Julianna Costa 4 Semanas de Prazer

Page 243

– Que cartão? Que médico? – O Henris. Ou seja lá qual for o nome dele. Puta que pariu. Esse drama todo era por isso? – Eu estou com você, Holt. – Baixei a faca e me surpreendi com o meu tom estava calmo. Mais que calmo… Estava sentido. – Eu disse que estava apaixonada por você e que queria ver onde isso ia dar. – Eu estava ressentida. – Aí você escuta umas três palavras azedas da sua avó, vê um cartão em cima da mesa e resolve que eu sou uma vadia que não merece consideração de novo. É isso? – Eu sei que você ligou para ele ontem. Quando você disse para mim que estaria com a Andy. Por que você não me explica, Dom? – Ele parecia irritado. – Eu quero entender. – Ele não tinha o direito de ficar irritado. – Você quer entender, imbecil? Pois então vem escutar de outra pessoa, já que a minha palavra não vale nada para você. Puxei ele pelo pulso com violência e marchei através da sala e do jardim. Meti a mão na porta de Andy como se o modesto pedaço de madeira fosse o responsável por todos os meus problemas. – Dom? – Agora ela tinha o rosto todo borrado de maquiagem. Tinha um sorriso feliz no rosto, mas eu não tinha tempo para isso. – Andy, será que você pode explicar para esse animal o que nós fizemos, ontem? – A gente foi para um bar. – Ela desviou o olhar de mim para Holt, sem compreender, e parecia querer se esconder atrás da porta. – Pode dar mais detalhes para ele não achar que você está mentindo? Porque, aparentemente, está na moda achar que as pessoas estão mentindo e nem lhes dar a chance de se defender. – Ahmm… Você me maquiou. E maquiou a Shelbi! Emprestou roupas para ela. Por sinal, ela… Ahmm… Não dormiu em casa. – sibilou para mim com uma cara impressionada. – Foi embora com o médico. Acho que te devolve as roupas depois. – Ah! Tinha um médico na história? – exagerei, parecendo sonsa. – Por favor, Andy, será que você podia explicar para o Gregory o que o médico estava fazendo lá? – Ele trocou o pé de apoio do corpo, estava cada vez mais constrangido. Ótimo. – E use palavras fáceis. Porque ele é um imbecil! – rosnei na cara dele. – Não precisa, Andy. Está tudo bem. Dom, por favor… – Não! Você vai ouvir. Vai ouvir umas verdades. Diz para ele! Andy me encarou assustada. – Dom, eu não quero me meter… – Greenpeace! Abre essa boca e conta a história. Agora! – Shelbi está se separando do marido. Está ficando aqui em casa por uns dias. Ela não queria ir para o bar com a gente, aí Dom ligou para o amigo médico e apresentou os dois. Foi um trabalho de cupido – sorriu, levantando os polegares. – Vide o fato de que ela ainda está com ele. Olhei para Gregory em silêncio. – Dom, me desculpe. Eu não pensei direito. – É, não pensou. – concluí, autoritária. – Eu vou ficar aqui com a Andy e vou descobrir como foi a noite dela depois que eu saí do bar e voltei para casa para dar banho no seu cachorro. Quando eu voltar para a sua casa é bom ter um café da manhã delicioso me esperando ou eu pego aquele seu amado videogame e jogo ele na sua cabeça. Ele deu um sorriso torto e levantou as mãos em sinal de paz. Hesitou, esperando autorização para se aproximar. Eu não me movi, então Holt colocou as mãos na minha cintura com cuidado, sussurrou um “me desculpe” e beijou minha bochecha antes de se afastar.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.