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S ENTREVISTA EXCLUSIVA APONTA PROBLEMA INTERNOS E REVELA DETALhES DO SISTEMA VA PRISIONAL DA CADEIA PÚBLICA DE GUARAPUA

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA GUARAPUAVA | PARANÁ 13/06/2018 A 18/06/2018 EDIÇÃO 135 | ANO V


CARTA AO LEITOR

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UM BAIRRO CERCADO PELO MEDO Quem reside e ou trabalha no bairro Batel, em Guarapuava, está acostumado com uma rotina marcada pela insegurança. Na cadeia pública da cidade, no prédio da 14ª Subdivisão Policial, acontecem fugas em todo ano que passa. O local é mais um retrato do que é o sistema prisional no Brasil, falta de ação do Estado, superlotação e estrutura física defasada. A mudança da unidade prisional do Batel está prevista há anos, mas por enquanto as adversidades se repetem e a população sofre com incerteza. O “cadeião” apresenta ainda problemas internos, como a atuação de uma facção criminosa. Esses fatos serviram de ponto de partida para a elaboração do principal conteúdo da edição 135, nas páginas 6, 7 e 8. Isso somente foi possível devido a uma colaboração de alguém que tem conhecimento do cotidiano da cadeia e, por questões de segurança, não teve a identidade revelada. A Constituição Federal assegura o sigilo da fonte. Portanto, ninguém pode coagir a atividade jornalística com objetivo de denunciar a pessoa ou o órgão de quem obteve a informação. Outro dispositivo que trata do sigilo da fonte é o Código de Ética dos Jornalistas Profissionais do Brasil, aprovado pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ). No artigo 8º, ficou estabelecido que, sempre que considerar correto e necessário, o jornalista resguardará a origem da identidade de suas fontes de informação. Até o projeto da nova Lei de Imprensa contempla o anonimato do fonte. Os relatos revelam uma situação mais preocupante do que parece ser, o controle dos presidiários não funciona. Além das frequentes fugas, algo com consequências ainda mais graves estão sujeitas de acontecer. A cadeia da 14ªSDP está esquecida, no entanto, em ano eleitoral ela é sempre lembrada. Promessas existem, mas será que unidade prisional do Batel será mesmo transferida?

SEDE E REDAÇÃO Rua Senador Pinheiro Machado, 1794, Sala 01 Centro. Guarapuava PR

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DIRETORA COMERCIAL Lourdes Dangui Pinheiro JORNALISTA RESPONSÁVEL, REDAÇÃO E EDIÇÃO GERAL Alexandre Pessoa MTB 10599/PR

SEMANáRIO INTEGRAÇÃO LTDA ME CNPJ: 22.997.926/0001-36 Rua Senador Pinheiro Machado, 1794, Sala 01 - Centro. Guarapuava PR (42) 3035-1234 e (42) 99111-9195 redacao@integracaoonline.com.br comercial@integracaoonline.com.br

DIAGRAMAÇÃO Victor Teo COLUNISTAS DA EDIÇÃO Lourdes Leal Gilvan Gomes Artur Felipe Lopes

IMPRESSÃO GRAFINORTE 03.758.336/0001-06 Tiragem | 4 mil exemplares


POLÍTICA

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PARáCLITO NA MIRA Preso pela operação Quadro Negro, o engenheiro civil Maurício Fanini implicou diretamente o exgovernador Beto Richa (PSDB) na sua proposta de colaboração premiada feita à Procuradoria-Geral da República. Fanini, que foi diretor da Secretaria de Estado da Educação, é réu na operação, que apura desvios em obras em escolas públicas do Paraná. Fanini disse que pagou com propina gastos de campanhas eleitorais e viagens de Richa, e citou diversas pessoas próximas ao exgovernador. O ex-diretor afirma que repassava dinheiro a pessoas próximas a Beto Richa e empresas. O objetivo dos repasses era financiar campanhas eleitorais, bem como pagar viagens e presentes para os empresários envolvidos. Em depoimento, Fanini ainda diz sobre um apartamento adquirido com dinheiro ilícito, imóvel estaria ligado a Marcello Richa, filho do ex-governador que é pré-candidato a deputado estadual (PSDB). Além de Marcello e Beto Richa, Maurício Fanini citou também Fernanda Richa (ex-primeira-dama e secretária de Estado), Pepe Richa (irmão de Beto Richa e pré-candidato a deputado federal - PSDB), Luiz Abi (parente de Beto Richa), Ezequias Moreira, (ex-secretário de Estado na gestão Beto Richa), Deonilson Roldo (ex-chefe de gabinete de Beto Richa), Jorge Atherino (empresário), Ademar Traiano (PSDB - presidente da Assembleia Legislativa do Paraná), Plauto Miró (DEM deputado estadual), Tiago Amaral (PSB - deputado estadual) e Valdir Rossoni (PSDB - deputado federal) IMPUNE O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou no último dia 8, o

deputado federal João Rodrigues (PSD-SC), preso desde fevereiro no Centro de Detenção Provisória no Complexo da Papuda, a exercer seu mandato na Câmara dos Deputados. Rodrigues foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) a cinco anos e três meses de detenção em regime semiaberto em 2009. O deputado foi acusado por fraude e por dispensa irregular de licitação. Os crimes ocorreram, segundo a Justiça, em 1999, quando o parlamentar era prefeito interino de Pinhalzinho, município do oeste catarinense. Segundo a denúncia do Núcleo de Ações Originárias (Naor), da Procuradoria Regional da República da 4ª Região (PRR4), houve irregularidade na compra de uma retroescavadeira de 60.000 reais. O caso perderia a validade em fevereiro. A Procuradoria-Geral da República (PGR), então, pediu que a pena fosse cumprida imediatamente em dezembro do ano passado. Em fevereiro, a Primeira Turma do Supremo rejeitou recurso da defesa do deputado, que pedia revisão da condenação do TRF4. Por 3 a 2, o colegiado decretou o cumprimento imediato da pena de cinco anos e três meses de prisão, em regime semiaberto. OUTRAS ESTRATÉGIAS Em carta escrita na prisão, em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio lula da Silva (PT) afirma que, em um novo governo petista, serão revistas as políticas adotadas no governo de Michel Temer (MDB) para a Petrobras, Eletrobras, entre outras estatais e serão retomados programas das gestões petistas.

Mesmo depois de começar a cumprir pena de 12 anos e 1 mês, condenado por crime de corrupção passiva, Lula segue liderando grande parte das pesquisas de intenção de voto. No texto, o ex-presidente retoma os argumentos de que sua condenação em segunda instância, por corrupção passiva, não teve nenhuma prova para sustentá-la e que por isso se considera “preso político”. Lula também trata na carta de políticas e ações de seu governo e diz que sonha em ser presidente novamente para retomar os resultados de suas gestões. A intenção do partido é registrar sua candidatura em agosto e tentar que a Justiça eleitoral aceite sua postulação apesar da lei da ficha limpa. SOBRE SIGILO O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da Polícia Federal (PF) para quebrar o sigilo telefônico do presidente Michel Temer. O pedido se refere ao ano de 2014 e foi feito no âmbito do inquérito que investiga o repasse de 10 milhões de reais da Odebrecht para o MDB. Fachin, porém, autorizou a medida contra os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, de Minas e Energia. A decisão segue entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR) que defendeu a medida apenas para os ministros e não para Temer.

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MEC AUMENTA TETO DE FINANCIAMENTO DE MENSALIDADES PELO FIES O Ministério da Educação (MEC) ampliou o teto do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A partir do segundo semestre desse ano, a quantia financiável passa de R$ 30 mil por semestre para R$ 42.983, o que representa um aumento de 43% no valor financiável da mensalidade. Isso significa que o programa vai custear cursos com mensalidade de até R$ 7 mil. O anúncio foi feito no último dia 6 pelo ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva. O Fies concede financiamento a estudantes em cursos superiores não gratuitos, com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo MEC. Segundo o ministro, a ampliação vai permitir um maior financiamento de cursos mais caros. Com a ampliação do teto do financiamento, o programa retorna ao patamar anterior ao Novo Fies. O ministro disse que a decisão de retomar o limite antigo foi tomada após a percepção de que as mudanças

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do Novo Fies trouxeram mais segurança ao programa. Uma delas foi que a instituição de ensino superior privada é agora obrigada a oferecer ao estudante beneficiado pelo Fies a menor mensalidade da turma em que se encontra. Além disso, a pasta passa a garantir pelo menos 50% de financiamento do curso escolhido. As mudanças valem para a modalidade 1, o chamado Fies público. Neste ano, 100 mil vagas serão ofertadas nessa modalidade. Elas têm juro zero e são financiadas diretamente pelo governo. “O sistema permitia financiamento menor que 50%. Em alguns casos, chegava a 8%. Não conectava com o jovem ou com a família que precisava do financiamento”, diz Silva. A intenção, segundo ele, é aumentar a atratividade do programa. As vagas

são destinadas a estudantes com renda familiar per capita de até três salários mínimos, ou seja, R$ 2.862. Segundo o ministro, a estimativa da pasta é que cerca de 25% dos estudantes sejam beneficiados, aqueles que conseguiriam financiamento abaixo dos 50%. Os alunos que já contrataram financiamentos inferiores no primeiro semestre e quiserem ampliar para 50% poderão fazê-lo ao renovar o Fies no segundo semestre. SELEÇÃO De acordo com balanço divulgado pela pasta, no processo seletivo do primeiro semestre foram firmados 35.866 contratos do Fies. Outros 16.351 estão em contratação no

âmbito do processo seletivo para vagas remanescentes. No total, em 2018, serão ofertadas 310 mil vagas em todas as modalidades do Fies, sendo 155 mil no segundo semestre. O processo seletivo para as vagas do segundo semestre deve começar em meados de julho. Está aberto o processo seletivo para as vagas remanescentes do primeiro processo seletivo do ano. Atualmente, 2,7 milhões de estudantes são beneficiados pelo Fies.


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SAÚDE Municípios, cidades e ou comunidades saudáveis são uma filosofia e também uma estratégia que permite fortalecer a execução das atividades de promoção da saúde, como a mais alta prioridade dentro de uma agenda política local. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “uma cidade saudável é aquela que coloca em prática de modo contínuo a melhoria de seu ambiente físico e social utilizando todos os recursos de sua comunidade”. Portanto, pode-se inferir que uma cidade ou município saudável são aqueles em que os seus dirigentes municipais enfatizam a saúde de seus cidadãos dentro de uma ótica ampliada de qualidade de vida. Como principais pilares de uma iniciativa de municípios/cidades saudáveis está a ação inter setorial e a participação social. No final dos anos 70, a filosofia de cidades saudáveis teve início dentro de um processo de evolução conceitual da promoção da saúde e nos moldes propostos pela carta de Ottawa. Iniciou de forma experimental na cidade de Toronto – Canadá, expandiu-se para algumas cidades europeias apoiadas pela OMS e

difundiu-se mundialmente através de redes de cidades, países e regiões através do mundo; transformando-se em um movimento internacional. Na América Latina teve início nos anos 90 sobre os auspícios da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) e OMS, sobre a denominação de municípios saudáveis, tendo em vista que o município é a estrutura político-administrativa de uma região melhor representada. No Brasil várias iniciativas foram experimentadas desde a década de 90, nos municípios de São Paulo, Campinas, Santos, Jundiaí, Sobral, Crateús, Anadia, Maceió, Chopinzinho, entre outros. Uma cidade saudável não é necessariamente uma cidade sem cidadãos doentes, mais sim aquela cujos gestores têm consciência de que a promoção da saúde é um processo no qual a saúde e o bem estar dos cidadãos está no centro das tomadas de decisões. Aquela que procura melhorar o bem-estar físico, mental, social e ambiental dos que nela vivem e trabalham. Mas, será possível haver uma cidade saudável? Segundo o Professor José Luiz Riani Costa, pesquisador do

CIDADE SAUDáVEL

LOURDES DE FIGUEIREDO LEAL FARMACÊUTICA BIOQUÍMICA

Departamento de Educação Física da UNESP, esse assunto, cidade saudável, deve ser analisado a partir das relações que os homens mantêm com os demais componentes da natureza, em especial o espaço urbano, e das relações que os seres humanos mantêm entre si, sobretudo em cidades de grande porte. Segundo o pesquisador, sendo cidade uma expressão da sociedade que a produz e a consome, seria necessário “construir” uma sociedade saudável para que a cidade também fosse saudável. Necessário seria, então, transformar a sociedade, a forma como a sociedade se organiza, o que em síntese significa mudar a relação do ser humano, como um dos componentes da natureza, com os demais componentes da natureza, portanto, também com seus semelhantes. A OMS estabeleceu dez requisitos que uma cidade precisa atender para ser considerada uma cidade saudável: • Um ambiente físico limpo e seguro

• Um ecossistema estável e sustentável • Alto suporte social, sem exploração •Alto grau de participação social • Satisfação das necessidades básicas • Acesso a experiências, recursos, contatos, interações e comunicações • Economia local diversificada e inovadora • Orgulho e respeito pela herança biológica e cultural • Serviço de saúde acessível a todos • Alto nível de saúde Apenas nos dois últimos requisitos aparece algo mais diretamente ligado ao setor de saúde, mas muita gente quando fala em cidade saudável relaciona com serviços de saúde, ou com profissionais da área. Isso talvez se deva ao fato de que a discussão tem sido conduzida pela OMS, OPAS, Secretaria de saúde e pelo Ministério da Saúde. Na realidade, grande quantidade das ações para um projeto de cidade saudável escapa ao sistema de saúde, especialmente aos serviços. O Projeto Cidade Saudável pressupõe, portanto, um novo projeto de cidade e uma sociedade renovada.

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INSEGURANÇA MARCA A ROTINA NA CADEIA PÚBLICA DE GUARAPUAVA INFORMAÇÕES DEMONSTRAM QUE OS PROBLEMAS VÃO ALÉM DAS FREQUENTES FUGAS O bairro Batel, local urbanizado próximo ao centro de Guarapuava, apresenta contrastes que são velhos conhecidos dos moradores da região. Um dos destaques negativos do bairro é a cadeia pública da cidade. O prédio é o mesmo da 14ª Subdivisão Policial, existente há quase 50 anos. Além do grande número de fugas, que se repete a cada ano, a cadeia apresenta falta de profissionais, a superlotação de detentos e está com sua estrutura física deteriorada. Segundo os últimos dados divulgados em 2014 pelo Sistema Integrado de Informações Penitenciárias do Ministério da Justiça (Infopen), o Brasil chegou à marca de 607,7 mil presos. Desta população, 41%

aguardava por julgamento atrás das grades. Ou seja, 222 mil pessoas presas sem condenação. A superlotação é um dos problemas em praticamente todos os presídios no Brasil. Dados de 2014 do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) mostram o crescimento gradual da população carcerária no Brasil. Em 2004, o país tinha 336 mil presos. Dez anos depois, esse número quase dobrou, com 622 mil. A capacidade atual da cadeia pública de Guarapuava é de 167 detentos, conforme a rotatividade, o número chega a 400 presos, por alguns períodos. No mês de maio deste ano, a cadeia comportava cerca de 100 pessoas já condenadas

pela justiça, entre homens e mulheres, mesmo sendo um local para presos ainda não condenados. Em 2017, cerca de 30 detentos fugiram da cadeia anexa a 14ª, totalizando a média de uma fuga a cada dois meses. Há mais de dez anos o poder público possui um projeto, que já foi ‘cantado em verso e prosa’, principalmente em campanhas eleitorais, mas ainda não aconteceu algum resultado que tranquilize a população. A equipe do Jornal Integração teve acesso a informações, de alguém que vivencia o ambiente interno do “cadeião”da 14ª SDP e, por motivos de segurança, não terá sua identidade divulgada. Os relatos trazem detalhes da situação precária do local, da falta de

segurança e da atuação de uma poderosa organização criminosa. Atualmente são aproximadamente 35 agentes (de cadeia e penitenciários) atuando na penitenciária provisória de Guarapuava. De acordo com as denúncias, o local mais crítico da cadeia pública é a parte em que estão concentrados o maior número de detentos, a área masculina. Neste espaço, são duas galerias, 16 celas em cada galeria e quatro camas por cela. “Os recursos são muito precários, tanto para o manuseio de presidiários, quanto a estrutura da cadeia. As celas das duas principais galerias não possuem mais grades, os detentos arrancaram e utilizam como instrumentos


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CAPA para furar paredes e cavar buracos nas tentativas de fuga. Só existe uma grade que separa as galerias das celas (sem grades), do ambiente de trabalho dos agentes. Além disso, existe um buraco em uma das celas, o que permite o acesso dos presos de uma galeria para outra”, afirma a fonte que terá a identidade protegida. A ala de detenção feminina, foi feita para 18 mulheres, mas nos últimos meses comportou uma média de 40. A área conhecida como “cela de seguro” foi construída para 15 pessoas, mas a média de ocupação

também é de 40 presos, esse lugar tem o objetivo de separar presos que comentaram crimes sexuais, por exemplo, ou que estejam correndo algum risco de morte. Existe uma cela para menores infratores, que lá permanecem no máximo cinco dias até a decisão da justiça, já que o local para infrações dessa natureza mais próximo fica na cidade de Laranjeiras do Sul – PR. Com as celas sem grades, os agentes e a polícia tem dificuldade para entrar e circular nas galerias, o que facilita o grande número de fugas. Há mais de um ano e meio

não é realizada uma operação “bate grade”, que tem o objetivo de revistar as celas e encontrar irregularidades. “A maioria dos buracos na parede e no chão são feitos com um pequeno fogareiro elétrico, chamado de ‘brasinha’, os presos deixam esquentar por horas sobre onde querem quebrar. Quando a superfície está bem quente, eles jogam agua gelada, o que facilita a quebra de concreto. Tentativas de fuga existem todas as semanas, geralmente os presidiários fazem o buraco de dia para tentar fugir à noite”, revela.

integração Em dezembro do ano passado, um detento fugiu durante um dia de visita, se passou por visitante e saiu pela porta da frente da 14ª SDP. Para entrar qualquer visita é necessário fazer um registro na própria 14ª, o visitante recebe uma carteirinha. “Em alguns casos entram algumas visitas somente com o RG, com a promessa de que a carteirinha será feita ou de que o visitante é um parente ou amigo distante. Os presos utilizam essa brecha para levar prostitutas para dentro das celas, que devem receber o dinheiro fora da cadeia”, esclarece.

CONFIRA UMA DEMONSTRAÇÃO DE COMO É E QUAL A SITUAÇÃO DA ALA MASCULINA DE DETENÇÃO DA CADEIA PÚBLICA DE GUARAPUAVA. A ILUSTRAÇÃO É APENAS UMA SIMULAÇÃO BASEADA EM RELATOS E NÃO CORRESPONDE AO PROJETO ORIGINAL DO PRÉDIO.

Organização criminosa De acordo com as informações fornecidas a equipe do Integração, na cadeia pública de Guarapuava existe a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC), Organização Criminosa que surgiu em São Paulo e alastrou-se por vários estados do Brasil. O PCC é um sistema que tem, entre os objetivos, combater a opressão do sistema carcerário “Cada membro associado ao PCC paga uma taxa em dinheiro que é revertida para a manutenção dos próprios presos, a organização possui contas próprias e fornece todos os aparatos para quem quer trabalhar no mundo do crime. Para entrar ao grupo, o preso deve ir por livre e espontânea vontade. Quando alguém procura os membros da cadeia local, esses pedem autorização aos superiores que estão presos em cadeias das capitais, por meio de telefone celular. Já para sair do PCC, são dois métodos, a morte ou a igreja. Em Guarapuava, por exemplo, existe uma ‘igreja’

dentro da cadeia pública, comandada pela facção. No entanto, depois que o preso estiver em liberdade, deve mesmo abandonar o crime e terminar sua vida seguindo leis religiosas”, comenta o (a) denunciante. A última rebelião que ocorreu no “cadeião” de Guarapuava, foi em 2014, com o registro de nenhuma morte. Mesmo sem rebeliões, da metade do último ano até agora, ocorreram três mortes de presos por, supostamente, não cumprirem regras ou serem de gangues rivais ao PCC. Uma das execuções ocorreu por estrangulamento. “Hoje, em Guarapuava, são cerca de 50 membros do Primeiro Comando da Capital na cadeia, o número varia, mas geralmente aumenta”, explica. Superlotação e dificuldade de controle A superlotação nos presídios é um problema crônico no Brasil, traz consequências que fogem do controle do Estado, como

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As celas das duas principais galerias não possuem mais grades, os detentos arrancaram e utilizam como instrumentos para furar paredes e cavar buracos nas tentativas de fuga”.

por exemplo, a entrada de objetos e substâncias que, em teoria, são proibidos. “Entre os presos é comum o uso de celulares, os aparelhos entram escondidos na alimentação, em pedaços de carne, por exemplo. Em uma ocasião foi descoberto, por meio de denúncia, mais de 50 celulares escondidos na parte interna de um freezer novo, que chegou na cadeia para armazenar alimentos perecíveis. Outra vez, encontraram celulares escondidos dentro de uma lata de tinta, em um fundo falso, a tinta havia sido doada para pintar as galerias”, ratifica a fonte que terá a identidade protegida. A cadeia pública de Guarapuava não possui bloqueador de sinal de celular. Nas revistas em pessoas e objetos, é utilizada uma raquete que detecta metal, mas conforme a situação não

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identifica alguns ilícitos. “As drogas, geralmente, entram escondidas no corpo das mulheres. Bebida alcoólica é mais difícil de entrar, mas em alguns casos entra escondida até misturada com leite. Além das substâncias, os detentos desfrutam de objetos como Televisão com sinal digital, vídeo game, churrasqueira elétrica, entre outros”, finaliza. Desativar o cadeião Já existiram muitas promessas para remover a carceragem do bairro Batel, mas será que existe um projeto para que isso, definitivamente, aconteça? Em maio desse ano, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (SESP – PR), a qual faz parte o Departamento

Penitenciário do Paraná (Depen – PR), afirmou que existe um projeto de construção de um centro de triagem em Guarapuava, para abrigar 500 presos. Ainda em maio, a governadora do Paraná, Cida Borghetti, esteve em Guarapuava, na Câmara de Vereadores, para o anúncio da implantação do curso de medicina da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Na ocasião a governadora confirmou que a unidade prisional seria transferida para uma área ao lado do Centro de Regime Semi-Aberto de Guarapuava (CRAG), em um terreno

que foi disponibilizado pela prefeitura da cidade. A produção do Jornal Integração entrou em contato, por telefone, com a assessoria de imprensa da SESP-PR, que se comprometeu a enviar, por e-mail, uma nota com esclarecimentos sobre o andamento e prazos referentes a mudança de local da cadeia e outros questionamentos de segurança que foram citados ao longo dessa matéria. No entanto, até o fechamento dessa edição, nenhuma resposta foi enviada.

Tentativas de fuga existem todas as semanas, geralmente os presidiários fazem o buraco de dia para tentar fugir à noite”.


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Pela 1ª vez, campanha eleitoral não terá financiamento de empresas AGÊNCIA BRASIL

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Este ano, o eleitor brasileiro vai acompanhar uma campanha diferente, pois, pela primeira vez, está proibida a doação de empresas para os candidatos, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Sem o dinheiro das empresas, a saída encontrada por deputados e senadores foi definir novas regras para o financiamento da propaganda eleitoral. Depois de muita polêmica e poucos dias antes do prazo final para a proibição valer em 2018, Câmara dos Deputados e Senado aprovaram a criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, por meio da Lei 13.487/2017, que soma R$ 1,716 bilhão de recursos públicos. Além desse fundo, as legendas apostam em doações de pessoas físicas e vaquinhas virtuais para aumentar o montante de recursos. Distribuição O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu como os recursos do fundo serão distribuídos. Uma pequena parcela (2%) será dividida igualitariamente entre todos os partidos. O restante será distribuído conforme a votação do partido e a representação no Congresso. Quanto maior a bancada, mais dinheiro a legenda receberá. A referência é o número de titulares nas duas Casas Câmara e Senado - apurado em 28 de agosto de 2017. O partido que mais receberá recursos será o

MDB com R$ 234,19 milhões (13,64%), seguido pelo PT, R$ 212,2 milhões (12,36%); e pelo PSDB, com R$ 185,8 milhões (10,83%). O PP (7,63%) ficará com R$ 130,9 milhões e o PSB (6,92%), com R$ 118,7 milhões. Já o Partido Novo, PMB, PCO e PCB (0,57%) serão as legendas com a menor fatia do fundo eleitoral, tendo direito a R$ 980 mil cada. Os partidos poderão definir internamente os critérios da distribuição dos recursos para os candidatos, desde que com a aprovação da maioria absoluta dos integrantes da Executiva Nacional da legenda. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisará se os requisitos foram cumpridos ou poderá pedir esclarecimentos. A partir dos critérios estabelecidos, a verba ficará à disposição dos partidos, que devem respeitar o entendimento do TSE de que, no mínimo, 30% serão aplicados para o custeio de campanhas eleitorais de mulheres. As decisões das legendas sobre a distribuição também devem ser divulgadas em suas páginas na internet. Fundo Partidário Por decisão da Justiça eleitoral, um outro fundo, o partidário, poderá ser utilizado nas campanhas dos candidatos

deste ano. Composto por dinheiro público, o fundo é destinado originalmente ao financiamento de despesas que garantem a sobrevivência das legendas, como a manutenção de diretórios e o pagamento de pessoal. O orçamento aprovado pelo Congresso, no fim do ano passado, garantiu R$ 888,7 milhões a todas as 35 legendas registradas no TSE. A distribuição segue a proporcionalidade do tamanho da bancada de cada legenda na Câmara dos Deputados. Outras fontes Mas nem só com dinheiro público serão bancadas as campanhas em 2018. Doações de pessoas físicas, limitadas a 10% do rendimento bruto do ano anterior ao das eleições, também serão permitidas. Cada pessoa não poderá doar mais que 10 salários mínimos para cada cargo ou chapa majoritária. A internet também ganhou mais espaço nas eleições de 2018, com a liberação da

arrecadação por ferramentas de financiamento coletivo, o crowndfunding ou vaquinhas virtuais, e a legalização do chamado impulsionamento de conteúdo, praticado por meio das redes sociais com empresas especializadas. Se a internet ganhou espaço, a propaganda no rádio e na televisão foi diminuída para permitir uma campanha mais barata. No segundo turno, em vez de se iniciar 48 horas após a votação, a propaganda só retorna à TV e rádio na sextafeira seguinte ao resultado, com um tempo menor. Além disso, parte da propaganda partidária em rádio e TV foi extinta para que o dinheiro da renúncia fiscal seja incorporado ao orçamento do fundo de financiamento de campanhas.


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ECONOMIA

APÓS PRESSÃO, GOVERNO ALTERA TABELA DE FRETES AGÊNCIA BRASIL

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou no último dia 7 a nova tabela com preço mínimo do frete para o transporte rodoviário de cargas. O documento, que substitui a tabela que está em vigor desde o dia 30 de maio, será publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) ainda nesta quinta-feira. De acordo com a ANTT, a nova tabela vai responder as principais dúvidas dos

transportadores e contratantes dos serviços de transporte rodoviário de cargas. “Entre os principais pontos da regulamentação, podem-se destacar: o estabelecimento dos valores de frete por km/ eixo para outras combinações de veículos e a possibilidade de negociação do frete de retorno entre o contratante do frete de origem e o transportador”, informou a agência. A medida, publicada por meio de resolução, estabelece ainda os casos em que a tabela

de preços mínimos não será aplicada. Entre os casos em que os valores não serão aplicados estão o de transporte de produtos radioativos, o transporte de valores, de coleta de lixo, no frete de retorno, quando o veículo não for movido a diesel, entre outros. O texto diz ainda que os novos valores de frete mínimo não se aplicam aos contratos com prazo determinado e que foram formalizados até a publicação das novas regras.

Já para os contratos com prazo indeterminado, a resolução determina que os valores devem ser ajustados aos preços mínimos em um prazo de até 90 dias. O estabelecimento de preços mínimos para os fretes foi uma das reivindicações dos caminhoneiros durante a paralisação que durou dez dias. Após críticas de representantes do agronegócio, a ANTT admitiu a possibilidade de ajustar alguns valores.

o reajuste dos combustíveis. Periodicidade, não está se falando aqui em alteração da política de preço da Petrobrás”, ressaltou.

de cargas no país, deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), depois que sua proposta de anistiar os motoristas multados foi retirada do projeto. O deputado quer garantir que as multas aplicadas na paralisação possam ser convertidas em advertência, seja por medida provisória já em tramitação no Congresso ou por nova medida a ser editada pelo governo. Padilha respondeu que “o Congresso trabalha como legislador e o Executivo como Executivo, não há esse compromisso de edição de medida provisória”.

DESCONTO PARA O DIESEL DEVE CHEGAR ÀS BOMBAS ESTE MÊS O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, reafirmou no último dia 7 em Brasília, que o desconto de 46 centavos no preço do diesel deve chegar às bombas no fim de junho. Ele explicou que parte da composição do óleo comercializado atualmente está com o preço definido na quinzena anterior ao reajuste dado depois da paralisação dos caminhoneiros. A previsão é que os estoques de diesel com o novo preço já sejam disponibilizados nas bombas a partir da segunda quinzena de junho. O ministro reiterou que o governo vai cumprir o acordo firmado com os caminhoneiros, mas há um “processo em andamento” até o desconto chegar na ponta para o consumidor. “Do dia 16 [de junho] em diante, já começa a pegar a

projeção dos preços reduzidos agora do dia 1º a 15 de junho. E do dia 16 a 30 de junho já vai ter uma nova projeção e, aí sim, presumo, todos os postos estarão com os 46 centavos na bomba”, disse Padilha, antes de participar de evento de lançamento do portal Normas. Gov, na sede da Imprensa Nacional. Sobre a possibilidade de interferência do Estado no preço dos combustíveis, o ministro afirmou que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estuda um método para estabelecer uma periodicidade de reajustes. “Vimos que a ANP vai exercitar sua competência de disciplinar o mercado nacional e está na perspectiva dessa disciplina que também avalie a periodicidade para

Anistia de multas Eliseu Padilha negou que o governo possa editar uma medida provisória exclusiva para tratar da questão da anistia das multas aplicadas aos caminhoneiros durante a greve. A possibilidade foi levantada, no último dia 6, no Congresso Nacional pelo relator do projeto de lei que regulamenta o transporte

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frame a frame O bocudo mercenário da Marvel está de volta! Maior, melhor e, ocasionalmente, mais pelado do que nunca. Quando um super soldado chega em uma missão assassina, Deadpool é forçado a pensar em amizade, família e o que realmente significa ser um herói - tudo isso, enquanto chuta 50 tons de bundas. Porque, às vezes, para fazer a coisa certa, você precisa lutar sujo. Quando o primeiro filme saiu em 2016, Deadpool era um azarão entre os filmes de super-herói. Com um orçamento de 58 milhões de dólares, valor relativamente baixo para produções desse tipo, censura 16 anos, algo que inviabilizaria boa parte do público que consome esse tipo de filme, e um roteiro pra lá de ousado cheio de piadas com o gênero de filmes de super-herói, Deadpool acabou sendo a maior surpresa do ano. Recheado de piadas pesadas, metalinguagem e sem se levar a sério, o primeiro filme com certeza é um marco para a história dos filmes de super-heróis. Mas, e o segundo filme? Bater a expectativa dos fãs, alcançar o mesmo ponto que o anterior e ainda garantir continuações para a franquia definitivamente não é uma tarefa fácil para nenhum filme desse tipo. No entanto, Deadpool 2 é uma grata surpresa de ação e comédia nos cinemas. Dirigido por David Leitch, diretor de Atômica e John Wick, outros dois sucessos recentes em filmes de ação, com roteiro de Paul Wernick (Zumbilândia)

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integração ANáLISE: DEADPOOL 2

e do próprio Ryan Reynolds (responsável por dar vida ao protagonista do filme), Deadpool consegue dosar bem as cenas de ação e as intermináveis piadas em cena. Contando ainda com o carisma incrível de Reynolds, Deadpool 2 faz o público se divertir ao encarar um mundo de completamente daqueles que estamos acostumados de ver em filmes grandiosos como os da Marvel Studios ou da DC/Warner. No entanto, é possível sentir o peso de precisar ser maior e melhor do que seu antecessor e, essa preocupação talvez seja a maior falha do filme. Com orçamento de 110 milhões de dólares, praticamente o dobro do primeiro, com atores queridos do público como Josh Brolin, Terry Crews e até uma pontinha do astro Brad Pitt, Deadpool 2 tenta ser um filme muito mais responsável e sóbrio do que o roteiro sem noção que deu origem ao primeiro filme. Existe aqui uma indecisão entre contar uma história relevante ou focar nas cenas de comédia e ação. Deadpool 2 tenta resolver seus problemas de identidade a partir de piadinhas internas. O

RODOLFO GRANDE NETO MESTRE EM HISTÓRIA E PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA (UNICENTRO)

filme anterior era muito violento e as crianças estão assistindo? Ótimo, vamos zoar e mostrar como esse filme é família. Acabou o orçamento para os efeitos especiais e alguns parecem que foram feitos de última hora? Certo, vamos falar sobre isso no trailer e deixar o público ciente do que está vendo. A apresentação dos novos personagens da franquia também é algo que merece ser comentado. Josh Brolin faz Cable, um anti-herói sisudo e com um propósito sólido em sua missão. Brolin consegue trabalhar bem a ambiguidade que o personagem exige, além de servir como escada para ótimas piadas. Já a Zazie Beetz, que vive a personagem Dominó, parece viver em um universo quase paralelo. Apesar da atriz estar muito bem e da personagem ser interessante, parece que vemos ela quase deslocada e algumas vezes até nos questionamos se eles são, de fato, uma equipe. Ryan Reynolds, por sua vez, está insuperável como Deadpool. Tudo bem, ele nunca irá ganhar um Oscar pela sua atuação. Mas o carisma natural do ator combina perfeitamente com o carisma que exige do personagem. O ator está totalmente solto, a vontade com sua interpretação e consegue dar a entrega que o personagem exige.

No entanto, mais uma vez, vemos aqui os brios de um filme que sabe que será sucesso e em como vaidades e trabalhos de marketing podem afetar certos aspectos do filme. Enquanto no primeiro filme víamos Reynolds antes da transformação em Deadpool e, após isso, as cenas em que ele mostrava seu rosto eram relativamente pequenas, aqui temos uma inversão. O rosto de Reynolds aparece quase o tempo todo, revelando o que parece ser uma dicotomia sobre o que é importante para o filme, seria o ator ou personagem? Ainda que a produção tenha seus problemas como falamos aqui, as referências aos quadrinhos, piadas sobre o universo dos super-heróis, personagens carismáticos e muita ação com certeza fazem Deadpool 2 um filme que vale muito a pena ser visto acompanhado da galera e, claro, de muitas chimichangas também.

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CIDADE

1º OUTONO GASTRONÔMICO DE GUARAPUAVA É TRANSFERIDO PARA JULhO Os organizadores e parceiros do Outono Gastronômico, anunciam que o evento será transferido. A realização estava prevista para 8 a 10 de junho, no Parque do Lago. Também estava programada a VI Feira da Agroindústria Familiar, com café rural, cervejas artesanais e apresentações artísticas. De acordo com a organização, a paralisação nacional dos caminhoneiros motivou a mudança de data para 13, 14 e 15 de julho.

NRE DE GUARAPUAVA ANUNCIA QUE A REPOSIÇÃO DE AULAS SERá EM JULhO Os municípios que fazem parte do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Guarapuava, estão com as datas definidas no que se refere a reposição de aulas. Os alunos tiveram três dias de aulas suspensas, devido a paralisação nacional dos caminhoneiros. De acordo com o NRE, as reposições estão marcadas para os dias 16, 17 e 18 de julho. A alteração nos dias do calendário letivo, muda também o início das férias, que estavam previstas

PROCON DE GUARAPUAVA FISCALIzA POSTOS DE COMBUSTÍVEIS Nesta quinta-feira (07), o Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor) de Guarapuava realizou fiscalizações em postos de combustíveis da cidade. O objetivo dos fiscais foi registrar eventuais irregularidades, além de esclarecer aos proprietários dos estabelecimentos sobre a orientação emitida pelo Procon Paraná em relação às portarias ministeriais nº 735 e 760/2018. Em Guarapuava, 34 postos serão fiscalizados até esta sexta-feira (08). “A partir dessas portarias, nós estamos realizando as fiscalizações em todos os postos do município. Entregamos uma Circular que orienta os estabelecimentos acerca da portaria nº 760 que exige aos postos de combustíveis, que informem, de forma clara e ostensiva, por

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meio de cartaz, placa, faixa ou similar, o valor da redução do preço do litro do diesel para os consumidores finais, deixando claro os valores praticados antes da greve e depois da greve dos caminhoneiros”, esclareceu o coordenador do Procon, Paulo Lima. Ainda de acordo com o coordenador, se o Procon identificar que não houve repasse da redução do preço ajustado pelo Governo Federal será instalado um processo administrativo contra o posto. “Poderão ser aplicadas, suspensão temporária da atividade e interdição total ou parcial do estabelecimento ou da atividade. Depois dessas fiscalizações vamos divulgar a tabela com os valores praticados em Guarapuava”, finaliza Paulo Lima.

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para o dia 13 de julho e agora irão ocorrer após as aulas repostas. Além das instituições de ensino de Guarapuava, a definição vale para escolas dos municípios de, Candói, Campina do Simão, Goioxim, Reserva do Iguaçu, Foz do Jordão, , Pinhão, e Turvo.


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OPINIÃO “Nós amamos Israel” anunciou um dos possíveis candidatos à presidência do Brasil durante a Marcha para Jesus, no último dia 31 de maio, seguido de seu lema político “Brasil acima de tudo, deus acima de todos”. O mesmo candidato já sinalizou várias vezes que, se eleito, se aproximará da nação judia no sudoeste asiático, seguindo assim, uma tradição de pensamento político de direita que remete a própria fundação do Estado de Israel. Por exemplo, nos Estados Unidos, que historicamente apoiaram a causa sionista, a direita conservadora dos anos de 1970 inundou-se com uma geração de intelectuais judeus estabelecidos, politicamente mais ativos e dispostos ao diálogo com o conservadorismo evangélico, tornando a causa israelense parte significativa da pauta pública e eleitoral. Mas qual então seria o problema de declarar apoio a Israel? A questão se torna delicada pelo seu caráter traumático. O Holocausto, ou Shoah, que vitimou e perseguiu principalmente judeus durante a Segunda Guerra Mundial, foi uma das grandes tragédias do século XX e as imagens dos campos de concentração sensibilizaram

NÓS AMAMOS ISRAEL?

o mundo desde então. Contudo, é importante lembramos que os habitantes de Israel não são apenas sobreviventes do Holocausto, aliás, o movimento de colonização territorial teve início em 1910, muito antes da ascensão do nazismo, mesmo que o Estado de Israel tenha sido concretizado apenas em 1948, após o fim do conflito europeu. A solidariedade internacional misturada a culpa pela violência perpetrada ajudou a consolidar o novo estado e desenhá-lo em seus contornos atuais, ignorando, em parte, as populações que ocuparam a Palestina nos séculos anteriores. A tragédia do holocausto foi revisitada várias vezes durante os séculos XX e XXI para garantir a manutenção das questionáveis – para sermos polidos – políticas de migração israelenses. A impressão

GILVAN GOMES MESTRANDO (UDESC) ARTUR FELIPE LOPES MESTRANDO (UFSC)

em alguns momentos, como nas políticas de controle sobre Gaza, é que a memória traumática é um álibi para as operações no território palestino e um escudo contra todas as críticas. Se amar Israel significa sensibilizar-se com as violências enfrentadas historicamente pelos praticantes de uma religião, e que teve há menos de cem anos o seu ápice, não seria coerente anunciar do palco que amamos outros Estados? Ainda, não haveria o problema da tragédia de outros povos para a consolidação do nosso? Para o possível candidato, essas perguntas parecem estar distantes ou já respondidas. Há, nos parece, uma escolha bastante pragmática sobre quais povos apoiar e quais ignorar. Lembramos que o mesmo parlamentar fez comentários racistas sobre quilombolas e indígenas no Clube Hebraica no dia 3 de abril, e tem um histórico de agressões verbais a diversas minorias políticas. Nos parece que o presidenciável apostou no oportunismo, como vem fazendo em discursos menos exaltados do que de costume, uma inclinação ao livre mercado, questionamento das demarcações

de terra e, mais recentemente, o apoio indiscriminado a Israel. Cabe questionar quais são os interesses para além do suporte das massas cristãs conservadoras que há muito tempo apoiam o Estado Judeu. Se há, por parte do futuro candidato, uma tentativa de alinhar sua imagem à do presidente Donald Trump, intransigente em suas alianças com Israel. Tais respostas se desenharão com o tempo. O saldo positivo vem na contra narrativa, com as recentes manifestações de repúdio por parte de artistas e intelectuais as políticas discriminatórias israelenses. Nós respeitamos e nos sensibilizamos com a tragédia que permeia a formação do Estado, mas o amor declarado só pode vir de alguém que, sinceramente, não sabe do que está falando.

+fortes somos

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DESTAQUE INAUGURAÇÃO DO TEATRO MUNICIPAL No último dia 8, ocorreu a inauguração do Teatro Municipal de Guarapuava, construído no Centro da cidade. A estreia foi marcada pela apresentação da Orquestra Sinfônica do Paraná, regida pelo Maestro Ricardo Castro. A obra custou R$ 5,5 milhões, em uma área de 1140 metros quadrados e capacidade para 316 pessoas. Segundo a diretoria de Cultura, os interessados em fazer uso do palco do Teatro Municipal devem conferir o procedimento sobre datas e funcionamento do espaço a partir do edital de credenciamento já publicado no site da Prefeitura FOTOS: ASSESSORIA

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