GeraldoMoraes_KleciusHenrique

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Capítulo III O Cinema de Seu Bataglia Fui para Palmeira das Missões quando meu pai foi nomeado prefeito. Lá comecei a tomar consciência da vida, tinha uns cinco/seis anos de idade. Depois, retornamos para Porto Alegre, mas nunca perdi o contato com o interior. Uma imagem da minha infância é a viagem de trem para Santa Maria, no Maria Fumaça. Levava horas, uma aventura para qualquer garoto. Quando chegamos a Palmeira das Missões, a cidade não tinha luz elétrica. Com a luz elétrica, claro, veio o primeiro cinema, de um italiano chamado Seu Bataglia. A usina de eletricidade ficava no alto e o cinema numa baixada da cidade. A eletricidade só era fornecida à noite e, às vezes, liberada para o cinema ou para o hospital durante o dia. A meninada comprava ingresso e ficava na frente do cinema esperando uma sirene anunciar que a energia seria ligada. A gente invadia a sala para ver filmes de faroeste e os brasileiros da época. Não lembro qual o primeiro filme que vi, mas recordo de um seriado: O Cavaleiro Vermelho, que me deu a primeira prova da importância que o cinema teve para a minha geração.

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