343 48 Doenças da aorta das rupturas ocorrem na superfície posterior da aorta e o sangue extravasa para o espaço retroperitoneal, onde o hematoma fica contido nos estágios iniciais, o que aumenta as chances de sobrevivência.
A maioria dos pacientes com rupturas de AAA tem no mínimo hipotensão transitória, que evolui para choque ao longo de algumas horas. Em alguns casos, a ruptura é contida tão eficazmente dentro do retroperitônio que os sintomas podem persistir por dias ou semanas, embora o paciente não tenha hipotensão. Os pacientes com “rupturas contidas” crônicas podem ser difíceis de diagnosticar, porque seus sintomas comumente simulam distúrbio inflamatório agudo. Embora a apresentação clássica da ruptura de AAA inclua dor abdominal ou lombar, hipotensão e massa abdominal pulsátil, as três manifestações clínicas são evidenciadas em apenas 26% dos pacientes com rupturas comprovadas. Perda temporária da consciência é sinal potencialmente importante de ruptura de AAA, porque ocorre em combinação com dor em 50% dos pacientes e é o único sintoma em 17% dos casos de ruptura de AAA.
Figura 48.5 Massa abdominal pulsátil (mesogástrio) em paciente magro – aneurisma de aorta infrarrenal. O sinal de Debakey: positivo quando, à palpação constata-se que a dilatação atinge o nível do gradeado costal (comprometimento dos ramos viscerais).
Com muito mais frequência, os AAA podem causar sinais e sintomas não relacionados com a ruptura. Em casos raros, AAA volumosos causam sintomas atribuídos à compressão local, como saciedade precoce, náuseas ou vômitos causados pela compressão do duodeno; sintomas urinários secundários à hidronefro-
se por compressão dos ureteres; ou trombose venosa por compressão das veias cava e ilíacas. A erosão posterior dos AAA para dentro das vértebras adjacentes pode causar dor lombar. Mesmo que não haja envolvimento ósseo, os AAA podem causar dor lombar ou abdominal crônica difusa e mal definida. Os sintomas isquêmicos agudos podem ser atribuídos à embolização distal dos detritos trombóticos contidos no AAA, o que parece ser mais comum aos AAA menores, principalmente se os trombos intraluminares forem irregulares ou estiverem fissurados. A trombose aguda dos AAA é rara, mas causa isquemia catastrófica comparável a qualquer obstrução aórtica aguda. A embolia é mais comum que a trombose aguda dos AAA, mas as duas combinadas ocorrem em menos de 2-5% dos pacientes com AAA.
Figura 48.6 Tomografia computadorizada de abdome com contraste: aneurisma de aorta abdominal infrarrenal (seta). Veia mesentérica superior (origem da veia porta)
Parede abdominal anterior
Piloro
Pâncreas Veia esplênica
Fígado
Tronco celíaco Aorta abdominal
Disco intervertebral
Artéria mesentérica superior
Veia renal esquerda
Lobo hepático esquerdo Fissura do ligamento redondo
Estômago
Pâncreas (corpo) Cólon transverso (próximo da flexura esplênica)
Lobo quadrado do fígado Vesícula Lobo hepático direito
Veia esplênica
Processo uncinado do pâcreas
Cólon descendente Jejuno Glândula adrenal esquerda Baço
Porção descendente do duodeno (2ª) Corpo vertebral
Artéria mesentérica superior
Veia cava inferior
Aorta
Glândula adrenal direita Pilar diafragmático direito Veia renal esquerda
Figura 48.4 USG abdominal evidenciando aorta (corte longitudinal).
Pilar diafragmático esquerdo Musculatura paravertebral
Figura 48.7 Tomografia computadorizada de abdome – exame normal.
SJT Residência Médica – 2016