JoaoBatistaDeAndrade_MariaDoRosarioCaetano

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descontrolado, brigando com jornalistas e obrigando um deles a se desculpar. Meu feeling, mais uma vez, ditou o passo seguinte. Eu queria falar com o general, coisa inimaginável alguns dias antes. Eu achava que ele já não representava perigo algum, que a instituição da democracia e do poder civil teria desmantelado completamente com seu poder e sua arrogância. A entrevista se deu, com o velho general reduzido a avô, às voltas com seu irrequieto netinho, atrapalhado, aceitando e respondendo perguntas que, pouco tempo atrás, ele teria considerado uma provocação e, eventualmente, me agredido. 337

Era tão flagrante seu “desmonte” que no dia seguinte ele me atacava pela imprensa, de forma dúbia, não mais se utilizando de qualquer poder discricionário, mas dos meios próprios, disponíveis numa democracia: na página de fofocas políticas do jornal, o general dizia que eu estava usando, indevidamente, com finalidades privadas, um bem público, o carro da Fundação Cultural do Distrito Federal. O País dos Tenentes O exercício de fazer Céu Aberto foi importante para a preparação de meu projeto seguinte, O


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