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Pedro Porro

Pedro Porro

MÁRIO ALBUQUERQUE

Texto: Xavier Costa Fotografia: Museu Sporting – Centro de Documentação

COM MÁRIO ALBUQUERQUE DE LEÃO AO PEITO ‘CHOVERAM’ MUITOS PONTOS E INÚMEROS TÍTULOS. ÍDOLO DE VÁRIAS GERAÇÕES, PARA MUITOS É AINDA UM DOS MELHORES BASQUETEBOLISTAS PORTUGUESES DE SEMPRE E FOI NO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL QUE ERIGIU A SUA LENDA: COMPLETO COMO POUCOS EM CAMPO, UM LÍDER FORA DELE.

Embora nascido em Lisboa, Mário Albuquerque rumou a Moçambique aos cinco anos, devido à transferência do seu pai, que era funcionário público. Por lá, passaria a sua infância e começaria também − relativamente tarde − a prática do basquetebol: aos 16 anos. No entanto, nunca é tarde para quem está destinado a grandes feitos e a sua ascensão foi meteórica. Com 17 anos já jogava nos seniores do, à época, SC Lourenço Marques e manteve-se no mesmo emblema até 1973/1974, sagrando-se dez vezes campeão distrital de Lourenço Marques e provincial de Moçambique e onde levantou ainda uma Taça de Portugal. Revelava-se um jogador versátil e completo como poucos, tornando fácil o que era difícil de fazer em campo. Sem bola, era inteligente e com ela reunia técnica e grande eficácia, atacando o cesto das mais variadas formas. Sempre mais do que um garante de muitos pontos, época após época, Mário Albuquerque foi sedimentando o seu jogo até se imortalizar como um dos melhores basquetebolistas nacionais de sempre. Assim, o salto correspondente à sua qualidade não tardaria e na temporada seguinte regressou a Portugal pela mão do Sporting Clube de Portugal, onde brilhou com intensidade máxima e pôs ao serviço da equipa a sua qualidade acima da média. Ora, não tardaram também em ‘chover’ nem os muitos pontos assinados pelo talentoso jogador nem os títulos para o emblema verde e branco. Na sua época de estreia, venceu a Taça de Portugal e daí em diante Mário Albuquerque e os Leões nunca mais pararam. Em 1975/1976, já como jogador-treinador perfez a primeira ‘dobradinha’ a verde e branco na modalidade. O campeonato fugia ao Sporting CP desde 1968/1969 e a Taça, cuja conquista cumpre 46 anos no domingo, contou com o precioso contributo do versátil basquetebolista: 23 pontos na arrasadora final contra o FC Porto (104-64). O eterno ‘camisola 12’ foi várias vezes o melhor marcador do Campeonato Nacional e detém o recorde de pontos marcados por um português no Sporting CP numa só época: 867 pontos em jogos oficiais em 1977/1978 – temporada de nova ‘dobradinha’ dos Leões, que dominavam a modalidade nesta fase. No total, Mário Albuquerque vestiu a listada verde e branca durante sete épocas, cinco como jogador ou jogador-treinador e duas enquanto técnico. Nesse período, entre 1974 e 1982, se os elogios e prémios individuais se foram acumulando, os muitos títulos conquistados foram justificando o estatuto de ídolo que foi assumindo, primeiro como jogador e, a seguir, como treinador. De Leão ao peito, venceu no total quatro Campeonatos Nacionais e quatro Taças de Portugal, multiplicando o palmarés verde e branco para marcar claramente um antes e depois de Mário Albuquerque. Fruto da sua extraordinária qualidade, representou a selecção nacional por 40 vezes, estreando-se com apenas 17 anos no Europeu, em Madrid. Mais tarde, seria capitão no Europeu (Grupo B) disputado na Hungria. Como jogador, ainda representou o SLO Grundig (Oriental Lisboa) e o Clube TAP e como treinador liderou ainda o SC Lourenço Marques, o SLO Grundig (Oriental Lisboa) e o GD Estoril Praia. Na sua carreira sem paralelo, Mário Albuquerque foi merecedor de um reconhecimento unânime e foram vários os prémios que o distinguiram: Troféu de Imprensa, Revelação Masculina de Desporto (1965), Desportista do Ano (1970), Melhor atleta do SC de Lourenço Marques (1972), Prémio Maçarico (1973), Prémio Stromp (1976). Além disso, mereceu uma Menção Honrosa do Comité Olímpico Português e foi homenageado pel’Os Cinquentenários do Sporting CP, em representação da equipa de basquetebol.

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