Revista Forge - Abril/2017

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SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL

Alisson Duarte

Elementos Finitos, Como Assim?

H

oje é difícil encontrar algum profissional da área de

pontos na Figura 1 B) e, finalmente, representada apenas pelos pontos

processos metalúrgicos de fabricação que desconheça

na Figura 1 C). Esses pontos são também chamados de “nós”. Na

o termo “Elementos Finitos”. Basta alguém dizer algo

realidade, quanto mais nós forem utilizados, melhor será a representa-

como “esse processo foi simulado pelo Método dos

ção da geometria. A Figura 2 exemplifica muito bem como um maior

Elementos Finitos” para que ele seja imediatamente compreendido. Mas

número de nós pode ajudar na precisão da representação geométrica,

será mesmo? Será que quem escuta dizer esse termo realmente compre-

sendo que a Figura 2 C) exibe uma maior quantidade de nós e uma

ende do que se trata, ou apenas entende que por “mágica computacio-

geometria mais próxima da realidade.

nal” é possível prever se uma determinada operação é viável ou não? Enfim, qual seria então a proposta do MEF, o Método dos Ele-

Uma vez definidos os nós, é possível fazer uma ligação entre ambos formando figuras menores e simples. Essas figuras juntas são

mentos Finitos? Basicamente, entende-se que é muito mais simples

denominadas “elementos”, dispostas em uma quantidade defini-

calcular esforços e repostas em geometrias básicas, como um quadra-

da (finita) e representando uma peça qualquer. Todos esses nós

do ou um triângulo, para modelos bidimensionais (2D), ou um cubo

e elementos juntos formam o que pode ser chamado de “malha”.

ou tetraedro, para modelos tridimensionais (3D), do que em geo-

Portanto, o software calcula esforços e respostas em cada elemen-

metrias grandes e complexas, como uma biela forjada, por exemplo.

to, interligando todos eles matricialmente, resolvendo através de

Construindo uma linha de raciocínio que nos permita compreender

formulações diretas ou não, sendo capaz de fornecer resultados para

a aplicação do método, é possível aceitar que uma geometria, seja ela

uma determinada peça como um todo. As malhas podem ser gros-

bidimensional ou tridimensional, possa ser representada por pontos.

seiras, poucos nós e elementos, como na Figura 3 A), ou refinadas,

Isso mesmo. Vários pontos distribuídos em um espaço e que, em con-

muitos nós e elementos como mostra a Figura 3 B).

junto, representam a área ou o volume da geometria de um tarugo,

Ainda, uma malha pode ter uma densidade variável, conforme

por exemplo. A Figura 1 ajuda a entender essa linha de raciocínio. A

mostrado na Figura 3 C), visando melhor representar resultados em

Figura 1 A) mostra uma geometria qualquer, sendo preenchida por

regiões mais complexas. Enfim, quanto mais refinada uma malha,

A)

B)

C)

Figura 1. A) Geometria bidimensional B) definida e C) representada por pontos/nós (Duarte et. al,“Aspectos de Influência na Simulação Computacional da Conformação Mecânica baseada no Método dos Elementos Finitos”, 36º SENAFOR, 2016)

A)

B)

Figura 2. Influência da quantidade de nós: A) geometria completa mostrando B) o detalhe do seu contorno; e uma C) representação com maior quantidade de nós (Duarte et. al,“Aspectos de Influência na Simulação Computacional da Conformação Mecânica baseada no Método dos Elementos Finitos”, 36º SENAFOR, 2016)

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C)


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