O BIM AVANÇA

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CAPA

Especialista alerta: não existe um BIM in a box Cada empresa deve estudar qual a melhor forma de desenvolver e trabalhar com o BIM de acordo com as suas necessidades, definiu o professor Lúcio Soibelman, chefe do Departamento Sonny Astani de Engenharia Civil e de Meio Ambiente da Universidade do Sudeste da Califórnia, em Los Angeles (EUA). “Não existe BIM in a box.” A dica, diz Soibelman, é não principiar querendo fazer tudo. “A Matec começou sozinha. Criou um grupo interno. Já a Gafisa fez um modelo completamente aberto, deixando claro apenas aos projetistas as diretrizes de como o projeto deveria chegar à construtora”, exemplificou. No entanto, a escolha dos softwares deve ser feita com cuidado. “Nos EUA, daqui a 5 anos, nenhum software vai abrir os modelos de hoje.” Para o professor, entre as vantagens do BIM estão a diminuição de retrabalhos e a economia pela possibilidade de agregar sistemas pré-fabricados. “Na verdade, o grande ganho é para o usuário, que opera o prédio. Ele é quem deveria pagar a conta”, disse Soibelman. Para Eduardo Nardelli, presidente da Asbea, “a era digital está devolvendo o arquiteto aos canteiros, de forma virtual”. Com isto, o projeto executivo volta a ser o ponto de equilíbrio entre os custos e o tempo gasto com a tomada de decisões e refazimentos. “Precisamos retomar o processo de projeto, que se torna muito mais sofisticado com o BIM, mas nos permite muito mais coisas.” Fernando Correa, coordenador da Comissão de Trabalho de Projetos do CTQ, lembrou ainda que o setor precisa focar na preparação da mão de obra. “O BIM exige um profissional multidisciplinar”, lembrou. Para ele, o SindusCon-SP vai continuar realizando seminários e apoiando trabalhos 8

revista notícias da construção

/ novembro 2013

que envolvem vários aspectos do BIM, desde a geração das famílias de componentes, sua classificação e diretrizes até um pacto pela interoperabilidade, “no qual todo mundo fale com todo mundo”, passando pela mudança na forma de contratação e pela coordenação modular. Se, como destacou Suely Bueno, presidente da Abece, o uso do BIM é algo mais orgânico e evidente para os projetistas de estruturas, no segmento de instalações de sistemas prediais, a adoção da ferramenta parece finalmente ter começado a avançar. Já para Sergio Kasazima, vice-presidente da Abrasip, o mercado começou a se movimentar. “Criamos um grupo para organizar as famílias e já pensando em trabalhar de forma coordenada. Nós até estamos reclamando que não existe demanda para projetos em BIM! Pelo menos eles não nos estão chegando em quantidade suficiente”, disse.

O BIM pode ser útil em obras de todos os portes, afirmou Lúcio Soibelman

Manual tem versão em português O BIM Handbook, reconhecido como “a bíblia do BIM”, foi lançada em português durante o Seminário BIM do SindusCon-SP. Coordenada pelo professor Eduardo Toledo Santos, da Poli-USP, a versão brasileira foi festejada pelos autores, Chuck Eastman e Rafael Sacks. O primeiro gravou uma mensagem ao público brasileiro e o segundo falou à plateia do seminário ao vivo, via Skype, destacando alguns estudos que mostram os recentes avanços de uso do BIM no mundo.


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