ções imersivas de 360º — um gigantesco mural-panorama com 250 metros de paisagem — e com mais de 20 metros de altura, com projecções de pinturas dinâmicas Sansui a tinta. Para além disso, as pessoas caminhavam sob enormes dragões voadores que dominavam o tecto que consistia num ecrã LED gigante de 23 m de largura e com o comprimento de dois campos e meio de futebol — imaginem!! Provavelmente, não foi por acaso que Shaw e Tosa desenvolveram os seus mundos imagéticos nesta altura, pois nunca o mundo das imagens tivera sofrido alterações a um ritmo tal como nas últimas décadas. As imagens eram outrora raras e excepcionais, reservadas principalmente para rituais religiosos; mais tarde, passaram a pertencer ao domínio da arte e depois de museus e galerias. Actualmente, na era do cinema em 3D, da televisão por cabo, da internet de alta velocidade, somos apanhados numa «matrix» de imagens. As imagens estão a avançar para novos domínios: a Revolução da Internet com gigantes como o Youtube ou o Flickr, com os seus biliões de uploads, ou o Facebook com os seus 1.5, ou mais, biliões de membros, são actualmente os maiores arquivos de imagens do mundo. A televisão, agora em 3D, tornou-se num campo animado com milhares de canais — e, tal como sabemos, também as experiências em 3D deram origem ao renascimento no cinema. Os ecrãs de grande projecção invadem as cidades; as fachadas dos edifícios são exibidas com imagens em movimento, recriando o velho sonho de arquitectura falante; a cirurgia é cada vez mais auxiliada por imagens, as guerras utilizam drones que matam através de imagens telemáticas; o Google Street View e o Google Earth revolucionam os conceitos de espaços de imagem panorâmica, incluindo as visualizações de satélite, por exemplo, do Centro para a Ciência da Imagem, da Universidade do Danúbio, no Göttweig3. Estamos perante a ascensão da imagem como imagem espacial e virtual. Estas imagens parecem ser capazes de mudar interactivamente ou até mesmo «autonomamente» e de criar uma esfera natural, abrangente, audiovisual e sensorial, onde os parâmetros temporais e espaciais podem ser alterados como se quiser. Tudo isto, mais propriamente a visualização, requer uma até então desconhecida base material: o Google serve, por exemplo, um milhão de utilizadores em uma dúzia de países, até mesmo por mar, e processa 24 petabytes de conteúdo gerado pelos utilizadores por dia. Como sabemos, os artistas dos média visuais estão actualmente a configurar grandes áreas díspares, como a instalação de arte baseada no tempo, a arte da telepresença, a arte genética e biológica, a robótica, a arte da internet e a arte espacial, utilizadas em nanotecnologia, na arte artificial (A-life art), através da criação de agentes virtuais ou avatares, realidades cruzadas e arte em bases de dados. Tais trabalhos artísticos representam e reflectem o desenvolvimento revolucionário pelo qual a imagem passou nos
40
consisting of a gigantic LED display, by 23 m wide and as long as 2 and a half football fields – imagine!! Not by chance probably, Shaw and Tosa develop their image worlds in this time. Since never before has the world of images changed at such a pace as over the last decades. Images were once exceptional and rare, reserved mainly for religious rituals; later, they were the province of art, then of museums and galleries. Today, in the age of 3D-cinema, television on demand, and High-Speed internet, we are caught up in a matrix of images. Images are advancing into new domains: the Internet Revolution with giants like YouTube or Flickr with it’s billion uploads or Facebook with its 1,5 or more billion members are now the largest image archives in the world. Television, now in 3D, became a zappy field of thousands of channels — and 3D experiences as we know a renaissance in Cinema as well. Large projection screens enter cities, buildings’ surfaces meld with moving images, recreating the old dream of talking architecture, surgery becomes more and more image-guided, drone war kills through telematic imagery and Google StreetView and Google Earth revolutionise concepts of panoramic image spaces including Satellite views, for example, of Danube’s Center for Image Science in Göttweig.3 We are witnessing the rise of the image into a virtual spatial image. These are images which appear capable of changing interactively or even ‘autonomously’ and of formulating a life-like, all-embracing audiovisual and sensory sphere where temporal and spatial parameters can be altered at will. All this, let’s say visualization, requires a so far unknown material base: Google runs for example 1 Mio Servers in a dozen countries even on the ocean and processes 24 PetaByte of user generated data per day. We know that media artists today are shaping highly disparate areas, like time based installation art, telepresence art, genetic and bio art, robotics, Net Art, and space art; experimenting with nanotechnology, artificial or A-life art; creating virtual agents and avatars, mixed realities, and database-supported art. These artworks both represent and reflect the revolutionary development that the image has undergone over the past years. Let me name a few artworks, which stand for the multifarious potential of media art: On the path leading toward installation based digital art, Charlotte Davies transports us with Osmose or Éphémère — already classics — into a visually powerful simulation of a lush mineral-vegetable sphere. A bodyintimate interface makes the experience very suggestive. Eduardo KACs raises with Genesis open-ended questions about the complicated ethical issues involved in the manipulation of DNA. a terceira imagem | the third image