Eweron de Castro

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Agora, sabe onde era o nosso teatro dentro da escola? No porão! Havia, em cada andar, várias peças em cartaz. O nosso porão era grande. Havia colunas. E não havia cadeiras! Eram fardos de feno, que eram colocados em forma de arquibancada. Mas havia coisas inusitadas. Por exemplo: onde eu estava, um dia durante o espetáculo, eu vi a Leina Crespi trocando de roupa para entrar em cena. Ela ficou peladinha na coxia. Eu pensava: – Meu Deus! Assim como eu estou enxergando, o público também está! Era um absurdo.

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E olha outra loucura: chegávamos no teatro e tínhamos que montar o nosso espetáculo, porque havia tido um outro antes. E quando terminávamos, tínhamos que tirar tudo o que era nosso rapidinho, porque tinha um Romeu e Julieta, logo em seguida. Este era da Iugoslávia. Apresentamo-nos lá os três dias. Quanto ao local onde ficaríamos hospedados, o diretor do espetáculo havia dito: – Já aluguei o local onde vamos ficar. Um dúplex no coração de Edimburgo. Quando a Patrícia e eu chegamos, o dúplex ficava no último andar de um prédio sem elevador. Vou descrever o apartamento: tinha uma cozinha, que para ser suja tinha que limpar muito. Dois quartos lotados de atores. Tinha um banheiro semidestruí­do e uma escada que subia

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