chorando porque não acreditavam que tinham derrotado o imbatível Brasil dentro do Maracanã. Mas este é um detalhe desimportante, num vídeo que mente descaradamente). Como se não bastasse, o manipulador João Luiz de Albuquerque desenca vou em arquivos cenas de argentinos chorando a morte de Eva Perón, igualmente um desastre nacio nal. Os espectadores do vídeo são levados a crer que a multidão argentina era formada por uruguaios, inconformados com a copa perdida no Brasil. Por que transformar argentinos em carpideiras uru guaias? Albuquerque dá uma explicação cândida: – Argentino e uruguaio de casacão e chorando é tudo a mesma coisa... (Geneton, 2000, p. 3637). 78
Mas não adianta: a copa de 1950 está perdida para sempre. Como diz Paulo Perdigão em seu livro, o Brasil pode ganhar quantas copas quiser, não ganhará jamais a copa do mundo de 1950, que disputou em sua própria casa. Contra isso, nada pode ser feito. A não ser reparações simbólicas, como são as do cinema. Outra delas aconteceu logo em 1953, com o filme O Craque, de José Carlos Burle. O longa vem sendo objeto de campanha por sua recuperação por parte de Patrícia Civelli, filha do produtor Mario Civelli. Ele utiliza cenas reais do jogo entre Corinthians e o uruguaio Olimpia, vencido pelo Timão por 5 a 2, mas, no filme, o Olimpia vira um time fictício, sintomaticamente chamado de Car rasco. E a partida, realizada no Pacaembu, torna-