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CHAPECÓ SEDIOU ENCONTRO REGIONAL DO SISTEMA FECOMÉRCIO/SESC/SENAC

Representantes da federação, sindicatos, Sesc e Senac na reunião regional do Sistema Fecomércio realizada em Chapecó no fim de março

Dirigentes do Sicom participaram de reunião regional da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio/SC). Realizado na Faculdade Senac Chapecó, no dia 29 de março, o encontro fez parte de cronograma que objetiva o alinhamento das ações do Sistema Fecomércio/Sesc/ Senac.

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Pelo Sicom, participaram o presidente Ernani Zottis e os diretores Administrativo, André João Telocken, Administrativo Adjunto e vice-presidente de Turismo da Fecomércio, Fábio Córdova de Sousa, e o diretor Executivo, Almeri Dedonatto. Eles ouviram a apresentação de dados gerais referentes à própria federação, ao Sesc e ao Senac. Ainda na reunião, que teve como anfitrião o vice-presidente da Fecomércio no Oeste, Edson Marció, dirigentes dos sindicatos do comércio de municípios da região apresentaram demandas à federação, especialmente em termos de atividades conjuntas e da implementação de ações do Sesc e do Senac.

A primeira rodada de reuniões das vice-presidências da Fecomércio também incluiu encontros em Concórdia (Vice-presidência Meio-Oeste), no dia 28 de março, e em Lages (Vice-presidência Serra), no dia 30, além de outras agendas em Itá e Xanxerê. As reuniões das outras seis vice-presidências regionais da Federação do Comércio de Santa Catarina foram programadas para abril e maio.

Presidente Do Sicom Em Reuni O

Do Conselho De Representantes

O programa de fortalecimento sindical, em favor dos sindicatos filiados, foi um dos assuntos da primeira reunião ordinária deste ano do Conselho de Representantes da Federação do Comércio. Realizado no centro de eventos do Hotel Sesc Cacupé, em Florianópolis, sob a coordenação do presidente da Fecomércio, Hélio Dagnoni, o encontro teve a participação do presidente do Sicom, Ernani Zottis. Entre outros assuntos, também ocorreu apresentação do relatório de ações da diretoria e deliberação sobre relatório do Conselho Fiscal sobre as contas do ano passado.

Entrevista Sicom

Economista E Professor Frederico Santos Damasceno

ECONOMIA BRASILEIRA AINDA POSSUI, DE FATO, INSEGURANÇA POLÍTICA E ECONÔMICA MUITO FORTE

O economista e professor Frederico Santos Damasceno responde pela Delegacia de Chapecó do Conselho Regional de Economia de Santa Catarina (Corecon-SC). Com mestrado na área de economia, ênfase em Teoria Econômica, e MBA em Gestão Comercial pela FGV, possui também pós-graduação em Matemática Financeira e em Instrumentação Estatística. Nesta entrevista, ele fala sobre medidas adotadas pelo governo federal, expectativas quanto ao desempenho da economia, riscos enfrentados, Reforma Tributária, perspectivas de números para este ano, contas públicas, arcabouço e novas regras fiscais.

O que se pode esperar do novo governo quanto à economia?

Na verdade, o PT é um partido que propõe muito gastar e não dá o devido valor à austeridade fiscal. Porém, o ministro Fernando Haddad tem surpreendido o mercado, porque busca fazer mudança efetiva no arcabouço fiscal. Até porque o governo Bolsonaro deixou rombo que ultrapassou o limite do gasto em R$ 794,9 bilhões. Assim, é necessário um novo arcabouço fiscal e as mudanças propostas pela equipe econômica representam preocupação em conciliar a parte econômica associada à parte social. Deve-se destacar que os economistas que dão suporte a Fer- nando Haddad são excelentes e dominam a área em que estão alocados. Esse novo “teto fiscal” vai ser primordial para o desenvolvimento socioeconômico e, por consequência, deve melhorar, amenizar, o endividamento do Brasil, bem como transmitir confiabilidade aos mercados.

Quais são os principais riscos relativos ao desempenho da economia neste ano?

Podemos destacar a guerra na Ucrânia e isso é um fator que pesa bastante no PIB do Brasil, sobretudo por afetar diretamente o agronegócio brasileiro. Haja vista que muitos insumos importados vêm justamente da Rússia e da Ucrânia. Logo, há risco muito forte de desabastecimento e de inflação. Outro ponto é que a economia brasileira, de fato, ainda possui insegurança política e econômica muito forte. Há muito receio no tocante a investir. Já no tocante à indústria, o pessimismo está imperando e mostra poucos sinais da retomada de produção vigorosa. A grande dúvida do mercado é como vai ser o arcabouço fiscal, pois o País possui elevado endividamento e muitos subsídios desnecessários e duvidosos. Cabe ao governo buscar uma Reforma Tributária eficiente e justa, que facilite a legislação tributária, um sistema tributário menos complexo, além de onerar os segmentos mais ricos e, em contrapartida, desonerar os segmentos de menor renda.

A histórica briga pela reforma tributária sai ou não sai das discussões?

O principal problema é o ICMS, porque os Estados têm guerra fiscal muito grande, e para eliminar isso seria necessária compensação financeira, ou seja, padronizar o ICMS para todos e compensar os Estados que perdessem arrecadação de forma justa e não penosa para a sociedade. O certo é que é há necessidade de diminuir o caos tributário. Isso porque cada Município, cada Estado, tem uma norma tributária, e isso é inviável e oneroso para as empresas.

Qual é a expectativa quanto à taxa de juros no decorrer de 2023?

Faz todo sentido o Banco Central buscar a redução da inflação, visto que a inflação é muito perniciosa para a economia. Porém, não faz sentido uma taxa de juros tão elevada a ponto de o Brasil ter a maior taxa de juros do mundo. Com a pressão da sociedade em seus diversos segmentos, bem como pelo novo “teto” de gastos, deve-se ter a redução da taxa de juros ao longo do ano. Aproveitando, é importante lembrar que o Banco Central divulgou, no início de abril, que a previsão da inflação para este ano é de 5,96%.

Então, quais devem ser os números em termos de inflação e de evolução do PIB neste ano, em sua opinião?

O crescimento do PIB deve ser de 0,9% e as previsões gerais têm se mantido nesse índice. Quanto à inflação, a previsão é de 5,96%, o que é acima da meta estipulada pelo Banco Central, prevista em 3,25%. Já a previsão para o dólar é de R$ 5,25 no final de 2023, isso com dados do cenário atual.

As novas regras fiscais para as contas públicas, em substituição ao teto de gastos, são coerentes?

Na verdade, sim. O teto de gastos é o nome dado ao conjunto de princípios e regras que permitem buscar a estabilidade das contas públicas, o que é extremamente necessário. Até mesmo porque, seja o governo de direita ou de esquerda, sempre gasta mais do que arrecada. Então, o arcabouço fiscal tem como objetivo limitar as despesas primárias em relação ao ano anterior. No governo Bolsonaro, de 2019 a 2022, foram mais de R$ 700 bilhões acima do teto. Os governos tendem a gastar muito e de forma descontrolada. Para o sucesso do novo arcabouço fiscal, além do controle dos gastos será necessário o aumento na arrecadação em R$ 150 bilhões. Deve-se destacar que o Brasil tem sonegação elevadíssima, e de acordo com pesquisas elaboradas por instituições tributárias há hoje mais de R$ 500 bilhões que são sonegados.

Nesse caso, como fica o arcabouço fiscal previsto?

O objeto desse de novo arcabouço é de que as contas vão ter limitação de crescimento de 70% da receita primária. Já a despesa primária de inflação vai ficar acima de 0,6 a 2,5% do que é permitido. Salienta-se que o governo vai ter o gasto de investimento público neste ano de R$ 70 bilhões, corrigido pela inflação. Por exemplo: se o montante que o governo arrecadar for de R$ 100 bilhões, o gasto público pode ser levado até R$ 70 bilhões. A diferença entre o arcabouço fiscal do governo Michel Temer e do proposto pelo ministro Fernando Haddad é que a possibilidade do gasto público vai aumentar conforme a arrecadação do governo. O problema do “teto” de gasto do Temer é que as áreas da educação e da saúde ficavam muito “engessadas” devido o teto estipulado ser muito rigoroso. O que está previsto, certamente, vai fazer que haja melhoria da expectativa dos stakeholders e, por consequência, aumento das vendas e do emprego. Caberá ao governo zerar o déficit público e buscar o superávit para que se tenha crescimento econômico sustentável com desenvolvimento socioeconômico.

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