StenioGarcia_WagnerDeAssis

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Capítulo VI Força Motriz Tenho um monte de exercícios corporais e os faço incessantemente. Desde a escola de teatro, onde aprendi a ginástica do Luis Jouveit, que tinha um processo de desconstrução do corpo para cada trabalho, até os dias de hoje, quando vou trabalhar horas e horas seguidas numa novela. Assim, o aspecto giratório do corpo, desde a cintura, tornozelo, ombros, tudo precisa ser trabalhado individualmente. Move-se, posicionase, entendem-se todas as possibilidades de cada parte do corpo. Isso me dá uma desconexão que só contribui quando tenho que construir um personagem porque tenho todas as partes trabalhando a serviço de uma ideia maior. Além disso, conheço detalhadamente todos os músculos do meu corpo. Todos! Quando uma pessoa anda normalmente, ela não pensa no movimento que está fazendo. Mas no palco é diferente. Eu gosto de andar e criar a dúvida no movimento, trabalhando o que eu chamo de contradição. É uma forma de trabalhar contra a vontade da cena, do espectador. Se estou caminhando para um lado, faço um movimento que surpreende o espectador e mantém a cena

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