Infertilidade Masculina associada à Doença de Hodgkin

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Biologia

Escola Secundária com 2º e 3º Ciclo Clara de Resende

[INFERTILIDADE

MASCULINA]

Doença de Hodgkin

Jorge Silva, Nº: 10 Mariana Silva, Nº: 16 Mariana Leite, Nº: 17

12ºB 14 de Outubro de 2011


Infertilidade masculina

Índice:

Introdução: .................................................................................................................................... 3 O que é a doença de Hodgkin? ..................................................................................................... 4 Causas: ...................................................................................................................................... 5 Manifestações Clínicas: ............................................................................................................. 5 Avaliação da doença e exames complementares: .................................................................... 6 Tratamento: .............................................................................................................................. 6 Radioterapia: ......................................................................................................................... 7 Quimioterapia: ...................................................................................................................... 7 Características dos medicamentos: .......................................................................................... 8 Em que medida é que a doença afecta a fertilidade? ............................................................... 8 Como contornar a situação? ..................................................................................................... 8 Conclusão: ..................................................................................................................................... 9 Bibliografia: ................................................................................................................................. 10

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Introdução: No âmbito da disciplina de Biologia, pretende explorar-se causas de infertilidade masculina (De uma forma geral, a infertilidade é o resultado de uma falência orgânica devida à disfunção dos órgãos reprodutores, dos gâmetas ou do concepto. Um casal é infértil quando não alcança a gravidez desejada ao fim de um ano de vida sexual contínua sem métodos contraceptivos). Assim sendo, no presente trabalho apresentar-se-á a doença de Hodgkin. Associado a esta doença vão expor-se as principais características da mesma, sintomas e formas de contornar a situação.

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O que é a doença de Hodgkin? (Web 1) A doença de Hodgkin ou linfoma de Hodgkin foi descoberta pelo médico inglês Thomas Hodgkin em 1832. Hodgkin foi considerado o maior patologista do seu tempo e um pioneiro na medicina preventiva. A descrição da doença foi feita num relatório intitulado “ Sobre Alguns Aspectos Mórbidos das Glândulas Absorventes e do Baço.”

Fig. 1 - Thomas Hodgkin

(Bibliografia 1) Esta doença pode ser considerada como maligna, surgindo na maior parte das vezes nos gânglios linfáticos e associa-se a células gigantes. Na verdade, podemos afirmar que a doença de Hodgkin é um cancro pois, as células do sistema linfático dividem-se sucessivamente, formando uma massa de tecido a que chamamos de tumor. Neste caso, os tumores podem ser benignos (paragranulosa de Hodgkin) ou malignos (sarcoma de Hodgkin). (Bibliografia 5) A célula cancerígena denomina-se célula de Reed-Sternberg e identifica uma única entidade patológica. No entanto, vários estudos realizados serviram para apoiar o valor clínico da doença de Hodgkin, considerando-a como uma enfermidade que pode ser variável mas de expressão minimamente previsível. A célula Reed-Sternberg apresenta características particulares ao microscópio dado que são linfócitos de grandes dimensões e com vários núcleos. A doença de Hodgkin pode ter origem em qualquer parte do corpo. Pode ocorrer num único nódulo linfático, num grupo de nódulos linfáticos, ou ainda noutras partes do sistema linfático, como a medula óssea ou o baço. Este cancro prolifera-se de forma ordenada de um grupo de linfócitos para outro. (Bibliografia 1) Fig.2 - Células de Reed-Sternberg(web4)

A doença de Hodgkin pode ser classificada de várias maneiras consoante as características microscópicas do tecido. Divide-se então da seguinte forma: 

Linfoma de Hodgkin Clássico;

Linfoma de Hodgkin predomínio linfocitário nodular;

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No entanto, ainda dentro da classificação de Hodgkin Clássico temos: 

Rico em linfócitos;

Celularidade mista;

Depleção linfocitária;

Esclerose nodular;

A manifestação deste linfoma não tem idade específica. No entanto, é mais comum manifestase entre os 15 e os 40 anos, atingindo maior frequência entre os 25 e os 30 anos. Ao longo dos últimos 50 anos, o número de Homens com este problema permaneceu estável e a mortalidade foi reduzida em 60 %, graças ao avanço nas técnicas de tratamento. (Web1) É de salientar que esta doença tem maior taxa de incidência nas pessoas de raça branca. (Bibliografia1). Causas: (Bibliografia2) Não existem causas específicas para esta doença, no entanto supõe-se que a infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) contribua na maioria dos casos. Paralelamente, a existência de perturbações imunológicas no decurso da doença sublinha a importância dos factores imunitários. Manifestações Clínicas: As manifestações da doença de Hodgkin podem ser muito variadas e também pode ser influenciadas pelo tratamento. Inicialmente o paciente pode ter febre, sentir-se fatigado e com comichões. No entanto, na maior parte das vezes a descoberta da doença baseia-se na observação de uma massa indolor em expansão no pescoço, axilas ou região Fig.3- Aumento dos gânglios (web3)

inguinal femoral. (Bibliografia1) Através de exames, verifica-se

que

essa

observação

consiste

numa

linfodenopatia indolor, com aumento dos gânglios linfáticos circundantes e um aumento de volume do baço. Uma radiografia ao tórax pode denunciar o aumento dos gânglios mediastínicos. Esporadicamente, a linfodenopatia manifesta-se pela produção de sintomas locais de dor, como: obstrução venosa ou linfática de uma extremidade, obstrução da veia cava ou estreitamento das vias respiratórias.

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A duração da linfodenopatia antes de ser diagnosticada é variável. Alguns pacientes relatam a existência desse gânglio durante vários anos ainda que aumentando e diminuindo de tamanho. Normalmente, decorrem algumas semanas a meses entre a 1ª observação do paciente e até a doença ser diagnosticada. Os quatro sinais clínicos principais desta doença, são: a presença de uma adenopatia, uma febre moderada mas persistente, uma esplenomegalia moderada e comichões tenazes. (Bibliografia2). Avaliação da doença e exames complementares: (Bibliografia1) Como qualquer doença é necessário que todos os doentes com a doença de Hodgkin sejam avaliados por médicos especialistas antes de serem tomadas quaisquer decisões terapêuticas. Após esta avaliação é importante realizar um exame do esqueleto, complementado por uma cintilografia óssea a fim de detectar lesões ósseas, frequentes nas vértebras e na pelve. Outra das medidas importantes é a biopsia da medula óssea empregando uma agulha ou técnica aberta a todos os doentes com comprometimento avançado dos gânglios linfáticos. (Bibliografia2) Para além disto efectuam-se alguns exames complementares para a avaliação da doença, como: 

A cutirreacção (investigação da alergia à tuberculina) é muitas vezes negativa nas pessoas atingidas pela doença de Hodgkin.

A contagem globular mostra uma pequena anemia. Os glóbulos brancos aumentam entre 10000 e 20000.

A punção da medula óssea permite sobretudo eliminar a eventualidade de uma leucemia.

(Bibliografia1) O exame fundamental que permite afirmar o diagnóstico é o estudo microscópico do gânglio anormal. Para tal é necessária uma pequena cirurgia de onde se extrai a totalidade do gânglio. Mais tarde, o estudo microscópio do gânglio mostra anomalias específicas da doença de Hodgkin e, muito particularmente da célula maligna, a célula de Reed-Sternberg. A importância de todo este processo está em que é com ele que se pode ditar qual o melhor tratamento, dependendo da quantidade de gânglios atingidos e se o baço é ou não tocado.

Tratamento: (Bibliografia1) O tratamento da doença de Hodgkin tem sofrido constantes alterações desde 1940. Estas mudanças resultaram dos progressos efectuados na disponibilidade e nas técnicas de radioterapia de supervoltagem, da eficácia dos agentes quimioterapeuticos. Com isto, a

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sobrevivência tem sido muito maior devido à apropriada avaliação e classificação em estados e à aplicação dos conceitos de terapia agressiva tolerável. (web5) Para uma melhor terapia classificou-se a doença em estados: 

O estado I indica que somente uma região de gânglios linfáticos está envolvida (por exemplo, o lado direito do pescoço) podendo ser tratado com radioterapia local, quimioterapia ou uma combinação de ambas.

O estado II indica o envolvimento de duas áreas de gânglios linfáticos no mesmo lado do diafragma (por exemplo, os dois lados do pescoço).

O estado III indica envolvimento de gânglios linfáticos de ambos os lados do diafragma (por exemplo, virilha e axila).

O estado IV implica a propagação do cancro para fora dos gânglios linfáticos (por exemplo, medula óssea, pulmões ou fígado) e é tratado somente com quimioterapia.

Radioterapia: Os conceitos básicos da radiação para a doença de Hodgkin foram enunciados há vários anos pelo suíço René Gilbert. Como tal, e para o sucesso desta terapia é necessário ter em conta a dose de radiação por campo, a extensão dos mesmos e a energia radiada. (Bibliografia1) Em caso de doentes de Hodgkin não convém empregar raios de quilovoltagem X pois, são apenas eficazes em lesões malignas da pele. (web1)

Quimioterapia: (web1) Foram elaborados alguns protocolos para o tratamento da doença de Hodgkin. São eles:

Fig. 2- Tratamento de Quimioterapia

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Protocolo MOPP que é constituído pelos seguintes medicamentos: Mecloretamina, Vincristina (ambos por via intravenosa), Prednisona e Procarbazina, sendo estes administrados por via oral.

Protocolo ABVD que é constituído pelas: Adriamicina, Bleomicina, Vimblastina e Dacarbazina (administradas por via intravenosa).

O Protocolo C-MOPPABV inclui: Ciclofosfamida (via intravenosa), Mecloretamina, Vincristina, Procarbazina, Prednisona, Adriblastina, Belomicina e Vimblastina.

Protocolo Stanford V: Doxorrubicina, Vimblastina, Mostarda nitrogenada, Vincristina, Bleomicina, Etoposide e Prednisona. (via oral)

Protocolo BEACOPP: Bleomicina, Etoposido, Doxorrubicina, Ciclofosfamida, Vincristina, Procarbazina e Prednisona.

Características dos medicamentos: (Bibliografia1) Ciclofosfamida-possui uma menor toxicidade na formação das plaquetas. Vinblastina- Há uma pouca ou nenhuma depressão da plaquetometria. Procarbazina- A sua toxicidade medular afecta todos os elementos figurados. Em que medida é que a doença afecta a fertilidade? (web2) A doença de Hodgkin não provoca infertilidade. Contudo, é o seu tratamento que provoca este incómodo na vida dos pacientes, uma vez que este tipo de tratamentos causa a diminuição das células precursoras dos espermatozóides e alteram também os mecanismos intratesticulares da espermatogénese. É de salientar que este problema não se aplica só à doença de Hodgkin, mas sim a qualquer doença onde seja necessário este tipo de tratamento.

Como contornar a situação? (web2) Actualmente, e com o avanço tecnológico que nos é permitido, a infertilidade pode ser um problema com solução. Vejamos, qualquer paciente antes de se submeter a qualquer tipo de tratamento pode ser encaminhado para uma consulta na Medicina de Reprodução, onde será aconselhado das diferentes técnicas já existentes, como por exemplo: Inseminação Artificial ou IUI (Intra-Uterine Insemination), Fertilização in vitro ou IVF (In Vitro Fertilization), ICSI (Injecção Intracitoplasmática de Espermatozóides). Por outro lado, o homem pode dirigir-se ao Banco de Esperma onde poderá congelar os seus espermatozóides, de modo a que estes se mantenham viáveis.

Fig. 3-Banco de Esperma (Cartoon)

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Conclusão: Pode utilizar-se o provérbio popular “Às vezes não se morre da doença mas sim da cura “ como conclusão deste trabalho pois, neste caso o tratamento (através de radioterapia e quimioterapia) não leva à morte mas congestiona a vida das pessoas dado que provoca infertilidade. Contudo, e ainda que este não seja um problema previsível mas que pode ser evitado, quando surgem casos como o estudado, existem muitos tipos de tratamento de fertilidade, como: a FIV, ICSI, entre outros. Considerações gerais: No entanto, mais devia ser feito para que todas as populações estivessem mais informadas à cerca destas novas técnicas, mesmo que nunca viessem a sofrer de qualquer problema. Ao haver um conhecimento prévio, as pessoas têm mais capacidade de raciocínio, pois se tiverem de enfrentar uma situação de doença vão sentir-se certamente mais frágeis, com menos capacidade de enfrentar os problemas e por isso não irão ponderar todas as hipóteses a que têm direito. Como o avanço da Medicina a este nível (das técnicas de fertilização), não tem sido acompanhado pelas sociedades e por isso, a infertilidade ainda seja considerada um “grave” problema.

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Bibliografia: 1) BEESON Paul,” Tratado de Medicina Interna”, 2º Volume, Editora Interamericana, rio de Janeiro, (1975). 2) BERNARD Jean “Grande Enciclopédia Médica”, 3º Volume, Lisboa, Editora Verbo, (1978). Web: 1) Wikipédia 2) http://www.oncoguia.com.br/site/interna.php?cat=49&id=219&menu=4 3) http://www.infoescola.com/doencas/linfoma/ 4) http://www.projekt-koni.de/infos/2/4?langId=1 5) http://www.roche.pt/sites-tematicos/linfomas/index.cfm/o_que_e/linfomanao-hodgkin/

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