Revista Goiás Industrial nº 261

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CAMINHOS PARA

REACENDER O INVESTIMENTO

Desaba participação no PIB

gerou uma grande dificuldade para as empresas brasileiras, porque também nós não avançamos naquela grande agenda da competitividade que precisávamos desde meados da década passada”.

diretas entre empresas e funcionários. O custo do crédito, exacerbado pela política de juros altos no Brasil, continua distante dos custos de capital nos mercados internacionais, desestimulando investimentos produtivos, aqui dentro, e afetando mais uma vez de forma negativa a competitividade da indústria.

A indústria chegou a responder, há duas décadas, por um quarto de todas as riquezas que o País produz, mas teve sua importância relativa reduzida para apenas 13% mais recentemente, aponta Avanços em ritmo lento Flávio Castelo Branco, da CNI, numa reO centro do chamado “custo tração bastante drástica para um período Brasil”, no diagnóstico da CNI, envolve as tão curto de tempo. Esse movimento não deficiências no setor de infraestrutura, o Roosewelt Pinheiro/ABr corresponde a um processo natural de sistema tributário e sua carga excessiva perda de espaço da indústria para o setor de obrigações e exigências, relações trade serviços, como ocorre nas economias balhistas e o custo do financiamento no mais avançadas. País. Os avanços na infraestrutura, que “No Brasil, isso está ocorrendo de ajudariam a reduzir os custos logísticos, uma forma muita intensa e precoce, o ocorrem muito lentamente e a burocracia que faz com que tenhamos uma indústria tributária impõe custo elevado às operamenor do que poderíamos ter”, sustenta ções industriais, ataca Castelo Branco, Castelo Branco. Não há uma causa única, para quem as relações do trabalho repremas um conjunto de fatores para explicar sentam um “problema quase tão grande como se chegou à crise atual na indústria, quanto o da tributação”. que determina o baixo de crescimento da Em sua avaliação, “as relações entre economia como um todo e, mais particuempresas e trabalhadores ficam muito dominadas por uma legislação pesada, larmente, a retração do investimento do Flávio Castelo Branco: participação da que só assegura direitos e custos e ofereméstico. “A economia internacional não indústria no PIB, que chegou a ser de 25% há duas décadas, agora baixou para apenas 13% tem sido favorável desde a crise de 2008. ce pouca flexibilidade” para negociações Mas a razão principal de nossas dificuldades PRODUÇÃO CAI LADEIRA ABAIXO está dada mesmo pelo (Variação em relação ao mesmo período do ano anterior em %) lado interno da economia”, declara ele. Fev Para ele, o País não dispensou a atenção devida “à agenda Indústria geral da competitividade”. A Nov razão para as dificuldaSet des que o setor industrial brasileiro enfrenta Outt O Ou para competir, prosAbr segue Castelo Branco, Jun AAgo deve ser associada ao Dez forte aumento dos custos industriais, incluindo especialmente Jull Ju Mar os custos salariais, Mai sem o correspondente aumento da produtividade. “A produtividade Fonte: Iedi/IBGE está estagnada e isso

GOIÁS INDUSTRIAL // Dezembro 2014 //

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