revista Observatório #17

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DAS POLÍTICAS PÚBLICAS AO MERCADO EDITORIAL

Eliana Yunes

nacional, de incentivo à leitura, tanto da sociedade civil, como da iniciativa pública. O prêmio Viva Leitura, com cinco indicados em três categorias, foi apoiado por patrocínio privado e prosseguiu até 2012, criando uma referência no setor e mobilizando a atenção de muitos, na escola e, principalmente, fora dela. Apareceram barcos, jegues, carroças, peixarias, borracharias, cineclubes, além de escolas, bibliotecas e profissionais, que se esforçaram para estar presentes nesse levantamento capaz de dar visibilidade à presença do livro nas preocupações da população. Em 2008, por notória especialização, a Cátedra UNESCO de Leitura da PUC-Rio, oficializada em agosto de 2006, mas operando há mais anos como Rede Brasileira de Pesquisadores em Leitura, herdeira das experiências e fundamentos do PROLER, foi instada a colaborar com a análise dos projetos das edições iniciais do Prêmio, para uma avaliação também quantitativa, mas principalmente qualitativa de cerca de cinco mil projetos inscritos. O convênio com o FNDE previa a edição de um relatório analítico (CÁTEDRA UNESCO, 2010) que abrangesse: • análise das práticas identificadas de promoção da leitura no Brasil, no âmbito do

Viva Leitura e do PNLL; • informações e dados sistematizados em indicadores agregados nos níveis estadual e municipal, a fim de subsidiar suas políticas em construção; • elementos técnicos que permitissem revisão e orientação de ações públicas de fomento à leitura; • mapa comparativo dos projetos analisados em contraponto ao IDEB dos lugares onde se localizam.

Diante de tal compromisso, formou-se uma equipe6 coordenada por uma educadora com doutorado em políticas públicas de promoção da leitura que, durante dois meses, não só estruturou o instrumento de análise para a criação do banco de dados, com base nas diretrizes que orientaram o Prêmio, como selecionou o programa que permitiria analisar indicadores de qualidade naquele volume gigantesco de material. Apenas 1.261 projetos estavam digitalizados e os restantes, 3.662, tiveram que ser submetidos ao processo, pois haviam sido enviados por correio. À medida que ficavam disponíveis em uma rede interna dos pesquisadores, com formações diversas e experientes por sua prática e qualificação, eram entregues a estatísticos que alimentavam o banco de dados. O objetivo era mapear o espaço de ação, o público beneficiado, a faixa etária atendida, o público-alvo, a origem do projeto, sua estrutura, as práticas leitoras desenvolvidas, assim como a concepção de leitura, entre outros. Para isso, foram

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