Exposição Perambular | Sesc Bauru

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um pequeno almanaque


um pequeno almanaque

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Cartografia poética Entre as características distintivas dos povos, a linguagem se sobressai como elemento fundacional. A maneira pela qual grupos expressam ideias, sentimentos e saberes, fazendo uso da oralidade ou do registro escrito, configura-se, para além de instrumento de comunicação, como um sistema de pensamento e orientação social. Por meio dele, criam-se formas de ver o mundo e interpretá-lo, e de posicionar-se diante das coisas e dos seres. Isso porque palavras carregam histórias e acionam afetos, funcionando também como mecanismo de integração e exclusão. O conhecimento dos códigos e a capacidade de manejar o vocabulário constituem formas de poder. Como cimento que aglutina as partes num mesmo todo, a língua é utilizada para a produção de coesão de nações, culturas e etnias. Simultaneamente, demarca fronteiras em relação a outros grupos. No âmbito de uma coletividade, variações nas formas de falar ou escrever, o emprego de gírias ou jargões, estabelecem diferenças de classe, gênero, cor e, inclusive, de preferência política. A língua portuguesa espalhou-se por países do mundo com as expedições marítimas e a colonização de terras além-mar. No Brasil, esse processo se deu em detrimento de línguas indígenas e africanas. Mas o idioma foi também transformado por elas, na forma e no conteúdo, na composição das orações e no significado das palavras, adquirindo feições locais. A exposição Perambular convida a um passeio pelos caminhos das línguas portuguesas no Brasil e em Portugal, chamando a atenção para o fato de que aproximações e distanciamentos não costumam ser incidentais. Para o Sesc, conhecer algumas de suas razões, enveredando pelo labirinto das palavras, pelos becos dos ditos, sem desviar das estreitas travessas dos trocadilhos, auxilia a saber quem hoje somos. Sesc São Paulo 3


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perambular Perambular é uma exposição que traz brinquedos, palavras e coisas que perambulam entre o Brasil, Portugal e o Atlântico. Coisas novas e antigas criadas pelas pessoas que falam a língua portuguesa. E coisas criadas pela Natureza, que vão e vêm com o vento e o movimento. Nada para! O que temos de igual, de diferente ou de muito parecido? Quais são nossos patrimônios? Ou matrimônios? Temos em comum as muitas línguas portuguesas, cada uma com seus sons e sotaques. Palavras que nascem desta língua tão misturada, que sonhamos à noite e inventamos de dia. Aqui, no Sesc Bauru, trazemos um pouco disso para você: um espaço dos Avós, que nasceram cá e os de além-mar. As suas malas de nada, cheias de lembranças. O inseparável chapéu de Fernando Pessoa, cheio de amigos invisíveis dentro dele. Trazemos também o espaço da cartografia, com cidades de cá e de lá. Um céu com brinquedos e penduricalhos que parecem flutuar. Um simpático burrico carteiro, que tanto perambulou por sertões brasileiros e aldeias portuguesas e, agora, recebe e entrega cartas poéticas do público. E entre tudo isso, dezenas de poemas escritos com muito carinho. Alguns deles são inéditos, feitos especialmente para a exposição. Outros, já publicados em livros que marcam 10 anos de pesquisas e descobertas entre as terras brasileiras e portuguesas. A exposição acontece entre os dias 18 de setembro e 15 de dezembro, e vale a pena conhecê-la. Pois, como dizia o poeta Pessoa, “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Selma Maria e José Santos

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Vamos ler rápido? “Vovó Vivi vive a ver a velha ovelha e vovô Veloso é veloz ou vagaroso?” Você nasce e logo eles viram seus brinquedos, que não custaram nem um centavo, nem lhe dão medo ou pavor… Sabe quem são? Suas avós e seus avôs! Brincar com avô é gostoso, mas brincar com a palavra “avo” também é. Veja só esta brincadeira:

o, favo, v a r c , o v ta n e Bravo, c tem avo . . . o v a tr , o v a pavor, oit criar uma l ta e u Q . s la e no meio d vozinhos” o v “ s te s e m frase co is? cheios de voga

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Avôs, avós, vovôs, vovós Tem avós que nascem no Brasil e ganham netos em Portugal. Outros avós nascem em Portugal, mudam para o Brasil, fazem dengos, gostam de brincar e aqui mostram adivinhas de palavras que só têm em Portugal. Vamos adivinhar?

No reino das guloseimas, ela é a mais fantástica. Mas é o pavor dos dentistas a tal da pastilha elástica. CHICLETES

Avós são grandes galhos de uma árvore que tem o nome“família”. Carvalho, Pereira, Sobral são famílias portuguesas que aqui chegaram e formaram uma floresta de gente com estes nomes.

PEBOLIM

E por falar em floresta, existe um tipo de floresta em Portugal com o nome de Laurissilva. Você conhece algum Silva no Brasil? Vamos descobrir outras pessoas com nomes de árvores?

Gosto sempre de brincar enfrentando os meus filhos. E eles sempre me vencem no jogo de matraquilhos.

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MALA DE NADA Antigamente, gente só andava porque não tinha casa e pouca coisa carregava: flor, pena, folha, pedrinha eram presentes, valiam ouro, eram lembranças de algum lugar, de alguém. Malas de Nada levam a gente a viajar para esse tempo bem longe. O que trouxemos dessas viagens e carregamos dentro destas malas? Aqui você vai ver barquinhos que se perderam no caminho, sementes que não mentem, ser fantástico feito de abóbora, não de plástico...

Da árvore sob meu barco reiro sai de na água s cortiça, que e atiça.

Quem leva nós? É o barco de noz, que sai da nogueira e brinca ali, na beira.

Miriti, tanto brinquedo sai de ti...

ADE ATIVID Na próxima vez que você andar na rua, veja se há alguma coisa caída no chão que lhe chame a atenção, como, por exemplo, uma pena, para a alma não ficar pequena. Uma pedrinha que lembre uma joaninha... 8

nos e m , a fund e é a a r d e qu Toda p ra-pomes stante a ped mosa e ba tei .. muito isteriosa. m


A coca não é coroca, mas gosta de pegar crianças arteiras; por isso ela fica “à coca”, quer dizer, à espreita. Pode ser chamada também de cuca, côca, carantonha, côca loba e bicha serpe.

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Seres Imaginários

Almajonas Bicho cidrão Fradinho da mão furada Homem das 7 dentaduras Maria Gancha Olharapo Ondina Secular das nuvens

Veja outros nomes de seres fantásticos portugueses

CHINELO POÉTICO Este chinelo está aqui a dizer que é mesmo um pé de chinelo, e volta e meia recebe a visita de um pé de meia.

Tem coisa que parece que conversa com a gente, de tanto que as vemos ou usamos. Deste objeto que está na exposição, um chinelo de uma avozinha portuguesa do Alentejo, veio a inspiração para este poema:

Reclama que nunca sai de casa e na hora de passear fazem dele gato-sapato, pois quem é calçado e vai para a rua livre como um gato é o sapato!

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MAPAS E LUGARES Você sabia que Brasil e Portugal têm muitos lugares com o mesmo nome? São mais de 60 cidades. Alguém com muita saudade colocou o nome de sua antiga morada no lugar onde chegava... Será que você consegue nomear nos dois mapas esses lugares?

Mafra, Bragança, Matosinhos, Crato, Guimarães, Campo Maior, Óbidos, Santarém.

Brasil

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Portugal


Vamos criar um mapa inventado? No seu caminho, o que você encontra que chama a sua atenção? Você pode fazer um encontro muito curioso com a nossa língua portuguesa em plena rua, pois ela é cheia de camadas — no seu calçamento, nas suas paredes, janelas, placas e diferentes pinturas. Convidamos você a criar um mapa, misturando, nas muitas ruas, elementos da exposição que o(a) inspiraram e criar uma paisagem que ninguém ainda viu.

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FERNANDO PESSOA Fernando Pessoa é de tirar o chapéu, e nenhuma palavra deu chapéu nele! Fernando Pessoa gostava de perambular pela cidade de Lisboa e levava com ele sua “casa” feita com asas de imaginação e de palavras. Imagine se Fernando Pessoa só andasse por Bauru. O que será que viraria poesia a cada passo que ele desse?

ATIVIDADE Chapéu você tem o que dentro da sua cachola? Caminhe como um caracol, bem devagar, levando — como Fernando Pessoa fazia — sua “casa” para passear na rua, para observar e ver com olhar de poesia o que acontece no dia a dia. O que você criar será como um rastro de caracol, que deixa sua marca no caminho. Como exemplo, volte cinco páginas e veja o poema do chinelo, que está na página 9. Qual poema você faria para a sua rua? 12


Muitos amigos invisíveis Você tem amigos invisíveis? Quais são? Quer fazer uma lista? Fernando Pessoa, quando criança, tinha a companhia do Chevalier de Pas, um cavaleiro, e do Capitão Thibault. Depois, quando adulto, criou muitos outros amigos invisíveis, a que ele dava o nome difícil de heterônimos. Será que eles ficavam “infernando” a cabeça dele? Eram pessoas inventadas e que viraram um pedacinho dele mesmo. As conversas entre o poeta e seus amigos viraram belíssimos poemas na voz de Alberto Caieiro, Álvaro de Campos e muitos outros...

O menino Fernando já mostrava, aos sete anos, que ele gostava de poesia. E de sua mãe também. E você? Vai fazer um poema para a sua “mamã” querida guardar durante toda a vida dela?

À querida mamã Ó terras de Portugal Ó terras onde eu nasci Por muito que goste delas Ainda gosto mais de ti.

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NOMES, MUITOS NOMES NOMES PORTUGUESES

NOMES BRASILEIROS

Se olharmos nos muitos mapas de Portugal, encontraremos nomes interessantíssimos de cidades e aldeias portuguesas. Olhe só:

Se formos olhar com cuidado, vamos encontrar nomes muito engraçados de cidades brasileiras. Uma mistura tropical de criatividade e esquisitice. Pesquise mais nomes e acrescente nesta lista.

Vila Nova de Mil Fontes (Beja), Vila Flor (Trás-os-Montes), Angra do Heroísmo (Açores), Peso da Régua (Vila Real), Freixo de Espada à Cinta (Bragança), Macedo de Cavaleiros (Trás-os-Montes).

Passa e Fica - RN Anta Gorda - RS Sombrio - SC Alô Brasil - MT Lagoa da Confusão - TO Jacaré dos Homens- AL Varre e Sai - RJ Marcianópolis - GO

NOMES DE RUA Achamos muitos nomes curiosos de ruas, becos, avenidas e travessas.

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Rua do Quebra Costas (Coimbra)

Rua Escura (Porto)

Rua da Cozinha Econômica (Lisboa)

Viela dos Abraços (Matosinhos)

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Palíndromos Se você ler a frase “A DORA RODA” de trás para a frente ou de frente para trás, descobrirá que são iguais! Isto é um palíndromo, que é um jeito de brincar com as palavras, onde seus olhos perambulam para lá e para cá na mesma frase e leem a mesma coisa, como, por exemplo, RADAR, ANA, OVO... “a roda adora Dora, a roda roda a Dora” é também um palíndromo.

Quer inventar um palíndromo? Para inventar e montar esta “roda” foi preciso observar cada letra, para não colocar consoantes juntas. Este é o segredo para quem quer brincar com esse vai e vem das palavras. O palíndromo quase sempre dá certo quando alternamos consoantes e vogais. É uma brincadeira em que, primeiro, você vai observando as letras, para montar suas palavras.

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Palavrista Faz de conta que você é “palavrista”. Você sabe o que é uma pessoa palavrista? O que ela faz? Vou explicar, porque eu acabei de inventar esta palavra: palavrista é quem inventa palavras! E brinca com elas. Então, vamos ser palavristas e inventar algumas palavras? Olhe nos cantinhos desta exposição. Você irá achar objetos e coisas da Natureza que para você ainda não tem nome, porque você nunca viu, ainda não conhece. Que tal dar um nome inventado para elas a partir do que você sente, toca e vê? Os nomes das coisas do mundo nascem assim. Alguém vê e batiza aquela coisa. E o nome da coisa vira a coisa também.

Palavras dos caipiras Caipira é palavra tupi-guarani e significa gente que vive no mato. Em Portugal, saloio é o equivalente. A cultura caipira sobrevive nos Estados de SP, MG, RJ, GO, entre outros. E é tão rica, que devemos ter muito orgulho do seu sotaque e das suas histórias.

O jogo do caipira Esta quadrinha é um jogo onde você precisa separar os pedaços do texto para conseguir entender. Ou ler em voz alta. Quer tentar?

TAVAUMTRÂNSTODIBÚRR LÁNAQUELINCRUZIADA, QUIAMULADUSCURRÊI CHEGÔNACHÁCRATRASADA. trânsito-burro-encruzilhada-correios-chácara. 16


CORREIO PERAMBULANTE Cartas e postais serão levados por um burrico muito simpático. Ele anda trotando pela exposição. Já se encontrou com ele? Sabe por que tem um burrico nesta exposição? Os burros são bichos amigáveis, muito companheiros; gostam de se comunicar sem competir com seus amigos burros. Quase sempre se correspondem com um doce olhar e com muita amizade.

ATIVIDADE

Aqui, este burro oferece papel onde você pode escrever uma carta para alguém, usando palavras que nascem da nossa língua portuguesa. Ele se encarregará de entregar a sua mensagem para alunos de outras escolas de Bauru e criar, assim, uma comunicação amigável entre todos alunos que visitarem esta exposição.

Vamos escrever esta carta usando estas expressões engraçadas que estão abaixo? São frases que nascem na nossa língua-mãe — ouvimos em casa de todo parente e ficam gravadas na nossa mente! Use à vontade estas frases (temos certeza que sairá uma carta bem enigmática): Conversa mole; empurrando com a barriga; ele não é de fritar bolinho; dita cuja; de cara amarrada; raspa do tacho; limpando o salão; mãe-coruja; bicho-carpinteiro; com a pulga atrás da orelha; hoje ela viu o periquito verde; dormir com as galinhas; MAS SERÁ O BENEDITO?; SUBINDO PELAS PAREDES; A VACA FOI PRO BREJO; PRA DEDÉU!; PATA-CHOCA; PULA-BREJO; PILHA DE NERVOS; CRUZ-CREDO!; HOJE CHOVEU CANIVETE; ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE FURA; SARDINHA EM LATA... 17


Comida

Comedoria

Ser cerâmica bonita... Se beleza não se põe à mesa, muitas peças de cerâmica, com certeza, vão na contramão deste ditado. Aqui, no Sesc, você encontra artistas portugueses e brasileiros “dando sopa” por aí ou “dando uma canja”, e de “bandeja” oferecem sua arte muito saborosa cheia de letrinhas numa sopeira, em chávenas...

A cozinha nos provérbios portugueses

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Nome de comida, às vezes, é inventado dentro da sua casa, às vezes vem de longe, como a chuva. Chuva? Bolinho de chuva, quando chove, dá uma vontade de fazer e comer… Esse fazer caseiro tem o nome de “tradição”, e a cozinha portuguesa é uma das mais variadas e apreciadas em todo o mundo. Como os portugueses têm ditados para tudo, imagine só quantos eles têm só sobre o mundo da alimentação. O interessante é que muitos deles são falados aqui no Brasil também.

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Come caldo e anda quente, viverás longamente.

Come pão, beba água, viverás sem mágoa. Pão a cozer, menino a ler.

Comer sardinha e arrotar tainha.

Comer até enfermar e jejuar até sarar.

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Quem vai comer um cachorro? As diferenças nos nomes das comidas, doces, frutas e temperos são grandes. E podem causar confusão. Seguem aqui alguns nomes. Quem sabe você descobre outros e coloca aqui, na lista: Suco ......................... sumo Sorvete, picolé ............ gelado Sanduíche..................sandes Prato feito ................ bitoque Cachorro quente .........cachorro Caqui ......................dióspiro Cebolinha .................cebolinho Pimenta do reino ...pimenta preta Bala ....................rebuçado Chicletes ......... pastilha elástica

Caldo verde Esta é uma das mais gostosas comidas que aprendemos a fazer com os portugueses. O caldo verde é uma sopa de couve, tipicamente do Norte lusitano. É, provavelmente, a mais famosa sopa portuguesa. Ele é um caldo geralmente grosso e de cor esverdeada, uma vez que é feito com couve cortada em tiras bastante finas. É servido em tigelas de barro, regado com um fio de azeite, acompanhado das rodelas de linguiça ou paio. Devido à sua simplicidade e leveza, come-se no início da refeição ou numa ceia, bem tarde.

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PIÕES A coleção de piões de Selma Maria é antiga, e com muitos piões que ela ganhava ou comprava de amigos do mundo todo. Parte desta coleção era guardada dentro de uma caixa de sapatos, com uns 100 piões bem pequenos. Um dia, esta caixa sumiu e ela ficou sem nenhum, mas começou a juntar tudo de novo...

Poema do Pião da Peixeira Rodopio, rodopio E não dou nem um pio. Rodopio, rodopio, Já estou zonza, tudo se move, Tudo ao meu lado está a girar. Ó menino cruel, Que assim põe-me a ficar. Tivesse dez vezes o teu tamanho Tu é que ias rodopiar.

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Uma andorinha não faz verão ou uma andorinha não faz primavera? Colocar andorinhas de barro na varanda é costume antigo, que vem lá de Portugal. Será que os portugueses vieram para o Brasil nas suas asas, fazer aqui as suas casas? Talvez. Nas varandas de lá e cá, essa pretinha ave que gosta de perambular todo ar, fica ali tão quietinha... O ceramista Bordalo Pinheiro criou, há mais de cem anos, uma andorinha que até hoje faz seu ninho nas paredes de muitas moradas. O curioso é que um ditado brasileiro diz assim: “uma andorinha não faz verão”. E o português é diferente: “uma andorinha só não faz a primavera”.

Andorinha Ave! Como essa ave gosta de perambular... Sua casa é o ar e seu ninho é o caminho.

E para terminar, vamos soltar uma piada

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PIU!


Selma Maria Escritora, atriz, arte-educadora, pesquisadora de brinquedos e curadora de exposições que unem os temas literatura e infância. “Meninos Quietos” foi a primeira mostra que realizou e é também o nome do seu primeiro livro. Participa de projetos socioeducativos em várias regiões do Brasil e em outros países, como, por exemplo, FLIP; Feira de Porto Alegre; FÓLIO - Óbidos. Em Portugal, desde 2011 realiza pesquisas e apresenta em suas palestras a cultura da infância brasileira. A partir de 2015, publica livros sobre temas portugueses que criam jogos com a língua. De cada lugar que viaja e pesquisa, traz uma história que, depois, vira livro. No Minho, criou “O Livro do Palavrão”. “Brinquedos Miúdos e Graúdos” nasceu em Lisboa. Nos Açores, escreveu sobre a baleia Comum. No Algarve surgiu a história de “Zurro”, um burrinho muito especial. Em Matosinhos, no CIIMAR, veio ao mundo “Belo, o patinho amarelo”. E de todos esses lugares veio o material da exposição PERAMBULAR.

José Santos É escritor, voltado para o público infantojuvenil. Pesquisa a cultura portuguesa e sua literatura para crianças desde 2009. Nas várias viagens que fez ao país de seus avós, encontrou lendas, lengalengas, adivinhas, trava-línguas, quadrinhas e cantigas de roda, que fizeram a ponte entre as duas culturas e geraram muitos livros. Com o poeta português José Jorge Letria, criou os livros Infâncias (ganhou o prêmio de melhor livro de língua portuguesa em 2018, concedido pela FNLIJ), Cartas de Lá e de Cá e Dois Josés na Cozinha. Com Mauricio de Sousa, o dicionário sentimental Turma da Mônica: uma viagem a Portugal. Adaptou para o cordel, com Marco Haurélio e Jô Oliveira, o clássico Palmeirim de Inglaterra. Foi escritor visitante do projeto Óbidos - Vila Literária, participou de festivais como o FOLIO e o Latitudes e, atualmente, prepara, com Selma Maria, o Almanaque Poético Brasil-Portugal.

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SESC – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Danilo Santos de Miranda Superintendentes Técnico-social Joel Naimayer Padula Comunicação Social Ivan Giannini Administração Luiz Deoclécio M. Galina Assessoria Técnica e de Planejamento Sérgio José Battistelli Gerentes Artes Visuais e Tecnologia Juliana Braga de Mattos Estudos e Desenvolvimento Marta Raquel Colabone Assessoria de Relações Internacionais Aurea Leszczynski Vieira Gonçalves Artes Gráficas Hélcio Magalhães Difusão e Promoção Marcos Ribeiro de Carvalho Sesc Bauru Renata Salvador

PERAMBULAR Curadoria e concepção artística Selma Maria Assistência de Curadoria José Santos Equipe Sesc Cibele Mion, Daniel Douek, Leonardo Borges, Maria Denise Leite, Raquel Fonseca e Viviane Lourenço. Concepção cenográfica Hellena Kuasne Anderson Direção de Arte Fabian Alonso e Hellena Kuasne Anderson Produção Executiva MUDA práticas Design Gráfico grupotrëma (Laura Sobral) Expografia e Coordenação de Montagem Assalto Cultural (Fabian Alonso e Lucas Prada) Adereços e Cenotecnia Kadiweu Produções, Grupo Presente, Stuart Cenografia Técnica Esculturas em Tecido Toninho Estofados e Natália Vulpes Produção Julieta Regazzoni Textos e Poemas Selma Maria e José Santos Vídeos e Áudios Selma Maria e Filipe Ruffato Edição dos vídeos Thiago Miagy Captação e edição dos áudios Leo Bianchini Revisão de Textos Marcos Mauro Rodrigues Coordenação do Educativo KA Gestão em Cultura, Arte e Educação

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