O DESIGN DE COMUNICAÇÃO E O GRAFFITI COMO MEIOSCÚMPLICES NA PERSONALIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO

Page 19

INTRODUÇÃO

1. Times Square, Nova Iorque 2008. Fonte: http://www.flickr.com/photos/aanikap/3237368782/

“The graphic sign in space has become the architecture of this landscape.” Venturi, Brown e Izenour (1977/1972)

A necessidade humana de comunicar traduz-se, nos espaços urbanos, em intervenções imagéticas que abrangem uma grande variedade formal. Oriundas de movimentos tão distintos como a publicidade, a sinalética e o graffiti, e com funções totalmente diversas, todas estas formas de comunicação encontram o seu espaço legítimo na caracterização visual das cidades. Se, por um lado, e relacionada com o fluxo populacional, se encontra omnipresente a publicidade – a sua concentração e as suas dimensões aumentam em zonas de maior movimento, densidade e monumentalidade urbana – pode, por outro, encontrar-se em toda a extensão citadina – e para lá dela – a sinalética. Certamente com uma maior densidade de instruções direccionais em acessos principais e zonas mais ocupadas da cidade, a sinalética perde a sua força – quer pela diminuição da concentração de informações, quer pela pouca manutenção dos sinais que por não serem tão utilizados visualmente se tornam como que “supérfluos” – quanto mais longe da concentração populacional, que é por norma mantida nos centros urbanos. Situado num limbo entre os espaços esquecidos e os altamente vivenciados encontra-se o graffiti. É uma ponte entre o centro e a periferia, entre os lugares de ninguém e de toda a gente. Ocupando com os seus alter-egos vândalos e imagens provocadoras superfícies que se ligam à cidade pela individualização do que é público e descaracterizado, do local de passagem que se torna assim um ponto de controversa apreciação.

1


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.