GuilhermeDeAlmeidaPrado_LuizZaninOricchio

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so Gomes em 1978. Parecia que o Jorge Amado tinha escrito o livro especialmente para mim. O tema é a relação entre o real e a realidade contada, narrada, imaginada, recriada. O tema básico de todos os meus filmes. Em 1989, logo após o sucesso de A Dama, procurei o Jorge Amado, que me disse: “Vendi os direitos nos anos 60 por uma ninharia para a Warner Brothers e a própria Rede Globo tentou liberar para fazer uma minissérie e não conseguiu. O que você pode fazer é falar com Anthony Quinn, que nunca deixou de dizer que ia fazer o filme”. Consegui falar com o Anthony Quinn no telefone. Ele não foi mal-educado, mas foi muito seco: “Já tenho o roteiro e sou eu mesmo quem vai dirigir o filme”. Com toda sinceridade, só me restava esperar o Anthony Quinn morrer. Anos depois consegui ler uma cópia do roteiro do Quinn. Foi escrito por um ganhador do Oscar, o Frank Pierson, um americano que confunde o Brasil com o México. O filme nunca foi feito porque o roteiro era muito ruim, beirando o ridículo.


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