restrito e já amplamente beneficiado. .........Como disse o pensador Immanuel Kant, "o homem não é nada além daquilo que a educação faz dele". É papel de todo cidadão cobrar do poder público o acesso igualitário à educação de qualidade, a fim de universalizar esse direito ainda negado a tantos jovens devido à negligência de alguns representantes do povo brasileiro. É por meio da educação que nossa geração será capaz de construir uma sociedade menos excludente e mais tolerante, com oportunidades iguais para todos.

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redução das desigualdades POR LANA INUMARU BASILIO .........A desigualdade social consiste na diferença existente entre as classes sociais, de modo que essas disparidades podem ser indicadas pela distribuição de renda, pelo IDH e pelo nível de escolaridade.

Infelizmente, segundo relatório da ONU de 2015, as sociedades estão cada vez mais desiguais, o que intensifica a pobreza, dificulta o crescimento econômico do país e pode causar instabilidade política.

Por isso, um dos objetivos adotados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) é a redução das desigualdades no mundo. .........Sabe-se que, para tornar a distribuição de renda mais igualitária e justa, é necessário que haja a inclusão econômica de todos e a adesão de políticas que empoderem as camadas mais afetadas. No entanto, é notório que, na realidade, as desigualdades são cada vez mais acentuadas e que poucas medidas são de fato efetivadas para melhorar a situação. De acordo com o PNUD, a desigualdade aumentou 111% em países em desenvolvimento, ao levar em consideração o aumento da população. Dessa forma, é evidente a urgência de soluções globais que minimizem essa problemática.

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.........Nesse contexto, vale citar algumas providências que podem ser admitidas a fim de diminuir as desigualdades, segundo a organização Oxfam Brasil: equilibrar o sistema tributário, promover a oferta de trabalho, enfrentar a discriminação contra as mulheres e contra o racismo, evitar a concentração de terras, investir em saúde e educação, combater a corrupção e, consequentemente, melhorar a qualidade do gasto público. Ao analisar essas soluções, é perceptível que elas não são impossíveis ou inviáveis, apenas não são adotadas pela maioria dos governantes e nem exigidas por grande parte da população. .........Dessa maneira, é inegável que, com o tempo, é completamente possível reduzir as desigualdades no mundo, apesar dos desafios enfrentados hoje para alcançar esse objetivo.

Sendo assim, há a esperança de que, no futuro, a ONU apresente um relatório positivo sobre a redução das desigualdades e sobre o cumprimento de um de seus objetivos.

Foto: Bruna Passos, 2020

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