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histórica mas não

Resolvem Problema De Inclus O

Em 2021, o governo do RS criou a lei para reserva de vagas para pessoas trans e indígenas em concursos públicos estaduais O decreto prevê que 1% das vagas dos certames seja destinado a esse público

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Outras leis de cotas já vigoram há mais tempo no país No caso de pessoas com deficiência (PCDs), desde 1991, lei federal estabelece reserva de vagas, no percentual entre 2% e 5% do quadro, em empresas públicas e sociedades de economia mista com mais de 100 funcionários

Já para autodeclarados negros e pardos foi aprovada, em 2014, lei de cotas de 20% das vagas em concursos federais

A medida contribui como uma forma de reparação histórica e social, mas não soluciona o problema

Além das garantias legais, para que ocorra uma efetiva inclusão é preciso maior conscientização sobre a necessidade e os benefícios de uma cultura de direitos e diversidade Essa é a opinião da mestre em Educação

Cristiane Vieira Chagas, coordenadora técnica do Programa Trabalho Educativo, da Prefeitura de Porto Alegre, que auxilia jovens com deficiência a conseguirem estágio, trabalho educativo (aprendizagem) e emprego

Para ela, as dificuldades muitas vezes começam no processo de seleção, pelos critérios priorizados, que acabam deixando, por exemplo, candidatos com deficiências de fora "Olhar pra esses fatores excludentes é necessário para que as organizações entendam que ali há um sujeito com suas características únicas e suas diferenças Pessoas como todos nós, com possibilidades de aprendizado e realizações É urgente repensar esses conceitos que muitas vezes limitam pessoas extremamente competentes a entrar no mercado de trabalho e ocupar esses espaços que são tão importantes para construção cidadã, para que se tornem pessoas produtivas, que contribuam com seu saber e fazer sociais e no mundo do trabalho", explica

A pedagoga acredita que as Leis de Cotas sejam de suma importância como forma de aumentar as chances de PCDs, negros, trans e indígenas ingressarem no mundo do trabalho Entretanto, Cristiane ressalta que, além da reserva de vagas, a inclusão efetiva desses grupos se dá através da mudança de mentalidade, a real consciência de que os espaços profissionais são mais ricos e produtivos quando contemplam a todos

Cotistas têm experiências distintas de inclusão nos bancos

As cotas possibilitaram aumentar o número de pessoas trans, indígenas, negras e PCDs nos bancos públicos Dos últimos dois concursos do Banrisul, para área de TI e escriturário, foram chamados, até agora, 204 aprovados por cotas Por ampla concorrência o número de convocados chega a 691 nos certames de 2022 e 2023

A inclusão, entretanto, é percebida de forma distinta pelos cotistas Homem trans, Viktor Giovanni de Oliveira Fernandes atua como escriturário no Banrisul desde abril deste ano Para ele, a aprovação no concurso foi algo extraordinário "Fiquei muito feliz em ser aprovado num processo que, ao invés de ver minha expressão de gênero como um ponto negativo, celebra isto e busca inserir nós, pessoas trans, num local onde éramos ausentes", fala

Viktor afirma que a experiência no banco tem sido muito boa, principalmente pela receptividade dos colegas, sem qualquer distinção por conta da sua expressão de gênero Ele acredita que o Banrisul tenha como ideal a promoção de uma cultura de respeito à diversidade, mas que pode ser melhorada "Isso poderia ocorrer através da inclusão de mais pessoas pertencentes a minorias na força de trabalho do banco Também com mais palestras internas e grupos de debates, para que possamos criar uma cultura cada vez mais inclusiva dentro da instituição", diz

Agências e sistemas carecem de adaptação para PCDs

Em 2021, a Caixa lançou um concurso específico para contratação de PCDs Foi por meio dele que Fellipe Braz da Silva, deficiente visual, ingressou no banco, em abril do ano passado Por quase um ano ele trabalhou na agência Bom Fim, depois conseguiu transferência para a Centralizadora Nacional de Logística (Celog), onde está há três meses Sua decisão de ir para uma área meio ocorreu, principalmente, pela percepção de que o trabalho em agência é limitado para quem tem deficiência visual "Em diversas atividades é um pouco restrito, pela falta de acessibilidade em alguns sistemas e pela própria dinâmica da agência, que é muito corrida em função dos atendimentos e metas a cumprir", destaca

Para ele, o apoio dos colegas foi fundamental para lidar com as dificuldades, já que muitas vezes os gestores não tinham tanta disponibilidade para orientação durante o período de funcionamento da agência Desde que começou na Celog ele está em home office, o que considera muito bom por evitar o deslocamento diário "Entrei a pouco tempo, ainda estou descobrindo a função, mas já vi que há muito mais possibilidades de atividades pra mim, então estou vendo o que se encaixa mais no meu perfil", afirma

“Inclusão se resume ao cumprimento estrito da exigência legal”, alega bancário da Caixa

Um bancário da Caixa com mobilidade reduzida, que entrou por cotas para PCDs, em 2022, teve uma experiência mais negativa com relação à inclusão Ele prefere não se identificar, para evitar problemas no trabalho O profissional foi considerado inapto no exame admissional, o que, segundo ele, ocorreu também com outros PCDs Ele entrou com recurso administrativo, que foi deferido Mas, devido a isso, seu ingresso foi postergado, causando desrespeito à ordem de classificação.

O bancário alega que a inclusão por parte do banco se resume ao cumprimento estrito da exigência legal "Levei mais de ano até conseguir permissão para estacionar em vaga da agência Tenho mobilidade reduzida, porém isso não é levado em conta no aspecto de horário ou de metas", conta Ele relata ainda que as cotas não se estendem a funções gratificadas, por exemplo Para o trabalhador, a situação melhoraria se PCDs tivessem espaço em todos os níveis, incluindo quadros e funções, e as limitações fossem consideradas nas metas impostas alerta sobre tentativas de golpe em nome de escritórios jurídicos conveniados

Sindicato

O SindBancários faz um alerta para os bancários e bancárias para que não caiam em tentativas de golpe que vêm sendo aplicadas em nome da entidade e dos escritórios jurídicos conveniados Em episódio recente do podcast "Eu tenho direito", a diretora jurídica do Sindicato, Simoni Medeiros, e o advogado Lúcio Costa, do escritório conveniado Costa Advogados Associados, comentaram sobre os casos e deram dicas para que os trabalhadores não sejam vítimas de extorsão

Especialista nas áreas civil, tributária e trabalhista, Costa afirma que os golpes são facilitados por ao menos dois grandes vazamentos de dados que ocorreram no Brasil recentemente, quando mais de 200 milhões de pessoas tiveram informações pessoais expostas Conforme ele, dados como nome, RG, CPF, números de cartões de crédito e endereço são colocados à venda no mercado criminoso, o que possibilita que, quem tiver acesso a eles, descubra ainda outras informações, como onde a pessoa trabalha e se é parte em algum processo

“O criminoso vai pegar, por exemplo, o nome e o CPF da Simoni, e, muito facilmente, localizar que ela é funcionária da Caixa, até a agência Ele faz um outro cruzamento de dados, no site do poder judiciário, e descobre, não sendo processos em segredo de justiça, ações em que a Simoni é autora ou ré, e a partir daí monta a fraude”, conta

O mais comum é que os golpistas mandem mensagem por WhatsApp, pedindo que a vítima ligue para um suposto escritório jurídico, sendo que, em alguns casos, há secretária para atender as ligações e passar para o suposto advogado Esse diz que a pessoa tem um valor alto para receber, referente a ações trabalhistas, mas precisa efetuar um depósito para pagamento de custas, de valor mais baixo

O advogado chama a atenção para dois detalhes: normalmente o valor solicitado é um número quebrado, não inteiro, para passar mais credibilidade, e o depósito deve ser feito por pix, não na conta do suposto escritório, pois dessa forma não tem como reaver posteriormente “Não existe adiantamento de valores para levantamento de dinheiro Não é necessário nenhum depósito para alvará, mesmo nas ações coletivas”, reforça Ele salienta que, nas ações individuais, ao final do processo, é emitido alvará eletrônico na conta do escritório ou do bancário beneficiado Já em ações coletivas, há declaração do direito, depois alvará para liberar o valor devido a cada trabalhador

Além de comunicar o sindicato sobre tentativas de golpe em seu nome, Costa orienta que os bancários e bancárias procurem a delegacia mais próxima ou façam boletim de ocorrência no site da Polícia Civil “A orientação é para que, quem for vítima de golpes, registre ocorrência, pois essa também é uma forma de pressionar os órgãos policiais para que investiguem esses fatos”, falou

Golpe foi aplicado em nome da diretora Jurídica do Sindicato

Entre os golpes aplicados em trabalhadores da base do SindBancários recentemente, um envolveu o nome da diretora Jurídica da entidade, Simoni Medeiros Os criminosos enviaram um documento por WhatsApp para bancários, contendo o nome e cargo da diretora, bem como do escritório AVM, conveniado ao Sindicato, que falava sobre processos trabalhistas, com indicação de contato por dois telefones

“No fixo a secretária eletrônica ficava tocando uma música por um bom tempo, fazendo a pessoa desistir de esperar O celular caía direto na caixa de mensagem Isso para induzir o contato pelo WhatsApp, pois ali é aplicado o golpe”, afirmou a diretora Na ocasião, ela registrou boletim de ocorrência por estelionato

Para a dirigente, o uso do nome do SindBancários decorre do alto número de ações vencidas pela entidade “Isso acontece pois o atendimento jurídico do Sindicato é exemplar, só em 2021 pagamos 15 processos coletivos, fora os individuais; em 2022 foram 19 processos, alguns chegando a 2 mil beneficiários”, declarou A diretora reforça que informações sobre ações coletivas devem ser buscadas exclusivamente junto à Diretoria Jurídica do SindBancários pelo telefone 51 3030-9400. Bancários e bancárias que sejam clientes em ações individuais devem contatar diretamente o escritório conveniado responsável (a lista está disponível no site do Sindicato)

Podcast

Assista no Youtube do SIndBancários

A bola rolou tranquila na segunda rodada da Copa de Futebol 7 do SindBancários

O bom jogo permite dar felicidade aos atletas, organizadores, arbitragem e, claro, aos torcedores. O Bradesco Gravataí goleou o União em 6 a 1. Em seguida, o Santander assinalou 4 e o Metropol marcou 2 gols. Na última partida, os jogadores do Itaú venceram os colegas do C.A. Bancário por 6 a 4. Os jogos foram realizados na manhã do sábado, 3 de junho, nas quadras do 4º Distrito, em Porto Alegre.

Ao longo dos duelos a torcida soltava ruídos e depois se calava Não havia palavras ditas com decibéis de baladas O apito trilava com estilo e bem longe da fábrica de tecidos O tempo e os murmúrios passavam batidos dentro das quatro linhas União e Bradesco, duas equipes que sabem tratar a pelota com garra e muita classe

De repente, o som de uma patada forte na esfera branca e preta, atravessava os limites do tapete verde, como se fosse uma flecha envenenada, para morrer no fundo da rede adversária Em outra jogada, o atacante subiu bem alto no vazio da pequena área, para tirar uma casquinha e deixar a esfera nos pés do atacante Chutou, marcou e contabilizou mais um tento na disputa pela artilharia na Taça SindBancários de Futebol 7 Santander e Metropol times de boleiros experientes e goleadores

Lances de criatividade, que redundam em gols, botam em campo a felicidade e as palavras dos torcedores. Os adversários apenas murmuram. Em dado tempo, um atleta de se machuca sozinho, cai e deixa a quadra como um acrobata infeliz. Os homens apitaram e o jogo continuou. Itaú e C.A. Bancários, catimba, disputa palmo a palmo dos espaços e pelotaços buscando o fundo da rede. O resultado da partida é uma foto do duelo. O Itaú venceu por 6 a 4 o C.A. Bancário.

Conexão Bancária

Moah Sousa

'Negro' não tem futuro

Ele perde a mocidade

A vida inteira não têm 'trampo'

E não tem sociedade

Onde está seu Sindicato?"

(Extrato do livro "Carolina, uma biografia" Uma obra prima redigida a punhalada pelo jornalista Tom Farias contando a vida Carolina Maria de Jesus (1914-1977))

Garoa e fome

Na juventude, perambulando por ruas de cidades, catava comida, recolhia coisas trabalhos e buscava um diagnóstico pruma doença nas pernas Depois da peregrinação, Atracou em São Paulo e sentou morada na favela do Canindé

Faca sem bota

Guerreira Personalidade forte, enfrentou as barreiras sociais, o arco das discriminações e preconceitos, levou a escritora pra viver de novo na pobreza e miséria que conheceu na infância

Bóia e literatura

Carolina, é autora do best seller autobiográfico “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada " Redigido na papelada que recolhia do lixos da metrópole, de onde tirava, também, o seu sustento

Fora da casinha

O Republicano Nilo Peçanha foi o primeiro negro Presidente do Brasil De estilo afidalgado, transitou por pouco tempo nos corredores do poder, de 1909 a 1915 Abraçou o cargo, logo depois da extinção de Afonso Pena, de quem era vice

De mando menor

Nilo Peçanha assumiu indiretamente a presidência, conforme modelo republicano da época Exerceu o cargo de junho de 1909 a novembro de 2015 Seu lema de presidente ficou famoso e foi ridicularizado pela população: "Paz e Amor "

Racismo no futebol

Próxima rodada, dia 17 de junho

9h30: Itaú x Banrisul

10h30: Metropol x União

11h30: Bradesco Gravataí x C.A. Bancário

Local: Os jogos são realizados no Complexo Esportivo do 4º Distrito Rua Conde de Porto de Alegre, 61 Bairro Floresta da Capital gaúcha

Fotos: Bryan Martins

No início da década de 1920, o presidente Epitácio Pessoa vetou a participação dos negros no selecionado nacional O Corinthians e o Vasco da Gama se mobilizaram e derrubaram a medida racista Assim, com luta, negros e pobres começam a integrar suas equipes e a convocação do escrete canarinho

Cadê você

No poema de Carolina sobre a pobreza e o racismo, citado no início deste texto, a poetisa pergunta: "onde está o seu sindicato". O SindBancários responde: estamos firmes nesta luta, junto com outras entidades e movimentos sociais Também concordamos que é preciso juntar mais os sindicatos, entidades e lutadores de negros, mulheres, índios, LGBTS+ e os ilustres parlamentares A escritora de cabelo crespo, neste ponto, está absolutamente certa Os sindicatos estão aqui, mas nem toda gente está junta Poesia e unidade avançam nossas lutas

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