2013 03 marco

Page 17

Longe de riscos Para não correr risco de cometer quaisquer tipos de irregularidades, o produtor rural Givanildo Batista da Silva, prefere que a coleta de solo seja realizada por um técnico experiente. “É muito fácil levar problemas para o laboratório. A amostra correta é responsável por 95% do resultado”, afirma. O ideal, diz, é conhecer também os técnicos e o próprio laboratório. Ele planta 700 hectares de soja em propriedades localizadas em Senador Canedo e Piracanjuba. O produtor acredita que a utilização da análise de solo, ao longo dos últimos anos, permitiu aumento de produtividade de 20%. Com a utilização da análise de solo, a lavoura corresponde ano a ano. Saiu de uma produtividade média de 50 sacas por hectares e, paulatinamente, atinge hoje 60 sacas por hectare. “É considerada uma boa produtividade para a região”, explica. Ele acredita que a redução de custo no que tange à otimização de fertilizantes e nutrientes também chegue a casa dos 20%. “As vezes o produtor está investindo no elemento errado. E quando está equilibrado, qualquer cultura vai bem”, ensina. Diante de todas essas vantagens, Givanildo é categórico ao dizer que o custo-benefício é positivo. Ele calcula que uma amostragem que engloba 20 hectares custe, em média, R$ 55. “Dividin-

www.senargo.org.br

do esse valor por cada hectare sai muito barato”, afirma. Outro produtor rural que não abre mão da análise de solo é José Queiroz da Silva Junior, conhecido na região de Bela Vista como Queiroz Junior. Ele conta que há 15 anos utiliza a técnica, na qual seria impossível obter sucesso no plantio da safrinha. Tipo de lavoura comum no Sudoeste do Estado, onde o clima favorece duas safras ao ano, a safrinha não é considerada comum na região de Bela Vista. Entretanto, conforme Queiroz Junior, há dez anos ele planta safrinha na região. “Não tem como imaginar nada disso sem análise de solo. Ela é como o tempero da comida para a agricultura. Não tem nem como começar a trabalhar sem ela”, ressalta. Ele explica que há três ou quatro anos, poucos produtores da região acreditavam ou mesmo arriscavam a plantar a safrinha. Atualmente, a prática está bem mais comum. “Ninguém aceitava antes, mas produtores da região estão tecnificando. Um começa a observar o resultado do outro e passa a querer também”, afirma. Em cinco anos, diz, a produtividade média da região quase triplicou. Ele afirma que alguns produtores ainda torcem o nariz para o emprego da tecnologia, em função da falta de conhecimento ou dos custos da produção. “Mas aos poucos isso vem diminuindo, diz.

deve ser realizada ao acaso, mas respeitando algumas restrições. “Evitar a coleta das amostras simples próximas de casas, brejos, voçorocas, árvores e sulcos de erosão, curvas de níveis, formigueiros, cupinzeiros ou qualquer outro local que não represente a condição real da gleba”, afirma.

Jana Tomazelli

racterísticas físicas do solo como cor, textura e profundidade do perfil, além do histórico da área no que se refere ao emprego de corretivos e fertilizantes. “Como regra geral, a homogeneidade é o principal fator que determina a área de abrangência da amostra”, afirma. Corá ensina que coleta de amostras simples, dentro de uma gleba,

O produtor Givanildo Batista defende que 95% do resultado da análise do solo depende da correta amostragem

Jana Tomazelli

primeira e mais crítica das etapas do programa. “Essa etapa é de responsabilidade do produtor rural”, afirma. Para tanto, o primeiro passo é dividir a propriedade em glebas de solos homogêneas, nunca superiores a 20 hectares, considerando: vegetação, posição topográfica e relevo (delimitados pelas mudanças de declividade), ca-

Em Bela Vista, o produtor José Queiroz afirma que somente com análise do solo foi possível o plantio da safrinha

Março / 2013 CAMPO

| 17


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.