O silêncio me invade como mar em ressaca Toma-me por inteiro, de assalto Num ímpeto de torrencial angústia Que preenche meu vazio com mais vazio Sou presa fácil de suas presas noturnas Encolho-me indefeso e indiferente Enquanto ele toma terreno, sagaz desbravador Inundando tudo ao redor com suas brumas espessas Alastra-se pelos cômodos da casa Deposita-se nos livros, gavetas, móveis e fotografias Toma-me a palavra, o gesto, a expressão E faz da madrugada um estagnado oásis
7faces – Fábio Aresi │ 36