SENAR - Relatório de Atividades 2011

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Depósito legal na CENAGRI, conforme Portaria Interministerial n.164, datada de 22 julho 1994, junto á Biblioteca Nacional e SENAR-PR. Esta publicação poderá ser reproduzida, por qualquer meio, desde que citada a fonte.

Catalogação no Centro de Editoração, Documentação e Informação Técnica do Senar-Pr.

S462

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Administração Regional do Estado do Paraná.

De olho no futuro / Serviço Nacional de Aprendizagem. Administração Regional do Estado do Paraná. – Curitiba : SENAR-Pr., 2011. – 84 p. ISBN 1. Relatório de atividades. 2. Agricultura-Paraná. 3. Formação profissional rural. 4. Promoção social. I. Título.

CDU633/635

CDD630

IMPRESSO NO BRASIL – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA


CURITIBA SENAR-PR 2011

De olho no futuro SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL Administração Regional do Estado do Paraná


SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL Administração Regional do Estado do Paraná

Conselho Administrativo Presidente Ágide Meneguette Membros Titulares Rosanne Curi Zarattini Wilson Thiesen Darci Piana Ademir Mueller Membros Suplentes João Luiz Rodrigues Biscaia Nelson Costa Ari Faria Bittencourt Marcos Junior Brambilla

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Conselho Fiscal Sebastião Olímpio Santaroza Luiz de Oliveira Netto Jairo Correa de Almeida Membros Suplentes Ciro Tadeu Alcântara Lauro Lopes Mario Plefk Superintendente Ronei Volpi

Gerentes Denize L. B. de Souza Gerência Administrativo/Financeiro Elcio Chagas da Silva Gerência Técnica Henrique de Salles Gonçalves Gerência Planejamento


Edição de Textos Cynthia Calderon Hélio Teixeira Oswaldo Petrin Revisão Cynthia Calderon, José Carlos Gabardo, supervisores e gerência técnica

Fotos Alfredo Jorge Fernando Santos Lineu Filho

Expediente

Textos Christiane Kremer Hemely Cardoso Katia Santos Oswaldo Petrin

Projeto Gráfico, Diagramação, Ilustrações e Capa Alexandre Prado Coordenação de Comunicação Social Cynthia Calderon Realização Comunicação Social do Sistema FAEP

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Balanço Geral

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10 Pato Branco

Guarapuava

Editorial

Irati

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Matelândia

Francisco Beltrão

SENAR-PR

Sumário

Ponta Grossa

Curitiba

13 17

21 25

29

12 33 37


69 Indicadores

Satisfação do Cliente

57 Regionais

Umuarama

Londrina

Santo Antônio da Platina

53

Paranavaí

65 Sumário

Campo Mourão

Pitanga

Assis Chateaubriand

45

Resultados

Mandaguaçu

41 49

61 73

74 76

78

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Na vanguarda da capacitação

O

relato de alguns casos de sucesso que tiveram origem nos cursos do Senar-PR Paraná é uma forma de retratar o impacto que nossa instituição tem no meio rural. Relatar todos eles daria uma colossal biblioteca. Cada um deles tem o condão de mostrar como o Senar-PR Paraná atua e os seus resultados positivos tanto para as famílias, como

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para a economia e a sociedade. Há 18 anos o SENAR-PR vem cumprindo esse papel. Difícil estabelecer um valor para a ação dos cursos do Senar-PR no desenvolvimento do Estado, mas certamente não tem sido desprezível. Ao contrário, temos a consciência de que nossa participação além de altamente positiva é também significativa.


Editorial Basta mencionar que o Senar-PR entregou mais de um milhão de certificados a trabalhadores e produtores rurais que passaram por seus cursos de capacitação, além de promover programas de grande importância social, como o Agrinho, o Mulher Atual e o Jovem Agricultor Aprendiz. A leitura dos casos de sucesso e as estatísticas

no final da publicação são provas do acerto de nosso planejamento estratégico, cumprimento da função social e da disposição de procurar estar sempre atualizando nossos programas de tal forma que o Senar-PR se mantenha na vanguarda da capacitação profissional rural. Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP

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C

ompletar 18 anos deu ao SENAR-PR em 2011 segurança para um balanço de suas ações revendo sua trajetória e repensando o seu futuro. O planejamento estratégico, criado há dois anos, foi revisto trazendo novos programas e cursos mais densos tendo como preocupação a formação continuada. O SENAR-PR capacitou 212.408 pessoas em 10.780 cursos em 2011, tanto na área de formação profissional rural quanto em promoção social. Números que mostram a consolidação do SENAR-PR nos 399 municípios paranaenses e lhe conferem a liberdade de alçar novos voos em busca de projetos inovadores sempre na dianteira da história. Mudanças que acabaram reverberando como uma pedra jogada no lago, atingindo a todos que direta ou indiretamente se relacionam com o SENAR-PR. Foi o que aconteceu quando o planejamento estratégico foi repensado e o Plano Estratégico de Mobilização (PEM) passou a influenciar todos os setores envolvido com

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agricultura nos municípios que foram convidados para discutir os cursos. Em muitos casos, essas reuniões contribuíram para melhorar a maneira como o município pensa seu planejamento. Para executar um plano de trabalho baseado na realidade, o primeiro passo do SENAR-PR foi a realização de uma pesquisa com os seus clientes. Sindicatos e produtores foram consultados e o resultado atestou que o caminho que está sendo trilhado é correto: temos que continuar investindo em pessoas. Não é a toa que para 2012 estão previstos cursos voltados a gestão: da propriedade, de pessoas etc. pois os desafios são permanentes. O aumento da competitividade, a modernidade da agricultura com uma produção cada vez mais tecnificada exigem programas mais consistentes, focados nas cadeias produtivas, que levem a profissionalização com o conhecimento o mais abrangente possível da área escolhida. O planejamento prevê menos volume e mais carga horária. Não é uma ruptura, mas a preocupação em inovar atendendo a


Balanço Geral exigência de tecnologia e educação continuada. Seguindo este pensamento, um dos desafios para 2012, é a requalificação dos profissionais do agronegócio como por exemplo a mudança do perfil dos profissionais do setor sucroalcooleiro. Grande parte dos trabalhadores serão requalificados nos próximos anos. Agricultura de precisão é uma das novidades disponível a partir do próximo ano. O objetivo é fornecer ao produtor rural práticas mais eficientes com a gestão de todo o processo produtivo. Acompanhando as mudanças ocorridas no mundo e a importância que a internet adquiriu, em 2011 o SENAR-PR iniciou projetos piloto de Educação à Distância (EAD), desenvolvidos dentro do Programas Agrinho, Empreendedor Rural e Metodologia de Formação Profissional Rural. Foram duas turmas com quase 50 participantes ao todo de instrutores que ingressaram no Sistema e tiveram capacitação em formação pedagógica.. Os instrutores do Empreendedor Rural tiveram

uma capacitação específica. Assim como os egressos do Programa Empreendedor Rural concluíram sua primeira turma. No Agrinho foram mais de dois mil professores das redes pública e privada de ensino do Paraná, em 94 turmas, participaram do projeto de EAD. Para 2012, a proposta é ampliar as vagas e consequentemente atender um público maior. Nessa mesma onda de reverberação, com uma atuação mais conjunta entre os parceiros, públicos e privados, nasceram três projetos-piloto que estão em andamento, durante o Fórum dos Promotores do Agronegócio Parananese. Quando pensamos nossos cursos o fazemos de forma a contribuir para que o trabalhador e o produtor rural planejem seu negócio. Tudo isso de olho na formação integral da família rural buscando a melhoria da qualidade de vida e o pleno exercício da cidadania. Ronei Volpi, Superintendente do SENAR-PR

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SENAR-PR 12

Desenvolver ações de Formação Profissional e atividades de Promoção Social voltadas para a família rural, contribuindo com sua profissionalização, integração na sociedade, melhoria da qualidade de vida e pleno exercício da cidadania.

Ser reconhecida como uma Instituição de referência pelo dinamismo, pela criatividade e qualidade de suas ações de formação.


Curitiba

Promoçãosocialerendapara pequenos agricultores

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urante anos, a pequena Adrianópolis, no Vale da Ribeira, viveu da exploração de um mineral que levou riqueza a poucos e deixou uma infeliz herança a muitos: o chumbo. Ao fechar suas portas em 1995 a mineradora Plumbum levou as poucas alternativas de trabalho no município. Foi a agricultura, segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES) que gerou R$ 79,1 milhões de Valor Bruto Nominal da Produção Agropecuária em 2010 no

município de 6.374 habitantes (IBGE 2010). Como a topografia da região é difícil, onde, segundo seus habitantes “se planta no tiro e se colhe no laço”, o preço baixo da terra atraiu grandes reflorestamentos, usuário de pouca mão de obra. É em busca de alternativas que o SENAR-PR mantém uma parceria com a Prefeitura capacitando pequenos produtores rurais para participarem de dois projetos: “Célula do Mel”, que envolve 18 famílias, que vivem da agricultura de subsistência e “Arte em ação”, voltado para o artesanato.

Adrianópolis

• Adrianópolis • Agudos do Sul • Almirante Tamandaré • Antonina • Araucária • Balsa Nova • Bocaiúva do Sul • Campina Grande do Sul • Campo do Tenente • Campo Largo • Campo Magro • Cerro Azul • Colombo • Contenda • Curitiba • Doutor Ulysses • Fazenda Rio Grande • Guaraqueçaba • Guaratuba • Itaperuçu • Lapa • Mandirituba • Matinhos • Morretes • Paranaguá • Piên • Pinhais • Piraquara • Pontal do Paraná • Quatro Barras • Quitandinha • Rio Branco do Sul • Rio Negro • São José dos Pinhais • Tijucas do Sul • Tunas do Paraná

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Curitiba O mel vai garantir a realização do sonho de independência de Dona Rosa e “Seu Toninho”

O projeto do mel foi lançado em outubro de 2009, 38 famílias aderiram, com o tempo o número diminuiu, mas a produção dobrou: de 4,8 mil quilos em 2010 para 9.000 quilos em 2011. Toda a produção já foi comercializada com a Associação Paranaense de Apicultores (APA). “Pra gente o que importa é a continuidade do trabalho. As famílias que continuam descobriram sua afinidade”, revela a secretária municipal de Assistência Social, Karoline Crevelin. A cada três meses, o instrutor do SENAR-PR retoma os encontros para ajustar a técnica de produção do mel e repassar novos procedimentos e informações. “Foi uma estratégia que precisamos adotar, pois repassar um grande volume de informações de uma só vez, não haveria assimilação e provocaria desistências. Assim, os encontros funcionam como acompanhamento, supervisão e conseguimos manter o vinculo”, completa Karoline. Participam do projeto do mel cinco produtores de cinco comunidades: Laranjal, Varginha, Tatupeva, João Surá e Colônia Sete Barras. A Prefeitura garante a entrega da produção na sede da APA, que

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faz a pasteurização e certificação federal do mel. O município também colabora com o transporte dos produtores para eventos de comercialização fora da cidade. O quilo do mel produzido em Adrianópolis é vendido a R$ 8,00.

‘Meio nervosinhas’ A ONG SOS Ribeira também é parceira e repassou um subsídio de R$ 15 mil para o programa, que foram aplicados na compra de centrífugas, macacões, botas, peneiras, desperculador (um tipo de garfo usado para raspar as paredes das colméias), baldes e bacias. O casal Rosa Rodrigues, 59 anos e Antonio Borges de Lima , 63 anos, da comunidade Tatupeva, está investindo tudo na nova atividade, iniciada com três caixas de abelhas, hoje está com oito e pretende chegar a 16 caixas. “Gosto de lidar com abelhas, elas são meio nervosinhas, mas eu gosto. Elas não tiram o tempo da gente, dá para conciliar outras atividades, o importante é cuidar todo dia”, revela “Seu Toninho”. As abelhas embalam o sonho do casal em mo-


Curitiba Karoline: Com o SENAR-PR encontramos uma estratégia de trabalho

Georgina Taborda: “Enxerguei uma oportunidade nova com o mel”

rar numa chácara própria de 37 hectares, cravada no meio de um dos morros que cercam a região. “Quero transformar o mel na base da minha renda e para isso preciso produzir mais”, diz. Além da esposa, ele conta com o apoio técnico do filho Celso de Almeida Lima, 30 anos, formado há dois em Agronomia pela Universidade Federal do Paraná. “Ele é o primeiro da família a ter diploma é um orgulho pra gente”, conta a mãe.

do é certo”, afirma, que é “freguesa” dos cursos do SENAR-PR (ervas medicinais, produção artesanal de alimentos - peixe e fruticultura).

Vencendo o medo Ao embarcar na apicultura, Georgina Taborda teve que vencer o primeiro desafio: o medo de abelhas. “Antes a gente lidava só com a lavoura, mas enxerguei uma oportunidade nova. No dia do curso, quando eles abriram as caixas, deu um medo quando veio aquele enxame”, diz. Ela já perdeu o medo das abelhas, agora seu alvo são as formigas. Quando começou seu projeto, ela formou cinco caixas, mas as formigas liquidaram duas delas. E ela fornece uma receita: “Para atrair mais abelhas, lavo as caixas novas com uma mistura de álcool, própolis e capim-limão. O resulta-

Arte em ação Famílias incorporadas ao Programa Bolsa Família, do governo federal, participam do projeto “Arte em Ação”, da Prefeitura. São 40 agricultoras e donas de casa que trabalham com matéria-prima abundante na região - fibra de taboa e de bananeira. Neste projeto as mulheres aprendem a extrair da natureza o material de trabalho e tratar as fibras. São mais de dez técnicas diferentes de cestaria (xadrez, coladinha, trança de quatro, de nove, etc.) e a cada encontro são mesclados os trançados e aperfeiçoados. A estratégia do município para manter as mulheres no projeto são cursos trimestrais. “Ficamos empolgadas com a presença constante da instrutora. A cada encontro podemos avaliar nossos avanços e progressos”, diz Maida Ferreira Ribeiro de Lima, viúva, mãe de dois filhos e moradora da comunidade Porto Velho, a 35 km do centro de Adrianópolis. “Arte em ação” já resultou em cinco cursos e

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Curitiba Pequenas agricultoras em mais um curso de cestaria na comunidade rural “Comunidade das Moças”

quatro viagens (Florianópolis (SC), Iguape e Itaóca (SP) e Curitiba) para comercialização. A viagem é patrocinada pela prefeitura que também dá espaço na feira de natal. “Estamos negociando com o Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar) para que o grupo tenha um espaço permanente de exposição e venda na sede da instituição”, diz a secretária municipal de Assistência Social. Além da geração de renda, a participação no grupo permite que as integrantes deem os primeiros passos do associativismo. “Estamos organizando nossa associação, porque o trabalho em grupo anima. Quando tento trabalhar sozinha acabo ‘brigando’ com a fibra. Vamos partir para novos produtos como bambu e argila. E claro, contamos com o SENAR-PR”, conta Celina de Lima. Na ‘Comunidade das Moças’, distante 40 km do centro da sede do município, a líder comunitária Maria Aparecida Santos de Pontes, 53 anos, afirma que foi com o SENAR-PR que aprendeu a aproveitar a bananeira de várias formas. “Antes a gente cortava os cachos e jogava o resto fora. Agora não, a gente aproveita também o ‘tronco’ de onde tiramos

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a renda e a fibra”, explica. Como líder, Maria Aparecida quer negociar com a prefeitura a extensão do curso de bambu para os meninos da comunidade, mas para isso é necessária a compra de ferramentas. “Queremos trabalhar com a produção de móveis e para isso queremos os jovens daqui fazendo as estruturas. Assim teremos trabalho para todo mundo”, finaliza. Entre tapetes, jogo americano, esteiras, cestas, fruteiras, chapéus, pufes e chaveiros o produto mais procurado e vendido é o chapéu. Ele pode ser trançado ou costurado misturando taboa e fibra de bananeira. Moradora do bairro dos Roques de Adrianópolis, Zeni Terezinha Freitas Pedrosa, 46 anos, viu no curso de artesanato um estimulo para sua volta à escola. “Na primeira feira em que participei, cortei um dobrado para fazer o troco da freguesia. Recebi uma encomenda grande de chapéus e podia ter ganho mais se soubesse fazer bem as contas, por isso voltei a estudar. Fiz a Educação de Jovens e Adultos (Eja) até a 4ª série e agora estou me preparando para fazer a prova da 5ª série. Tenho unido o útil ao agradável”, finaliza.


Ponta Grossa

Castro uma referência em leite

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olonizado em cima do rastro de animais, o município de Castro (67.084 habitantes IBGE 2010) foi passagem obrigatória para os tropeiros que iam de Viamão, no Rio Grande do Sul, até Sorocaba em São Paulo. O clima subtropical na região dos Campos Gerais e as grandes pastagens foram os atrativos para a colonização que edificou a terceira cidade mais antiga do Estado, em 1778. Entre os anos de 1951 e 1954, famílias holandesas chegaram a Castro com as ferramentas do seu país, tratores, implementos agrícolas e animais. Formouse a colônia e a Cooperativa Castrolanda. Nas mais de 90 comunidades espalhadas, entre elas , Socavão, Tabor, Abapan, Tronco, São Luiz do Machado, Serra do Apon, Imbuial, Guararema, Cercado, Lago, Pedras, Fundão e Aparição, a topografia do município apresenta duas características. De um lado

está a Castrolanda, com grandes propriedades planas que concentram a atividade leiteira, soja, milho e feijão. Do outro, áreas pequenas e ondulada, onde a maioria pratica a agricultura familiar. As terras planas foram o chamariz para a imigração holandesa que contribuiu para o desenvolvimento da atividade leiteira, carro-chefe da economia castrense. Dados divulgados pelo IBGE mostram que a produção atingiu 181milhões de litros de leite em 2010 - a maior bacia leiteira do país. Ao lado do leite, aparece o binômio soja e milho, com 79 mil hectares e 27 mil hectares, respectivamente. As lavouras de feijão e batata somam 15 mil hectares e 1.710 hectares. A Secretaria de Agricultura estima que 350 famílias vivem da agricultura familiar. E é neste cenário que atua o Sindicato e o SENAR-PR, levando o conhecimento e qualificação a trabalhadores e produtores rurais.

Castro

• Arapoti • Carambeí • Castro • Imbaú • Ipiranga • Jaguariaíva • Ortigueira • Palmeira • Piraí do Sul • Ponta Grossa • Porto Amazonas • Reserva • Sengés • Telêmaco Borba • Tibagi • Ventania

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Ponta Grossa Curso de Eletricista no CTP

As mulheres da panificação

Parcerias

sem qualificação não há como permanecer no mercado”, avalia o presidente da cooperativa, Franz Borg. Somente neste ano foram realizados 18 cursos em parceria com a cooperativa.

Hoje, com 300 filiados, o sindicato tem parceiros como a Castrolanda, a Cooperativa União Castrense, a Fundação Hideo Kayano, a Fundação ABC e a Prefeitura. Há três anos, o Sindicato e a prefeitura firmaram uma parceria para promover o desenvolvimento social. Através do Programa Formação Continuada, estão levando os cursos do SENAR-PR às comunidades. “O SENAR-PR é o melhor parceiro para atingir todos os públicos. Sem contar que os cursos estão abrindo oportunidades para os jovens”, avalia a coordenadora, Jovane Ruppel. Segundo ela, uma média de três cursos são realizados ao mês e os mais procurados estão na área de alimentação. A prefeitura banca a alimentação e o transporte. Além da prefeitura, há 10 anos a Cooperativa Castrolanda é uma parceira ativa do SENAR-PR. A cooperativa mais rentável do Brasil, atualmente, mantém 725 associados, desse total, 270 trabalham na área leiteira. Para ser um associado, a cooperativa usa como pré-requisito os cursos na área de bovinocultura de leite. “O produtor precisa de capacitação. O SENAR-PR é o agente do desenvolvimento no campo,

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Panificação O curso de panificação mudou a realidade de um grupo de agricultoras da Associação dos Agricultores Familiares das Colônias Iapó e Santa Clara. Desde maio de 2011, Célia Paula Kremer, 48, Maria Roseli Kachineski, 43, Lúcia Krevei, 50, Terezinha Krupniski, 49, e Catarina Silva, 39, vendem bolachas, pães e bolos através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) à merenda escolar do município. A compra é garantida pela prefeitura com a capacitação do SENAR-PR. As agricultoras viviam apenas da agricultura de subsistência, ou seja, consumiam o que plantavam e vendiam o que sobrava na lavoura. Incentivadas pela Secretaria da Agricultura, encontraram no SENAR-PR um forte alicerce para aumentar o orçamento familiar. Elas acumulam cursos de conservas caseiras, jardinagem, agricultura orgânica e panificação. Após a ca-


Ponta Grossa O produtor Edson Roni Milas em sua nova casa

Antônio Carlos Lopes de Oliveira

pacitação decidiram montar uma cozinha na Toca do Preá, a 18 km de Castro. Cada integrante comprou um equipamento. As despesas com os ingredientes são divididas. “O curso de panificação abriu uma porta na nossa vida”, comemora Lúcia Krevei, que está pagando as prestações de uma estufa para pães.

Distrito de Socavão

Pensando a frente No Sítio São Luiz, a 40 km de Castro, o produtor Edson Roni Milas, 44 anos, dá exemplo que a capacitação profissional é o grande diferencial no gerenciamento da propriedade. Há cinco anos, ele realizou o curso de bovinocultura de leite no Centro de Treinamento para Pecuaristas (CTP) em Castro. De lá para cá, muita coisa mudou no sítio. Ele conta que antes do curso, a produção envolvia cinco vacas e uma média de 80 litros de leite ao dia. “Quando comecei o curso não sabia o que era mastite”, recorda. Hoje a propriedade só acumula bons resultados. Com 23 animais e ordenha mecânica, a produção atinge 525 litros/dia. “Tudo que aprendemos podemos aplicar na prática, basta ter vontade”, avalia. Os bons frutos colhidos são visíveis, ele está terminando de construir a sua casa.

A 46 km de Castro, a parceira entre a comunidade de Socavão e o SENAR-PR proporcionou novas oportunidades. Uma parceria entre o Sindicato e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) está mudando o perfil do distrito de 12 mil habitantes. A região apresenta um relevo ondulado, onde a lama e a poeira compõem a conexão ao maior centro comercial de Socavão. A coordenadora do CRAS, Maria de Fátima Barth Antao conta que a parceria com o SENAR-PR contribuiu no desenvolvimento das pequenas propriedades que se concentram em Socavão. É o caso do agricultor Antônio Carlos Lopes de Oliveira, 45, que vive na comunidade Imbuial. No Sítio Rodeio, de dois hectares, engorda 30 cabeças de gado, um casal de cabritos e sete carneiros. Nos últimos meses a propriedade ganhou uma horta com batatas, batata-salsa, repolho, cenoura, brócolis, couve-flor, alface, cebolinha e salsinha. O novo cenário se concretizou depois que ele fez o curso Trabalhador na Agricultura Orgânica em 2010. “Tinha muita coisa que não sabia fazer, como a semeadura e a adubação”, lembra. Hoje ele está inscrito no PAA e toda a sua produção vai para a merenda escolar.

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Ponta Grossa Célia, Eni Sueli e Cassimira

Tecendo lã Um grupo de sete agricultoras na região de Guararema, a 33 km de Castro, encontrou na lã de carneiro uma forma de aumentar a renda. A ideia surgiu em outubro do ano passado, quando elas participaram do curso de Artesanato em Lã de Carneiro do SENAR-PR no Centro de Treinamento para Pecuaristas (CTP). O grupo formado por Cassimira Kalez de Oliveira, 56, Célia Maria Alves Soares, 53, Maria Eni Alves Oliveira, 42, Benedita de Fátima Martins, 37, Sueli de Oliveira, 34, Sirlete Camargo Ribeiro, 43, e Maria Leoni Nunes, 52, confecciona edredons, mantas, tapetes, fios e panos. As mulheres vivem da agricultura de subsistência. Como moram na mesma comunidade, desde outubro, elas se reúnem duas vezes por semana na propriedade de Cassimira, braço forte do grupo. Em um pequeno espaço instalado no galpão da Chácara Maciel, cada integrante trabalha com uma ferramenta, que se divide entre cardadeira manual, cardadeira de tambor e uma roca para fazer a fiação de lã. A matéria-prima é comprada em Castro e é toda lavada para retirar a sujeira e gordura. Depois de seca e separada,

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a lã é penteada por duas pás de madeiras (chamadas cardas), que contêm dentes de metal inclinados. O equipamento, onde a lã passa por repetidas escovadas, exige muita habilidade. “Minha mão chega a doer de tanto cardar a lã”, descreve Benedita. O carro-chefe das vendas do grupo é o edredom. Para uma coberta de casal é preciso cardar 2,5 kg de lã. Quando o trabalho é manual leva dois dias para ficar pronto. “Usando a cardadeira elétrica dá para fazer dois edredons por dia”, compara Cassimira. Por enquanto, elas se viram com a carda manual, já que o equipamento, que custa R$ 3,8 mil, ultrapassa o orçamento do grupo. Apesar das dificuldades, o grupo se mantem unido e com planos para expandir a produção. “A vizinhança comentou que não iriamos à frente, mas continuamos lutando”, declara Célia, promovida a vendedora do time. Cada uma delas possui uma função, por exemplo, Cassimira cuida da contabilidade. Desde o ano passado, o grupo já fez 26 edredons de casal. Todo o dinheiro que entra é dividido entre as sete integrantes. “Nós estamos em busca de mais mercado”, avisa.


Irati

General carneiro exemplo de parceria e mobilização

B

oa parte dos municípios da região Sul do Paraná teve suas origens no chamado Campos de Palmas, que no passado foi militarizado devido sua proximidade com a fronteira argentina. Os extensos pinheirais que dominavam essa região compuseram o ciclo econômico da madeira, posterior à exploração da erva-mate, que ainda viceja na região. A chegada de colonos europeus e os constantes bloqueios legais provocados pela legislação ambiental reduziram o extrativismo substituído gradualmente por florestas homogêneas. Com clima muito frio e relevo muito acidentado General Carneiro busca alternativas para que a economia encontre seu rumo e os habitantes trilhem o caminho da prosperidade e melhor qualidade de vida. Mesmo sem ter Sindicato Rural, General Carneiro, distante 274 quilômetros da capital, é um exemplo de parceria forte e mobilização de produtores e trabalhadores rurais que participam dos cursos do SENAR-PR. A Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de General Carneiro (ACIAG) é referência no município em mobilização.

General Carneiro

• Antônio Olinto • Bituruna • Cruz Machado • Fernandes Pinheiro • General Carneiro • Guamiranga • Imbituva • Inácio Martins • Irati • Ivaí • Mallet • Paula Freitas • Paulo Frontin • Porto Vitória • Prudentópolis • Rebouças • Rio Azul • São João do Triunfo • São Mateus do Sul • Teixeira Soares • União da Vitória

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Irati 22

Márcio Costa aprimorou a técnica de operação no curso do SENAR-PR

SENAR-PR e ACIAG promovendo a integração dos produtores

Há 10 anos o município quase foi interditado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB) devido à disseminação da vespa-da-madeira (Sirex noctilio) nas plantações de pinus. O fato resultou na criação do Fundo de Desenvolvimento Florestal de General Carneiro, que mostra a parceria entre pequenos, médios e grandes produtores rurais que se uniram para combater a praga. O presidente do Fundo, Sinval Gaiovis, que também é presidente da ACIAG, afirma que o SENAR-PR tem um papel fundamental no desenvolvimento da produção da madeira na cidade. “Por ano realizamos junto com o SENAR-PR 25 cursos só na área da madeira”, conta. No segmento madeira o SENAR-PR oferece vários cursos que vão desde Trabalhador na Operação e na Manutenção de Roçadeiras, Tratores, Motoniveladoras (patroleiro), Motosserra, na Aplicação de Agrotóxicos, Reflorestamento (matas Homogênas) até a Administração de Empresas Agrossilvipastoris. “Um dos primeiros resultados dos cursos foi a

diminuição do número de acidentes de trabalho. Oitenta por cento dos nossos funcionários já fez os cursos do SENAR-PR”, revela Marcio Metelski, encarregado administrativo da Madepar Agroflorestal. A Madepar é uma empresa que administra fazendas próprias e produz papel reciclado, laminados melamínicos para móveis e construção civil e adesivos. Atualmente a empresa mantém propriedades nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Bahia e escritórios em São Paulo e Paraná. “O conteúdo é muito bom. Trabalho aqui desde 1984, mas foi no curso que aprendi a regular o cinto que prende a máquina. Na prática isso polpa minha coluna vertebral e significa mais segurança e saúde”, diz Marcio Costa, que fez o curso de Trabalhador em manutenção e operação de roçadeira. Na serraria Madegal os funcionários também estão sendo capacitados. O proprietário Ivan Dachery afirma que os cursos ajudaram a aumentar a segurança pessoal e a diminuir a rotatividade dos empregados. “Eles se sentem motivados porque


Irati Produtor investindo no cultivo da erva-mate

Almeida dividindo informações com os produtores de erva-mate

estamos investindo neles. Depois do curso eles ficam 100% melhores tanto em preparo como em motivação”, diz. Juceli Lopes de Lima fez o curso de Trabalhador na Operação e Manutenção de Motosserra. Ele trabalha com madeira há 20 anos e afirma que aprendeu no curso do SENAR-PR novos cortes de madeira. O produtor Vilmar Rotta cultiva madeira e extrai erva-mate nativa. Com a expansão do mercado pela erva-mate ele foi buscar qualificação para o cultivo e a extração. “Há dois anos estou plantando novas mudas e meu investimento maior é na cultivar Cambona 4, da Embrapa. A vantagem de cultivar é que com dois anos você pode fazer um pequeno desbaste, até a árvore, com seis anos, alcançar a idade adulta. Nestes intervalos você tira o investimento inicial”, explica Rotta. Ele destaca que no curso do SENAR-PR o produtor não aprende só cultivo, adubação e poda. “Conhecemos também a parte legal da atividade, isso traz mais tranquilidade”, finaliza.

Outro produtor rural que foi buscar qualificação no SENAR-PR foi José Valdir de Almeida, além de lidar com gado de corte, ele mantém uma indústria de erva-mate em General Carneiro. Almeida levou com ele quatro funcionários para a qualificação. “Assim eles dividem as informações tanto com os produtores de quem compramos a erva-mate, como com os colegas. Mas minha intenção é que mais funcionários façam este curso”, completa.

Tirando leite de ‘pedra’ Em 2008, General Carneiro passou a integrar o programa do governo federal de Territórios da Cidadania que tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico. E com isso mais uma alternativa de renda chegou para os pequenos produtores rurais. Flavia Valkiu, 32 anos, aproveitou a oportunidade e investiu tudo que pode trocando a produção de verduras pelo leite. Ela usou os cursos do SENAR-PR como trampolim para se preparar e encarar o novo desafio. A produtora participou dos

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Irati 24

Flávia aprendeu com os cursos do SENAR-PR a planejar

Marilda trocou as frutas pelo leite

cursos de Manejo de Bovino de Leite, Ordenha Mecânica, Inseminação Artificial, Empreendedor Rural, Mulher Atual e Panificação. “Com os cursos do SENAR-PR pude não só aprender técnicas para lidar com o gado leiteiro, mas aprendi a planejar. Hoje uso o curso de panificação para fornecer produtos para o programa Compra Direta da merenda escolar e assim garantir renda para o sustento da família’, conta. Flavia tem 40 animais e 11 em lactação. Sua propriedade de 24 hectares é quase toda de terreno ondulado. “Só tenho 2% da área para plantar de forma mecanizada e uso este espaço para produzir milho e garantir a silagem. Meu grande desafio é corrigir o solo e aumentar a área de pastagem”, diz a produtora que também é presidente da Bom Leite - Associação dos Produtores de Leite de General Carneiro. A associação reúne 15 dos 27 produtores do município. Flavia divide o trabalho na propriedade com seus pais e a irmã mais nova. Mesmo com as grandes dificuldades Flavia sabe que precisa melhorar muito sua produção. “Atualmente rece-

bemos R$ 0,60 centavos por litro de leite, por isso temos que investir em qualidade. Precisamos também de um laticínio na região. Isso sim traria mais competitividade para o setor”, argumenta. Assim como Flavia, Marilda De Borba aproveitou a oportunidade e trocou a produção de frutas, que sofre muitas perdas com o clima frio, pelo dinheiro certo do leite. Na pequena propriedade de 48 hectares ela chegou a ter um pomar com 1,6 mil pés. Hoje mantém apenas 80 pés de ameixa para variar um pouco. Marilda tem 17 vacas e 10 em lactação, que produzem, por dia, 110 litros. O manejo dos animais é dividido com o filho Gustavo e o marido Jandir. Ela também fez os cursos do SENAR-PR para se preparar para a nova atividade. “Com o SENAR-PR aprendi que o planejamento é tudo em qualquer coisa que a gente faça. Hoje tenho na cabeça que preciso garantir na minha propriedade o pasto permanente. É ele que vai garantir a produção e tranquilidade financeira. Só depois é que vou aumentar o número de animais”, finaliza.


Planejamento estratégico

P

Guarapuava

Transformando as sementes de pinhão

inhão, no Centro-sul do Estado, é daqueles municípios onde o esforço - para que o urbano e o rural se desenvolvam em sintonia - precisa ser intenso e articulado. Afinal, dos mais de 30 mil habitantes, 14.9 mil estão no campo (IBGE, 2010) e, mesmo com uma distribuição territorial equilibrada, é o campo que move a economia local. A receita bruta gerada pela safra 2009/2010 foi acima dos R$166 milhões. Destaque para o trio soja-trigo-milho, seguido da cevada, aveia, feijão e batata. A pecuária concentra bovinos, caprinos, ovinos, suínos e aves. Completam o PIB rural a silvicultura e o extrativismo vegetal. Agricultura e pecuária ainda carecem de ações para que as pequenas propriedades se desenvolvam de forma sustentável. Há duas situações distintas. De um lado, em terrenos planos, está a região de Campos, que concentra médios e grandes produtores de grãos e gado. Já em relevos, ao sul do município, estão os faxinais com pequenos produtores e três assentamentos do Incra: Cachoeirinha, Rocio e Silvérios. Nas propriedades de 10 a 50 hectares a maioria pratica a agricultura de subsistência. A Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente de Pinhão estima que 80% da população são de pequenos produtores. Para esse público foram criados programas de geração de renda pois, como reforça o secretário João Pedro Kitcky, “não basta manter o produtor no campo, é preciso dar condições para que explore bem a propriedade”. A vocação rural, ainda forte, justifica-se por sua história narrada pelo pinhãoense Renato Ferreira Passos, de 76 anos, em “O Pinhão que eu conheci. Episódios Históricos”, da década de 90. Segundo o autor, o “Pinhão” evoluiu de região de “pistoleiros”, movida pela agricultura de subsistência, enquanto ainda era vila, passando pelo forte ciclo madeira até chegar à cidade que hoje busca o desenvolvimento mútuo do urbano e rural. É nessa empreitada que o SENAR-PR vem sendo parceiro do município. Desde que começou a atuar, permitiu que todos os setores da sociedade apon-

Pinhão

• Campina do Simão • Candói • Cantagalo • Diamante do Sul • Espigão Alto do Iguaçu • Foz do Jordão • Goioxim • Guaraniaçu • Guarapuava • Laranjal • Laranjeiras do Sul • Marquinho • Nova Laranjeiras • Palmital • Pinhão • Porto Barreiro • Quedas do Iguaçu • Reserva do Iguaçu • Rio Bonito do Iguaçu • Turvo • Virmond

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Guarapuava Secretário da Agricultura, João Pedro Kitcky: é preciso dar condições para que o produtor se mantenha no campo

tassem suas necessidades e avançou em sua missão original de qualificação rural.

Um novo ciclo da madeira A história da madeira está ligada à quantidade de pinheiros na região. Não por acaso, o município foi batizado como tal. Na década de 50, essa abundância atraiu uma indústria que entraria para a história como a responsável pelo progresso (mas também pelo desmatamento). Atualmente, o controle do desmatamento e a ênfase à exploração sustentável da madeira – que faltou aos primeiros madeireiros – estão na pauta de ações da prefeitura. O Programa Floresta Legal Solidária é um exemplo. Iniciado em 2009, leva alternativa de renda para os produtores que vivem em áreas de relevo irregular, impróprias para o cultivo mecanizado e nas quais o extrativismo da Araucária e da erva-mate é, historicamente, o principal fator econômico. Através das 38 associações de produtores, o município selecionou 46 famílias interessadas em investir no plantio de eucalipto. Doou as 146 mil mu-

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das iniciais e forneceu adubo e assistência técnica. Atualmente, o programa conta com outras 150 famílias e mais de 600 mil mudas plantadas. Mesmo em estágio inicial, a ideia do plantio de eucalipto é trazer indústrias. “Quando elas chegarem já teremos uma grande floresta”, diz o secretário da agricultura. Hoje, algumas cooperativas de grãos compram lenha dos reflorestadores. “Um alqueire de eucalipto para lenha rende em torno de R$50 mil”, completa Kitcky, ressaltando, no entanto, que leva seis anos para a árvore ser aproveitada. O eucalipto não será usado apenas para corte. A produção de óleos essenciais é a segunda alternativa. O engenheiro florestal Carlos Roberto Vargas informa que a prefeitura está investindo em máquinas de extração de óleo por arraste a vapor. Segundo ele, 100 quilos de folhas de eucalipto, rendem 1 litro de óleo, que é vendido a U$ 350. “Vamos aproveitar as folhas na hora do desbaste”, diz Vargas. Nessa história toda, o SENAR-PR é o ponto inicial do programa. Um dos pré-requisitos para


Guarapuava Alceu Miranda: curso alertou sobre as formigas cortadeiras

Eliseu: antes da qualificação perdeu quase todas as mudas plantadas

iniciar na plantação florestal é participar de dois cursos de formação específica para atividade: Trabalhador em Reflorestamento (matas homogêneas) e Trabalhador na Aplicação de Agrotóxicos (formigas cortadeiras). “A formação do produtor é essencial para uma boa produção. Sem conhecimento não tem como fazer certo. É por isso que quando o projeto foi iniciado já pensamos no SENAR-PR”, diz Kitcky.

plantas é satisfatório. Como o espaçamento deixado entre as covas foi correto, o produtor está cultivando milho entre as linhas de eucalipto. A plantação de Alceu Miranda, 38 anos, comunidade de Cachoeirinha, é outro exemplo. O controle das formigas cortadeiras está dando certo porque aplicou todo o conhecimento adquirido no curso. “Levei isto a sério depois do curso. Vimos que se abusarmos das cortadeiras perdemos tudo”, conta.

Na prática Ter participado das capacitações de fato fez a diferença na plantação de Eliseu Rodrigues Bueno, de 25 anos. Na primeira leva que plantou, em sua propriedade na comunidade de Cachoeirinha, sem ter feito o curso, perdeu 2.200 pés, dos três mil cultivados. “Sem dúvida as orientações do instrutor fizeram a diferença”, avalia o produtor, que hoje mantém 11.800 pés de eucalipto em pleno desenvolvimento. É como se fosse um “antes” e “depois”. Segundo o técnico da prefeitura Maicon Capelleti, as covas mais recentes foram bem feitas e o tamanho das

Poupança verde O agricultor João Batista da Cruz, de 62 anos, não conhecia o manejo do eucalipto. Na propriedade de 16,5 alqueires, sempre teve gado e horta. Com o Programa Floresta Legal viu que poderia diversificar e, melhor ainda, fazer uma “poupança verde” para o filho Umberto e para os netos. Nos cursos do SENAR-PR aprendeu a preparar a terra, fazer a cova de tamanho adequado e controlar as formigas. A plantação florestal foi feita já no primeiro ano do projeto, com duas mil mudas. Hoje, após duas

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Guarapuava Depois dos cursos do SENAR-PR, Umberto resolveu investir em gado de leite. Seu pai, João Batista está focado na plantação florestal

novas remessas, tem quase um alqueire. “Agora vou esperar crescer e vender a madeira no futuro”, planeja o produtor. O neto Charles, 15 anos, que estuda na Casa Familiar Rural, está “craque em encontrar formigueiros”, orgulha-se o avô. Inclusive o que mais chamou a atenção de João nos cursos do SENAR-PR foram as formas de controle das pragas. A plantação florestal como diversificação na propriedade parece que abriu os horizontes da família. Umberto visualiza oportunidades com o gado leiteiro, outra cadeia que a prefeitura está fomentando com a cooperativa COOMAPER. Há apenas cinco meses na atividade ele já está com nove vacas em ordenha, das raças Jersey e Holandesa, e sete novilhas. O SENAR-PR também esteve presente no início dessa nova fase da família Cruz. Umberto fez os cursos de Qualidade do Leite, Ordenha e Silagem. “Não tinha experiência com gado leiteiro. O SENAR-PR nos deu a direção”, conclui.

Sindicato forte é Senar-PR forte O trabalho que o SENAR-PR realiza só é possível

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pela estreita parceria que mantém com o Sindicato Rural de Pinhão. Fundado há mais de 35 anos conta hoje com 320 associados, cinco funcionários, sendo um deles mobilizador do SENAR-PR. Na presidência, desde 2008, está o produtor de grãos e pecuarista, Geraldo Ferreira de Almeida, de 41 anos, que já fazia parte da diretoria. Em sua gestão, o destaque é para a ampliação na oferta de serviços e aumento de 30% na demanda por cursos do SENAR-PR. Em 2009 foram registrados 58 cursos, já em 2010, foram 74, envolvendo cerca de 850 participantes. Para 2011, somente na demanda feita no Planejamento Estratégico de Mobilização (PEM), foram agendados 24 cursos. O estímulo para começar a divulgar as ações do sindicato veio por meio da participação no Programa de Desenvolvimento Sindical (PDS), afirma o presidente do sindicato. “O PDS é um programa muito importante. Você adquire conhecimento, começa a ter uma visão diferente das coisas, menos restrita. Além de ser uma oportunidade de trocar experiências e conhecer a realidade de outros municípios”, conclui.


Parcerias que fizeram a diferença

Pato Branco

Chopinzinho

H

á 16 anos o agricultor Euclides Forlim trabalha com produção de leite. No Sítio III Pinheiros de sete alqueires, a 5 km de Chopinzinho, produz uma média de 18 litros de leite de cada animal de seu rebanho de 43 vacas. Ele, a mulher, Ieda Maria, e o filho André, 23 anos, cuidam da pequena propriedade. Para aumentar a produção e a qualidade do leite, a família investiu em inseminação artificial e na rotação de pastagem na propriedade. Com esse sistema, os animais ganharam mais peso e passaram a produzir maior quantidade de leite. Para se adaptar ao mercado e investir em novos meios de produção, Forlin fez mais de 17 cursos do SENAR-PR. “Se você não possui conhecimento, deve ir buscá-lo. Através dos cursos posso acompanhar o que há de novo no mercado e aprender novas técnicas para melhorar a produção na minha propriedade. Todo dia é dia de aprendizado”, observou. Forlin é um exemplo da presença do SENAR-PR no município. Com uma produção de 62 milhões de litros de leite, em 2010, Chopinzinho é o maior produtor no Sudoeste do Paraná. Antes do leite, o município teve ciclos na economia baseados no feijão, arroz e soja. Com a queda nos preços dos grãos, os agricultores investiram na atividade leiteira, hoje a principal fonte de renda movimentando R$ 2,5 milhões ao mês no município de 19,673 habitantes (IBGE 2010).

Nova “cara” O Sindicato Rural de Chopinzinho, em parceria com a prefeitura e o SENAR-PR, mudou a “cara” das pequenas propriedades que predominam naquela região. O trabalho resultou numa série de programas voltados a aumentar a qualidade na agropecuária. Para expandir a cadeia leiteira, o município encontrou no SENAR-PR uma forma de capacitar e melhorar a qualidade de vida no campo. Segundo o prefeito Vanderlei José Crestani, as parcerias só acumularam bons resultados. Em 1994, a média de produtividade do leite era de 3,7 litros por vaca. Hoje esse índice alcança 18 litros. “As parcerias são fundamentais para o desenvolvimento do município. Cada instituição sabe o que tem que fazer, mas é difícil agir de forma isolada”, avalia. Para incentivar o desenvolvimento da atividade leiteira, o município, junto aos parceiros, adotou algumas ações, entre elas o trabalho intenso de melhoramento genético, com a po-

Chopinzinho

• Bom Sucesso do Sul • Chopinzinho • Clevelândia • Coronel Domingos Soares • Coronel Vivida • Cruzeiro do Iguaçu • Dois Vizinhos • Honório Serpa • Itapejara do Oeste • Mangueirinha • Mariópolis • Palmas • Pato Branco • São João • São Jorge do Oeste • Saudade do Iguaçu • Sulina • Verê • Vitorino

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Pato Branco 30

O casal Euclides e Ieda Forlim

Turma do Curso Artesanato em Palha de Sulina

pularização da inseminação artificial. Como a técnica exige grandes investimentos, foi criado o programa municipal de inseminação artificial. A prefeitura doa o sêmen e coloca à disposição 22 botijões de sêmen particulares e 18 públicos. Enquanto o órgão contribui com a infraestrutura, o SENAR-PR participa com a qualificação da mão de obra mediante cursos direcionados ao manejo de gado leiteiro. “Essa parceria público-privada é a receita que dá certo, porque os produtores passaram a produzir em maior escala. Passamos do sétimo lugar para o primeiro em produção leiteira”, destacou o secretário da Agricultura, Luiz Pasquali. Como a maioria das propriedades se dedica ao leite, o Conselho de Sanidade Animal (CSA), o sindicato e a prefeitura priorizaram a sanidade do produto. Em 2009, os parceiros se juntaram aos produtores rurais e conseguiram baixar os custos de exames e vacinação contra brucelose e tuberculose, atingindo 100% das propriedades. Em 2010 instalaram um laboratório para análises clínicas dos animais, com investimento de R$ 40 mil, entre equipamentos e infraestrutura, dos quais R$ 14 mil foram financiados por sete laticínios e o restante pelo município. A prefeitura construiu o espaço e con-

tratou cinco veterinários. Segundo Pasquali, o trabalho conjunto contribuiu para baixar o preço da vacina. “Um exame de brucelose, por exemplo, que precisa ser feito uma vez por ano, custa em média R$ 20 por animal. Hoje o produtor paga R$ 5”, disse. Outro desafio foi criar o Fundo de Sanidade Animal para indenização em caso de doenças dos animais. A cada R$ 5 que o produtor paga para realizar o exame, R$ 1 vai para o fundo. “Hoje quando o animal morre, o produtor não perde tudo”, observou. Segundo ele, para participar do fundo o produtor deve estar com as vacinações em dia e ter feito todos os exames na propriedade.

Empreendedor Rural

Há três anos, Rudinei Decol resolveu deixar a atividade de representante comercial e sair de Palmas, a 112 km de Chopinzinho, retornando ao campo para dar continuidade aos negócios da família. “A nossa propriedade estava se tornando improdutiva. Por isso tomei a decisão de voltar para a área rural”, justifica. Como a família só trabalhava no ramo leiteiro, Rudinei decidiu continuar na atividade, mas investindo em outras culturas. Fez o Programa Empreendedor


Pato Branco Rudinei Decol em sua propriedade

A professora Clarice Terezinha Schneider

Rural (PER) e para manter um padrão na qualidade do leite fez o curso Bovinocultura de Leite do SENARPR. “É um curso completo. As aulas contribuíram para melhorar a higienização, a sanidade animal e a pastagem na nossa propriedade”, avalia. Nas mudanças na atividade leiteira, o agricultor plantou 2,5 hectares de eucalipto e vai colher daqui a um ano seis hectares de nozes. “A propriedade se transformou depois que fiz o PER. O curso oferece todas as ferramentas para conduzi-la de maneira produtiva”, diz.

gia, o Sicredi e o Sindicato Rural de Chopinzinho. Hoje participam do projeto 26 escolas; 14 da rede municipal, 11 estadual e uma instituição de ensino particular.

Agrinho Para incentivar professores e alunos, a Prefeitura de Chopinzinho criou o Agrinho municipal em 2008, baseado no Agrinho estadual. “Nós percebemos que precisávamos criar uma ferramenta para estimular ainda mais a educação. Por isso, fizemos o Agrinho municipal”, observa o secretário municipal da Educação, Leomar Bolzani. Assim como o Agrinho, o concurso municipal visa estimular o envolvimento da comunidade com a educação, trabalhando temas locais e auxiliando na construção de um cidadão consciente. O projeto é fruto de parcerias da prefeitura com a Tractebel Ener-

Pentacampeã A professora Clarice Terezinha Schneider Burgert foi cinco vezes premiada pelo Programa Agrinho. A educadora recebeu o prêmio municipal e estadual com o projeto “Sanidade Animal”, cujo trabalho foi realizado na Comunidade Santa Inês, a 15 km de Chopinzinho. Ela organizou um mutirão com 17 alunos da 2ª série do Ensino Fundamental para visitar as propriedades do local e dar sugestões de como o agricultor poderia melhorar a sua produção, aproximando o aluno da realidade na propriedade. “O Agrinho é um parceiro nota 10 no desenvolvimento da educação. É um instrumento que ajuda na preparação das crianças e mostra como elas podem obter melhores dividendos do campo”, avalia.

De Olho na Qualidade Os municípios próximos a Chopinzinho também são influenciados pelas ações do SENAR-PR. Através

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Pato Branco Neuli Maria Stoffels

Codagri: parceria entre produtores e sindicato

da parceria com o Sindicato Rural, a professora aposentada Neuli Maria Stoffels incentivou o turismo em Sulina, a 39,7 km de distância. Nas proximidades de Sulina há um complexo turístico em área ecológica de preservação permanente e uma fonte centenária de água mineral que abastece o parque aquático Thermas de Sulina. Há oito anos, em parceria com o Sindicato Rural de Chopinzinho, Neuli promoveu cursos na área de culinária, artesanato e turismo. “Os cursos do SENAR-PR mudaram o perfil do município. As agricultoras da região estão vendendo artesanato, pães, bolachas, rapaduras, entre outros produtos. Elas estão estimulando o comércio e turismo local”, relata.

plementar o conteúdo das aulas, os cursos contribuem na escolha de uma profissão”, diz.

Casa Familiar Rural A Casa Familiar Rural de Chopinzinho, em parceria com o sindicato, também se beneficia dos cursos do SENAR-PR, desde 1996. Os atuais 64 alunos do Ensino Médio são filhos de agricultores e a metodologia aplicada é a pedagogia da alternância, em que os alunos permanecem uma semana na escola e na outra em suas propriedades. O coordenador do curso técnico em Gestão Ambiental, André Ghidin, observa que o SENAR-PR é essencial para a formação dos alunos. “Além de com-

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Sindicato Rural de Chopinzinho Fundado em 1959 o Sindicato Rural de Chopinzinho é exemplo em gestão. Todas as ações desenvolvidas ganham o reforço de parceiros: prefeitura, associações e instituições públicas. “O segredo da gestão é o trabalho em conjunto. A parceria é fundamental para promover a organização e o desenvolvimento no campo”, avalia o ex-presidente do Sindicato Tadeu Accorsi. Além do trabalho desenvolvido em conjunto, o sindicato está presente no dia a dia do produtor rural. “Há mais de 20 anos mantém um programa na Rádio Chopinzinho, para orientar os agricultores”, conta o atual presidente, Ênio Pigosso. Uma parceria entre produtores e o Sindicato Rural de Chopinzinho contribuiu na fundação da Cooperativa de Desenvolvimento Agroindustrial (CODAGRI) em fevereiro de 2009. O objetivo era unir os produtores para a realização de compras em conjunto de insumos agrícolas e produtos veterinários com preços mais acessíveis. A ideia deu certo. Hoje a CODAGRI oferece mais de 30 produtos e com valor abaixo do mercado.


Francisco Beltrão

Valdir Manfron com Iracema e Helvetia

A presença da mulher no sindicato rural

“O

planejamento faz parte da vida de toda mulher, mesmo que ela não trabalhe fora. Todos os dias cuidamos da família e da casa; é como se fosse uma empresa. Quando fui convidada a participar da diretoria do Sindicato Rural de Renascença achei que fosse sofrer rejeição, mas não aconteceu. Está sendo mais fácil do que imaginei. Tudo na vida é um aprendizado e estou aprendendo com esta nova tarefa”, é assim que Iracema Maria Strey Peter, 41 anos, resume a sua participação no Sindicato Rural de Renascença. Há 10 anos ela retomou os estudos que tinha parado na 8ª série. Em 2010 concluiu o curso superior em Administração de Empresas. Ao longo dos anos fez cursos do SENAR-PR. “Os mais recentes foram: informática, jardinagem, alimentos, De Olho na Qualidade Rural e orgânicos. Eu acho que a mulher no interior tem que se ocupar e não só ficar tomando chimarrão com as vizinhas”, afirma.

Em 2010, Iracema readequou o tempo gasto entre a propriedade de 100 hectares, o trabalho na escola pública, no Sindicato e com a família para incluir na agenda o programa Mulher Atual, curso promovido pelo SENAR-PR. “Quando você começa a estudar, a curiosidade de conhecer mais, não acaba. Temos que ter conhecimento para ficar na roça”, diz.

Francisco Beltrão

Mudando a visão O marido Darcy Maximino Peter incentiva a mulher a mudar. ``O produtor tem que lidar com quatro áreas básicas: legislação, administração rural, planejamento e atualização. Nesse sentido o SENAR-PR tem um papel fundamental”, diz. Helvetia Maria Rother, 57 anos, que também integra a atual diretoria do Sindicato Rural de Renascença, acredita que a mulher precisa ter outras atividades fora de casa para despertar para novos horizontes. “Temos que abrir nossa mente, ver coisas novas, ampliar nossa

• Ampére • Barracão • Bela Vista da Caroba • Boa Esperança do Iguaçu • Bom Jesus do Sul • Capanema • Enéas Marques • Flor da Serra do Sul • Francisco Beltrão • Manfrinópolis • Marmeleiro • Nova Esperança do Sudoeste • Nova Prata do Iguaçu • Pérola do Oeste • Pinhal de São Bento • Planalto • Pranchita • Realeza • Renascença • Salgado Filho • Salto do Lontra • Santa Izabel do Oeste • Santo Antônio do Sudoeste

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Francisco Beltrão O assentado Ademir de Souza com a família. O maior desafio é corrigir o solo

visão de mundo e neste sentido tanto o sindicato como o SENAR-PR tem nos ajudado muito”, afirma. Ela participou do programa Mulher Atual em 2009, mas também já carimbou sua presença em muitos outros cursos: Família e Qualidade de Vida, Gestão de Pessoas, Jardinagem, Agricultura Orgânica, Olericultura, Trabalhador na Administração de Empresas Agrossilvipastoris. “Estes cursos oferecem tanto pra gente que a visão que temos das coisas mudam, se aprimoram”, revela Helvetia. A produtora tem objetivos para a sua atuação junto ao sindicato. “Quero promover eventos e desenvolver ações que tragam as mulheres para a vida da instituição. É muito importante a mulher estar esclarecida, pois na maioria das vezes quando fica viúva acaba vendendo a propriedade por não saber como tocar”, finaliza. O presidente do Sindicato Rural de Renascença, Valdir Manfron, um dos responsáveis pela presença das mulheres na direção afirma “gostamos muito da atuação delas. A mulher é mais detalhista. Além das diretoras temos várias sócias bem ativas”. Ele pergunta: Quem sabe na próxima eleição não teremos uma mulher como candidata à presidência do sindicato?”.

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Alavancando a economia A agricultura é a grande alavanca da economia da pequena Renascença, no Sudoeste do Paraná. Com 7,5 mil habitantes reúne cerca de mil produtores sendo que 80% são de pequenos e médios. O prefeito José Kresteniuk, que também é produtor rural e ocupa o cargo pela terceira vez, afirma “sobram empregos e falta mão-de-obra qualificada”. Diante da dificuldade de mão-de-obra, Kresteniuk, vê no SENAR-PR um grande aliado que contribui para a capacitação do pessoal. Um desafio para o município é a capacitação das familias dos cinco assentamentos da região. “São 500 famílias assentadas que precisam transformar suas propriedades em unidades rentáveis. Eles receberam a terra, mas faltam equipamentos para cultivá-la. Já avançamos muito com o apoio do SENAR-PR, que oferece cursos técnicos em parceria com a EMATER”, revela o prefeito. O secretário da Agricultura de Renascença, Paulo Sergio Deola, afirma que o SENAR-PR tem trazido conhecimento técnico para o produtor. “Hoje em dia o agricultor precisa de técnica, planejamento e tecno-


Francisco Beltrão Além da produção de leite, Rogério investe no cultivo de eucalipto

logia. Outra questão que vem sendo motivo de preocupação para nós é a sucessão familiar. Estão ficando apenas os casais mais velhos. Este problema complexo está vinculado a segurança no meio rural ”analisa.

A parceria Os técnicos da EMATER Maria Helena Fracasso e Alberto Nerci Muller, avaliam que a produção de leite precisa melhorar muito. “A região é produtora de grãos e frango, mas o leite é alternativa para os pequenos”, diz Muller. As famílias dos assentamentos produzem cinco mil litros de leite. “Como todo grupo uns estão mais aprimorados que outros em processo de aprendizagem, 20% estão em um patamar considerado ótimo, mas 80% precisa melhorar em qualidade, pastagem, higiene, estrutura e logística”, analisa o técnico da EMATER.

A vida no assentamento Os grupos começaram a ser assentados a partir de 2001, mas há pouco tempo, cerca de dois anos, conseguiram financiamento de R$ 21 mil para correção de solo e aquisição de animais. O SENAR-PR já realizou cursos de

operador de trator e plantadeira, controle de formigas, manejo de gado de leite e ordenhadeira. Ademir de Souza, Sonia dos Santos e os filhos Jean Carlos 16 anos e Giovani 11 anos, são uma das 100 famílias de assentados. O casal acampou por 11 anos na região e em 2008 o governo federal aprovou o assentamento de 500 famílias em uma área de 1.870 hectares em lotes com tamanho médio de 10 ha. Com o acesso ao financiamento ele conseguiu adquirir nove vacas leiteiras, um resfriador e uma ordenhadeira. Com o SENAR-PR já fez os cursos de manejo de gado de leite e manutenção de ordenha. “Antes do curso não conhecia uma ordenhadeira, não tinha ideia de como funcionava e como era feita a manutenção. Gostei muito do curso e o que vier do SENAR-PR nós estamos fazendo”, afirma Souza.

Apostando no associativismo Nelson Rogério, 36 anos, é outro assentado que está investindo na produção de leite. Hoje é vicepresidente da Associação dos Produtores Terra Verde (APROVERDE), que tem 28 sócios. “Com a associação já conseguimos receber um trator e uma plantadeira e

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Francisco Beltrão Joslei Antoniete trocou a cidade pelo campo e descobriu com o SENAR-PR a aumentar sua rentabilidade

programamos o atendimento a todos os sócios”, diz. Rogério tem 10 vacas e produz quatro mil litros de leite/mês. Quer adquirir mais 10 animais e dobrar a produção. Além da atividade leiteira ele investe também em reflorestamento. “Tenho quatro mil pés de eucalipto plantados, mas tenho espaço para chegar a oito mil, meu maior inimigo são as formigas, tenho que matar as minhas e as do meu vizinho”, conta. O pequeno produtor também vê o SENAR-PR como um aliado para se profissionalizar. “Já fiz o curso de tratorista, plantadeira, manejo de gado de leite e controle de formigas”, afirma.

Vivendo a transformação Em 2008, por uma questão de saúde do pai, Joslei Antoniete, 29 anos, deixou a área de Sistemas de Informação e com a esposa e os dois filhos, voltou ao campo para administrar a propriedade da família. De lá pra cá sua vida mudou e o SENAR-PR tem um papel importante nesta mudança. Logo que chegou, em 2009, fez um dos 10 projetos selecionados no Estado pela banca avaliadora do Programa Empreendedor Rural (PER). Seu pro-

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jeto teve como base a diversificação na propriedade de 29 hectares. Quando assumiu só havia lavoura de soja e milho. Com o projeto ele implantou: reflorestamento com eucalipto, barracão de leite e cultivo de hortaliças e pomar. “Além da diversificação aprendi a planejar e a gerenciar minha propriedade como uma empresa. Hoje entrego as hortaliças e frutas para o Programa Compra Direta e minha renda triplicou. Os primeiros anos reinvesti todo o meu lucro em tecnologia e infraestrutura tanto na propriedade como na minha casa´´. Além do Programa Empreendedor Rural Joslei já fez o curso de bovinocultura de leite, ordenhadeira mecânica e formação por competência em bovinocultura. “Vale muito à pena. Com os cursos do SENAR-PR aprendi não só a gerir a minha propriedade, mas também a ajudar meu pai, que já se recuperou do problema de saúde, a investir em reflorestamento e horta”, diz. “Participar dos cursos do SENAR-PR não dá apenas mais conhecimento técnico. Você melhora sua visão sobre o meio rural, melhora a administração da propriedade e descobre outras possibilidades de crescer e melhorar sua renda. Eu aconselho”, finaliza.


R$ 1 bilhão

O município lidera o Valor Bruto de Produção do Paraná

A

Cadeia completa para o leite Até 1997, o gado tinha baixa produtividade e os produtores, não organizados, vendiam o leite em garrafa pet. O agrônomo José Augusto de Souza, secretário da agricultura, lembra que a produção por animal não passava dos 9 litros/ dia. No entanto, a atividade parecia ser viável em Toledo - que já era líder na suinocultura e avicultura. “Analisando números e o tamanho das propriedades, o gado de leite era a atividade mais segura para investir”, conta o ex-prefeito Derli Antonio Donin. A maioria das propriedades não passa dos 25 hectares. Era preciso organizar a produção. Com a orientação da EMATER, definiram a transformação genética como foco do trabalho.

Matelândia

Por que Toledo é a cidade de

pós 60 anos de sua emancipação, Toledo, 120 mil habitantes, no oeste paranaense, abriga a Sadia, maior frigorífico de suínos e aves da América Latina, e coleciona primeiros lugares nas atividades que desenvolve: o maior rebanho suíno e plantel de frangos; o terceiro maior produtor de leite do Paraná; o primeiro em produção por bacia leiteira e está à frente na piscicultura comercial. Não é à toa que nas duas últimas safras liderou o ranking de produção agropecuária do Paraná, com Valor Bruto de Produção (VBP) de mais de R$ 1 bilhão (dados do Departamento de Economia Rural – DERAL, da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento). Mesmo com fortes laços históricos com a agropecuária e os resultados financeiros que o setor gera, uma característica de Toledo é a eficaz integração entre o meio urbano e o rural, porque pensar em desenvolvimento em Toledo é pensar no todo da cadeia produtiva. É visualizar políticas públicas para o campo visando o desenvolvimento industrial e comercial. Pelo menos essa tem sido a busca dos administradores públicos do município, que nessa empreitada contam com parceiros de todos os setores. No campo, o Sindicato Rural e o SENARPR ajudam a compor a sinfonia.

Toledo

• Boa Vista da Aparecida • Campo Bonito • Capitão Leônidas Marques • Cascavel • Catanduvas • Céu Azul • Diamante do Oeste • Foz do Iguaçu • Ibema • Itaipulândia • Lindoeste • Matelândia • Medianeira • Missal • Ouro Verde do Oeste • Ramilândia • Santa Helena • Santa Lúcia • Santa Tereza do Oeste • Santa Terezinha do Itaipu • São José das Palmeiras • São Miguel do Iguaçu • São Pedro do Iguaçu • Serranópolis do Iguaçu • Toledo • Três Barras do Paraná • Vera Cruz do Oeste

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Matelândia 38

Secretario da Agricultura Eloir Pape: “Mantemos o programa até hoje”

Ligia e Jair: “O SENAR-PR é tudo pra gente”

O apoio ao produtor veio na criação de condomínios de inseminação artificial, estruturados por grupos de até 30 produtores. A prefeitura doou o sêmen importado para cada condomínio. Foi nessa etapa que o parceiro SENAR-PR teve papel fundamental. Os produtores deveriam participar dos cursos de Trabalhador na Bovinocultura de Leite e pelo menos uma pessoa de cada grupo fazer o curso de inseminação para se tornar o inseminador oficial do condomínio. “Uma ideia simples, mas que sem a parceria não teria credibilidade”, avalia o ex-secretário. “Os cursos do SENAR-PR foram de extrema competência e fizeram o produtor ver que é fácil ter mais renda”, completa. De 2000 a 2011, o SENAR-PR formou mais de 800 produtores em cursos para pecuária de leite, em Toledo. Com o produtor capacitado, os resultados começavam a surgir. Em quatro anos um rebanho de 20 mil vacas já havia sido substituído. A produção média por animal alcançou 16 litros/dia de leite. “Para quem era inexperiente, ver a produ-

ção girar em torno dos 70 milhões de litros de leite por ano é uma grande conquista”, diz o ex-prefeito Donin. O programa continua subsidiando 50% do sêmen para produtores com até 20 animais. Segundo, o atual secretário da agricultura, Eloir Pape, dos 850 produtores de leite do município, cerca de 400 estão no programa, integrando 27 condomínios. Eles são responsáveis por 30% da produção total de leite de Toledo. O projeto trouxe eficiência e profissionalização para o produtor e os benefícios não ficaram apenas no campo, junto toda a cadeia cresceu.

No campo

Há quatro anos o casal Ligia e Jair Azevedo, pensava em deixar o sítio “Escondido”, de cinco alqueires. Só plantavam soja, tinham umas seis vaquinhas que não davam lucro e Jair trabalhava como empregado na propriedade do vizinho suinocultor. “Precisávamos de renda extra e queríamos explorar a nossa propriedade, só não sabíamos por onde começar”, conta Jair. Ele procurou o SENAR-PR e


Matelândia Angela, filha de produtores associados à Fábrica de Queijos Cerro da Lola

Osmar Pereira: “Laticínio ganhou com a profissionalização do produtor”

fez seu primeiro curso: manejo de gado bovino. Na capacitação mesmo, conheceu o programa de condomínios, matriculou-se em inseminação e procurou a prefeitura para estruturar um grupo na sua região. “Passei a entender tudo de gado”, diz Jair, que também cursou conformação de gado novo e aperfeiçoamento em ultrassom. Ligia seguiu o marido e também fez o curso de inseminação. Hoje, o casal de inseminadores tem 37 animais POs, entre Jersey e Holandês, produzem 132 litros/dia entregues ao laticínio por R$0,79 em média. Além do leite, trabalham com grãos, apicultura, suínos para consumo próprio e Ligia faz macarrão caseiro para a merenda escolar. “Hoje temos de tudo e sobrevivemos da propriedade”, comemora a produtora. “Há alguns anos atrás falavam para a gente desistir. Não pensei que iríamos conseguir tudo isso. O SENAR-PR é tudo pra gente”, diz.

cresceram junto com o produtor. Um deles foi o Laticínios Pereira, desde 1993 em Toledo. “O melhoramento genético e a profissionalização do produtor foram muito bons para nós. Hoje tem que ser profissional e especialista na área”, avalia o proprietário Osmar Pereira. Quarenta produtores entregam 15 mil litros/dia. Esse leite de qualidade, melhorado na propriedade, é transformado em iogurte, bebida láctea e iogurtes funcionais comercializados em cinco Estados (PR, RS, SC, MT e SP). A indústria mantém parceria com grandes redes de varejo, como o Pão de Açúcar e Walmart.

Na indústria, a qualidade do leite

A indústria de laticínios ganhou com a matériaprima de alta qualidade. Quatro laticínios locais

Uma coisa... leva a outra Um bom caminho: As boas condições das estradas rurais também contribuíram para o desenvolvimento da cadeia produtiva do leite. Afinal, os laticínios recolhem o leite resfriado a cada dois dias, diretamente nas propriedades. Cerca de 140 km de estradas rurais já foram pavimentados. De acordo com o atual secretário da agricultura, Eloir Pape, até o final da gestão do prefeito José Carlos

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Matelândia Mais de 100 km de estradas rurais já foram pavimentados

Schiavinato, devem chegar aos 178 km pavimentados.

Do econômico ao pessoal Não é por acaso que Toledo realizou uma das primeiras turmas do curso de Desenvolvimento Comportamental (DC) do SENAR-PR com produtores rurais. A necessidade de “algo a mais” veio de um grupo que participava do Programa Empreendedor Rural, em 2009. Os alunos, todos produtores, sentiram que precisavam focar no desenvolvimento pessoal para complementar a visão empreendedora que já tinham formado.Desde então, já foram realizadas 10 turmas, com 150 participantes. O público do DC em Toledo não se limitou aos produtores rurais. Chegou à Fazenda da Esperança, uma entidade que trata da recuperação de dependentes químicos. A Fazenda acolhe pessoas que desejam se libertar das drogas.

A presença do Sindicato

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Em todo desenvolvimento de Toledo, o Sindicato Rural está presente, contribuindo com sua expertise e toda a gama de serviços que dispõe. Apoiar o desenvolvimento do produtor é o foco do trabalho, segundo o presidente Nelson Paludo, há 12 anos na direção. Além dos serviços usuais oferecidos nos sindicatos, em Toledo o produtor conta com plano de saúde, que dá 40% de descontos nos serviços; telefonia rural; sala do agronegócio, onde elaboram um boletim diário sobre o mercado e enviam a mais de 1.500 emails cadastrados; site com acesso ao usuário; além de um programa na Rádio União, com informações do agronegócio. Para facilitar a mobilização de alunos, o sindicato contratou uma funcionária, que alinhou seu contato com os líderes das comunidades rurais e dividiu sua área de atuação por regiões. “O PEM também ajudou e muito na aproximação, mas a ideia de uma funcionária para mobilizar os alunos foi importante para o aumento da demanda pelos cursos”, avalia Paludo. Quando ele assumiu a presidência eram apenas 50 associados, hoje são 400.


A

ssis Chateaubriand foi considerado pela Colonizadora Norte do Paraná S/A como a região que tem “terras muito férteis “. O nome homenageia um homem influente no Brasil de 1930/60. Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, era um empresário da comunicação, advogado e político. O município é sede da Regional do SENAR-PR, que abrange outros 29 municípios dos quais 13 têm sindicatos estruturados; nove deles têm extensões de base. Assis também é sede de um dos dois Centros de Treinamento Agropecuário (CTAs) do SENAR-PR. Os pontos fortes do município são a diversificação e as parcerias com o Sindicato e cooperativas. Nas décadas de 50 e 60 Assis Chateaubriand

chegou a uma população de 116 mil habitantes. A cultura do hortelã, de onde se extraía óleo para exportação, absorvia mais mão-de-obra. Hoje a população é de 33.025 habitantes. Soja, milho e trigo são as principais culturas. O município tem território de 969 km² e área agricultável de 75 mil hectares ocupada pela soja (69 mil), mandioca industrial (5 mil) e milho (1.000). São 5.590 propriedades divididas em 4.015 minifúndios, 1.446 pequenas propriedades; 105 médias e 13 grandes. Alta produtividade no campo pode ser um dos fatores que contribuem para um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,787 (PNUD/2000), que lhe garante o 45º lugar entre os 399 municípios do Paraná.

Assis Chateaubriand

Assis Chateaubriand O município com maior área agricultável do Paraná

Assis Chateaubriand

• Alto Piquiri • Anahy • Assis Chateaubriand • Braganey • Brasilândia do Sul • Cafelândia • Cafezal do Sul • Corbélia • Entre Rios do Oeste • Formosa do Oeste • Francisco Alves • Goioerê • Guaíra • Iguatu • Iporã • Iracema do Oeste • Jesuítas • Marechal Cândido Rondon • Maripá • Mercedes • Nova Aurora • Nova Santa Rosa • Palotina • Pato Bragado • Quarto Centenário • Quatro Pontes • Rancho Alegre do Oeste • Terra Roxa • Tupãssi

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Assis Chateaubriand O Sindicato Rural como referência para a população

Diversificação As cooperativas têm um papel fundamental na diversificação. Este trabalho começou há 20 anos e agora os pequenos produtores colhem os frutos. São seis atividades diferenciadas desenvolvidas na região: fecularia, piscicultura, avicultura, suinocultura, leite e grãos. Na Regional estão instaladas unidades e entrepostos das cooperativas C. Vale, Coamo, Copacol, Coopavel, Copagril, Agrícola Horizonte, Siloti e Agropar. O Sindicato de Assis Chateaubriand tem uma extensão de base em Tupãssi em parceria com o entreposto da COAMO. Tupãssi é o maior produtor estadual de amendoim. A C. Vale é parceira do SENAR-PR. “Nossa parceria é prática. Por termos contato direto com os agricultores conseguimos detectar as deficiências. Em seguida fechamos com o Sindicato o processo de realização dos cursos oferecidos pelo SENARPR”, diz Roque Faccin gerente da C. Vale em Assis Chateaubriand.

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São realizados cursos operacionais e de lideranças. “Ano passado oferecemos o curso De Olho na Qualidade Rural; os resultados estão chamando a atenção. O produtor, por natureza, só contabiliza o que ganha, mas cabe a nós auxiliá-lo para que considere também o que perde. Em parceria com o SEBRAE, está sendo disponibilizado um novo curso que terá foco na gestão da propriedade. É o “Negócio Certo Rural”. Com carga horária de 46 horas, o curso é dirigido a pessoas com menor escolaridade. O objetivo é mostrar ao participante sua importância na administração do seu negócio e a possibilidade de criar novas fontes de renda. Com apoio da Associação dos Produtores Orgânicos do Médio Oeste (Apomop) - presente em Assis, Formosa do Oeste, Jesuítas, Iracema do Oeste e Nova Aurora -, estão sendo realizados sete cursos.

Sindicato Rural Há dois anos o Sindicato Rural de Assis Chateaubriand ganhou uma nova sede. “A minha intenção


Assis Chateaubriand Qualidade alcançada com os cursos do SENAR-PR

Casa do Produtor: mais ponto de comercialização

é que a população tenha o sindicato e o produtor rural como uma referência tanto da cidade como no dia a dia”, explica o atual presidente do sindicato, que também é vice-presidente da FAEP e deputado federal Moacir Micheletto. Atualmente o sindicato rural tem cerca de 300 associados e oferece uma série de serviços, além de convênios com empresas de telefonia e convênios de saúde.

tém os 32 expositores desde sua origem. Devanir Gonçalves, presidente da Associação afirma que o diferencial é a qualidade conseguida com a capacitação. A maioria dos produtores fez os cursos do SENAR-PR. “Qualidade a gente consegue com a técnica e os cursos ajudaram muito”. Um dos exemplos é Wislon Augusto, 61 anos, que vende em média 600 kg de embutidos por semana. Ele aprimorou seu conhecimento no curso de Embutidos e Defumados oferecido no CTA de Assis. “Além de embutidos já fiz o curso de aplicação de inseticidas e piscicultura. Aprendemos muito”, afirma. Os produtores têm ainda a Casa do Produtor, à beira da PR-486, construída com apoio do Sindicato Rural, para comercialização. No local são servidas refeições caseiras no almoço durante a semana. Nas noites de sextas e sábados os pratos são diferenciados. A casa é administrada por Arnaldo José Ferro e sua esposa Neide. “Os clientes apreciam muito o peixe marinho com açafrão, a costelinha suína com molho agridoce e o peixe com ervas”, conta.

A Feirinha: ponto de compras e uma prosa sadia sob o luar Assis Chateaubriand é cidade pacata onde se preserva o hábito de cumprimentar o vizinho pelo nome. Mas o centro se transforma em um grande ‘buchicho’, às quartas-feiras, durante a Feira Noturna do Produtor, na Praça Nossa Senhora do Carmo. Na “feirinha”, uma grande oferta de alimentos: salgadinhos, espetinhos, conservas, embutidos, peixes, frutas, legumes e verduras convencionais e orgânicos. Criada há 10 anos pela Associação de Feirantes de Assis Chateaubriand (AFAC), a feira man-

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Assis Chateaubriand Produtor perdeu a conta de quantos cursos fez no SENAR-PR

CTA: uma ferramenta de profissionalização dos agricultores

Também são vendidos no local - frutas, verduras e legumes, produtos orgânicos, conservas, cachaças, doces, biscoitos, peixes e carnes.

Centro de Treinamento Agropecuário

Orgânicos Dentro da proposta de promover a diversificação na regional, uma das opções é o curso de produção de orgânicos. Mesmo sem ter uma propriedade rural Francisco Vieira Martins Neto fez, em 2002, o primeiro curso na área Trabalhador na Agricultura Orgânica com o SENAR-PR. “No ano seguinte consegui comprar 2,5 hectares e de lá pra cá tenho investido em orgânicos. Já plantei soja orgânica e agora foquei em legumes e verduras. Além da horta tenho também três estufas onde produzo tomates e algumas verduras mais sensíveis”, conta. Mas Neto continuou investindo na sua formação. Ele já perdeu a conta do número de cursos que fez pelo SENAR-PR: dois sobre orgânicos, De Olho na Qualidade, Programa Empreendedor Rural, RuralPró, Defumados e Embutidos, Hortaliças e muitos outros. Atualmente é presidente da Associação dos Orgânicos de Assis Chateaubriand.

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Há mais de 22 anos o Centro de Treinamento Agropecuário (CTA) de Assis Chateaubriand recebe e atende produtores rurais de todo o Estado. Mais de 80% dos alunos que participam dos cursos são oriundos de outras regiões do Estado. Ocupa uma área de 19,3 hectares, tem 13 funcionários e capacidade de alojamento para 66 alunos e oito instrutores; três cozinhas - uma para atender o público e duas para cursos de alimentos. O administrador do CTA, Claudemir Ancioto explica que o SENAR-PR está revendo a política de atendimento do CTA e reformulando a grade de cursos para otimizar a estrutura. “Vamos oferecer cursos de longa duração ”. Para o presidente do sindicato, Moacir Micheletto, o CTA é uma ferramenta de profissionalização dos agricultores. “Com uma estrutura física moderna o CTA oferece cursos que tanto profissionalizam como qualificam o produtor para atuar com novas tecnologias”, diz.


Pitanga

Dasdificuldadesàs oportunidades

O

esforço para a realização dos cursos do SENAR-PR na região de Pitanga não está condicionado à sede do município, no centro-oeste do estado. Os antigos distritos de Pitanga, transformados hoje em sede municipais - Nova Tebas, Mato Rico, Boa Ventura de São Roque e Santa Maria do Oeste – são extensões de base do sindicato e igualmente contemplados pelas capacitações. Entre 2008 e 2010, juntos, realizaram 400 capacitações. A mobilização também faz a diferença. “O mobilizador tem que ser ativo, percorrer, conhecer a realidade de cada município e fazer parcerias”, diz Luiz Carlos Zampier, presidente do Sindicato Rural de Pitanga. Elias Harmuch Junior, responsável pela mobilização, sabe bem o que é isso. Ele percorre de carro quase cinco mil km por mês, num esforço que vale a pena. Não só nos quatro municípios, onde a

topografia irregular poderia ser entrave aos pequenos e médios produtores, mas em toda a região, os cursos do SENAR-PR têm mostrado que é possível contornar as dificuldades. E o melhor, dá para começar uma nova história.

As batalhas de Roseli De faxineira na capital a secretária municipal em Nova Tebas A secretária municipal de ação social de Nova Tebas tem uma história que não seria exemplo raro, se mais pessoas lutassem para mudar suas realidades. Há nove anos, Roseli Pereira de Paula, hoje com 41, resolveu deixar Curitiba e voltar para a sua cidade natal, Nova Tebas, com pouco mais de 7 mil habi-

Mato Rico

• Arapuã • Ariranha do Ivaí • Boa Ventura de São Roque • Borrazópolis • Cândido de Abreu • Cruzmaltina • Faxinal • Godoy Moreira • Grandes Rios • Ivaiporã • Jardim Alegre • Kaloré • Lidianópolis • Lunardelli • Manoel Ribas • Marumbi • Mato Rico • Nova Tebas • Novo Itacolomi • Pitanga • Rio Branco do Ivaí • Rosário do Ivaí • Santa Maria do Oeste • São João do Ivaí • São Pedro do Ivaí

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Pitanga 46

Roseli: história de sucesso com o SENAR-PR

Secretario de Agricultura de Mato Rico Marcio Warszovski

tantes (IBGE 2010). Para trás, não deixou apenas uma metrópole para a vida calma do interior, mas o começo de uma história de batalhas. Quando saiu da pequena chácara da família no interior rumo à capital, não pensava em voltar. Levava na bagagem o sonho de uma vida mais próspera. No entanto, com dois filhos para criar e na “função” de pai e mãe, ela precisou se virar e não teve medo de trabalho. Foi promotora em supermercados e ralou muito como faxineira. Até que um chamado do pai a fez voltar para o interior. Foi nesse retorno que Roseli começou a prosperar de verdade. “Coloquei em minha cabeça que não queria ficar parada. Que iria aprender alguma coisa. Sempre quis estudar”, lembra. Naquela época o SENAR-PR estava organizando a primeira turma do Programa Empreendedor Rural (PER) na cidade. Depois do PER veio uma capacitação atrás da outra: gerenciamento de propriedade, panificação, compotas... “Tenho muitos certificados”, conta. Toda qualificação era aproveitada ao máximo. “Com os de culinária, por exemplo, comecei a fazer pães e compotas para vender”. Com o dinheirinho que entrava, concretizou o

sonho de alcançar um curso superior relacionado à agricultura e lá foi ela para as aulas de Gestão do Agronegócio. Logo começou a trabalhar na secretaria da Agricultura. Não tardou muito para investir na pós-graduação e também em uma segunda faculdade, a de Gestão Pública. Não demorou o convite para assumir a secretaria de Ação social de Nova Tebas, onde desenvolve ações de empreendedorismo, de gestão e cooperativismo nas comunidades. É dela a ideia de montar um projeto chamado Empreendedor Mirim, fruto do PER, em que pretende trabalhar o empreendedorismo desde cedo com as crianças que fazem parte do Programa de Erradicação Infantil (PET). A batalha continua.

Mato rico, onde a riqueza é o leite Os 700 produtores de leite(15 mil litros/dia) formam a maior riqueza na pequena Mato Rico, onde 70% dos 3.800 habitantes vivem na área rural. A atividade, no entanto, ainda precisa de muito investimento. De acordo com o secretário da agricultura de Mato Rico, Marcio Warszovski, além da dificuldade de escoamento da produção, devido à


Pitanga Renata Zai: a rainha do leite de Mato Rico

falta de estradas asfaltadas, 80% das ordenhas realizadas ainda são feitas de forma manual. “Um jogo de ordenha custa em média R$ 2 mil, investimento muito pesado para os pequenos”, justifica. O rebanho também precisa de melhoramento genético, assim como o manejo da ordenha. A prefeitura vem aos poucos tentando mudar essa realidade. Uma das investidas foi a aquisição de um botijão de sêmen. A previsão, segundo o médico veterinário da prefeitura Vinícius Dziubate de Oliveira, é que sejam feitas, no mínimo, 50 inseminações por mês. Somada a isso, está a qualificação dos produtores. Em 2010, o SENAR-PR realizou no município toda sua grade de cursos de bovinocultura de leite.

A rainha do leite Para quem não sabia a diferença entre uma vaca da raça Jersey e uma Holandesa, ouvir a jovem Renata Zai dizer que deseja ser a “rainha do leite” pode parecer estranho. Mas, ao conhecer a história dessa moça de 25 anos, é impossível ir contra a afirmação. Há um ano ela começou uma verdadeira revolução na atividade leiteira na propriedade do pai.

Recém-formada em Nutrição, numa faculdade de Maringá, ela voltou a Mato Rico para trabalhar como nutricionista da prefeitura para o programa Compra Direta. Nesse novo trabalho descobriu o SENAR-PR e resolveu participar do curso de manejo de gado leiteiro e aplicou na propriedade da família. As mudanças não tardaram. Do rebanho Girolanda, passou para Holandesa eliminando a perda de bezerros que ocorria constantemente. Da pastagem pouco nutritiva e desorganizada, surgiu a grama tifton e os piquetes. Hoje são 80 vacas em lactação, produzindo mil litros por dia. Renata sabe o nome e o número de cada uma delas e mantém fichas atualizadas com detalhes dos 180 animais que completam o rebanho. “Foi teoria e prática com 100% de aproveitamento”, afirma a jovem, “tudo que aprendi foi com o SENAR-PR. Abri a mente e hoje tenho outra profissão que adoro”, diz satisfeita.

Guerreira de Godoy Moreira Os churrascos em Godoy Moreira (3.337 habitantes/IBGE 2010) - cerca de 100 km de Pitanga - não são os mesmos desde que dona Eunice Fur-

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Pitanga 48

Dona Eunice: mantém a renda com a venda de embutidos

Sindicato de Pitanga ainda oferece serviço de cabeleireiro

lan Bochi fez o curso de embutidos do SENAR-PR e entrou de vez no ramo. As linguiças puras, feitas com carne de pernil, com pouca gordura e sem conservantes, fazem sucesso na região. São mais de 150 clientes fixos, entre donas de casa, lanchonetes e encomendas. O que rende à produtora cerca de R$4.500 limpos todos os meses. O açougue, onde produz os embutidos, foi estruturado há quatro anos, na propriedade de 47 alqueires. Ela investiu cerca de R$8 mil reais na estrutura com capacidade para processar 430 quilos de carne. “No começo achei que ia vender pouco, então fiz um açougue pequeno. Agora já tenho planos para aumentar”, diz. Por semana dona Eunice manda abater cerca de sete porcos. Toda a carne é aproveitada. Dona Eunice ainda “personaliza” os produtos, caso o cliente queira com menos sal, mais pimenta. Quem se espanta ao ver a correria de Eunice para fazer as entregas, nem imagina que aos 62 anos, viúva há 30, ela ainda administra sozinha outras atividades da propriedade. Eunice também investe na produção de tomate, pepino e pimentão em estufa, que tem venda garantida no CEASA de Maringá.

Ainda tem a granja de frangos e de suínos. E agora, ela corre para regularizar sua situação sanitária e levar seus produtos a outros municípios. “Quero vender em tudo quanto é lugar”, almeja.

Sindicato que apoia Luiz Carlos Zampier, assumiu a presidência do Sindicato de Pitanga em 2011. Já foi instrutor do SENAR-PR e reconhece a importância da qualificação para o produtor rural. Atualmente, o sindicato tem mais de 1.500 associados ativos (incluindo extensões de base) e uma vasta lista de serviços, desde a declaração do ITR, contabilidade, assessoria para benefícios sociais e laboratório de informática. Tem até dentista e cabeleireiro, que cobram mais em conta dos associados. Segundo Zampier, a atuação do sindicato ficou mais arrojada depois que a diretoria participou do Programa de Desenvolvimento Sindical (PDS) do Sistema FAEP. Desde então a forma de gestão mudou, entrou o planejamento estratégico,. “E nesse planejamento os cursos do SENAR-PR entraram como prioridade em nossas ações”, destaca Zampier.


Campo Mourão

A Fazenda Santa Bárbara: Cursos no SENAR-PR e vacas premiadas em competições regionais

Mamborê

Mamborê: recorde em cursos • Altamira do Paraná • Araruna • Barbosa Ferraz • Boa Esperança • Campina da Lagoa • Campo Mourão • Corumbataí do Sul • Engenheiro Beltrão • Farol • Fênix • Iretama • Janiópolis • Juranda • Luiziana • Mamborê • Nova Cantu • Peabiru • Quinta do Sol • Roncador • Ubiratã

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Campo Mourão O comunicador James é um prestador de serviços. Pelo rádio, ele orienta e divulga

O

Sindicato Rural de Mamborê fechou 2011 com recorde em cursos – mais de 100 - realizados no Centro de Aprendizado Rural (CAR). Além dos cursos do SENAR-PR, há modalidades de capacitação em convênio com a Prefeitura, órgãos do Estado e entidades. O resultado dos cursos já se observa na prática – orgulha-se o presidente do Sindicato Rural Edgar Sehaber, que enumera: “melhor uso dos equipamentos, aplicação correta de insumos, fim do desperdício, novas fontes de renda, menos acidentes de trabalho. No lado social, os resultados estão na melhoria da qualidade de vida e autoestima das famílias”. O prefeito da cidade, Ricardo Radomski, revela que o município também está fazendo sua parte, com cursos profissionalizantes para menores carentes e beneficiários de programas sociais. “SENARPR, FAEP, Sindicato Rural e Prefeitura formam uma parceria que já deu certo”, comemora Radomski. Os cursos são divulgados pela Rádio União FM 87.9, dirigida por James Correia, com forte penetração regional.

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Um campeão da eficiência Leandro Sartoreli Ricci, de Mamborê foi Campeão Brasileiro em Produtividade de Soja, safra 2009/2010, com 108,4 sacas/hectare. Na safra passada perdeu por uma diferença mínima, mas se manteve como Campeão Paranaense. Ricci esbanja competência e clareza ao estabelecer o equilíbrio entre a atividade produtiva e os limites impostos pela sustentabilidade. Fatores que se destacam na composição de custos da lavoura e são analisados nas capacitações do SENAR-PR. A alta produtividade alcançada é a soma de inúmeras variáveis bem conduzidas: condições de solo, manejo de plantas, escolha de variedades e os fatores como o clima, umidade, temperatura e ensolação, entre outros. A lavoura é uma indústria mais complexa do que uma fábrica urbana. E o campeão Ricci ensina: o Brasil, para produzir mais e mais, não precisa ampliar suas fronteiras agrícolas e invadir florestas. Basta aumentar a produção por área. Isto se consegue buscando eficiência, conhecimento e tecnologia. Um caminho, segundo ele, é “apro-


Campo Mourão A aluna Joice Marcondes

Os doces coloniais de Elizeu agradam na Feirinha local e em Curitiba

veitar as técnicas transmitidas pelo SENAR-PR, a custo zero”.

instrutora”, como sinônimo do sucesso. Se depender da vontade de Joice, todas as mulheres, independente da idade, fariam o Mulher Atual. “Você passa a enxergar o mundo de outra forma e perceber mais as oportunidades”, diz.

Um outro olhar A Comunidade Guarani é uma das que mais demandam cursos do SENAR-PR na região. No Programa Mulher Atual, por exemplo, ocorre o que se pode chamar de desenvolvimento pessoal e profissional em grupo. O fato é que as próprias alunas colocam um divisor em suas realidades separando o antes e o depois do curso. Mas, por que essa diferença? A resposta está no próprio conteúdo, ao tratar da qualidade de vida dessas pessoas. Ganham com isso a família e o empreendedorismo. O fator qualidade de vida também reflete no melhor aproveitamento das técnicas que vão melhorar a renda da família com processamento de frutas e verduras, fabricação de pães e doces e atividades caseiras mas com finalidade comercial. Joice Marcondes Correia, 19 anos, cursando o ensino médio, é a mais nova de um grupo de 25. Ela preza o “convívio com a turma e o carinho da

Geleias, compotas e conservas A chácara é pequena, o local é aprazível, a terra é excelente e a dedicação é total. É de lá que saem 30 tipos de doces, inclusive cristalizados, com a marca Agroindústria São José. Depois que fez vários cursos do SENAR-PR (a partir do curso Negócio Certo Rural), o casal Elizeu Queiroz e Ivone Radeski Baum parece movido a eletricidade. Em pouco tempo seus produtos percorreram feiras oficiais (Sabor do Paraná) e ganharam prêmios. O casal está ampliando as instalações para abrigar máquinas de fazer embalagem a vácuo e desidratar frutas. Segundo o engenheiro agrônomo Fernando Pizani, a propriedade é referência – não em termos de estrutura, mas em desenvolvimento. Ivone e Elizeu trabalham com matéria-prima da própria chácara e é adquirida na

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Campo Mourão Leandro Sartoreli Ricci: campeão de produtividade

O casal Altamir Paula Neves e Durlei Marta Neves na aula de informática

região porque só a propriedade não consegue suprir a demanda da indústria. Os produtos não levam agrotóxicos nem conservantes na fabricação. São coloniais e naturais, resume Pizani. Ele explica que dentro do curso Negócio Certo Rural, os participantes desenvolvem um plano de negócios e este plano é para melhorar o que já existe e desenvolver algo novo.

mesmo fez curso de gestão mas não para de buscar informações. “Da turma que trabalha aqui, todos fizeram cursos no SENAR-PR”, diz. Um deles foi o de manejo de novilhas. A Santa Bárbara faz Controle Leiteiro pela Associação Paranaense de Gado leiteiro, que monitora uma série de itens relacionados com sanidade. Com uma produtividade de 28 l/vaca/dia na média anual, o plantel da Santa Bárbara ofereceu várias campeãs de exposições. Em Umuarama, em duas ordenhas/ dia, durante três dias, a vaca campeã forneceu uma média 55 litros. Mas Kruger é pé no chão e chega a ser crítico com relação aos concursos. “Não adianta escolher uma boa vaca, querer tirar o máximo dela naquele período de prova e, assim, prejudicar o animal”, afirma. Segundo Kruger, quando se turbina uma vaca para alta produção reduz-se sua vida útil. É melhor mostrar alta performance no dia a dia. Ele aponta para outra campeã e diz preferir a categoria Campeã Geral. “Para mim a melhor vaca é aquela que ganhou na pista porque o úbere dela é bem inserido, que tem tetos bem corrigido; uma vaca que vai viver bastante tempo e ter várias crias.

Levantar cedo e usar tecnologia Na Fazenda Santa Bárbara, no Lageado, em Mamborê, a palavra de ordem é qualificação das pessoas e tecnologia. Além de levantar cedo. Não se pode falar em lucro sem usar técnicas para obter ganhos em produtividades. Tanto quem administra como os funcionários precisam ser qualificados. É o que pensa Roni Nelmes kruger, um dos maiores produtores de leite do Paraná. Ele tem uma equipe experiente que está sempre se atualizando no SENAR-PR. “Produzir leite exige conhecimento”, conceitua Kruger. Na lida o que manda é a prática, mas é preciso aprender a teoria e trazer coisas novas para dentro da fazenda – segundo Kruger. Ele

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Capacitação garante salto de qualidade no Norte Pioneiro

“O sitiozinho virou um brinco” Se nas propriedades os cursos do SENAR-PR mexem com as pessoas e contribuem para aumentar a renda – o que fica claro na produção de leite, por exemplo –, nas usinas Dacalda e Jacarezinho o resultado se dá em duas vertentes: no rendimento do trabalho e na qualidade de vida do trabalhador. Em dezenas de depoimentos, homens, mulheres e jovens, reconhecem as mudanças em suas vidas – que os gestores chamam de “mudança de atitude e

Santo Antônio da Platina

I

magine uma fazenda que pratica tecnologia de ponta na produção de seus cafés premiados e vendidos com selo de qualidade para países exigentes. Países que mandam seus técnicos para auditorias periódicas de todo o processo. Agora pense no grau de profissionalismo de quem faz um produto cuja rastreabilidade, do plantio à moagem, expõe as habilidades e comprometimento dos trabalhadores. Isto existe aqui no Paraná e 90% do sucesso é creditado ao fator humano. Entendase trabalhadores qualificados. É assim também nas usinas e na agricultura familiar. Os cursos do SENAR-PR fazem parte desse divisor de águas na história do café, agora Café de Qualidade do Norte Pioneiro do Paraná. “Se 90% dos resultados devem ser atribuídos às pessoas, o mesmo percentual cabe à parceria com o SENARPR”, afirma o diretor da Fazenda Califórnia, Luiz Roberto Saldanha Rodrigues. Não é à toa que a programação de cursos é cuidadosamente montada para atender diferentes necessidades. “Em sete anos fizemos 75 capacitações e entregamos 1.500 certificados aos nossos funcionários”, orgulha-se. Gilmar Fortunato, 25 anos, que era braçal, do campo, fez vários cursos entre eles controle de pragas, secagem, aplicação correta de defensivos, operador de máquinas. Além da ascensão profissional, o aprendizado mexeu com sua vida: sente-se mais seguro para expor suas ideias e repassar informações. Cuidadoso com as palavras, no entanto ele é desinibido suficientemente para se comunicar e colaborar em equipe. “Percebo igual comportamento nos colegas”, diz.

Jacarézinho

• Abatiá • Andirá • Bandeirantes • Barra do Jacaré • Cambará • Carlópolis • Congonhinhas • Conselheiro Mairinck • Curiúva • Figueira • Guapirama • Ibaiti • Itambaracá • Jaboti • Jacarezinho • Japira • Joaquim Távora • Jundiaí do Sul • Pinhalão • Quatiguá • Ribeirão Claro • Ribeirão do Pinhal • Salto do Itararé • Santa Amélia • Santa Mariana • Santana do Itararé • Santo Antônio da Platina • Santo Antônio do Paraíso • São José da Boa Vista • Siqueira Campos • Tomazina • Wenceslau Braz

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Santo Antônio da Platina 54

Paulo Roberto Mayrinck: Usina Jacarezinho

Ivanilda Moreira da Usina Jacarezinho: Do campo para ajudante de pátio

comportamento”. Um dos responsáveis é o curso Desenvolvimento Comportamental. Cultivando plantas medicinais, fazendo artesanato em bambu, iniciando horticultura orgânica e cuidando melhor dos animais. Algo está mudando em dezenas de pequenas propriedades, como a de Rosilda Martins Lamin, que aponta maior entrosamento com o marido e os filhos, após curso Mulher Atual. A chácara de Cláudio Gomes da Silva, que fabrica palitos de bambu para espetinhos e churrasco, quer mais. Seu produto está chegando aos supermercados do Paraná e São Paulo. Ele está “feliz da vida”, mas pensa em iniciar no café orgânico, depois do curso nessa área. A horta orgânica produz para o gasto. A esposa fez o Mulher Atual e festeja a melhora do relacionamento familiar. Os trabalhadores das Usinas Dacalda em Jacarezinho também afirmam ter nova visão da realidade. O Sindicato constata isto e comemora a performance. “Muitos alunos e ex-alunos vêm nos agradecer a oportunidade que tiveram para

crescer como profissionais e como pessoas”, afirma Luana Corrêa Dias da Silva, mobilizadora dos cursos e auxiliar administrativa do Sindicato Rural de Jacarezinho. Ela e a colega Elaine Pereira destacam o esforço para montar e viabilizar os cursos. Precisam conciliar disponibilidade de tempo com calendários das atividades no campo. Cursos, palestras, orientações, fazem parte do amplo leque de serviços aos produtores. Isto tem estreitado o relacionamento entre o Sindicato, presidido por Eduardo Quintanilha Braga, e a comunidade local. O sindicato estimula e mobiliza, com sucesso, a implantação dos cursos do SENAR-PR.

Usina Jacarezinho: 20,4 mil horas de capacitação Para o gerente administrativo e financeiro da Cia. Agrícola Usina Jacarezinho, José Carlos Fagnani, os resultados dos cursos são visíveis no dia a dia. “Os operadores de máquinas, por exemplo, podem


Santo Antônio da Platina José Fagnani, o Gerente Agrícola José Carlos Turato Filho e o supervisor de Plantio José Ricardo Zanata. A mão-de-obra que falta é a qualificada

achar que já têm o domínio do equipamento mas, depois de um curso eles se convencem que tudo é mais complexo. A partir da capacitação passam a executar um trabalho bem profissional. Isto se estende para todas as áreas e profissionais”, observa Fagnani. Se o resultado dos cursos se expressa no rendimento do trabalho, Fagnani vê melhorias também na autoestima das pessoas o que reflete positivamente no seu relacionamento. O gerente José Carlos Turato Filho e o supervisor de plantio, José Ricardo Zanata, concordam que além do aprendizado, as pessoas sentem-se mais valorizadas. “Até pouco tempo atrás o diferencial de uma empresa era a tecnologia; hoje são as pessoas”, afirma Fagnani. O diferencial em áreas mais técnicas como soldador e operador de máquinas está na qualificação. Isto vale para todos, da mão-de-obra mais rústica até as especializadas como engenheiro. “O diploma qualifica mas não habilita”, diz Fagnani. Ele frisa que o retorno proporcionado pelos cursos do SENARPR “é muito valioso”. Em três anos, 2009 a 2011, a

Usina Jacarezinho ofereceu 20.414 horas de cursos. Apenas para citar alguns resultados, a trabalhadora Ivanilda Moreira da Silva fazia apontamentos no campo, “trabalhava na palha”, como ela mesmo define. Após a capacitação, passou para o controle de pátio. O técnico agrícola Marcos Antonio Garcia fez vários cursos entre eles os de Vinhaça, Direção Defensiva, Análise de Solo e Irrigação. Ele é Coordenador de Produção 3 e conhece bem o pessoal de campo. Garante que os cursos “melhoram a cabeça das pessoas”.

Dacalda investe na mudança comportamental Na Dacalda Açúcar e Alcool Ltda, de Jacarezinho, a coordenadora de Seleção e Desenvolvimento, Maria Ely Vasconcelos, e a analista de seleção de Pessoal, Marcela Garcia, dão detalhes das capacitações profissionais (operador de máquinas, aplicador de herbicidas, cortador de cana e outros) e enfatizam os resultados na parte prática. Elas atri-

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Santo Antônio da Platina 56

Luiz Saldanha: O SENAR-PR é um divisor de águas na história do café

O casal Márcia e Cláudio: Palitos de espetinhos para supermercados

buem importância ao Curso de Desenvolvimento Comportamental. Com uma carga horária de 128 horas, o conteúdo desse curso esteve voltado para o desenvolvimento de competências (humana, de comunicação, gestão e trabalho em equipe). “Algumas pessoas foram alavancadas para cargos de supervisão; todos eram gestores, mas o curso mostrou serem dotadas de outras habilidades. Houve um crescimento na carreira profissional porque o curso deu esse retorno”, explica Maria Ely. Segundo ela, “é importante pensar que com esse curso consegue-se um ganho efetivo para a pessoa quanto ao seu autoconhecimento e a forma de ver o mundo. Com isso, elas também se relacionam melhor com os seus liderados”. O gerente agrícola Carlos Arruda informa que todas as pessoas que entram na empresa são encaminhadas para cursos na respectiva área. Ele confirma o bom relacionamento e cita como exemplo a redução de atritos entre fiscais e subordinados. A empresa também comemora a redução do número de acidentes.

Neste ano, como parte do Desenvolvimento Comportamental, familiares visitaram a usina e ouviram palestras sobre seu funcionamento. A importância dessa integração está resumida na frase da esposa de um dos funcionários: “Eu nunca pensava que a função do meu marido fosse tão importante para fazer açúcar e álcool”. José Roberto Dilana Rodrigues, encarregado agrícola diz que sua vida mudou: Agora ele se dedica mais à família, aproveita bem o tempo quando está em casa e, no trabalho, se relaciona melhor com subordinados. Voltou a estudar (Técnico em Segurança do Trabalho). Valdinei da Silva, também mudou, quando não está trabalhando fica mais tempo com os quatro filhos. O supervisor de Recursos Humanos, Edson Tanaka, comenta a evolução dos conteúdos dos cursos. Hoje se trabalha com o comportamento humano, diz. “Tenho observado esses avanços no dia a dia”. A parceria entre a empresa, o Sindicato e o SENAR-PR, reflete no melhoramento do produto final.


Novos tempos no norte do PR Londrina

Após a geada veio a bonança e a busca do aprendizado

O

ciclo da soja e a necessidade de diversificar a economia rural aumentaram a oferta de cursos do SENAR-PR na região de Londrina. O alvorecer de um novo perfil inclui programas como o Mulher Atual e Empreendedor Rural. Londrina (506.701 habitantes, IBGE 2010) já foi considerada “Capital Mundial do Café”, título que ostentou com orgulho, pois a planta (Coffea spp) que proporciona uma bebida aromática e tonificante, era a base da economia brasileira e o Norte do Paraná, grande produtor e exportador da matéria-prima. A forte geada de 1975 destruiu as lavouras cafeeiras e foi um divisor na economia da região. No dia seguinte, quando ainda era pura desolação, produtores começavam a decidir pela soja, uma novidade que acenava como mercado promissor, inviabilizando a estrutura das fazendas cafeeiras. No lugar das velhas tulhas e terreiros, erguiam-se os silos e secadores do novo grão, enquanto colhedoras automotrizes invadiam os campos substituindo trabalhadores e esvaziando as colônias que habitavam às margens dos carreadores. Não demorou para a região se organizar dentro de uma nova realidade. Com as culturas anuais soja e milho no verão e trigo no inverno,

chegava a mecanização da lavoura. Como indicador desse novo cenário, logo no segundo semestre de 1975 a Transparaná, uma das revendas de máquinas, bateu recorde nas vendas de tratores. Passado um período de transição, incluindo as consequências do êxodo rural, a mecanização continuou alavancando a economia regional. Mas as culturas de soja, milho e trigo também perderam sua hegemonia e o agronegócio, hoje, tem o perfil da diversificação que exige mão de obra qualificada e constante atualização. É neste cenário que o SENAR-PR aparece como agente de desenvolvimento regional, parceiro dos Sindicatos Rurais, prefeituras e outras entidades públicas e privadas, capacitando produtores, seus familiares e empregados, com cursos técnicos e comportamentais - como o Programa Mulher Atual - que melhoram a renda e a qualidade de vida das famílias. Para quem busca eficiência e qualidade no campo não faltam oportunidades. Exemplo disso é a programação de cursos nos municípios em que o sindicato de Londrina atua: ao longo de 2010, o realizou 71 capacitações, 59 no próprio município e 12 em Tamarana – a 40 km de Londrina e extensão de base do Sindicato Rural. Em 2011,

Londrina

• Alvorada do Sul • Apucarana • Arapongas • Assaí • Bela Vista do Paraíso • Cafeara • Califórnia • Cambé • Cambira • Centenário do Sul • Cornélio Procópio • Florestópolis • Ibiporã • Jataizinho • Leópolis • Londrina • Lupionópolis • Marilândia do Sul • Mauá da Serra • Miraselva • Nova América da Colina • Nova Fátima • Nova Santa Bárbara • Porecatu • Prado Ferreira • Primeiro de Maio • Rancho Alegre • Rio Bom • Rolândia • Santa Cecília do Pavão • São Jerônimo da Serra • São Sebastião da Amoreira • Sapopema • Sertaneja • Sertanópolis • Tamarana • Uraí

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Londrina O casal Elisangela e Israel de Souza Teixeira

O agricultor Fábio Nakata

foram mais de 100 cursos. O presidente do Sindicato, Narciso Pissinati, enxergou logo a necessidade de divulgar as ações da instituição. As mudanças começaram a acontecer quando o Sindicato encontrou no Programa de Desenvolvimento Sindical (PDS), uma ferramenta indispensável para reorganizar a entidade e a sua administração. Com o Programa, os oito funcionários do sindicato buscaram capacitação, ampliaram seus conhecimentos e muita coisa mudou. “O PDS mostra a importância de se investir na organização e capacitação das pessoas”, avalia Pissinati. A divulgação dos cursos é feita, por diversos meios, entre eles inserções na rádio CBN de Londrina.

Élio Braz Ferreira, há dois anos a inclusão ao programa Desenvolvimento Regional Sustentável, financiado pelo Banco do Brasil, gerou recursos para impulsionar a atividade. Em 2011, a prefeitura, em convênio com a EMATER e a SEAB, implantou o Programa de Inseminação Artificial (PIA). O acesso é garantido pelos cursos do SENAR-PR, o vice-prefeito explica que o pré-requisito é para garantir o desenvolvimento da agropecuária no município. “A atuação do SENAR-PR contribuiu para o crescimento da atividade leiteira”. Em Tamarana, o Sindicato Rural de Londrina atua em parceria com a prefeitura desde 2002. O agricultor Fábio Nakata, 38 anos, ao retornar do Japão em 2007 e assumir a propriedade da família já fez quatro cursos: Empreendedor Rural, Desenvolvimento Comportamental, Gestão da Propriedade e Operação e Manutenção de Tratores Agrícolas. “Plantar é fácil, mas precisa de orientação. Com os cursos do SENAR-PR posso agregar valor à produção”, avalia.

O novo caminho do leite Boa parte dos 12.268 habitantes (IBGE 2010) de Tamarana, antigo distrito de Londrina, é formada por moradores de assentamentos. São 440 famílias em 17 assentamentos onde predomina o cultivo de hortaliças. Para agregar renda à produção de hortaliças, os agricultores investem na atividade leiteira. Nos últimos três anos, a atividade apresentou alta de 40%, somando 180 produtores de leite. Segundo o vice-prefeito

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Qualificação: a diferença no campo O casal de assentados pelo Incra, Elisângela e Israel de Souza Teixeira, encontrou no SENAR-PR apoio


Londrina Grupo Mulher Atual e atuante

para aprimorar e expandir a atividade leiteira no Sítio Araúna, a 15 km de Tamarana. O trabalho começou em 1993, mas dava prejuízo por ele não saber o manejo correto das vacas. As mudanças começaram em 2002, quando Israel fez o primeiro curso de Bovinocultura de Leite. Desde então os negócios só prosperam. Israel não deixou de buscar qualificação, fez o Empreendedor Rural, Ordenha Mecânica, Derivados do Leite, Turismo Rural, entre outros. “A qualificação abre a mente do produtor”, comenta Israel. No sítio de 13,5 hectares eles fizeram rotação de pastagem com piquetes para aumentar a produção. Com um rebanho de 60 vacas, 21 delas em lactação, a produção atinge uma média de 200 litros de leite/dia, que são pasteurizados para a fabricação de queijo. Em média são 20 kg de queijo (frescal e palitinho) vendidos diariamente na vizinhança e na cidade. A qualificação contribuiu para dobrar a produção no sítio. “Em 2010, produzíamos 100 litros de leite por dia, hoje fazemos o dobro”, compara. A meta é produzir 1.000 litros/dia. Para isso, Israel já sabe quais serão os próximos cursos: inseminação artificial e gerenciamento da propriedade.

Mulher atual e atuante Em Ibiporã – região metropolitana de Londrina, o Programa Mulher Atual não só despertou a autoestima, como teve uma ação prática. Há dois anos, uma turma de 22 mulheres está deixando a sua marca no município. Mesmo com a conclusão do curso em 2009, elas permaneceram unidas desenvolvendo várias ações, e estabeleceram parcerias com o Sindicato local e a prefeitura. O grupo abraçou as atividades do sindicato. Elas descobriram que podem participar da sociedade e levantar a bandeira de produtoras. Com o término das aulas, o grupo continuou buscando qualificação em mais cursos do SENAR-PR. Panificação, Artesanato, Derivados de Soja, Bambu e Jardinagem estão entre os já realizados. “O Mulher Atual foi uma porta para fazermos mais cursos e ainda criou uma identidade para as mulheres de Ibiporã”, acrescenta Sônia Maria Bigati, integrante do time. A forte atuação rendeu à turma uma marca: elas são conhecidas como as “mulheres atuais do Paraná”. Realizam diversas ações, entre elas a promoção de campanhas de vacinação e outros programas relacionados à saúde da mulher. O grupo a cada ano ganha a participação de novas integrantes e os planos não param por aí. Elas estão se

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Londrina Curso de Mecânica no CTA Ibiporã

preparando para fazer o curso Empreendedor Rural e o Programa de Desenvolvimento Sindical (PDS). O próximo desafio é formar uma associação.

Parceria que faz a diferença Ibiporã também cresceu sobre a forte influência do “ouro verde” – como era conhecido o café. Hoje, com 48.198 habitantes, tem como base da produção agropecuária a cultura da soja, do milho e do trigo. O Sindicato Rural de Ibiporã, fundado em 1968, passou por um longo período de inatividade, retomando suas atividades a partir de 2005. Em 2006 assumiu o atual presidente, Antônio Nadir Bigati, e com a contratação de uma funcionária, o primeiro passo foi pôr a casa em ordem. Hoje, depois de uma ampla reforma no prédio já existe um projeto para a criação de uma biblioteca e a estruturação da sala do produtor, comemora Bigati. As mulheres têm forte influencia nos bons resultados. “Elas incentivam a participação dos maridos na gestão do sindicato”, relata a funcionária e mobilizadora, Ivone Aparecida Vieira.

CTA de Ibiporã, um braço forte Além do trabalho desenvolvido pelo sindicato, o mu-

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nicípio de Ibiporã conta com a estrutura do Centro de Treinamento Agropecuário – CTA, que atende não só produtores da região, mas de todo o estado. Incorporado pelo SENAR-PR em 2006, ele é referência reunindo condições para um aprendizado de alto padrão. Infraestrutura necessária e instrutores qualificados garantem a excelência dos cursos. Com uma infraestrutura moderna, o CTA está numa área de 15 alqueires, com pomar, horta, apicultura e canteiro de plantas medicinais. “Estamos sempre nos aperfeiçoando para que o produtor tenha acesso a um aprendizado de qualidade e que seja bem atendido”, afirma a administradora do CTA, Alex Sandra dos Santos.

Na prática Com 10 cursos no seu currículo, a agricultora Kaoru Goto Hayamashi é um exemplo do crescimento pela procura de cursos. Tratorista agrícola, pulverização, cultivo de eucalipto e conservas fazem parte da lista. “Tudo que aprendi estou aplicando”, garante. Kaoru administra o sítio São Sebastião, de 36 alqueires, em Assai – a 40 km de Londrina, onde produz soja, milho, trigo e arroz.


Umuarama

A força da mobilização foimarcanteemSãoManoel

H

á 40 km de Cianorte, na região Noroeste, localiza-se o tranquilo município de São Manoel do Paraná com seus 2.100 habitantes e que até 1993 pertencia a Indianópolis. É uma das menores cidades do Estado que tem na agricultura uma das suas bases econômica. As lavouras se dividem em culturas de milho, soja, os canaviais, criação de bicho da seda, a pecuária leiteira, plantações de mandioca e a cafeicultura. A agropecuária é uma das bases econômica da cidade. A receita na safra 2009/2010, R$ 54 milhões, é a soma da renda dos 230 produtores locais. O que se vê em São Manoel do Paraná é um cenário consolidado em que a produção tem colocação garantida. Os pequenos abastecem o comércio e ajudam a compor a merenda dos alunos das três escolas públicas da cidade. Quem trabalha com pecuária de leite encontra na Cooperativa Agroindustrial de São Manoel e Região (COOPLESMAR) o destino certo para sua produção. A cooperativa pasteuriza, embala e entrega o leite para mercados locais e para o programa Leite das Crianças, do governo estadual, em sete municípios da região.

Essa consolidação está ligada ao SENAR-PR, que através de seus cursos de qualificação, contribuiu para que os produtores adequassem a produção, atendendo com qualidade as demandas do mercado.

São Manoel

História de mobilização A chegada dos cursos do SENAR-PR foi impulsionada em 2006, pelo então secretário da Educação, João Pereira Pinto, que viu nas capacitações a possibilidade de levar a educação para o meio rural. Acreditando que a capacitação traria renda e qualidade de vida, junto com o professor de Geografia, Fabiano Tavares Galindo então secretário da agricultura, mobilizou os produtores. “Analisamos a cadeia produtiva e com o auxílio do supervisor do SENAR-PR identificamos os cursos que poderiam contribuir”, diz Galindo. Após a primeira capacitação, sobre derivados do leite, o SENAR-PR tornou-se conhecido entre os produtores e, em pouco tempo, já havia fila para os próximos cursos. “Chegou uma época em que os cursos já estavam no orçamento do mu-

• Alto Paraíso • Altônia • Cianorte • Cidade Gaúcha • Cruzeiro do Oeste • Douradina • Esperança Nova • Guaporema • Icaraíma • Indianópolis • Ivaté • Japurá • Jussara • Maria Helena • Mariluz • Moreira Sales • Nova Olímpia • Perobal • Pérola • Rondon • São Jorge do Patrocínio • São Manoel do Paraná • São Tomé • Tapejara • Tapira • Terra Boa • Tuneiras do Oeste • Umuarama • Xambrê

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Umuarama 62

Com o SENAR-PR mais qualidade na produção agrícola

Devanil José Zupiroli: Secretário da Agricultura

nicípio”, recorda. A parceria entre a prefeitura, as secretarias municipais, EMATER, e Sindicatos Rurais de municípios vizinhos, fortificou ainda mais a presença do SENAR-PR. Em 2008, João Pereira Pinto e Galindo venceram as eleições para prefeito e vereador respectivamente. Os cursos mobilizados pelo vereador, que foi recordista de votos na cidade, com 12,6%, o aproximaram da comunidade. “Conhecemos muitas pessoas através dos cursos, criamos vínculos”, recorda Fabiano. Segundo ele, a vinda do SENAR-PR para o município foi o maior avanço para a agricultura familiar. A importância dos cursos se tornou tão visível, que João destacou em seu plano de governo a continuidade da parceria com SENAR-PR. Infelizmente João faleceu em junho de 2011, quando exercia seu primeiro mandato de prefeito e não pode ver o resultado de seu trabalho. No entanto, não faltam pessoas para lhe darem voz e narrar seus feitos como homem público. “João era um motivador. Teve papel fundamental para o SENAR-PR”, diz Galindo. Sua esposa, Ma-

ria Aparecida lembra que “o elo com o supervisor do SENAR-PR foi fundamental para as necessidades do município e a melhor forma de supri-las foi com os cursos”. As capacitações não param e o papel de mobilizador, agora é exercido pela EMATER. O técnico Cleiberto Pilla de Moura e o chefe da Divisão de Pecuária, Vilmar Antonio de Quemelo, vestiram a camisa do SENAR-PR.

Resultados que perduram Os cursos na área de alimentos ajudaram a transformar a agricultura familiar de São Manoel. Muitas mulheres da Vila Rural Modelo participaram dos cursos de panificação, compotas, doces e geleias e puderam ingressar no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para a merenda escolar. Os benefícios foram sentidos no bolso, como afirma Gregoria Celestino Barbosa, que faz pães caseiros para a merenda escolar. “Nossa renda deve ter aumentado em 50% desde que entramos no programa”, conta. Moradora da Vila Rural há 12 anos. Para a secretária de educação Aparecida Luzia


Umuarama Fabiano Tavares Galindo: mobilizou agricultores quando secretário

Maria Miriam Ferreira: Recordista em cursos do SENAR-PR

Marcatto Corsi a diversificação entre pães, bolachas, frutas, legumes, verduras “trouxe riqueza para o cardápio dos nossos alunos. Tudo é de qualidade graças à qualificação do produtor”, diz. “A vinda do SENAR-PR ao município foi nossa maior riqueza”, acredita. A nutricionista da prefeitura Lorena Constantino Tamiozzo, afirma que o apetite das crianças está mais aguçado e exigente. “Hoje elas pedem frutas e verduras. Sentem falta quando não tem”, conta. Os resultados aparecem na avaliação antropométrica, onde verificam peso e altura das crianças que está mais próximo do recomendado em função da merenda saudável. Os produtores também aprenderam a aproveitar melhor os produtos. “Antes muita coisa era jogada fora, como a abóbora, por exemplo. Hoje as produtoras fazem doce cristalizado”. Os alimentos agregados à merenda contribuíram para que São Manoel do Paraná se tornasse município livre de analfabetismo em 2010 e alcançasse a nota 6,5 no IDEB, ficando em primeiro lugar no núcleo de Cianorte e em 6º no Estado. São 670 alunos entre as

redes municipal e estadual.

Leite de qualidade O leite que chega ao mercado e aos alunos é entregue na COOPLESMAR, a cooperativa criada em 2008 para escoar a produção do município. O laticínio recebe 1.000 litros/ dia, entregues por 12 produtores cooperados. Mais da metade vai para o programa Leite das Crianças do governo estadual. Segundo o presidente da cooperativa e secretário da agricultura de São Manoel, Devanil José Zupiroli, a boa qualidade se deve à qualificação do produtor. Um bom exemplo está na Chácara Nossa Senhora de Fátima, de Nadir Broleze. O filho Fernando, de 21 anos, participou de três cursos de Bovinocultura de Leite: básico de manejo, casqueamento e inseminação artificial. Já inseminou 20 vacas e está substituindo o rebanho pela raça Jersey. Com o que aprendeu no curso de casqueamento Fernando conseguiu “salvar” uma vaca que seria descartada. “Ela mancava e ficava encolhida”. Depois que usou a técnica, o animal retomou a produção de 20 litros/dia. A renda da propriedade de

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Umuarama Osvaldo de Oliveira: com os cursos modernizou a produção de café

Capacitação do produtor refletiu na qualidade da merenda escolar

nove alqueires vem do leite. São 100 animais, 17 em lactação. No verão produz 200 litros/dia.

gue vender a produção em coco por R$7,00 o quilo. A modernização fez a diferença em sua renda: com duas safras de café conseguiu juntar dinheiro para construir uma casa de alvenaria, na nova propriedade. No sítio de 8 mil metros quadrados cultiva três mil pés de café. A antiga propriedade, de 6,5 alqueires, ficou para os filhos.

Modernizando a cafeicultura Atividade agrícola histórica no município, a cafeicultura continua sendo responsável pela permanência do pequeno produtor na área rural, segundo o técnico de campo da EMATER Cleiberto Pilla de Moura. Como muito produtores ainda utilizavam técnicas ultrapassadas – o que reflete nos preços pagos pelo grão – era preciso capacitar os cafeicultores de São Manoel. O cafeicultor Osvaldo de Oliveira, 68 anos, que já fez mais de cinco cursos do SENAR-PR, participou das capacitações e não imaginava como as técnicas antigas eram prejudiciais à qualidade dos grãos. “Principalmente na colheita, que antes era feita sem pano. O café caía direto no chão e a gente rastelava”, destaca. Hoje, é colhido no pano e o agrotóxico é aplicado na hora certa. Os grãos também não ficam mais amontoados no terreiro. Logo pela manhã são espalhados para facilitar a secagem. Produzindo 30 sacas por mil pés, Osvaldo conse-

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Garota propaganda Com 25 certificados, Maria Miriam Ferreira Porto poderia ser a garota propaganda do SENAR-PR em São Manoel do Paraná. A maior parte das capacitações realizados foi na área de alimentos. “Nesses cursos a gente aprende a viver”, afirma. Os preferidos são o de panificação e Mulher Atual. Com o primeiro, conseguiu entrar no PAA, entregando tortas e pães. A renda obtida já ajudou na ampliação da cozinha e na aquisição de um novo fogão e uma geladeira com descongelamento automático. O Mulher Atual foi essencial para ganhar desenvoltura, alinhar sua simplicidade à feminilidade. “Aprendi a ensinar minhas clientes a ficarem mais bonitas”, orgulha-se.


Mandaguaçu

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arialva, a 20 quilômetros de Maringá, no noroeste do Estado, tem o simbolismo de capital da uva fina de mesa por várias razões. A produção de uvas, responde por 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do município, espalhadas em 850 propriedades que ocupam 1.500 hectares. Foram 45 mil toneladas na safra 2009/10, rendendo quase R$100 milhões (Valor Bruto de Produção - VBP, calculado pela SEAB) de variedades como a Rubi, Brasil, Itália e Benitaka. Numa região dominada pelo trinômio soja-trigo-milho, essas culturas, mesmo ocupando uma área 15 vezes maior, alcançaram um VBP de R$ 73 milhões. A história da uva em Marialva começou em 1960, quando chegaram as primeiras ramas trazidas de São Paulo pelos produtores Keiji Yamanaka e Toshikatsu Wakita. Aliado ao clima e cortada pela linha do Trópico de Capricórnio, as uvas “se sentiram em casa”, porque esses fatores permitem o cultivo de duas safras anuais, (colhidas em dezembro/janeiro e maio/junho) nas propriedades que praticamente envolvem o perímetro urbano. O secretário de Agricultura, Nei Cazelato, explica que há 10 anos fazendeiros venderam suas terras a grupos de produtores que as dividiram em lotes menores. Os parreirais são vizinhos de agroindústrias familiares, que aumentaram de número depois de um trabalho que estimulou o produtor a buscar maior valor agregado a seu produto. “O SENAR-PR é um parceiro muito importante para nós. Através dos cursos o produtor tem se mostrado mais aberto e participativo”, avalia.

Marialva

Despertando a agroindústria

Capital da uva fina de mesa no Paraná

Em 2003 Marialva foi sede de uma das primeiras turmas do Programa Empreendedor Rural (PER) do SENAR-PR. Foi o passo inicial para as agroindústrias de vinho, suco de uva, polpa de frutas, geleias, compotas. Valdir Monarin e Nelson Riciere participaram do Programa Empreendedor Rural, em 2003, e resgataram uma ideia antiga de estruturar uma pequena vinícola. Motivados pela instrutora do curso, fizeram o projeto e tiveram o trabalho classificado entre os cinco melhores do Estado. Com viabilidade

• Ângulo • Astorga • Bom Sucesso • Colorado • Doutor Camargo • Floresta • Flórida • Guaraci • Iguaraçu • Itaguajé • Itambé • Ivatuba • Jaguapitã • Jandaia do Sul • Jardim Olinda • Lobato • Mandaguaçu • Mandaguari • Marialva • Maringá • Munhoz de Mello • Nossa Senhora das Graças • Ourizona • Paiçandu • Paranapoema • Pitangueiras • Presidente Castelo Branco • Sabáudia • Santa Fé • Santa Inês • Santo Inácio • São Jorge do Ivaí • Sarandi

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Mandaguaçu 66

COAVITI: depois do PER, produção de vinho

Beth e Zacheu: investindo na polpa

comprovada, a proposta ganhou apoio do Governo Estadual, através do Programa Paraná 12 meses, apoiado pelo Governo Federal, Prefeitura de Marialva, EMATER, Sistema FAEP atraindo outros produtores na iniciativa. Daí surgiu a Cooperativa Agroindustrial dos Viticultores, a COAVITI, nome que se tornou a marca dos vinhos produzidos pelo grupo. A COAVITI tem 17 famílias cooperadas e produz cerca de 1.500 garrafas de vinho por mês, entre tinto de mesa seco e suave; rosê seco e suave; branco fino e branco de mesa. Cerca de 50% da matéria-prima utilizada vêm da produção dos cooperados que também são os responsáveis pelo preparo do vinho. “De dia é na roça e à noite nos reunimos para fazer vinho”, conta Monarin. A cooperativa paga um valor mais alto. “É para incentivar a produção de uva de qualidade, pois matéria-prima boa resulta em vinho bom”, explica o diretor-secretário Antonio Peres Martins. Todos trabalham em equipe, cada um com uma função diferente. Uma vitória, pois de acordo com Monarin, o produtor tinha um perfil individualista. “Com o programa Empreendedor Rural conseguimos mudar esse conceito”.

De vento em ‘polpa’ Na Feira do Produtor de Marialva, duas vezes por semana, é possível tomar um suco de maracujá fresquinho, com sabor original da fruta. A polpa também é vendida em pacotinhos de diversos tamanhos. Resultado do empreendedorismo do casal Zacheu e Elizabeth Burko que integraram a turma do PER, em 2003. A proposta inicial do casal era diversificar a propriedade onde cultivavam apenas uva, com o plantio de maracujá. No entanto, a comercialização não foi a esperada e para aproveitar a fruta, antes que apodrecesse no pé, Beth, como é conhecida, resolveu testar uma receita de farinha de casca de maracujá que havia visto na TV. “Pesquisamos e vimos que a casca era rica em pectina e que reduzia índices de diabetes. Quebrei alguns liquidificadores tentando fazer a farinha”, lembra Beth. “Tivemos outras ideias, mas como no curso aprendemos a colocar tudo na ponta do lápis, vimos que a polpa de frutas congelada era a mais viável”, explica Zacheu. Do maracujá, a produção expandiu para outros nove sabores. Casados há 25 anos, com um casal de filhos, Zacheu e Beth já garantem parte da renda familiar com a produção na agroindústria. “O Empre-


Mandaguaçu SENAR-PR e EMATER: parceria para boas práticas agrícolas

Laércio diz que PER estimulou produção do suco de uva

endedor abriu nossos olhos. Sem o curso, talvez estivéssemos na uva ainda, o que não estava compensando”, ressalta Zacheu. Para Beth,uma participante assídua dos cursos, o impulso dado pelo SENAR-PR despertou o conhecimento. “Falou em rural, estou metida no meio”, brinca.

começando a colher os resultados do investimento”, informa Pintor.

Produtor e empresário Há cinco anos, Laércio José de Pintor e a esposa Anna decidiram colocar em prática a ideia de montar uma agroindústria para produzir suco de uva. O curso Empreendedor Rural do SENAR-PR foi o estímulo para o casal fazer o investimento. “O Empreendedor Rural casou muito bem com a ideia que tínhamos”. Por ano, a agroindústria produz de 12 a 15 mil garrafas da bebida. O suco é um blend das duas variedades de uva, não contém açúcar e é livre de conservantes. A bebida, geleias, doces e compotas produzidas na agroindústria levam a marca D’Anna em homenagem à esposa. A preocupação em ter um produto bem acabado levou a contratar um designer para desenvolver uma logomarca exclusiva. A agroindústria é responsável por 80% da renda familiar. “Estamos

Saúde e Meio Ambiente O presidente do Sindicato Rural, Lindalvo José Teixeira explica que a uva necessita de tratos culturais intensos ao longo de seu desenvolvimento exigindo uma forte atuação na capacitação e preparação dos produtores, principalmente na utilização de agrotóxicos. A atuação do sindicato tem se divido em duas frentes de trabalho: redução no uso do agrotóxico e cuidados na aplicação. “Esse vem sendo o foco desde 2010”, ressalta. Tanto que, nos últimos anos 45 cursos foram realizados, com a participação de 650 pessoas, entre produtores e funcionários. O cenário que antes mostrava aplicadores usando bermuda e camiseta, está dando lugar a profissionais que usam Equipamentos de Proteção Individual (E.P.I.).

Produção agroecológica O SENAR-PR também tem trabalhado para o uso racional do agrotóxico. Com a EMATER de-

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Mandaguaçu

dos produtores rurais. O programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) formou 14 turmas, com a participação de mais de 200 jovens de 2007 a 2011 em Marialva. “É preciso despertar no jovem o interesse pelo rural. Afinal, quem vai tocar as propriedades e produzir alimentos no futuro?”, lembra o presidente do Sindicato. Hoje, Carlos Miguel, 15 anos, garante que seu futuro é no campo. “Quero ver nossa propriedade rendendo o máximo dela”, diz. Os pais José Rubens e Margareti apoiam a decisão do filho e o incentivam para que permaneça. Decisão não muito comum, segundo o instrutor do JAA na região de Marialva, Antonio Carlos Marques. Segundo ele, os pais muitas vezes são os primeiros a falarem para os filhos irem para a cidade, cursar direito, medicina. “Dizem que o campo não dá futuro”, explica.

SENAR-PR e Sindicato Rural: relação antiga

Carlos Miguel garante que seu futuro é no Campo

senvolve um projeto que visa fomentar a produção agroecológica da uva, através do curso piloto de Boas Práticas Agrícolas A engenheira agrônoma da EMATER de Marialva, Silvia Capelari, explica que “o projeto começou em 2011 com duas turmas de 15 alunos. Dario Yoiti Yoshida conseguiu reduzir em 50% o uso de acaricida na última safra. No entanto, ele explica que isso depende das condições climáticas, que às vezes exige o uso de químicos para que não haja perdas na produção. O segredo, segundo ele, está na prática integrada. “A ideia é conseguir chegar a um nível de redução de químicos de 20% a 30%”, acredita o produtor.

Investindo no jovem Incentivar o jovem a permanecer na propriedade e tomar gosto pela atividade rural são os desafios

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Os resultados positivos da atuação do SENARPR no município se devem principalmente ao braço forte do produtor: o Sindicato Rural de Marialva. O primeiro presidente, Marco Arthur Saldanha Rocha, mais conhecido como Tuta, lembra que sempre buscou no SENAR-PR apoio para ampliar o atendimento ao produtor. “Foi através dos cursos que o sindicato ficou conhecido. O SENAR-PR foi a mola mestre para a divulgação do sindicato”, conta Tuta. Atualmente, à frente do sindicato está o viticultor e engenheiro agrônomo Lindalvo José Teixeira que continua focando as ações na capacitação dos produtores. “Nosso objetivo tem sido capacitar o maior número de produtores e trabalhadores rurais no curso de Aplicador de Agrotóxicos para mudar o cenário rural”, diz. A atual diretoria também está buscando aumentar a participação do produtor no Sindicato. Para isso vem ampliando a gama de serviços, adquirindo bens, como uma pá carregadeira, de R$ 345 mil, disponibilizada a preço de custo para quem é associado. A entidade também promove visitas a feiras e eventos em que o produtor possa se atualizar e conhecer novas tecnologias. “Hoje o produtor participa e confia mais no Sindicato”, conclui.


Paranavaí

O fermento de Santa Isabel do Ivaí

S

anta Isabel do Ivaí, a 603 quilômetros da capital, colhe agora o que foi plantado há seis anos em parceria entre a prefeitura, Sindicato Rural e SENAR-PR. O trabalho foi alavancado pela secretária municipal de Educação, Eliana Dandolini Felipe, que ocupou o cargo nos períodos de 2005 a 2007 e de 2009 até hoje. “Encontramos no sindicato e no SENAR-PR grandes parceiros. Nosso primeiro foco era fixar o jovem no campo e para isso organizamos com o sindicato 11 turmas do programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA)”, afirma. Depois foi a vez das mulheres do meio rural. “Mais uma vez oferecemos vários cursos técnicos e o programa Mulher Atual, que trabalha o motivacional feminino”, completa. Um dos maiores resultados desse trabalho é a feira, que foi uma iniciativa e realização das alunas dos cursos do SENAR-PR. A prefeitura e o SEBRAE atuaram como apoiadores de uma ideia que surgiu na base. Uma das idealizadoras da feira é a produtora rurale empreendedora Fátima Miquilin. Depois dos filhos

crescidos ela ficou um pouco deprimida. O dinheiro curto, com a produção limitada de leite e mandioca, na propriedade de 48 hectares dividida com os dois irmãos do marido, deixava Fátima ainda mais preocupada. “Minha filha queria fazer faculdade e eu queria ajudar, mas nossa renda era muito pequena. Comecei a fazer os cursos em 2006 e foi ai que comecei a enxergar uma solução”, conta. Com os cursos técnicos do SENAR-PR Fátima e as cunhadas Selma e Marilda descobriram que podiam transformar todas as frutas disponíveis na propriedade em compotas. “O resultado deste trabalho garante renda pra gente o ano inteiro”, diz. Hoje a filha do casal, Helen, 20 anos já concluiu o curso universitário de Agronegócio, em Paranavaí, e Fátima está com a autoestima lá em cima. “Minha prioridade era ajudar minha filha a se formar, mas com o lucro das vendas deu até para comprar um jogo de quarto novo. Meu próximo investimento é na pintura da casa e colocação de forro e piso na varanda. Meu plano agora é arrumar a casa”, revela.

Santa Isabel do Ivaí

• Alto Paraná • Amaporã • Atalaia • Cruzeiro do Sul • Diamante do Norte • Floraí • Guairaçá • Inajá • Itaúna do Sul • Loanda • Marilena • Mirador • Nova Aliança do Ivaí • Nova Esperança • Nova Londrina • Paraíso do Norte • Paranacity • Paranavaí • Planaltina do Paraná • Porto Rico • Querência do Norte • Santa Cruz do Monte Castelo • Santa Isabel do Ivaí • Santa Mônica • Santo Antônio do Caiuá • São Carlos do Ivaí • São João do Caiuá • São Pedro do Paraná • Tamboara • Terra Rica • Uniflor

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Paranavaí Parceria entre o Sindicato Rural, SENAR-PR e a Prefeitura

Mais renda com a diversificação e a produção de abacaxi

A feira como vitrine

leireira e manicure, mas não deu certo. Após um derrame reconstruiu sua vida profissional. Fez os cursos de conservas, panificação e mais recentemente o Empreendedor Rural. “Este curso joga a gente pro futuro, vale muito a pena. Me encontrei profissionalmente”, diz.

Selma e João, Fátima e José, Maria de Fátima e Sergio, Marilda e Ednéia. Casais da mesma família, mas com vidas diferentes por causa dos cursos do SENARPR. O exemplo mais recente vem da nova integrante do grupo Ednéia Rocha, 37 anos, viúva há um ano e meio. Ela cuidava da casa e da família, com a viuvez se obrigou a buscar novas fontes de renda. Ela reúne com o grupo toda semana na cozinha comunitária do município para produzir biscoitos, bolos, compotas e pães que abastecem as feiras de produtos artesanais. “Minha vida mudou muito com os cursos do SENAR-PR. Agora estou fazendo o curso Desenvolvimento Comportamental que mexeu muito comigo. Passei a valorizar a natureza, a entender melhor as pessoas”, comenta a produtora rural Maria de Fátima Miquilin. Animada e alegre, ela guarda as 24 cartilhas dos cursos que fez. “Nos cursos do SENAR-PR não aprendi só a transformar alimentos estou aprendendo a me transformar. A gente não olha muito pra quem está do nosso lado e nem pra gente mesmo. Mas estou mudando isso”, relata. Selma, cunhada das duas ‘Fátimas’, tentou ser cabe-

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Promovendo a diversificação O município de Santa Isabel do Ivaí pode ser considerado um oásis no meio do mar de cana-de-açúcar cultivado na região. Para sustentar a economia a Prefeitura, em parceria com o Sindicato Rural, apoia novas fontes de renda como foi o caso do cultivo do abacaxi do tipo havaí. Há 16 anos, por iniciativa de um grupo de produtores rurais foi organizado o primeiro Condomínio de Abacaxi no município. “O objetivo era buscar tecnologia, facilitar o acesso ao crédito, concentrar assistência técnica e criar volume de produção”, explica Manoel Messias Pereira Candido, produtor rural, técnico agrícola e um dos pioneiros do cultivo da fruta no município. Dos 16 produtores que começaram a empreitada apenas três continuam no consórcio, mesmo assim a


Paranavaí Família Miquilin: renda o ano inteiro com os cursos do SENAR-PR

cultura se consolidou. “Infelizmente, por questões culturais, à medida que os produtores foram adquirindo técnica e experiência, deixaram o grupo. Como produtores precisamos avançar no quesito associativismo”, lamenta Candido. Ao mesmo tempo outros pequenos produtores foram entrando no grupo, como a família Miquilin. “Demorou um pouco, mas os pequenos enxergaram a rentabilidade e possibilidades de aproveitamento desta fruta”, diz Candido. Hoje o município tem 35 produtores de abacaxi, com uma área plantada de 200 alqueires e uma produção por safra de 16 mil toneladas. Trinta por cento da produção vai para exportação e o restante abastece parte dos mercados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e oeste do Paraná. “Não temos volume para chegar ao mercado de Curitiba”, informa o maior produtor de abacaxi do município, Luiz de Jesus Patrão, que também é integrante da Comissão de Fruticultura da FAEP. De acordo com Patrão para abastecer o mercado da capital teriam que dobrar a produção. “Mas o maior entrave é a comercialização. O pequeno produtor vai sozinho comercializar sua safra de abacaxi nos CEASAS

e acaba levando o calote de comerciantes inescrupulosos. Isso desestimula o agricultor que abandona a cultura”, denuncia.

Produção de leite Outra alternativa de renda para os pequenos agricultores de Santa Isabel do Ivaí incrementada pelo Sindicato Rural e o SENAR-PR é a produção de leite. Um dos exemplos é o produtor rural Antonici Fernando Machado, 52 anos, que tem uma propriedade de 90 hectares. Foi com os cursos do SENAR-PR, a partir de 2006, que ele conseguiu atingir altos padrões de qualidade e produtividade, que garantem a certeza de bons negócios. Após um trabalho de mobilização o SENAR-PR iniciou a oferta de um ciclo de cursos voltados para a Bovinocultura de Leite, Pastagens, Pecuária de Corte e Trabalhador na Operação e na Manutenção de Ordenhadeira Mecânica. Antes dos cursos do SENAR-PR, Machado montou a Associação dos Produtores de Leite do Ramal 18 (um bairro rural de pequenas propriedades distante 15 quilômetros do centro da cidade). O objetivo era fortalecer a região e organizar a produção, mas infelizmente mui-

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Paranavaí Machado: autoridade para gerenciar a propriedade

Foi com o que aprendeu no SENAR-PR que pagou a faculdade da filha

tos associados não quiseram avançar com o produtor. “Temos que ser autoridade em gerenciamento do nosso negócio. Todo curso que a gente faz sempre melhora alguma coisa, traz uma ideia nova e abre a nossa mente. Os cursos do SENAR-PR funcionaram como uma lapidação”, comenta Machado. A esposa Marisa concorda. Já fez mais de 20 cursos do SENAR-PR. “Com a globalização e uma legislação mais exigente temos que buscar o máximo de qualidade e competência. No ramo do leite a diferença é de centavos e os detalhes fazem a diferença”, analisa Marilda.

a gente e comecei a prestar contas para os associados”. Afinal de contas o sindicato não é meu”, conta. Com serenidade e persistência Toninho vem aperfeiçoando sua gestão com os cursos gerenciais oferecidos pelo SENAR-PR, como o Programa de Desenvolvimento Sindical (PDS) e o Desenvolvimento Comportamental (DC). “O PDS foi uma luz pra mim. Aprendi a ouvir mais as pessoas”, diz. Além da prestação de contas, ‘Toninho’ organiza com o Sistema FAEP viagens técnicas na cadeia produtiva de leite e promove cursos do SENAR-PR. Entre 2005/2011 foram 416 cursos. Na busca por parceiros para a obtenção de financiamentos foram capacitados 275 produtores entre 2007/2008. Eles conseguiram uma linha especial de crédito dentro do programa Desenvolvimento Regional Sustentável do Banco do Brasil. Apesar do produtor e sua família estarem mais integrados ao Sindicato, Toninho reconhece que ainda há muito o que fazer. “O trabalho não acaba nunca. Quero revisar o Estatuto do Sindicato e montar uma sala de Inclusão Digital. Se não vier o produtor, vem o filho dele que vai levar a tecnologia para a propriedade”, finaliza.

Laçando oportunidades Filho de produtor rural, Antonio Ademir Gomes ou ‘Toninho’ como é conhecido, comanda o Sindicato Rural de Santa Isabel do Ivaí há sete anos com a mesma paixão que tem pelo seu esporte Laço Comprido e o mesmo respeito que tem pelos animais e pela natureza. Com muita simplicidade ´Toninho’ conseguiu reconquistar a credibilidade do Sindicato. De 18 associados em 2005 o sindicato conta hoje com 100 associados. “Dei condições para os funcionários fazerem o sindicato acontecer; busquei a prefeitura para trabalhar com

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Regional 1: Curitiba

Regional 6: Francisco Beltrão

Regional 11: S. Antônio da Platina

Supervisor: Luis Guilherme P. B. Lemes luislemes@senarpr.org.br Celular: (41) 9976-1449 Endereço: Mercado Municipal Rua da Paz, 608 CEP 80060-160 - Curitiba - PR Fone: (41) 3362-0166

Supervisor: Eduardo Antonio Marcante eduardo.marcante@senarpr.org.br Celular: (46) 9975-2099 Endereço: Rua Ponta Grossa, 2089 sala 03 - Centro - CEP 85601-600 Francisco Beltrão- PR Fone/Fax: (46) 3524-6014

Supervisor: Aislan Lucas de O. Macedo aislan@senarpr.org.br Celular: (43) 9976-0219 Endereço: Av. Oliveira Motta, 671 CEP 86430-000 Santo Antônio da Platina - PR Fone: (43) 3534-7139

Regional 2: Ponta Grossa

Regional 7: Matelândia

Regional 12: Londrina

Supervisor: Eduardo Gomes de Oliveira eduardo@senarpr.org.br Celular: (42) 9972-4522 Endereço: Rua Theodoro Rosas, 1381 Fundos - CEP 84010-180 Ponta Grossa - PR Fone: (42) 3225-8915

Supervisor: Francisco Pelição de Oliveira pelicao@senarpr.org.br Celular: (45) 9972-4710 Endereço: Av. Paraná, 930 primeiro piso - sala 30 - Centro CEP 85887-000 - Matelândia - PR Caixa Postal: 87 Fone/Fax: (45) 3262-2774

Supervisor: Arthur Piazza Bergamini arthur@senarpr.org.br Celular: (43) 9961-0602 Endereço: Parque de Exposições Governador Ney Braga Av. Tiradentes, 6355 - CEP 86072-000 Londrina – PR Fone/Fax: (43) 3357-1481

Regional 8: Assis Chateaubriand

Regional 13: Umuarama

Supervisor: Luiz Angelo Fillus luiz.fillus@senarpr.org.br Celular: (44) 9916-8888 Endereço: CTA - Assis Chateaubriand Av. Sesquicentenário, s/n. CEP 85935-000 - Assis Chateaubriand – PR Fone/Fax: (44) 3528–7722

Supervisor: Jean Carlo Gonçalves Carraro carraro@senarpr.org.br Celular: (44) 9976-1547 Endereço:Rua Ministro Oliveira Salazar, 4835 Ed. Portinari sl. 02 Térreo CEP 87502-070 - Umuarama - PR Caixa Postal 241 Fone: (44) 3624-3552

Contatos

Regionais Senar-Pr

Regional 3: Irati Supervisor: Eduardo Figueiredo Mercado eduardo.mercado@senarpr.org.br Celular: (42) 9904-0505 Endereço: Rua 19 de Dezembro, 154 Centro - CEP 84500-000 - Irati - PR Fone/Fax: (42) 3422-5301

Regional 4: Guarapuava Supervisor: Aparecido Ademir Grosse grosse@senarpr.org.br Celular: (42) 9977-2799 Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Caixa Postal: 3504 Fone/Fax: (42) 3626-4789

Regional 9: Pitanga Supervisor: Davi Andre Martins Claro davi@senarpr.org.br Celular: (42) 9904-0440 Endereço: Av. Brasil, 341 - Centro CEP 85200-000 - Pitanga – PR Fone/Fax: (42) 3646-1949

Regional 5: Pato Branco Supervisor: Sidnei Éverton Andric sidnei@senarpr.org.br Celular: (46) 9976-5000 Endereço: Rua Osvaldo Aranha, 377 CEP 85501-310 - Pato Branco – PR Fone/Fax: (46) 3225-9096

Regional 10: Campo Mourão Supervisor: Josiel do Nascimento josiel@senarpr.org.br Celular: (44) 9978-0922 Endereço: Av. Irmãos Pereira, 963 2º andar Sala 10 - CEP 87301-010 Campo Mourão - PR Fone/Fax: (44) 3529-1463

Regional 14: Mandaguaçu Supervisor: Salvador José M. Stefano salvador@senarpr.org.br Celular: (44) 9973-8502 Endereço: Av. Munhoz da Rocha, 800 2º andar - sala 34 CEP 87160-000 - Mandaguaçu – PR Fone: (44) 3245-2055

Regional - 15: Paranavaí Supervisor: Reverson Ferreira R. Camargo reverson@senarpr.org.br Celular: (44) 9916-4444 Endereço: R. Mal. Cândido Rondon, 1545 Centro - CEP 87704-120 - Paranavaí - PR Fone/Fax: (44) 3423-1892

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O longo e criterioso caminho para garantir a satisfação do cliente Estratégia

Passo a passo, como nasce um curso de qualidade O Comitê de Qualidade avalia as sugestões

1

2

Criação

Na pesquisa de satisfação o cliente mostra quais são as demandas dos sindicatos rurais e percepção dos técnicos da área. Foram realizadas 7.971 pesquisas de satisfações de clientes.

3 Profissionais especializados são contratados, elaboram os materiais didáticos e capacitam prestadores de serviços. Realização do curso piloto para validação do material e da metodologia.

4 Mobilizadores são capacitados e aprendem a relacionar oferta de cursos ao perfil do cliente.

5

Prestadores de serviços recebem capacitação pedagógica e técnica específica na área em que atuarão.

6

74

9 A “Linha de produção”

Este ano foram programadas mais de 11.706 propostas de cursos e realizados 10.779 cursos.

Após licitação, revisão e impressão do material didático, o curso é disponibilizado no sistema de informações.

A programação é feita mensalmente no sistema de informações via proposta de curso.

7 O curso é divulgado aos mobilizadores e ao público em geral, encerrando-se o processo de criação de novos cursos. Foram criados 21 novos cursos em 2011.

8

São realizadas reuniões locais com parceiros para o Plano Estratégico de Mobilização (PEM). Foram realizadas 337 reuniões do PEM.


13 12 11 E-mail de confirmação é enviado (cooperados, Centro de Distribuição, instrutor e supervisor).

Ocorre a preparação e envio de documentação contratual (cooperados e prestadores de serviço).

10

Foram enviados: Cartilhas: 256.272 Material de divulgação: 342.998 Fichas de inscrição: 202.356

15 1 Separação do material didático específico do curso.

Há o processo de inscrição dos participantes.

16

Abertura do curso.

Realização do curso.

17

São realizadas supervisões nos cursos visando melhorias para o mobilizador, instrutor e do próprio curso. Foram realizadas 1.168 supervisões de cursos.

18

Conferência do material didático e etiquetagem do Relatório de Ação Concluída com o número do evento.

2

A proposta passa pela aprovação do supervisor regional.

14

Centro de Distribuição

O material didático é entregue ao mobilizador e conferido.

3

4

Remessa de material.

Embalagem.

Emissão e encaminhamento dos certificados ao participante. Foram impressos 136.175.

24 Alunos buscam novos cursos do SENAR-PR e complementam a sua formação porfissional.

23

22 O Centro de Distribuição encaminha o RAC para o setor de Certificação, onde são feitas conferências e autorização de pagamentos.

21

Prestadores de serviços cadastram participantes no sistema de informações e encaminham Relatório de Ação Concluída, além dos materiais didáticos não utilizados ao CD.

Avaliação dos participantes.

20

19

Pesquisa de satisfação dos clientes.

75


Qualidade

Indicadores de Municípios atendidos

Repetindo o alcance de 2009 e 2010, o SENAR-PR se fez presente em todos os cantos do Paraná em 2011, atendendo aos 399 municípios do Estado.

76

Satisfação do cliente e aprendizagem durante o cursos

Aprovação do cliente em relação ao instrutor e metodologia adotada

Em 2011, passamos a buscar a satisfação total (conceito "ótimo") em no mínimo 70% das avaliações.

O Instrutor é fundamental para a qualidade. Neste ano buscamos conceito "ótimo" em no mínimo 80% das avaliações.

Meta estabelecida

Meta realizada

Meta estabelecida

Meta realizada

70%

70,40%

80%

81,50%


desempenho Evasão dos clientes

Supervisões

O aumento de capacitações com maior carga horária faz com que a exigência de assiduidade dos participantes também aumente. Mesmo assim a evasão se manteve próximo da meta estabelecida como tolerável pelo SENAR-PR. Meta estabelecida

Meta realizada

4,38%

10%

Qualif.

Aperf.

10,27%

Quantidade definida

Reclamações Quantidade realizada

868 1.168 O SENAR-PR superou em 34% a meta estipulada de supervisões. Durante os cursos foram realizadas 1.168 supervisões.

O planejamento dos cursos é pensado para que o índice de reclamações seja quase nulo e os indicadores demonstrem que o objetivo foi atingido. Durante as supervisões, o índice registrado de reclamações foi de 1,53%. Meta estabelecida

Meta realizada

3%

1,53% 77


Resultados

Senar-PR em números Quadro consolidado | 2011 Linhas de Ação

Eventos

Participantes

Carga horária

1.422

19.886

24.024

Grandes Culturas Anuais

197

2.320

4.088

Grandes Culturas Perenes/Semiperenes

503

9.137

6.020

Olericultura

155

1.728

3.200

Fruticultura

192

2.242

2.428

Floricultura e Plantas Ornamentais

72

849

1.736

Plantas Medicinais e Especiarias

159

1.944

3.816

Produção Orgânica

144

1.666

2.736

Pecuária

1.076

14.604

28.486

Pecuária de Grande Porte

894

12.608

23.294

Pecuária de Médio Porte

60

717

1.000

Pecuária Animais Pequeno Porte

122

1.279

4.192

Silvicultura

244

2.956

2.928

Florestamento e Reflorestamento

244

2.956

2.928

Agricultura

Aquicultura Criação de Animais Aquáticos

74

866

1.184

Agroindústria Embutidos e Defumados

78

36

456

924

Atividades de Apoio Agrossilvipastoris

4.169

113.995

105.742

Administração Rural

2.009

88.048

51.266

Mecanização Agrícola

2.160

25.947

54.476

Atividades Relativas à Prestação de Serviços

438

5.270

10.520

Classificação Vegetal e Armazenista

168

2.051

3.424

Construção Rural

13

175

400

Montagem e Reparo de Máquinas Agrícolas e Motores

25

260

1.000

Jardineiro

147

1.772

3.528

Turismo Rural

85

1.012

2.168

Aprendizagem Rural

342

7.302

45.320

TOTAL GERAL

7.801

165.335

219.128


CURSOS MAIOR DEMANDA | FPR Classificação

Ocupação

Eventos

%

Conclusão

%

Carga Horária

%

1

Trabalhador na Aplicação de Agrotóxicos

757

10%

9.504

6%

15.592

7%

2

Trabalhador na Bovinocultura de Leite

700

9%

10.003

6%

14.642

7%

3

Trabalhador na Administração de Empresas Agrossilvipastoris

627

8%

10.231

6%

27.058

12%

4

Trabalhador na Operação e Manutenção de Tratores Agrícolas (tratorista agrícola)

595

8%

7.414

4%

15.016

7%

5

Trabalhador no Cultivo de Plantas Industriais

503

6%

9.137

6%

6.020

3%

6

JAA - Jovem Agricultor Aprendiz

326

4%

7.052

4%

38.680

18%

7

Oficina de Planejamento Estratégico de Mobilização

294

4%

7.057

4%

1.176

1%

8

Trabalhador na Operação e na Manutenção de Motosserra

239

3%

1.206

1%

9.520

4%

9

Trabalhador em Reflorestamento (matas homogêneas)

200

3%

2.433

1%

2.464

1%

10

Trabalhador na Fruticultura Básica

192

2%

2.242

1%

2.428

1%

11

Trabalhador na Operação e na Manutenção de Colhedoras Automotrizes

192

2%

2.422

1%

4.344

2%

12

Trabalhador no Cultivo de Plantas Medicinais

159

2%

1.944

1%

3.816

2%

13

Trabalhador na Olericultura Básica

155

2%

1.728

1%

3.200

1%

14

Trabalhador na Agricultura Orgânica

141

2%

1.626

1%

2.688

1%

15

Jardineiro

140

2%

1.688

1%

3.360

2%

5.220

67%

75.687

46%

150.004

68%

Eventos

%

Carga Horária

%

T O T A L

CURSOS MAIOR DEMANDA | PS Classificação

Atividades

Alimentação e Nutrição

1.391

55%

17.612

49%

23.888

34%

1

Panificação básico

454

18%

6.024

17%

7.264

10%

2

Beneficiamento e transformação caseira de mandioca

236

9%

2.923

8%

3.776

5%

3

Derivados de leite

228

9%

2.826

8%

3.648

5%

4

Conservas vegetais, compotas, frutos cristalizados e desidratados

204

8%

2.478

7%

4.896

7%

5

Culinária básica

167

7%

2.121

6%

2.672

4%

6

Beneficiamento e transformação caseira de cereais

102

4%

1.240

3%

1.632

2%

Família Qualidade de Vida e Contribuição Orçamentária Familiar

7

Conscientização de mulheres

156

6%

2.365

7%

1.248

2%

Artesanato

274

11%

3.127

9%

19.748

28%

8

Cestaria e trançados

115

5%

1.286

4%

3.848

6%

9

Artesanato em tecido (corte e costura)

159

6%

1.841

5%

15.900

23%

Programas Especiais - PS

10

Mulher Atual

T O T A L

Participantes %

191

7%

4.086

11%

15.280

22%

2.012

79%

27.190

76%

60.164

86%

79


Resultados

Busca contínua da excelência

E

m 2011 continuamos ampliando o trabalho de aumentar a carga horária dos cursos visando a melhoria da qualidade e a formação continuada. O número de cursos de Formção Profissional

Rural teve crescimento de 1,7% em 2011, porém o acréscimo em carga horária total foi de 9,8%. Demonstra que estamos ampliando o tempo de capacitação para cada um dos participantes.

Carga horária (FPR + PS) 67.092 78.933 113.829 145.795 196.578 212.895 214.882 221.767 246.956 269.145 295.503

80

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011


CERTIFICADO

Participantes (FPR + RH)

3.074 3.667 4.777

2006

8.478

2002 2003 2004 2005

62.215 84.709 111.262

6.859

2007

6.846

2008

8.558

2009

8.088

2010

8.230

2011

157.066

2006

184.698

2007

132.476

2008

135.335

2009

176.645

2010

171.253

2011

2003

2005

7.498

56.349

2002

2004

5.556

2001

2001

176.436

Cursos (FPR + RH) 81


Resultados

Promoção Social Participantes 9.010

2001

8.553

2002 2003

17.758

2004

55.641

2005

14.688

2006

18.021

2007

39.302

Promoção Social Cursos

2008

34.309 2.549

2009

38.290

2.550 2.356 2.147 2.143

2010

31.962

2011

35.972

82

2.464

361

330

333

378

2005

2004

2003

2002

2001

2006

2007

2008

2009

2010

2011

599


83


84


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