Texto IPEA - Estado de Uma Naçao

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Tabela 9 – Evolução ao longo das décadas do índice de dissimilaridade1 da taxa de analfabetismo entre jovens brasileiros de 15 a 24 anos segundo características pessoais e familiares

Fonte: Estimativas produzidas com base na Pnad (1982, 1987, 1992 e 2002). Notas: 1 Trata-se de uma medida de desigualdade que revela a porcentagem mínima de analfabetos que deveria ser redistribuída entre as categorias para que a porcentagem de analfabetos em cada categoria fosse igual. 2 Entre os jovens que são filhos do chefe do domicílio.

1.3. Analfabetismo funcional Apesar do progresso da última década (ver gráfico 8), cerca de 4 milhões dos brasileiros jovens (12% desse grupo) ainda não completaram a 4ª série e, portanto, podem ser considerados analfabetos funcionais. No Chile e entre a elite sulista, esse percentual é inferior a 2%. Mantendo-se o ritmo da última década, somente em 2027 a taxa de analfabetismo funcional entre jovens no país chegaria a 2% – como ilustrado no gráfico 9. 1.4. Completando o ensino fundamental A princípio, aos 15 anos, os jovens poderiam ter completado a educação

Brasil: o estado de uma nação

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fundamental. No Brasil, entretanto, quase 68% deles não concluíram esse ciclo, e 38% dos menores de 18 anos ainda o freqüentam. Não apenas existe enorme atraso, mas a taxa de retenção na segunda fase do ensino fundamental é elevada: apenas pouco mais de 60% dos jovens com mais de 17 anos conseguiram terminar esse nível educacional no país. O acesso dos jovens brasileiros ao fundamental apresenta-se muito inferior ao dos jovens chilenos e ao da elite sulista do país. Mesmo que o acesso ao ensino fundamental se expandisse no ritmo acelerado da última década, ainda assim seriam necessários quase vinte anos para que a taxa de retenção na segunda fase do ensino fundamental decli-


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