Reafirmamos que a sociabilidade pode - e deve - estar presente em ações de natureza diversas e que os resultados podem ser percebidos na maneira como os envolvidos se relacionam, incorporam novos hábitos em sua vida e, certamente, em muitos de seus relatos.
Trabalho Social com Idosos do Sesc São Paulo - uma marca de inovação [...] o cotidiano não é meramente residual [...] mas sim a mediação que edifica as grandes construções históricas, que levam adiante a humanização do homem. A História é vivida e, em primeira instância, decifrada no cotidiano. (MARTINS, 2010, p. 125)
O olhar perspicaz para o dia a dia e o cotidiano dos velhos possibilitou a criação das primeiras experiências de nucleação voltada a esse grupo populacional agindo sobre uma questão fundamental: o isolamento social. De acordo com Salgado (1982, p. 113) foi nos Estados Unidos - e posteriormente na Europa - que tiveram início os primeiros programas de atendimento ao idoso, com o objetivo de criar oportunidade de reintegrá-los ao convívio e à participação social, em suas comunidades. Inicialmente a proposta consistia em ações para ocupação do tempo livre por meio de atividades de lazer, atividades físicas e culturais. Já naquele momento, pesquisas realizadas com os participantes davam conta do “contato interpessoal e grupal (como) fonte de maiores satisfações”. No Brasil, no início da década de 60, observava-se uma população idosa vivendo em situação de isolamento, Marcelo Salgado (1982, p.99) apontava para o fato de que: No Brasil, os idosos, em função de um meio social relativamente hostil à sua presença, da falta de preparo à aposentadoria, da precária situação econômica, nem sempre têm encontrado condições para uma vida integrada e participativa.
Assim, quando em 1962 técnicos do Sesc estiveram nos Estados Unidos para observar os trabalhos desenvolvidos em seus centros sociais para idosos - os Golden Age -, distribuídos por diversas cidades norte
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A terceira idade São Paulo | v. 24 | n. 58 | p. 6-22 | nov. 2013