Suplementoespecialunidades

Page 6

UNIDADES DA UFRJ– 2

Sutilezas e histórias de um Centro A união do talento com a teoria e a pesquisa e a da inspiração com a prática formam as paredes que sustentam a decania do Centro de Letras e Artes (CLA). E isso acontece não por acaso. O Centro reúne quatro unidades-símbolo das áreas de humanidades na UFRJ e uma delas foi a primeira escola de artes criada no Brasil, em 1816. O CLA é responsável por 6 mil alunos, 500 professores e cerca de 400 técnicos-administrativos, distribuídos pela Faculdade de Letras, Escola de Belas Artes (EBA), Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e Escola de Música. Edita a Revista Interfaces, destinada à pós graduação, e realiza eventos que fazem parte do calendário oficial da universidade. Prestígio político A professora titular da Faculdade de Letras, Flora De Paoli Faria – uma italiana naturalizada brasileira –, estará à frente da decania do CLA até 2014. Sua história com a UFRJ teve início em 1972, como aluna de graduação em Português e Italiano, depois de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Em 1976, passou a lecionar na unidade como professora contratada, até se tornar docente concursada. Embora este seja o seu primeiro mandato, Flora tem experiência em gestão de decania, porque foi vice do decano Leo Soares de 2006 a 2010. Até 2014, ela perseguirá um único objetivo: recuperar a força política do CLA, e explica como. “Pretendo fazer isso através da integração das unidades num esforço interdisciplinar e com a UFRJ. Queremos realizar um trabalho de visibilidade e interação, que proporcione a otimização das muitas oportunidades que muitas vezes são desconhecidas”. Paralelamente, a decana irá completar a reestruturação física do Centro iniciada pelo antecessor. Pioneirismo A primeira decania da UFRJ a eleger um decano foi a do CLA, e esta prática democrática na instituição foi inaugurada pela professora da Faculdade de Letras Samira Mesquita, a idealizadora da Feira Cultural do CLA. Ela é lembrada na universidade em um mosaico, nome de praça e de auditório. Depois dela, outros personagens conceituados no mundo acadêmico assumiram o posto, entre eles o gramático e filólogo Celso Cunha. Embora se destaque dos outros centros (CCJE, CFCH, CCS, CCMN e CT) pela história das unidades que representa, por motivos políticos o CLA amargou anos de ostracismo, sobrevivendo de migalhas. Segundo a decana, os piores anos foram

vividos na época de Vilhena (José beneficiaram toda a universidade, Henrique Vilhena, ex-reitor impos- como o orçamento participativo, to à UFRJ por Fernando Henrique que garante às unidades uma Cardoso). verba anual própria próxima das “Carlos Tannus (ex-decano suas necessidades. Este ano, o CLA do CLA, morto em 2008) foi um conta com cerca de R$ 340 mil. polo de resistência. Ele enfrentava e impedia que Vilhena atrapaO primeiro centro a lhasse a gestão das eleger um decano foi unidades do CLA”, relembra Flora, o CLA e a comunidade que foi diretora universitária escolheu adjunta do Centro pelo voto a professora na gestão do proSamira Mesquita. Depois fessor e faz questão de repetir: “Estou dela, a decania do CLA foi aqui cumprindo dirigida por Celso Cunha, o desejo dele de entre outros ilustres dar continuidade professores de uma das à militância político-acadêmica”. quatro unidades sob a Outro nome responsabilidade do Centro reverenciado na decania é o do exFoto: Arquivo reitor Aloísio Teixeira. “O professor Aloísio prestou grande auxílio para o CLA ao valorizar a área de humanas em geral. Ele sabia que a arte é que contempla a alma, e como somos seres complexos, sem sensibilidade estética não somos seres integrais”, diz a decana. Mas o ex-reitor também é lembrado por ter adotado ações administrativas práticas e ousadas que CARLOS Tannus

MOSAICO Samira Mesquita

Fotos: Emanuel Marinho

DECANA Flora De Paoli Faria


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.