PA ULI CEI A
D I C A S P A V O C Ê D E V O R A C I D A D E , P N É L I P E R E I
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@APAULICEIA
@RADIOVOZES
ESCUTE O PROGRAMA PAULICEIA DE NÉLI PEREIRA NO APP RÁDIO VOZES.
A A T E R D A I N V A I C E L Ó G A I E I C L C Ê U O A V P R E E ! O D V A E D I D C A
Textos Néli Pereira Ilustras Lena Muniz Design Marina Chevrand / Serifaria.com
Oi, eu sou Néli Pereira e esta é a Pauliceia, que a gente conhece tão bem, mas que vive nos surpreendendo. Quem nunca andou pela cidade e de repente cruzou com um lugar e falou:
como é que eu nunca tinha vindo aqui? Ou ainda: o que será que tem por trás dessa portinha?
Pois a ideia aqui é te dar munição para explorar cada vez mais nossa São Paulo – lugares, pessoas que mudam a cidade e mudaram a vida fazendo o que gostam e tocando seu próprio negocio, produtos feitos por paulistanos natos ou adotados. Aqui vai ter de tudo. E o nome, claro, vem emprestado do Mario de Andrade, que na clássica Pauliceia Desvairada comparou a nossa cidade a uma grande boca de mil dentes. A intenção aqui é inverter essa logica: em vez de ser engolido pela cidade, devorá-la, com gosto mesmo.
Inverta a lógica da Pauliceia e devore você a cidade!
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Vamos pra Mooca? Quer bairro mais paulistano, meu? De vez em quando eu acordo num domingão e sigo para lá, sempre tem alguma coisa rolando e sempre eu começo sentada em uma das mesinhas da calçada do Cateto – bar meio “saloon” que está por ali desde 2014. Você pode até dizer que é ali que a Mooca fica mais hipster, mas é onde também pode ter começado o processo de revitalização da região, de uma ocupação do bairro cheia de personalidade. Num ambiente com uma pegada meio folk industrial, e com poucas e disputadas mesinhas, são servidas cervejas artesanais brasileiras e para petiscar, charcutaria e queijos nacionais surpreendentes. A proposta é simples e certeira: sentar ali, escolher entre os mais diversos e desconhecidos produtos nacionais que você provavelmente não conhece e que são super explicados pelo atento staff, e ainda curtir um ambiente cheio de personalidade criado por dois publicitários e uma estilista. A carta de cervejas muda bastante, e sempre ha pelo menos duas opções em chopes, e também sandubas além de uma carta enxuta e bem escolhida de frios. A casa abriu uma filial recentemente em Pinheiros, mas sem querer dar uma de chata, quantas vezes você vai a Pinheiros? E quantas segue até a Mooca? Então vá para a Mooca! Inverta a lógica da Pauliceia, e devore mais essa.
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LICEU DE MAQUIAGEM
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LICEU DE MAQUIAGEM @LICEUDEMAQUIAGEM RUA TINHORAO, 102 SUGESTÃO DE TRILHA PARA EMBALAR A DICA: SQUIRREL NUT ZIPPERS / PUT A LID ON IT
Quando se fala em fugir do padrão de beleza, eu adoraria que isso também chegasse aos lugares de beleza – salão, spa, cabeleleiros. Parece tudo meio igual – decoração com aqueles pôsteres de marcas de tinta para cabelo, mil secadores ligados ao mesmo tempo, uma pilha de revistas de fofoca que você só lê quando está ali, e aquela luz fria de doer a alma. Personalidade zero. Claro que não é esse tipo de dica que eu vou trazer aqui, mas o oposto. Entre na rua Tinhorão, ali do ladinho da Faap e vamos até o Liceu de Maquiagem – um projeto incrível da Vanessa Rozan e do Vito Mariela. Eles se conheceram quando trabalhavam para uma grande marca de cosméticos e em 2009 eles seguiram os caminhos sozinhos... percebendo uma falta de oferta de cursos de automaquiagem na época, e um interesse ja bem grande – ai estamos falando da era pre blogues e tutoriais infinitos na internet. Aí eles abriram o Liceu – que abriga cursos profissionais de maquiagem, aulas de automaquiagem e um salao de beleza e de cabeleleiros. Mas esqueça aquele cenário que eu descrevi no começo – ali tem um garimpo, um cuidado, uma delicadeza em tudo – do serviço ao visual. Uma parede com espelhinhos antigos, um sofá meio art deco, uma cristaleira com produtos de beleza, uma banheira de pe antigo com papel de parede de pavão no banheiro, super feminino. A inspiração foi a butique Biba, clássico dos anos 60 em Londres e uma pegada meio anos 20, de prateleira de cabaré, de perfumaria. O conceito de beleza ali também esta na descompressão, naquele momento pra gente, no “me time”. A beleza ali também nos circunda, esta em todos os detalhes. E por isso a gente sai de lá mais bonita sim, mas também mais leve.
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O T E M A A : A H A R A E A M E M R , A .
HWANG JE IN RUA GUARANI, 240 PARA OUVIR JUNTO: CHAWN LEE LET / ME BLOW YOUR MIND
A tarefa pode parecer fácil, porque eles estão concentrados em alguns quarteirões ali perto da estação da Luz e da rua José Paulino, mas o problema é que nao param de abrir lugares novos, e eu cismo em voltar naqueles que já são os meus preferidos. O de hoje é um desses casos: pelo menos uma vez por mês eu vou comer a comida da dona Nan – uma senhorinha coreana que toca o Hwang Je In junto com o marido. O restaurante tem clima de casa: você toca a campainha para entrar, e a dona Nam mesmo vem te receber, e te senta. Aí te entrega um cardápio inteirinho em coreano que você escolhe pelas figurinhas ou por sorte. Tente perguntar, porque ela é bem paciente em explicar e alerta: cru, cru, quando você escolhe comer lula crua, por exemplo.Eu comi, e nao me arrpendo. Assim como comi a carne crua, espécie de steak tartar com pêras, que é uma especialidade, e igualmente delicioso. Antes de escolher um prato, eh bom saber que o que você pedir em um restaurante coreano vai vir com entradinhas generosas – entre seis ou sete, quase sempre incluindo um caldo, e que você pode repetir. Entao peça um prato para duas pessoas – que até para uma comilona como eu é suficiente. No restaurante da dona Nam tem opções de caldos, cozidos, e também o churrasco coreano, embora nao seja o forte da casa. Para beber, experimente os pratos harmonizados com o Chum Churum, um soju bem comercial, mas os coreanos vão mesmo é embalados no whisky. O Hwang Je In, ou o restaurante da cozinha da dona Nam, uma espécie de vó coreana que eu adotei, e a quem recorro com frequência, fica na Rua Guarani 240. E haja mil dentes para devorar essa Pauliceia toda.
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SELVVVA @SELVVA GALERIA METROPOLE – 3O ANDAR – LOJA 01 PARA EMBALAR A DICA: UNDER NEAT THE MANGO TREE
No último andar, onde tem uma laje ao ar livre está a Selvvva. Você não vai perder, um cantinho forrado de plantas numa das esquinas ali da galeria. A Selvvva é o projeto – de vida, diga-se de passagem - de três arquitetas: Denise Yui, Julia Rettmann e Marina Smit. Elas se reuniram quando estavam cuidando cada uma de sua casa e decidiram sair de trás do computador para trabalhar com as mãos e criar acessórios para plantas. Sabe aqueles suportes bem antigos, para colocar vasos, então? Elas estão desenhando novos produtos – de suportes de parede até alguns muito interessantes de chão. Além de um sorriso no rosto de quem realmente está fazendo o que gosta, você é recebido por quem faz o que está ali: da seleção dos vasinhos, que resignificam objetos como copinhos de alumínio bacias – ate a seleção das próprias plantas, escolhidas a dedo para combinar com seus suportes. As meninas estão ali firmes nas suas raízes, mas criando asas!
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SATIKO + ISABEL @SATIKOISABEL RUA HARMONIA, 478 PARA EMBALAR: KYOTO SONG
A loja chama Satiko + Isabel, e fica na rua Harmonia. A Satiko e a Isabel Mascaro são mãe e filha, e as duas arquitetas de formação. Esposa e filha do grande fotografo Cristiano Mascaro A mãe é estilista há mais de 30 anos, e há 15 vem sendo acompanhada pela Bel, que hoje assina as coleções. As roupas tem uma característica muito própria: as modelagens misturam a forte influência da arquitetura e do japonismo – as duas carregam essa tradição na genética, e cada uma a representa de uma forma – Satiko sempre arrojada e Isabel mais delicada, faz algumas das estampas dos tecidos a mão, uma a uma. As roupas acabam fluidas, com uma forte pegada geométrica nas golas e mangas, e compõem peças indispensáveis para um guarda roupa básico, arrojado e com cortes requintados. Ali, você vai ser recebido por uma ou pela outra, e ainda pode pedir para a Isabel te contar mais sobre o novo projeto dela, chamado Um Kimono, que ela desenvolve kimonos masculinos sob medida, e com estampas personalizadas. Um Japão clean, moderno e com a delicadeza das gueixas, que resgata o fazer manual e as tradições de família.
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