Ágora 13: Rompendo Barreiras

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Pedro Carrano

falta de água

sidade (ICMBio), na avaliação de Siqueira, aliena da comunidade o dever de preservar a fauna e a flora. No caso do Parque Nacional de Superagui, criado em 1989, aglutina cinco comunidades que vivem da pesca artesanal. Fora do parque, há também outras comunidades. “O Parque Nacional não tem fiscalização e manejo”, critica, afirmando que o seu formato desorganiza e criminaliza as comunidades. Atrás da vila, por exemplo, já não há espaço para a construção de casas para os mais jovens.

Um dos principais berçários brasileiros de botos

Outro lado O presidente do Parque Nacional, Marcelo Brizolin, cuja sede fica na ilha de Superagui e conta com apenas três funcionários, defende que as comunidades tradicionais podem extrair madeira para uso de suas práticas, fabrico de canoas ou algum artefato para a pesca. Há reclamações de que a polícia ambiental é severa com os moradores, com relatos fortes inclusive de iminência de confrontos entre comunidades originárias e representantes do Estado. Mas há também a análise de que, na realidade, a fiscalização é nenhuma. Na avaliação de Brizolin, “Até nos acusam de sermos controladores demais. Atuamos muito sob denúncia. Principalmente no caso de veranistas usando madeira para suas casas”.

Apartheid Uma das imagens mais impressionantes é o muro de exclusão, um apartheid silencioso, entre caiçaras e os ricaços instalados em frente ao mar. O problema – na visão do presidente do parque nacional - é a permissão legal de quem tem cadastro vender para alguém de fora. É preciso um novo modelo de ordenamento e um termo de acordo de uso sustentável: “Onde poderíamos colocar uma norma, se a associação de moradores tiver acordo com isso. Houve reuniões com o Ministério Público, que originaram duas recomendações (para que não se venda os lotes). Estamos pedindo para a comunidade que aceite para não vender os lotes”, afirma. O relato de moradores de fato reconhece que a chegada de turistas aconteceu a partir da venda de terrenos, de forma que os pescadores passavam a viver nos lotes mais ao fundo da entrada da ilha. Com pouquíssimos recursos e condições, como recusar a força da entrada do dinheiro?

Demandas para uma ilha melhor O Posto de Saúde tem apenas uma funcionária;

Manejo sustentável e valorização das comunidades;

De acordo com Renato Siqueira, há reuniões entre ICMbio e Universidade Federal do Paraná (UFPR) para transformar a área em área livre de barcos de motor;

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| março de 2017

Situação de saúde pública precária e com medicamentos parados na região. Falta de ambulância e UTI móvel;

O colégio municipal é marcado por acúmulo de funções e baixo número de professores


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