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Marcos Pereira dos Santos

cos impressos e também “livros sem leitores e leitores sem livros”.

No que tange à área de Literatura, de modo deveras particular, pode-se dizer que a edição, co-edição e reedição de obras literárias têm apresentado destaque exponencial no contexto editorial, mercadológico e cultural do século XXI.

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Sendo a Literatura a arte de compor escritos literários (em prosa ou verso) sobre diferentes assuntos ou ainda o conjunto (cabedal ou arcabouço teórico) das obras literárias de um país, região ou agregado social, elaboradas em épocas históricas distintas e com linguagem e finalidades bastante específicas, é possível afirmar que esta importante área do saber científico tem cada vez mais demarcado seu espaço na sociedade e no mercado editorial-cultural; bem como conquistado inúmeros adeptos e simpatizantes oriundos de diferentes etnias, espaços geográficos, lugares, regiões e classes sociais.

Não havendo, ao menos em parte, barreiras e nem fronteiras para o avanço da Literatura nos dias atuais, observa-se que esta tem apresentado diferentes desdobramentos em termos de estilos/gêneros literários (narrativo – ficcional (romance, conto, crônica, novela) e épico (epopeia); dramático (tragédia, comédia, tragicomédia, drama, auto); lírico (poema em versos, poesia e prosa poética); literatura de cordel; literatura marginal; literatura infantil; literatura infanto-juvenil; dentre outros) e atraído os olhares e a atenção de crianças, jovens, adolescentes, idosos, pais, professores, educadores, artistas, literatos e estudantes de diferentes níveis e modalidades de ensino.

Temos, portanto, não apenas literatura (no sentido estrito da palavra); mas, literaturas, ou ainda, “literatura no plural”. Hoje, adquirir e ler livros de literatura não é mais sinônimo de “objeto de luxo”, tal

qual como era assim entendido em épocas históricas anteriores à invenção da imprensa, por Johannes Gutemberg (1398-1468), no século XV, e até meados do século XVIII, com o advento do Iluminismo (também chamado por alguns historiadores e sociólogos de Época das Luzes, Esclarecimento ou período da Ilustração).

Ademais, ler livros de literatura, seja de forma espontânea (como ocorre na vida cotidiana em geral) ou obrigatória (conforme se evidencia em algumas instituições escolares e acadêmicas) requer determinados critérios bastante pontuais e imprescindíveis ao público-leitor, tais como: hábito de leitura; seleção de estilo ou gênero literário; tipo de personalidade; finalidade(s) da leitura; preferência(s) por autor(es)/ escritor(es); compreensão, análise e interpretação sobre o que se está lendo; e, por fim, aplicabilidade prática acerca da leitura ora realizada, seja na “escola da vida” e/ou na “vida na escola”.

Em suma: a leitura (efetuada de modo silencioso ou em voz alta) deve apresentar objetivo(s) pré-definido(s), conteúdo, forma, cadência rítmica (observando-se atentamente os sinais de pontuação enunciativa empregados), consistência/solidez, sonoridade, fluidez, direção, sentido e significado para cada leitor(a). Caso contrário, a leitura executada ao seu “bel prazer” tornar-se-á insossa e sem razão de ser; tendo apenas finalidade em si mesma. E nada mais.

Daí a necessidade de a leitura de diferentes livros de literatura ser efetuada com propósitos claros, eficazes e eficientes; de modo a situar o texto escrito a partir de um cotexto e num contexto histórico-social e interdisciplinar abrangente e significativo. É fundamental, pois, que o leitor possa “dialogar” com o texto escrito, “ouvindo” atentamente a “voz” do autor-escritor e do narra

dor; vozes essas que se fazem presentes no corpus textual como um todo e também nas entrelinhas do texto literário, inclusive.

Leitura e literatura não são somente passatempo; mas também informação, conhecimento e saber social e historicamente compilados em palavras, frases, parágrafos e textos. Por isso, é importante ler (e ler muito!) para escrever bem. Ler e escrever são, em linhas gerais, dois verbos que se conjugam juntos. Mais do que ler palavras, é preciso que possamos efetuar uma atenta e criteriosa leitura de mundo.

Então, vamos navegar pelos oceanos da leitura e da literatura?

O convite já foi feito! Agora, só depende de você.

Marcos Pereira dos Santos – Pósdoutor em Educação Religiosa, área de concentração “Religião e Cultura”, linha de pesquisa “Cultura e Sistemas Simbólicos”, pelo

Seminário Interdenominacional de Educação Teológica Kerigma Didache (SETEAD) - Brasília/DF. Escritor, trovador, poeta, cronista, ensaísta, articulista, antologista, haicaísta ao estilo oriental, pesquisador da área educacional e docente universitário.

Membro fundador, titular, efetivo e correspondente imortal de várias Academias de Ciências,

Letras e Artes em nível nacional e internacional. No campo literário é (re)conhecido pelo pseudônimo de “Quinho Caleidoscópio” ou “Quinho

Calidoscópio”, tendo participado ativamente de diversos concursos e antologias literárias Brasil afora.

Atualmente é professor adjunto do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (CESCAGE) em cursos de graduação e pós-graduação lato sensu (presencial, semipresencial e a distância on-line), em Ponta Grossa - Estado do Paraná. Endereço eletrônico: mestrepedagogo@ yahoo.com.br

ENTREVISTA ESCRITORA CRISTINA SANTOS

Quero preencher o tempo das pessoas com histórias que lhes inspirem e façam a diferença em suas vidas. Acrescentar em cada nova história uma nova emoção, que possa transformar a forma de as pessoas enxergarem o mundo.”

Maria Cristina Santos Berno, filha de Domingos Feliz dos Santos e Maria Ilza dos Santos, nasceu em Moreira Sales (PR). Iniciou escola primária na zona rural, Escola Sagrada Família. Atualmente reside em Salto (SP). Realizou curso de Escrita, Redação e Texto Literário. Pseudônimo: Cristina Santos.

Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Cristina Santos, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a inspirou a escrever “Folha Seca”?

Cristina Santos - “Folha Seca” é inspirada na realidade de uma região do Brasil que passa por privações; porque a terra seca não germina a plantação. Nesse cenário acontece a história de amor entre dois jovens, vítimas da seca.

Apresente-nos a obra.

Cristina Santos - Filomena vive uma vida precária num lar repleto de filhos, sob o olhar atento da seca, que rouba seus sonhos. Porém, os olhares não enxergam o seu segredo, escondido entre as paredes da capela onde o triângulo amoroso passa despercebido. Seu romance com o vigário gerou frutos, trazendo os conflitos dentro do seu lar. A ovelha desgarrada que buscava ajuda na capela não resistiu à bondade do vigário que lhe amparava em seus braços e a possuía sem remorso.

Cristina Santos - O momento que mais me marcou foi narrar a angústia de um pai que se deparava com a falta de alimento, sem saber como encontrá-lo.

Qual o cenário, espaço geográfico, escolhido para a obra?

Cristina Santos - A região do Nordeste foi escolhida como cenário, porque o clima e as condições de vida foram fundamentais para a criação da história.

Como foi a escolha do título?

Cristina Santos - O título faz parte da história, porque ele deixa claro, na capa, o que há no conteúdo do livro.

Além de “Folha Seca”, você tem mais dois livros publicados. Apresente-nos:

“Passos apressados” - conta á história de uma jovem criada em meio ao luxo e à riqueza; e seu mundo não tinha espaço para as pessoas menos favorecidas pelo dinheiro. Aquele que viria a ser o seu príncipe encantado teria que preencher, segundo sua escolha, todos os requisitos por ela impostos. Com a morte do pai, seu luxo diminuía com o dinheiro mal administrado por sua mãe. Ela

tornou-se pobre e não dava a mínima importância ao dinheiro, porque sua vida era preenchida por seu príncipe especial e inocente como uma criança. “Seio do Sertão” - conta a história de um jovem que sonhava com a cidade grande e queria conhecê-la. Certo dia, seu amor de infância partia para a cidade e o deixava sozinho no sertão. Ele trabalhou cultivando a lavoura e não deixava de fazer planos, com uma colheita farta, que garantisse o conforto de ambos na cidade. Porém, veio desilusão com uma colheita tão promissora, porque suas dívidas superavam cada grão. Seu destino foi a favela, onde ele não teria tantos gastos para viver ao lado da sua amada. O analfabeto não se encaixava no mercado de trabalho tão exigente, que o levou direto para as obras que não exigiam o uso da caneta, porque suas mãos só precisavam segurar os tijolos nas construções.

Onde podemos comprar seus livros?

Cristina Santos - Links para compra, apenas “Folha Seca”. Os demais será preciso outra tiragem. https://www.chiadobooks. com/livraria/folha-seca https://www.martinsfontespaulista. com.br/folha-seca-554735.aspx/p

Quais os seus principais objetivos como escritora?

Cristina Santos - Sonho com uma carreira de escritora, em que eu possa transmitir a minha mensagem por meio das palavras. Quero preencher o tempo das pessoas com histórias que lhes inspirem e façam a diferença em suas vidas. Acrescentar em cada nova história uma nova emoção, que possa transformar a forma de as pessoas enxergarem o mundo. Despertar o interesse pela leitura, sabendo que ela pode mudar um ser humano para melhor, pois sua mente se abrirá para o conhecimento e para a sociedade.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Cristina Santos. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Cristina Santos - A vida só vale a pena quando ousamos o inacreditável e perseguimos os nossos ideais sem

saber se vamos alcançá-los. Meu caminho é cheio de alegria. Deixo um pouco de mim em versos e poesias. Estou num constante aprendizado e não serei vitoriosa, sem antes ter errado.

_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | ESCRITORA CHRISTIANE DE MURVILLE

Portal de luz

Aluminosidade era fraca, não dava para enxergar direito. Eu ouvia murmúrios abafados, misturados a sons que eu não sabia identificar ao certo de onde vinham.

De repente, senti um aperto tremendo no corpo, um gosto diferente na boca e o cheiro no ambiente também mudou. Logo notei que o local no qual me encontrava começava a

encolher. Mais uma espremida violenta e o meu coração disparou. Não havia mais espaço suficiente para mim. Que sufoco! Eu precisava urgentemente sair dali.

Felizmente, surgiu uma luz no final do túnel. A luz, a princípio tênue e incerta, aos poucos foi se expandindo, ganhando brilho e transformando-se em um portal luminoso. Eu tinha que aproveitar a oportunidade que se apresentava à minha frente. Então me estiquei, indo ao encontro dessa luz, até conseguir colocar a cabeça para fora do cantinho apertado no qual vivera até então.

Barulhos, luzes e odores estranhos agrediam meus sentidos. E que frio! Chorei. Puxaram-me com firmeza, me carregaram e manipularam. Perdi completamente todas as minhas referências. Onde estava eu? Que mundo hostil era esse à minha volta? Agora, eu berrava e esperneava. Meus pulmões queimavam de tanto que eu gritava.

Em meio à confusão e ao desespero que sentia, ouvi uma voz bem conhecida que me chamava para junto dela. Acalmei-me. Pairava no ar uma fragrância que eu também reconhecia e, então, logo me vi em um colo aconchegante. Sabia de quem era; daquela que por tantos meses me acolhera em seu ventre, oferecendo a sua energia feminina de materialização e o seu corpo para que eu pudesse também ganhar um corpinho e aparecer no mundo.

Ela me observava com carinho. Havia amor em seu olhar, amor de quem não quer nada de ninguém e zela para que todos fiquem bem. Ela estava feliz e eu também. Eu descobria a fisionomia luminosa daquela que havia sido meu portal de entrada na Terra. Sentia-me segura nesse colo quentinho e perfumado, que transbordava de ternura. Finalmente, adormeci em berço esplêndido, junto ao peito da mãe que me acolhia em seus braços!

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