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EDITORIAL BRASIL

A Floresta e o Futuro

Há alguns anos, li no Institute for the Future uma frase que agora me vem à mente: “Devemos ser os arquitetos do futuro, e não suas vítimas”.

O artigo de capa desta segunda edição da Stanford Social Innovation Review Brasil é um apelo a essa criação coletiva (criativa e colaborativa) de futuros que precisamos construir para aquela que é a maior fl oresta tropical do mundo e peça-chave para os rumos da nossa espécie.

Escrito por um grupo de pesquisadores que acumula anos de refl exões, pesquisas e vivências na região, “Bioeconomia Inclusiva na Amazônia” discute caminhos para aliar atividades rentáveis e sustentáveis à proteção da fl oresta em pé e redistribuição de retorno para as populações tradicionais.

Em sua imensa complexidade, a região que abriga a maior coleção de biodiversidade da Terra, um quinto de toda a água doce do planeta e que desempenha papel fundamental na regulação do clima é também a que apresenta as 10 cidades mais pobres do Brasil e que contribui com apenas 8% do Produto Interno Bruto, embora ocupe perto de 60% do território nacional.

A Amazônia é um palco de contradições sociais, econômicas e políticas marcado pela exploração e expropriação das riquezas naturais, trabalho e saberes de seus habitantes. Como lembram José Augusto Lacerda Fernandes, Graziella Comini e Juliana Rodrigues, sua degradação é um dos maiores e mais complexos problemas ambientais do mundo e coloca em risco um conjunto de recursos e conhecimentos vitais para que um dia possamos responder às perguntas que ainda faremos à fl oresta.

Um novo e necessário capítulo na história da região só poderá ser escrito, argumentam os autores, com a cooperação e a articulação entre o ecossistema do empreendedorismo sustentável, as metaorganizações e o Estado. É dessa orquestração que trata o segundo artigo brasileiro que publicamos.

Nesta edição, que coincide com a chegada de um novo ano e de um novo governo, celebramos a mudança no calendário e a posse do governo eleito democraticamente, desejando futuros mais inovadores, igualitários, plurais e diversos. E com a urgência que pedem os desafi os que enfrentamos local e globalmente.

Depois da dura experiência de uma pandemia e de quatro anos marcados, entre outras ocorrências, pelo grave retrocesso em questões sociais e ambientais, é hora de arquitetar o mundo em que queremos viver. E contribuir para que se torne realidade.

A Psicologia da Mudança Social

ARTIGO | Por que É tão Difícil Mudar uma Narrativa?

Lutar por uma causa em um sistema desigual e injusto pode ser extremamente frustrante para agentes e instituições que buscam a transformação social. Não apenas isso, outras barreiras para a mudança estão na propensão da sociedade em manter o cenário como está, justifi cando o estado das coisas como “natural” ou como “deve ser”. Conhecida como “justifi cação do sistema”, essa tendência tem sido uma das principais difi culdades para mobilizar a opinião pública em torno de problemas reais e urgentes. Brett Davidson, do International Resource for Impact and Storytelling, defende que organizações e ativistas explorem narrativas e experiências que sensibilizem e desconstruam os mitos arraigados que mantêm a ordem vigente. Se queremos a transformação, teremos que investir em histórias que possibilitem imaginar novas realidades.

oportunidades para que líderes e fi lantropos contribuam com uma luta climática mais efetiva e, principalmente, mais justa.

Justiça Climática

ARTIGO | Cultivando uma Filantropia

Climática Justa

Os pequenos agricultores são alguns dos que menos contribuem com as mudanças climáticas, e mesmo assim acabam sofrendo seus efeitos mais agudos. Seja pela seca, seja por inundações, eles já lidam com eventos extremos que ameaçam sua subsistência. Como demonstram Claire McGuinness e Matthew Forti, este é um dos motivos pelos quais o mundo deve priorizar comunidades mais vulneráveis na luta pela estabilidade do clima. Além disso, as iniciativas de mitigação da crise climática também passam pela promoção da sustentabilidade nas atividades de pequenos produtores, que administram cerca de 40% das terras agrícolas no mundo. Não faltam

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VÍDEO | Conversa com Autores

E se os artigos da nossa revista e plataforma fossem o ponto de partida para uma conversa? E se a conversa tivesse também a participação de um especialista sobre o tema? Foi a partir dessa ideia que a SSIR Brasil criou o Conversa com Autores, um bate-papo com autores e especialistas brasileiros. O objetivo é dar aos temas abordados, especialmente em artigos traduzidos, uma perspectiva nacional e enriquecer a visão dos leitores sobre assuntos diversos. Confi ra os primeiros vídeos no site e no canal do YouTube da SSIR Brasil.

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