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Editorial Editorial

Antes de iniciar esta breve reflexão sobre a importância do Associativismo na nossa comunidade, quero agradecer o convite que me foi endereçado pelo "Sentir Alhos Vedros" para escrever um artigo, à minha escolha, para a sua revista.

Nos tempos que correm, em que se acentua o individualismo, o isolamento, a competição, o fervilhar dos interesses pessoais acima dos interesses coletivos, o aparecimento de um grupo de jovens com esta iniciativa de fazer uma revista para dar a conhecer e a valorizar a sua terra, assume uma enorme importância ao contrariar aquilo que, há muito tempo, se sente: a crise e algum declínio do associativismo.

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Neste sentido, devemos reconhecer a importância que as coletividades e todo o movimento associativo tiveram, antes e depois do 25 de abril, nas nossas terras e nas nossas gentes, ao promover o convívio, a formação cívica, a aproximação entre as pessoas, a instrução e o recreio, a consciencialização política, a cultura e o desporto.

Como sinal de reconhecimento e gratidão, é de toda a justiça, destacar e homenagear as várias gerações de dirigentes associativos que num espírito de voluntariado, de entrega aos outros, sem ter qualquer retribuição monetária, nas horas livres, depois da sua atividade profissional, de alma e coração, sempre se disponibilizaram para servir o interesse coletivo.

Editorial Editorial

Num outro plano e como consequência de todo este importante trabalho realizado nas coletividades, é de destacar o seu contributo para a consciencialização e formação de muitos dos dirigentes políticos e autárquicos no pós 25 de Abril que com esses ensinamentos e experiência, contribuiram decisivamente para o progresso e desenvolvimento locais.

É preciso ter sempre presente, que a liberdade e a democracia são como as plantas sensíveis, que precisam de ser cuidadas e regadas regularmente, caso contrário não sobrevivem. Por isso, é da maior importância para o nosso futuro coletivo, que as gerações mais novas tenham consciência disso e também estejam disponíveis para participar e colaborar, de acordo com as suas possibilidades, nas várias iniciativas locais, nomeadamente nas reuniões públicas autárquicas onde são discutidos e se procuram as soluções para o problemas existentes.

A nossa Vila, em particular, que em tempos teve importância industrial, principalmente na cortiça e confeções, dando emprego a muita gente dos concelhos vizinhos, em que o comércio também era pujante e dinâmico. Como o prova, destacamos o facto de haver, por esses tempos, três agências bancárias e hoje não termos nenhuma.

Nos últimos tempos, a dinâmica da vila tem vindo a decair a vários níveis, estando hoje, de certa forma, reduzida, essencialmente a um dormitório. Por isso, são benvindos todos os esforços e contributos daqueles que gostam e sentem Alhos Vedros para que, em conjunto e não com divisões descabidas e sem sentido, possamos recolocar a nossa Vila onde sempre deveria ter permanecido.

Edgar Cantante Dirigente Associativo

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