Caso de Sucesso entrevista
De empregado a empresário: Bergamin à frente da Konyk Saído do interior, Jose Carlos Bergamin conta como de vendedor de loja se tornou o dono de uma das marcas mais conceituadas do Estado
O
tino comercial já estava no sangue desde os 11 anos de idade. Jose Carlos Bergamin, empresário há apenas duas décadas, dono da indústria de confecções da marca Konyk, disse que foi a motivação, aliada à criatividade, que gerou excelentes resultados e assegurou o seu sucesso. De família humilde e descendente de italianos, ele foi um trabalhador incansável. Nascido em Resplendor, Minas Gerais, por “descuido”, brinca ele, veio para a zona rural de Vila Valério com meses de vida. Bergamin morava em uma fazenda e foi estudar o primário no Centro da cidade aos 11 anos. Conseguiu ainda um emprego na mercearia local. “Mas meu desejo era ser vendedor de um comércio melhor. Então fui trabalhar na loja de tecidos Dit, quando estava com 14 a 15 anos”, conta. A partir daí, ele foi promotor de vendas, supervisor e depois, aos 26 anos, desenvolveu um novo negócio para empresa. A Dit passou a atuar como rede de magazines de moda em Vitória, onde o negócio foi muito bem-sucedido. “Eu implantei o primeiro cartão de crédito em loja no Espírito Santo. Era tido como muito criativo, erámos bastante arrojados com o nosso modelo de negócio, e me tornei o ícone do varejo capixaba de 1978 até a década de 90”, orgulha-se. Paralelo ao trabalho de executivo, Jose Carlos Bergamin, junto com a esposa, Iná Maria Mendes Bergamin, abriu seu próprio negócio. “Produzíamos um lote de roupa, e alguém vendia”. Depois de uma carreira de executivo brilhante na Dit, decidiu em 1989 abrir o seu próprio negócio. Hoje os dois filhos, Jose Carlos Bergamin Filho e Roberta Mendes Bergamin Rocha, que acompanharam o trabalho dos pais desde pequenos, ajudam a conduzir a Konyk.
O sucesso foi tão grande que a marca começou a vender para as lojas capixabas, depois para outros estados. Foram abertas ainda uma loja em Copacabana e uma pronta-entrega em Petrópolis, no Rio de Janeiro. O empreendedor foi mais longe: decidiu exportar e explorar os mercados de Portugal e da Espanha. Com a ascendência das classes C e D, que começaram a aumentar seu poder de consumo, retornou e reposicionou o produto no Brasil. “No início era um negócio pequeno, ainda não consolidado com a sua proposta de entrega. Começamos com a moda infantil e nos tornamos especializados em moda masculina. Mas, já na virada de 2000, reformatamos todo o negócio com uma estrutura mais arrumada e o processo criativo na indústria mais desenvolvido. Passamos a trabalhar com pesquisa e coleções temáticas”, disse Bergamin. O Grupo Konyk possui hoje um parque fabril adequado e moderno para fabricação e comercialização das peças, onde atende a demandas internas e externas. No começo eram cinco funcionários, que ocupavam apenas 80 m² de um terraço em Vitória. Atualmente são 1,8 mil m² tomados por 210 colaboradores diretos e vários indiretos. Com um crescimento anual de 20%, a rede conta com 22 lojas regionais, vende para multimarcas em 17 estados do Brasil e abriu franquias em Teixeira de Freitas, na Bahia, e em Governador Valadares, Minas Gerais, já planejando instalar outra no Vale do Aço, em Ipatinga. Na visão empresarial de Bergamin, o sucesso parte de alguns fundamentos: “Entender o que se faz; aplicar todas as energias e inteligência no seu negócio e por último associar-se a colaboradores comprometidos ao seu empreendimento e à sua entrega de valor. Nunca considerar que você alcançou o seu ponto máximo”, ensina.
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