Educação a solução está no afeto gabriel chalita

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3. O jovem O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos. ELEANOR ROOSEVELT

Quem é o jovem do século XXI? Como a escola prepara para a vida essa geração que aí está? Quando se fala na força da juventude, quando se fala em uma suposta revolução - evidentemente não a armada -, pergunta-se: os moços têm condições de tentar uma revolução, seja ela cultural, seja social? Não, faltam-lhes mitos, modelos. Falta-lhes a sabedoria que deveriam ter recebido dos adultos como herança ou como troca de experiência. A corrida pelo dinheiro, a atração do poder e do prazer corrompem a vontade firme e a disciplina. Lá se vão os cientistas dedicados, os professores que não apenas se desincumbiam da árdua tarefa de educar e os jovens que lutam por um ideal sempre altruísta. Fazer como quem? Acabaram-se os modelos. Ademais, os novos valores, divulgados pela mídia, definem situações e não comportamentos. Homens da meia-idade, e atrás deles os jovens, são cada vez mais atraídos pela busca incessante dos bens materiais, são escravos do ter. A crise moral não dá sinal de ser debelada ou de diminuir. Se os jovens participam da paixão pelo bem-estar e vão alegremente na trilha da moda e dos modismos, como diminuir ou debelar a crise moral? Pode-se admitir que a sociedade tenha irresponsavelmente, fazer da juventude sua vítima.

contribuído

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Que tenha feito dos lares o caos. Que a insensibilidade campeie. Que se corra atrás do dinheiro, onde ele estiver. Que não se ofereça aos jovens nem lazer, nem educação, nem formação, nem seriedade, nem carinho, nem um ouvido atencioso às suas queixas. Que, entre os 12 e os 15 anos, o jovem não seja tratado nem como criança, nem como adolescente, nem como adulto, mas como coisa. E o que lhe resta? A revolta pela incompreensão. A revolta contra a escola que o obrigou a ser o melhor em tudo, que o obrigou a chorar por não ser tão belo ou não falar tão bem, ou não ser tão forte. A escola que não está preparada para conviver com a diferença, como também a família, e o jovem é muitas vezes conceituado como malcriado, rebelde, perdido, inepto, inútil, imoral, preguiçoso, sem iniciativa e empurrado para um trabalho qualquer para "aprender a ser gente", a ter responsabilidade na marra. Entretanto, nada está perdido quando tratamos com jovens ávidos de vida e de história. O jovem sempre participou dos momentos decisivos da história da humanidade. Os fatos políticos sempre tiveram os jovens na linha de frente, bem como no campo das artes plásticas, na música, na literatura. O melhor exemplo da força criativa da juventude ocorreu nos anos dourados (como assim foram chamados os anos 60). No mundo todo eles demonstraram sua garra em - 18 -


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