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Usina do grupo Andrade, de portas fechadas

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Março / 2014

-açúcar especificada nos contratos e os produtores não conseguem cumprir com seus compromissos. Além disso, há uma queda no repasse dos tributos estaduais. É a consumação do prenuncio de uma crise no setor que vive um de seus piores momentos com quebradeira de usinas e retração dos investidores. Acordos descumpridos Entre produtores e usinas podem ser firmados dois tipos de contratos: os de arrendamento e os de fornecimento. No primeiro, o produtor aluga a terra e a usina fica responsável por todo o processo, que envolve plantio, colheita e moagem. Já no segundo, é o produtor quem planta e colhe a cana, entregando para usina que só faz a moagem da variedade. Segundo Luciano Jacob, vice-presidente do Sindicato Rural de Paranaiguara - cujo São Simão é extensão

de base - 90% dos contratos em São Simão são de arrendamento e outros 10% de fornecimento. Para ele, a situação do produtor é delicada e terá consequências maiores, como o aumento da inadimplência junto às instituições de financiamento rural. “O produtor já tinha feito compromissos e agora não estão conseguindo cumprir com eles. Existem produtores que não possuem outra fonte de renda”. São eles, os produtores, o alvo principal da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), que tem acompanhado de perto todo processo, buscando soluções pacíficas para os problemas através da Comissão de Cana-de-açúcar e Bioenergia. A Faeg se colocou à disposição para analisar casa a caso. O entendimento é de que alguns firmaram contratos com as usinas, enquanto outros não possuem documentação que comprove a relação comercial. Larissa Melo

São Simão Como um efeito cascata, cerca de 800 trabalhadores – de um total aproximado de 1.300 - ficaram desempregados da noite para o dia no município de São Simão, região sul de Goiás. Todos foram demitidos da usina pertencente ao grupo Andrade, que até agora não pagou os aluguéis das terras arrendadas e a cana-de-açúcar adquirida. No município também está instalada a usina Goianésia que demitiu cerca de 500 funcionários mas já firmou acordos trabalhistas com todos e se comprometeu a pagar os produtores. A onda de demissões em massa também atingiu os municípios de Montevideo, Caçu, Paranaiguara, Santa Helena, Paraúna e Anicuns, impactando trabalhadores, produtores e a economia goiana como um todo. Sem os trabalhadores as usinas funcionam em um ritmo mais lento, não recebem a quantidade de cana-de-

www.sistemafaeg.com.br


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