A energia necessária para retirar o primeiro elétron de um átomo é sempre menor que a energia necessária para retirar o segundo, que é menor ainda que a necessária para retirar o terceiro e assim sucessivamente, como mostrado no exemplo a seguir. Af(g)
+ 6,0 eV
+ e-
~ Af+(g)
Af+(g)
+ 18,8 eV
~ Af2+(g)
+ e-
Af2+(g)
+ 28,4 eV
~
+ e-
Af3 +(g)
~ Afinidade eletrônica A afinidade eletrônica (ou eletroafinidade) está relacionada com a tendência que um átomo isolado, no estado gasoso, tem de receber um elétron. Dessa forma, a afinidade eletrônica mede a energia liberada por esse átomo quando um elétron é adicionado à sua eletrosfera, formando um íon de carga negativa (ânion). A tendência de receber elétrons depende do tamanho do raio atômico, de modo que, quanto menor for o raio de um átomo, maior será a atração do núcleo sobre os elétrons e, consequentemente, maior será a afinidade eletrônica. Dessa forma, a afinidade eletrônica aumenta da esquerda para a direita nos
Figura 9. Representação da tendência de aumento da afinidade eletrônica na tabela periódica.
períodos e de baixo para cima nos grupos (Figura 9), como mostram as reações a seguir. Li(g)
+ e-
~ u - (g)
+ 0,5 eV
O(g)
+ e-
~ o - (g)
+ 2,5 eV
F(g)
+ e-
~ F- (g)
Cf(g)
+ e-
~ ce - (g)
Br(g)
+ e-
~ Br- (g)
+ 4, 1 eV
+ 3,8 ev + 3,6 eV
Caso julgue apropriado, explique aos alunos que não se deve confundir eletronegatividade com afinidade eletrônica, já que eletronegatividade é a tendência de atrair elétrons em uma ligação qulmica, enquanto eletroafinidade é a tendencia de atração de um elétron adicional por um átomo isolado no estado gasoso.
Entretanto, é importante lembrar que, para que um átomo receba elétrons, é necessário que sua camada de valência esteja incompleta, ou seja, que seja possível receber novos elétrons nesse nível de energia. Por isso, o conceito de afinidade eletrônica nâo se aplica aos gases nobres, que apresentam suas camadas de valência completamente preenchidas. Para adicionar um elétron na eletrosfera dos gases nobres seria necessário fornecer energia e, como vimos, a afinidade eletrônica está relacionada apenas com a energia liberada, o que nâo ocorre no caso desses elementos. A afinidade eletrônica é difícil de ser medida experimentalmente e, por esse motivo, sâo utilizados valores estimados para alguns elementos. A variação da afinidade eletrônica na tabela periódica também é similar à da energia de ionização, porém é de fundamental importância entender a diferença entre elas. A energia de ionização mede a capacidade que um átomo neutro isolado, no estado gasoso, tem de " perder" elétrons, formando cátions. Já a afinidade eletrônica mede a facilidade que um átomo neutro isolado tem de receber elétrons no estado gasoso, formando ânions. A tabela periódica dos elen1entos
133