Ed 133

Page 1

integração

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA GUARAPUAVA | PARANÁ 18/04/2018 a 26/04/2018 EDIÇÃO 133 | ANO V

MDB OFICIALIZA NOVAS LIDERANÇAS EM GUARAPUAVA

OS NOVOS PROTAGONISTAS ACREDITAM EM UMA RELEITURA DO PARTIDO NA REGIÃO PARA A DISPUTA ELEITORAL DE 2018

P.6


ED. 133 | ANO V - DE 18/04/2018 A 26/04/2018

EDITORIAL

integração

UM PAÍS ÀS AVESSAS QUE PRECISA DE MUITOS ESCLARECIMENTOS

Apoiar ou condenar a prisão do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma opção que fica a critério de cada um. Mas não se deve aceitar como parte regular da vida política nacional quando o direito à livre manifestação, assegurado a todos independentemente de matiz ideológica, descamba para excessos como os que têm sido presenciados nos últimos dias, atingindo inclusive o STF, mesmo que indiretamente. O vômito destilado pelo Ministro do STF Gilmar Mendes continua rendendo. Com o comportamento que lembra uma ‘Maria Louca’, semelhante a muitos brasileiros histéricos, disparou que a corrupção já entrou na Lava-Jato. Afirmação gravíssima e que deve ser investigada. Se for verdade ou não, só o futuro nos dirá. O fato é que ‘descontrolado’, como parte do judiciário, Gilmar Mendes mais desestabiliza o país que o seu contrário. Já foi duramente advertido pelo ex-ministro Joaquim e Barbosa em outros tempos e pelo Ministro Barroso recentemente. Deprimente. Incansável, ataca outros ministros que reprovaram o Habeas corpus no famoso caso do ex-presidente e no caso Palocci como ministros

SEDE E REDAÇÃO Rua Senador Pinheiro Machado, 1794, Sala 01 Centro. Guarapuava PR

2

da Ditadura. Se por um lado tem o amparo da carta constitucional, não pode desmerecer seus colegas que fazem uma interpretação singular na mesma constituição que assegura: “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de ação penal condenatória”, permitindo uma interpretação aberta de que o texto não dá margem à ‘ninguém será preso’. É sabido que o texto constitucional é claro quanto ao quesito prisão no art. 5º, que dispõe: “Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei”. Em sua sessão de ataques disparou contra Moro e Justiça Federal ao dizer que o Juiz transformou prisão provisória em prisão definitiva, rechaça com um dos elementos cruciais da operação Lava-jato, a delação e a pressão da prisão. Disse com todas as palavras: “prender para conseguir delação é tortura”. É o caso de perguntar: será que teríamos delações espontâneas? Sem a ajuda das delações premiadas,

Diretora Comercial Lourdes Dangui Pinheiro

SEMANÁRIO INTEGRAÇÃO LTDA ME CNPJ: 22.997.926/0001-36 Rua Senador Pinheiro Machado, 1794, Sala 01 - Centro. Guarapuava PR

Jornalista Responsável, redação e Edição Geral Alexandre Pessoa MTB 10599/PR

(42) 3035-1234 e (42) 99111-9195 redacao@integracaoonline.com.br comercial@integracaoonline.com.br

teríamos o desbaratamento de tantos casos grotescos de corrupção ativa e passiva? Outra questão que vem à tona é a suposta parcialidade do Judiciário brasileiro em favor de agentes de algumas siglas partidárias. Tal fantasma ou realidade continua sempre vivo nas mentes e corações daqueles que se sentem preteridos. De fato, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acirrou velhas queixas acerca de uma suposta parcialidade da Operação Lava Jato, ou da Justiça como um todo, que não investigaria e puniria com o mesmo ímpeto adversário do PT, em particular os tradicionais oponentes tucanos. É fato que esta situação precisa ser esclarecida de forma cristalizada o mais breve possível sobre pena de Gilmar Mendes virar herói. Não podemos desconsiderar que por diferentes razões, expoentes do PSDB sob investigação têm escapado de condenações e prisões preventivas. Fica a pergunta: será que os tucanos estão ilesos apenas pelo foro privilegiado? Para condenar ou absolver, importa que as apurações caminhem de modo célere e rigoroso, sem distinção partidária.

Colunistas DA EDIÇÃO Lourdes De Figueiredo Leal Marcio Fernandes Rodolfo Neto Jefferson Cavalcanti Gilvana Gomes

diagramação Victor Teo

Impressão GRAFINORTE 03.758.336/0001-06 Tiragem | 4 mil exemplares


POLÍTICA

ED. 133 | ANO V - DE 18/04/2018 A 26/04/2018

NÃO SE FAZ MAIS JORNAL COMO ANTIGAMENTE...

AINDA BEM!

JORNALISMO ANALÍTICO. PUBLICIDADE DE EFEITO. ANUNCIE NO INTEGRAÇÃO!

paráclito Estratégia Integrantes de entidades que reúnem advogados e defensores públicos pediram a dirigentes do PT que parem de pressionar ministros do STF, em especial Rosa Weber, sobre a chance de a corte rediscutir as prisões após condenação em segunda instância em caráter emergencial. Isto pode acontecer, mas não de imediato, afirmam os representantes. Essas associações dizem que a politização do tema atrapalha e faz parecer que o STF pode reanalisar a tese só por causa de Lula. Esses grupos tentam desde 2016 fazer o tribunal reverter a autorização para a antecipação de prisões. Em vigília permanente O MST decidiu montar acampamento em Brasília. Em outra frente, demonstrando pessimismo quanto à libertação do petista ainda este mês, quer dedicar as manifestações do abril vermelho ao tema “Lula Livre”. Carta desabafo, pressão, lobby ou qualquer coisa do gênero A pressão sobre ministros que foram indicados em gestões petistas e votaram contra o expresidente não se restringe ao campo político. O professor de direito Wilson Ramos Filho, amigo de Edson Fachin, publicou um desabafo em rede social que, segundo pessoas próximas, foi dirigido ao magistrado.Intitulado “Meu amigo morreu”, o texto não cita o nome de Fachin, mas descreve a trajetória de mais de 42 anos de amizade, desde o ingresso de ambos na universidade, em 1976. “Apoiei-o quando quis

ser nomeado, não sem antes enfaticamente desaconselhar”, escreveu Ramos Filho. “Dizia-lhe que aquilo iria acabar com a vida dele, que perderia a privacidade, a liberdade e teria que conviver com um monte de gente que nada tem a ver conosco. Ele tanto fez que conseguiu, e desse jeito ele morreu”. Começou bem ou começou mal? Recém-nomeado pela governadora Cida Borghetti (PP), o novo procurador-geral do Estado, Sandro Kozikoski, integrou a defesa do irmão dela, o ex-vereador Juliano Borghetti, em uma ação civil por improbidade administrativa decorrente da Operação Quadro Negro. As relações não param por aí: em outros dois processos, advogados do escritório do qual Kozikoski era sócio fazem parte da defesa de Juliano. Todas essas ações foram movidas pelo governo do Paraná com o objetivo de recuperar dinheiro desviado pelo esquema, justamente por meio da PGE (Procuradoria-Geral do Estado), que tem a atribuição de representar o estado juridicamente. Pessuti e o seu apetite pelo fisiologismo O ex-governador do Paraná Orlando Pessuti confirmou ao blog De Brasília ter desistido da candidatura ao Senado, permanecendo na cadeira de diretor-presidente do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) . No final de 2017, Pessuti parecia firme na ideia de disputar um cargo majoritário nas urnas, ignorando problemas evidentes,

integração

ATENDIMENTO COMERCIAL (42) 98815 - 9333 vendas@integracaoonline.com.br www.integracaoonline.com.br

como o impasse com o senador Roberto Requião, à frente do PMDB no Paraná. Alvo de três pedidos de expulsão do PMDB, articulados por Requião, Pessuti é até hoje considerado pelo senador um filiado em condição precária, mantido na legenda graças à ajuda da cúpula em Brasília. Espírito público, altruísmo ou interesse eleitoral? Sem reposição salarial em 2017 e 2018, os servidores estaduais certamente usarão a eleição para pressionar os candidatos a governador a respeito do tema. Até porque a decisão de Beto Richa (PSDB) em aderir ao Plano de Auxílio aos Estados oferecido pela União no auge da crise teve como um dos possíveis reflexos a não recomposição inflacionária ao funcionalismo por mais um ano, em 2019. Ao que tudo indicava, a previsão para os servidores não era das melhores. O governo Richa pretendia propor reajuste zero na Lei de Diretrizes Orçamentárias do ano que vem. No entanto, com o comando do Palácio Iguaçu e em busca da reeleição, a governadora Cida Borghetti (PP) passou a cogitar pagar ao menos em parte o reajuste devido ao funcionalismo, no próximo dia 1º de maio. PMDB local O PMDB local de Guarapuava acolheu três novos integrantes em condições de participar do processo eleitoral de 2018 de forma competitiva com a cara do velho MDB da década de 70. O anúncio dos novos protagonistas da sigla coloca o MDB local como grande alternativa aos grupos hegemônicos da velha política de Guarapuava e seus senhores. É sonho ou realidade?

3


ED. 133 | ANO V - DE 18/04/2018 A 26/04/2018

EDUCAÇÃO

integração

FACULDADE GUAIRACÁ SEDIA LANÇAMENTO DO OUTONO GASTRONÔMICO

ASSESSORIA DE IMPRENSA FACULDADE GUAIRACÁ

No dia 10 desse mês, a Faculdade Guairacá foi sede, do lançamento oficial do Outono Gastronômico. O evento, que acontece de 08 a 10 de junho no Parque do Lago, reunirá dezenas de expositores, que comercializarão pratos típicos, receitas especiais e cervejas artesanais que representam a cultura guarapuavana. A Prefeitura Municipal de Guarapuava, Emater, Faculdade Guairacá e Sebrae coordenam esse evento que se soma a outros importantes para o turismo local. Em seu pronunciamento na cerimônia de lançamento, o Prefeito Cesar Silvestri Filho destacou que a gastronomia é um dos maiores valores culturais que uma cidade, um Estado e um país pode ter. Sendo assim, o Outono Gastronômico vem agregar muitos elementos e, sobretudo, vem valorizar o município e toda a população. O Diretor Geral da instituição, Prof. Ms. Juarez Matias Soares, agradeceu aos demais organizadores do Outono Gastronômico pela confiança depositada. “Receber todo esse reconhecimento

4

é motivo de satisfação e gratidão, principalmente pela confiança que os parceiros depositaram na nossa instituição”. A coordenadora do curso de Tecnologia em Gastronomia, professora Leila Pires, contou que os acadêmicos do curso estão envolvidos desde o início do projeto, auxiliando os participantes na elaboração e apresentação dos pratos, e também, na seleção deles. “Trata-se do maior evento gastronômico da cidade, reúne nomes fortíssimos e não poderíamos ficar de fora. Para nós é muito importante participar, tirar nossos alunos de dentro da sala de aula e levar para prática, que é realmente a nossa principal proposta, interagir com a comunidade”. Karine Pacheco é egressa do curso na Guairacá, uma das proprietárias do Ancoradouro – Atelier de arte e gastronomia brasileira – e uma das expositoras do Outono Gastronômico. O prato

apresentado por ela foi croquete de carne de panela. A egressa afirmou que foi incentivada pela professora Leila a participar do evento e que os conhecimentos adquiridos na graduação foram parte importante dessa construção do prato. “Eu já cozinhava, mas com a

experiência adquirida em restaurantes. Na faculdade eu consegui aperfeiçoar minhas técnicas, como aproveitar os alimentos de forma integral, evitar o desperdício e contaminação. Com essa e outras informações pude elaborar um prato mais bonito e saboroso”.


ED. 133 | ANO V - DE 18/04/2018 A 26/04/2018

integração

SAÚDE O surto de gripe influenza 2018, que tomou conta dos Estados Unidos é um alerta para nós brasileiros que ainda iremos passar pela estação mais fria do ano. Desde o início do inverno no hemisfério Norte, 47 mil casos de gripe foram confirmados, 20 pessoas morreram. O vírus que está se espalhando é o H3N2, um subtipo do vírus influenza A. Autoridades recomendam a vacina contra gripe, das crianças que entraram em óbito, de 70% a 80% não haviam sido imunizadas. Tanto o H1N1 como o H3N2 são tipos de influenza que circulam também no Brasil. Por isso as vacinas contra a gripe são trivalentes ou quadrivalentes, procurando proteger de três ou quatro tipos de influenza, ou seja, as doses sempre contêm os tipos H1N1, H3N2 e B. Cada tipo de gripe é nomeado de acordo com a combinação e quantidade de proteínas que o vírus apresenta. A gripe A, causada pelo H1N1 é um tipo derivado do vírus influenza. O influenza apresenta as variações A, B e C, que podem sofrer mutações, transformações nas suas estruturas genéticas, e são altamente transmissíveis. O H1N1 é do tipo A, maior causador de epidemias. Enquanto o H1N1 possui uma proteína chamada hemoaglutinina, que tem capacidade de se replicar, e uma neuro-

OS RISCOS DA GRIPE H3N2 aminidazes com a função de ligar-se às células o H3N2, possui uma quantidade maior de proteínas: duas hemoaglutininas e três neuroaminidazes, modificando a forma de infecção do vírus. Embora existam vários tipos de gripe, apenas a gripe A é ainda discriminada em subtipos que são identificados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) com base em: Hospedeiro de origem (tipo de animal em que o vírus foi identificado pela primeira vez – suínos, pássaros, etc.) Origem geográfica (localização/cidade em que o vírus foi isolado pela primeira vez) Número da Estirpe/combinação e proteínas que apresenta Ano de isolamento Todos os anos há variantes que causam doença durante a temporada de gripe. O vírus muda, o que torna difícil prever qual deles irá tornar as pessoas mais doentes a cada ano, ou mesmo a gravidade da temporada.

Lourdes de Figueiredo Leal Farmacêutica Bioquímica

Em relação às complicações da gripe influenza 2018, o quadro clinico costuma ser mais grave. Ocorrem febre alta, calafrios, dor de garganta, tosse, dores musculares e cansaço. As complicações mais temidas são pneumonia viral ou bacteriana, síndrome da angústia respiratória e, nos casos mais graves, óbito. As pessoas devem-se recuperar de uma “gripe normal” num espaço de uma semana, embora a tosse e a fadiga possam durar mais tempo. Como tal, se ainda está com sintomatologia após sete dias, é uma possível indicação de algo mais grave. Complicações mais graves ocorrem em crianças abaixo de 5 anos, idosos, gestantes, puérperas (pós-gravidez) e em pessoas com patologias crônicas. Apenas um médico pode diagnosticar a gripe, o diagnóstico é feito com base em sintomas que a pessoa apresenta, um exame físico e, por vezes, um teste específico de gripe. Se seu médico determinar que você está com gripe, o tratamento pode variar dependendo da idade, da saúde geral e da duração do tempo da doença. Pode ser prescrita uma medicação antivi-

ral que ajuda a reduzir os sintomas ou duração da doença. No entanto esses medicamentos são mais eficazes se tomados nas primeiras 48 horas do início dos sintomas. Mesmo sem medicamentos antivirais, há coisas possíveis a fazer para sentir-se melhor. Descansar bastante e beber muitos líquidos, por exemplo. Tomar antibióticos não ajudará, a não ser que tenha uma infecção bacteriana secundária, antibióticos não têm atuação sobre qualquer vírus. O Ministério da Saúde vai ampliar a oferta da vacina contra influenza em 2018, de 60 milhões de doses anuais para 80 milhões e novos grupos serão cobertos por essa vacinação. Hoje na rede pública, a vacinação é destinada aos seguintes grupos prioritários: crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, idosos, profissionais de saúde, povos indígenas, pessoas portadoras de doenças crônicas e outras doenças que comprometem a imunidade.

5


6

ED. 133 | ANO V - DE 18/04/2018 A 26/04/2018

CAPA

integração

MDB DE CARA NOVA EM GUARAPUAVA No início deste mês, um encontro em Guarapuava definiu novos rumos na disputa das eleições 2018. Na noite do dia 04, representantes do MDB (Movimento Democrático Brasileiro) do Paraná, estiveram reunidos nas dependências do Harbor Hotel. O encontro foi aberto a comunidade e teve o objetivo de oficializar filiações ao partido, que há muito tempo não contava com novas lideranças na região. A reunião teve o compa-

"

recimento da comunidade e contou com a presença de dois deputados estaduais do MDB-PR, Anibeli Neto e Nereu Moura. Além do secretário geral do partido no Paraná, Sérgio Ricci e do Presidente do MDB de Guarapuava, ex-Vereador Cleto Tamanini. O MDB de Guarapuava terá candidatos a deputados, destaque são as filiações do médico e ex-vereador Dr.

Geraldo Pacheco Barbosa, do professor Claudio Cesar Andrade e do advogado João Alberto Nieckars, que obteve expressiva votação nas últimas eleições municipais. “O início de toda redemocratização brasileira começou com o MDB, nosso país é jovem ainda em termos de democracia, ainda está se

assentando no que se refere a articulações políticas. Já houve tentativas, há anos atrás, de reorganizar o partido em Guarapuava, mas por diferentes motivos não foi possível, agora estamos tendo a chance de fazer uma nova leitura do MDB”, afirmou o exvereador Dr. Geraldo

Teremos a possibilidade real de trazer mudança para Guarapuava e região, agora vamos competir no processo eleitoral de igual para igual com as tradicionais famílias que há tempos estão na política da região. Nossa filiação representa a reconstrução do MDB e uma oportunidade definitiva para mudarmos de rumo”


ED. 133 | ANO V - DE 18/04/2018 A 26/04/2018

CAPA

Pacheco Barbosa. A passagem dos dois parlamentares pela cidade faz parte de uma agenda de viagens pelo estado. “Estamos felizes com as filiações que ocorreram em Guarapuava, o trabalho está sendo realizado por todo o estado com o objetivo de trazer lideranças que estejam sintonizadas com o ideal do MDB do Paraná”, disse o deputado Anibeli Neto, líder da oposição na Assembleia. O deputado Nereu Moura aposta na força das novas filiações. “O

"

estão na política da região. Nossa filiação representa a reconstrução do MDB e uma oportunidade definitiva para mudarmos de rumo”, explicou. Nieckars confia que as novas filiações abrem possibilidades para uma nova representação no cenário político. “Nossas proposta é renovar o cenário político e promover o resgate do MDB em Guarapuava, um partido digno, histórico e de força. Temos que dar possibilidades aos nossos ideais e hoje essa possibilidade só pode acontecer no

Estamos felizes com as filiações que ocorreram em Guarapuava, o trabalho está sendo realizado por todo o estado com o objetivo de trazer lideranças que estejam sintonizadas com o ideal do MDB do Paraná”

MDB tem tradição em Guarapuava, apesar de ter enfraquecido nos últimos anos, agora está sendo reconstruído com novas lideranças, para que a região seja representada com respeito e responsabilidade”, ratificou. João Nieckars afirma que serão mantidas as pré-candidaturas que já haviam sido lançadas na REDE Sustentabilidade e que agora no MDB de Guarapuava visa o trabalho para o pleito de 2018. “Teremos a possibilidade real de trazer mudança para Guarapuava e região, agora vamos competir no processo eleitoral de igual para igual com as tradicionais famílias que há tempos

"

integração

MDB do Paraná”, esclareceu. Há quase 30 anos um deputado federal não representa Guarapuava e região em mandato integral. O último parlamentar eleito, que cumpriu o mandato até o final (de 1991 a 1994), foi Elio Antonio Dalla Vecchia, já falecido. “Dessa vez as eleições tem que ser diferentes, nós precisamos de renovação política em todo o país e acreditamos que ela pode ocorrer também aqui em Guarapuava. enho confiança, com tudo o que nosso país vem passando, que perceberemos o quanto a corrupção nos afeta, e que o brasileiro está disposto a escolher nomes novos e melhores para o

compromisso com a população”, finalizou Sérgio Ricci, secretário geral do MDB-PR. O MDB do Paraná tem duas lideranças no que se refere a disputa para o governo do estado, Osmar Dias (PDT) e o senador Roberto Requião. Requião não esteve presente quando as filiações foram oficializadas, mas gravou um vídeo de boas-vindas aos novos membros. Do MDB para o PMDB Oficialmente o PMDB, que nasceu do MDB, teve sua fundação em 24 de março de 1966, com o registro na Justiça Eleitoral. Era um dos resultados da extinção

Guarapuava demonstrou que o MDB vai se desenvolver e que em breve vai se destacar na região. Creio que a população está mais consciente para analisar o voto e dessa vez vai escolher aqueles que tenham compromisso com a população” representar”, completou Nieckars. O encontro permitiu também filiações de pessoas que não necessariamente irão disputar um cargo nas próximas eleições, mas que simpatizaram com as ideias do partido no estado. ”Guarapuava demonstrou que o MDB vai se desenvolver e que em breve vai se destacar na região. Creio que a população está mais consciente para analisar o voto e dessa vez vai escolher aqueles que tenham

dos partidos imposta pelo AI-2 e a instalação do bipartidarismo logo em seguida. Uma tentativa de imitar a bipolaridade norte-americana, democratas versus republicanos. A lei 6767 de 1979, que reformou os partidos políticos ainda na ditadura, acabou por extinguir o MDB, assim como seu opositor (e apoiador dos militares) Arena. Nenhum partido mais poderia ter um formato de organização e, com isso, foi necessário adotar o “P” inicial, de “partido”.

7


8

ED. 133 | ANO V - DE 18/04/2018 A 26/04/2018

CAPA O PMDB foi, então, criado sob a presidência de Ulysses Guimarães, que defendia a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, com um programa feito por cientistas políticos como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O Partido do Movimento

integração

Democrático Brasileiro (PMDB) surgiu no dia 15 de janeiro de 1980, com o resgate do pluripartidarismo pela nova Lei dos Partidos Políticos. No entanto, em dezembro de 2017, o partido anunciou em uma convenção que O PMDB volataria a ser MDB, como em sua origem.

FIQUE ATENTO AO CALENDÁRIO DAS ELEIÇÕES O eleitor tem até o próximo dia 9 de maio para requerer a sua inscrição eleitoral, alterar dados cadastrais ou transferir o domicílio eleitoral para estar apto a votar nas eleições de outubro. A data também será o último dia para o eleitor com deficiência ou mobilidade reduzida solicitar sua transferência para seção com acessibilidade. Ainda de acordo com o calendário eleitoral, 9 de maio será o prazo final para que os presos provisórios e os adolescentes internados que não tiverem inscrição eleitoral regular sejam alistados ou requeiram a regularização de sua situação para votar nas eleições de 2018. Os prazos constam da Resolução 23.555/2017 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A inclusão e a atualização da identidade de gênero no cadastro eleitoral também devem ser feitas até o dia 9 de maio para valer nas eleições de outubro. Travestis e transexuais podem incluir o nome social no título de eleitor e no caderno de votação das eleições desde o dia 3 de abril. Quem perder esse prazo só poderá fazer a alteração após as eleições, para os próximos pleitos. O nome social é aquele pelo qual o transexual ou travesti é reconhecido socialmente, diferente do nome civil, que consta na certidão de nascimento. Já a identidade de gênero estabelece com que gênero a pessoa se identifica, masculino ou feminino.

fonte: agência nacional


ED. 133 | ANO V - DE 18/04/2018 A 26/04/2018

integração

PONTO DE TROCA TODO SÁBADO A PARTIR DAS 16 HORAS VENHA TROCAR SUAS FIGURINHAS DO ÁLBUM DA COPA DO MUNDO RUSSIA 2018. PARTICIPE TAMBÉM DO CHUTE A GOL E GANHE PRÊMIOS. PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO SUPERPÃO COMPRE MAIS - GUARAPUAVA Rua Guaíra, 5555 Boqueirão


ED. 133 | ANO V - DE 18/04/2018 A 26/04/2018

integração

OPINIÃO Nunca fui um apreciador de poesias, raramente me debruço para lê-las, no entanto, ao começar os tópicos deste texto, ainda no papel, me recordei de um poema do escritor alemão, Bertold Brecht. Em seu poema, “Nada é impossível de mudar”, dois trechos dialogam com o que pretendo expor, em específico, sobre a situação do Brasil em ano de pleito eleitoral. O primeiro trecho é: “Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo” e o outro: “[…] em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada […] nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar”. Meu primeiro metadiálogo com Brecht, é a constatação de que a sua advertência sobre a desconfiança nos cabe, e que em certa medida, nos beneficiaria neste contexto. Há passado alguns anos desde que o mal estar na civilização (brasileira) aguçase, causando aos polos da sociedade, sentimentos que flertam com a histeria, a melancolia e a neurose, por fim, enlaçados numa necrose no seio do cotidiano. E neste bojo, os salvadores da pátria aparecem,

10

providos de respostas prontas, funcionais e de aparência singela. No entanto, como já advertira Brecht, desconfiai. Tais respostas visam solapar a incerteza de uma nação, esta, envolta em seus próprios freios, fardos, trunfos e utopias. Em outros termos, visam se sobrepor aos freios originários de uma economia dependente, porém, sem identificar os sentidos da dependência. Tentam superar os fardos de um estado supostamente moderno, mas construído sobre bases arcaicas, assim tornado uma peça ornamental e um sustentáculo de privilégios. Tomam o desespero alheio como trunfo, onde parte da população, descrente pelas incertezas e pelas frustrações, aglutinam-se em torno de seus próprios mitos

FREIOS, FARDOS, TRUNFOS E UTOPIAS Jefferson Cavalcanti Lima Mestre em Antropologia e professor na Faculdade Guarapuava

teológicos e políticos, quando não, construindo um imaginário teocrático e retrógrado da vida pública nacional. Por fim, através de utopias positivistas, como a ordem e o progresso, inflamam o que há de mais irracional no homo sapiens demens. Este retrato, potencializado na induzida polarização política e aprofundada com o golpe de 2016, gerou no Brasil um estado de desordem sangrenta e de confusão organizada, aqui Brecht reaparece. Exemplificando ‘glocalmente’, basta percebermos o que se passa em nossa cidade, onde homens caucasianos, em seus bunkers com tração 4x4, lançam uma cruzada contra a presença do inimigo, bem como agraciam o “Mito” da pureza e da honestidade. De fato, é a disputa entre a pureza e o perigo. Em paralelo, cresce em proporção geométrica a confusão organizada, batizada como movimento, e como expressou

Giorgio Agamben: “o movimento só se torna um conceito político decisivo quando o conceito democrático de povo, como corpo político já está ultrapassado”. Ou seja, é nesta confusão supostamente organizada que a democracia padece e os ovos da serpente da autocracia eclodem. Por fim, nem tudo é melancolia, e assim como Brecht, encaro que: “nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar”. Assim espero, mesmo ciente dos seus limites, o reestabelecimento do Estado Democrático de Direito e que no segundo semestre de 2018, as eleições (post eversio reipublicae) sejam realizadas, mesmo que tenhamos que colocar o “Mito” da pureza a nu.


ED. 133 | ANO V - DE 18/04/2018 A 26/04/2018

integração

ECONOMIA

PESQUISA MAPEIA NEGÓCIOS PROMISSORES PARA 2018 ESTUDO DO SEBRAE REVELA A TENDÊNCIA DE ATIVIDADES QUE SINALIZAM A RECUPERAÇÃO NA ECONOMIA E NO PODER ASSESSORIA DE IMPRENSA SEBRAE

Fornecimento de marmitas, serviços para idosos ou atividades de estética. Os negócios no ramo de alimentação, saúde e serviços pessoais serão as apostas de novos empreendedores para 2018. Estudo elaborado pelo Sebrae, com base no perfil de novas empresas em anos anteriores, no comportamento da economia nacional e no mercado externo, revelou que os empreendimentos que promovem saúde, inovam na oferta de alimentos e oferecem serviços ligados à beleza pessoal estão entre as atividades mais prósperas para este ano. “Os recentes resultados de geração de emprego comprovam que economia dá sinais de recuperação. Com isso, aumenta também o poder de compra dos brasileiros, que voltam a consumir alimentação fora de casa, retomam o ritmo de cuidados pessoais e conseguem investir na saúde. Os novos negócios são reflexo direto desse cenário”, analisa o presidente do Sebrae, Gui-

lherme Afif Domingos. Para mapear os negócios promissores de 2018, o Sebrae analisou os segmentos com maior taxa de expansão nos últimos anos, pois sinalizam a existência de uma maior demanda do mercado consumidor. Entre 2013 e 2017, o serviço ambulante de alimentação e o fornecimento de alimentos preparados para consumo das famílias cresceram 24% ao ano, por exemplo. Outro setor que deve atrair novas empresas em 2018 é a construção, com destaque para atividades de pequenas reformas, instalação e manutenção elétrica e serviços de pintura. Nos últimos cinco anos, o registro de novas empresas que oferecem serviço de obras de alvenaria aumentou 36% ao ano. Confira a lista das atividades mais promissoras para 2018: Alimentos e bebidas: lanchonetes, casas de chá, de su-

cos, comércio de alimentos, fornecimento de alimentos preparados, bares, restaurantes, comércio de bebidas e fabricação de produtos de padaria e confeitaria; - Vestuário e calçados: confecção de roupas, confecção sob medida, comércio de vestuário e calçados; - Construção: Pequenas reformas, instalação e manutenção elétrica, serralheria, comércio de material de construção e serviços de pintura; - Saúde: Venda de planos de previdência complementar e de saúde, atividades de condicionamento físico, serviço de diagnóstico por imagem, atividades de fisioterapia, atividade médica ambulatorial, ensino de esportes, instituições para idosos e serviços veterinários; - Educação: serviços de educação infantil, treinamento profissional/gerencial, transporte escolar, ensino de esportes;

- Serviços pessoais: cabeleireiros, manicure e pedicure, atividades de estética e beleza, comércio de cosméticos; - Serviços especializados: Transporte de carga, serviço de taxi, lavagem/lubrificação/ polimento de veículos, lanternagem e pintura de veículos, serviço de entrega rápida, produção de fotografia e serviços de contabilidade; - Vendas: marketing direto, promoção de vendas, representação comercial, fabricação de letreiros; - Comunicação/Computação: serviço de comunicação/ multimídia, desenvolvimento de softwares, portais/provedores de conteúdo e outros serviços de internet. - Informática: comércio de equipamentos de informática - Entretenimento: casas de festas e eventos, organização de feiras, congressos, exposições e festas - Lojas de conveniência

IBGE MELHORA ESTIMATIVA DE SAFRA, MAS PREVÊ QUEDA DE 4,7% EM RELAÇÃO A 2017 EBC

A previsão de março do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), prevê uma safra de cereais, leguminosas e oleaginosas de 229,3 milhões de toneladas neste ano. A estimativa é 0,9% maior do que a de fevereiro, o equivalente a 2 milhões de toneladas a mais.

Ainda assim, caso a estimativa do IBGE se confirme, a safra será 4,7% inferior à registrada no ano passado, que foi recorde, isto é, 11,3 milhões de toneladas a menos. As três principais lavouras de grãos deverão ter queda na produção de 2017 para 2018, segundo o levantamento de março:

soja (-0,4%), arroz (-5,5%) e milho (-12,4%). Metade das das 26 lavouras/ safras pesquisadas pelo IBGE deverá ter queda no ano. Entre os produtos que deverão ter recuo na produção estão as três safras de batata-inglesa (-11,4%, -4,1% e -15,8%), a primeira e a terceira safras de feijão (-0,6% e -8,2%), a

cana-de-açúcar (-1,8%), a laranja (-1,3%) e a cebola (-3,6%). A outra metade dos produtos deverá ter aumento na safra, entre eles cevada (29,9%), café arábica (16,7%), café canephora (7,6%), a segunda safra de feijão (11,5%), algodão herbáceo (15,3%), trigo (31,2%) e mandioca (1,7%).

11


12

ED. 133 | ANO V - DE 18/04/2018 A 26/04/2018

integração

R M E

42

3621-5200


CULTURA

ED. 133 | ANO V - DE 18/04/2018 A 26/04/2018

ROTINAS MÓVEIS OU ESTÁTICAS? Silencioso quando visto daqui de nosso chão, um avião cruza o céu de Guarapuava pouco antes das 13h de uma quarta-feira qualquer. Acabo de descobrir que, para além daquele que,

MF

costumeiramente, passa pela cidade lá por 18h30, diariamente, há mais uma rota cotidiana, deixando como única marca, e por meros minutos, um rastro de fumaça branca. Será que essa

integração

rotina móvel da cidade te seduz? Instantes depois, em um cruzamento da rua Quintino Bocaiúva com uma via qualquer, noto pela enésima vez aquela casa que, outrora, deve ter sido um dos esplendores da cidade, elevando-se rente à calçada, como quem se debruçava sobre o espaço público ofertando todo seu charme arquitetônico. Será essa a rotina estática, já que a residência está sempre ali, degradando-se dia a dia, que te seduz? Ou será que nada te agrada, absorto que você está no relógio que insiste em não parar ou nos carros à sua frente em ritmo cada vez mais lento, sugando seu pouco bom humor àquela hora do começo de tarde? Notar a cidade e seus espaços, tangíveis ou não, pode um bom exercício de fuga dessas pequenas opressões que massacram

sua mente. Notar os personagens, humanos ou máquinas, pode ser uma bela maneira de também vencer esse tempo insaciável. Mas tudo bem se entendermos que não vale a pena notar os aviões que chegam não sei de onde para sabese lá onde. Ou as casas de alvenaria que, no seu entender, nem deveriam estar mais ali, dando lugar a prédios feitos em blocos de concreto e algumas paredes em dry wall. O problema é quando o olhar fica tão viciado que não percebemos nem a pobreza do outro, ainda que tão perto de nós, sem nada fazermos por ele. E isso me faz lembrar a lição de José Paulo Bisol (notório ativista pelos Direitos Humanos), o qual ouvi dizer, certa vez, vejo, em cada pobre do mundo, meu pai carroceiro.

frame a frame Alguns anos atrás encontrei um livro muito bacana na livraria, “Jogador N° 1”, de Ernest Cline, me interessei na hora pelo tema: videogames, ficção científica, realidade virtual e muitas referências ao universo pop dos cinemas e games. A história a princípio parecia um tanto quanto previsível, mas conforme ela começa a desenrolar vamos percebendo mais da familiaridade do autor com os conceitos da ficção científica clássica. Minha admiração pelo livro só cresceu de lá para cá. Alguns anos atrás ouvi em algum site de notícias que uma empresa tinha interesse em desenvolver um filme sobre a obra. Assim como todo fã chato que leu o livro antes do filme, minha primeira reação foi a mais normal de todas “vão estragar esse livro tão legal!”. Até que anunciaram o nome de Steven Spielberg para a direção. Falar de Spielberg é, no mínimo, indicativo de curiosidade. Quando a gente pensa

no universo nerd, a contribuição do diretor é singular: Jurassic Park, Indiana Jones, ET – o Extraterrestre, As Aventuras de Tin-Tin, Guerra dos Mundos e tantos outros que flertam diretamente com temas recorrentes dos aficionados por uma boa ficção científica e fantasia. A história conta sobre a nossa Terra no ano de 2044. A tecnologia evoluiu a tal ponto em que as pessoas passam mais tempo online em um mundo paralelo do que nas suas vidas reais, além de manterem a segunda vida no jogo, os participantes ainda têm a possibilidade de buscar um grande prêmio. Para descobrir onde está o grande tesouro escondido o personagem terá que saltar de mundo em mundo dentro da realidade virtual e mostrar seu poder de captar referências e easter-eggs, surpresas que fazem menção a outros jogos/filmes/ séries, dentro de cada um desses mundos. Um jogo em um jogo, de acordo com a sinopse oficial. O livro é uma grande viagem nostálgica para quem cresceu entre a década de 1980 e 1990. Steven Spielberg é o responsável por

JOGADOR Nº 1, O LIVRO DE ERNEST CLINE E O FILME DE STEVEN SPIELBERG RODOLFO GRANDE NETO Mestre em HISTÓRIA e professor DO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA (UNICENTRO)

construir boa parte das nossas referências sobre cinema nesses anos. Não teria como dar errado. Ou teria? Precisava assistir ao filme ainda na semana de estreia e lá fui eu, pronto para adorar ou odiar o que iria ver em tela. As diferenças entre livro e filme são bastante claras, a história precisa ser reduzida e algumas coisas precisam ser adaptadas. Outras se desenvolvem de uma maneira bastante simples, mas o filme te ganha muito fácil por toda a ambientação desde a cena de abertura, com Jump do Van Halen, até uma corrida alucinante feita em marcha ré, tudo é sempre muito bonito, criativo e, como era de se esperar, cheio de referências e pegadinhas que só um nerd de carteirinha conseguiria acompanhar. A escolha de atores, ainda que não prejudique em nada durante a execução do filme, acaba sendo um ponto que, em alguns momentos, aparece de

uma maneira um tanto quanto genérica. A sequência final também apresenta uma resolução repentina e a presença de diálogos autoexplicativos talvez cansem um expectador ou outro. Por outro lado, o filme ganha por sua imersão, pela direção acertada de um Spielberg que ajudou a dar vida a boa parte das referências que criaram o universo de Jogador Número 1 e pelas cenas frenéticas de ação. Ficou curioso? Então aproveite para ir ao cinema se divertir com o filme e tentar caçar o maior número de referências enquanto se diverte com a história. A produção tem direção de Steven Spielberg e estrelado por Tye Sheridan, Olivia Cooke e Ben Mendelsohn.

13


ED. 133 | ANO V - DE 18/04/2018 A 26/04/2018

CIDADE

integração

PROGRAMA FÁBRICA DE CULTURA MOVIMENTA A INTERNET Uma programação local inovadora está disponível todas as terças-feiras, ás 21h, é o Fábrica de Cultura, ao vivo na TV MAIS, um portal de notícias e TV na Internet. O programa mistura conversa e música, sempre com convidados da região, no comando do apresentador Mario Luiz. “O Fábrica de Cultura é um espaço diferenciado, o objetivo é mostrar o trabalho dos talentos da cidade, seja na música, na dança, na literatura, entre outros. A expectativa deste trabalho é inovar e manter uma programação inteligente, em um meio de

comunicação moderno, a internet”, explicou o apresentador. Na “home page” do portal TV MAIS, é possível ter acesso à programação ao vivo, com diferentes gêneros de programação. Todo conteúdo da TV é gratuito e pode ser acessado em qualquer lugar. Para assistir aos vídeos em alta definição, é necessário uma conexão banda larga acima de 1 Mb. A plataforma multimídia permite ainda que os usuários acessem os conteúdos pelo tablet ou celular. A TV MAIS também compartilha as transmissões no facebook.com/tvmais.net.br.

REPODUÇÃO – NO PROGRAMA DO DIA 03 DE ABRIL A CONVERSA FOI COM O ADVOGADO JOÃO ALBERTO NIECKARS E A DUPLA SERTANEJA JEFF & GIBA

UEPG SEGUE COM INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O VESTIBULAR DE INVERNO AS PROVAS SERÃO APLICADAS EM 14 CIDADES, INCLUINDO GUARAPUAVA A Universidade Estadual de Ponta Grossa está com inscrições abertas para o vestibular de inverno 2018. O valor da inscrição custa R$ 145, deve ser feita exclusivamente pela interne (www.cps.uepg.br/vestibular), até 15 de maio, o pagamento da taxa será aceito até 16 de maio. Os candidatos disputarão 726 vagas nos campi de Ponta Grossa e de Telêmaco Borba. As provas serão aplicadas nos dias 8 e 9 de julho, em Apucarana, Cascavel, Castro, Curitiba, Francisco Beltrão, Guarapuava, Irati, Jacarezinho, Maringá, Palmeira, Ponta Grossa, Telêmaco Borba, Umuarama e União da Vitória. De acordo com a Coordenadoria de Processos de Seleção (CPS), a partir deste ano, os concursos vestibulares da UEPG terão novidades. Entre as mudanças, está nova relação de obras literárias para as questões de Literatura Brasileira e da

14

prova de Língua Portuguesa. Também foram alterados o número de questões (de 56 para 60), da pontuação (3.360 para 3.600) e do tempo (3h30 para 4h) da prova de Conhecimentos Gerais, com a inclusão das disciplinas de Arte, Educação Física, Filosofia e Sociologia; e a pontuação da Redação, de 670 para 700 pontos. Cotas e nome social A UEPG possibilita aos candidatos a opção pelo sistema de cotas, para o qual a instituição reserva 50% das vagas, sendo 40% para a cota de estudantes da rede pública e ensino e 10% para negros também oriundos do sistema público de ensino. Nos dois casos, no ato da matrícula, o candidato aprovado deverá comprovar por meio do histórico escolar que estudou todas as séries do ensino fundamental e do ensino médio na rede pública. Candidatos que não se enquadram

nessa condição devem se inscrever na cota universal. Os concursos promovidos pela UEPG também permitem aos candidatos a utilização do nome social. De acordo com o Regimento Geral da instituição, por ocasião da inscrição no processo seletivo, o candidato travesti ou transexual, se maior de 18 anos, poderá requerer por escrito o uso do nome social para que seja utilizado durante os procedimentos de seleção. O requerimento deve ser protocolizado no Protocolo Geral da UEPG, no Centro de Convivência, no Campus da UEPG em Uvaranas. Ao requerimento, o interessado deverá anexar uma fotocópia de um documento oficial de identificação com foto. Para mais informações e outros detalhes, os interessados devem acessar o endereço www.cps.uepg. br/vestibular .


ED. 133 | ANO V - DE 18/04/2018 A 26/04/2018

integração

OPINIÃO Em meados da década de 1970, o historiador Thomas Skidmore lançou um livro, hoje clássico. Preto no Branco: raça e nacionalidade no pensamento brasileiro (1870-1930) colocou, nos anos da ditadura, uma questão complexa: em que bases o racismo brasileiro havia se formado? E, uma vez acabada a escravidão, alcançada a república, a universalização da educação e o ideal de igualdade perante a lei, teria o racismo sido superado? Quando o livro foi lançado (1974), o assunto andava meio adormecido. A sociedade brasileira, de maneira geral, havia sido (ou é?) educada para se auto representar como pacífica, acolhedora, democrática e, também, branca. Skidmore enfrentou essa tradição do pensamento social brasileiro e com todo o potencial de um texto clássico escancarou: o brasileiro é racista, o do século XIX e o do século XX. De 1970 a 2018, uma questão permanece fundamental: como explicar que a sociedade brasileira, a despeito de todos os avanços alcançados nas políticas culturais e sociais, continue a ser racista e, mais, racista e impune? Do ponto de vista histórico, é possível explicar que o racismo brasileiro nunca foi reconhecido como prática de Estado, no sentido de estabelecer uma segregação oficial entre negros e brancos, da qual decorreriam posições desiguais. Por outro lado, embora não tenha defendido abertamente o racismo como forma organização e hierarquização do mundo, os estados brasileiros (fossem eles monárquicos, republicanos ou ditatoriais) institucionalizaram o racismo de forma não oficial e altamente insidiosa. Talvez seja a não oficialidade do nosso racismo que o transforme em um inimigo tão complexo de combater; justificado ora como uma piadinha inocente, ora como um rompante devido ao estresse de um dia difícil, o racismo está infiltrado em nosso cotidiano e temos, até mesmo, certa dificuldade para reconhecê-lo. Essa dificuldade,

UM PAíS NÃO RACISTA CHAMaDO BRASIL obviamente, não é experimentada por quem vive, enquanto vítima, o racismo. Dados do Atlas da Violência 2017 apontam que 71,4 % dos homicídios praticados no país têm como vítimas pessoas negras e que geralmente não tiveram acesso à educação formal; o desemprego atinge 14,4% e 14,1% de pretos e pardos, respectivamente, contra 9,5% de brancos; a renda entre os brancos é de R$ 2.043, 00, enquanto pardos ganham em média R$ 1.480.00 e pretos R$ 1.461,00. O acesso ao ensino superior, apesar da política de cotas implantada por algumas universidades, continua desigual: segundo o Censo da Educação Superior, entre os 50 cursos mais procurados no Brasil, somente em 10 os pretos e pardos conseguem ocupar metade das vagas. Compreensivamente, Serviço Social é o curso com mais alunos pretos e pardos, algo em torno de 60%. Em todos, porém, o número de alunos auto declarados pretos não alcança 20% das vagas. Esses são alguns dados de um país não racista chamado Brasil. Recentemente, voltou à mídia nacional um caso envolvendo o deputado e pré-candidato à presidência, Jair Bolsonaro. O político foi gravado em evento dizendo: “Fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de 1 bilhão de reais por ano é gasto com eles”. Não há muita margem para interpretação nessa citação, afinal, Bolsonaro deixa claro como compreende e caracteriza

Gilvana Gomes doutoranda história (unesp assis) professora do departamento de historia (unicentro)

a população quilombola nacional. Entretanto, quando informada sobre a denúncia por crime de racismo, feita pela Procuradoria Geral da República, a defesa de Bolsonaro alegou tratar-se de movimento político e mais: ““A defesa vai provar que ele, de racista, não tem nada”. Em 1871, portanto, há mais de um século e quando a escravidão ainda era legal no país, o deputado Perdigão Malheiros discutia com aqueles que acusavam o Brasil de ser um país racista e, entre outros, afirmava: “Desde que para o Brasil vieram negros da Costa d’África, nunca houve esse desprezo pela raça africana, que, aliás, se notava em outros países, principalmente, nos Estados Unidos.” O tipo de racismo, concomitantemente, praticado e negado por Bolsonaro (2017) e Malheiros (1871) é, naturalmente, de ordem distinta. Entre eles há um século de diferença, a ascensão de governos democráticos, a revisão da biologia e todas as conquistas dos movimentos sociais a mostrar que não devem existir diferenças entre brancos e negros; e, claro, hoje temos uma legislação para punir aqueles que praticam o racismo. Entretanto, assim como Malheiros, Bol-

sonaro não parece temer um mundo que não aceite o racismo, tampouco reconhece sua atitude como racista. O filosofo ganense Kwame Appiah, no livro Na casa de meu pai: a África na filosofia da cultura diferencia os vários tipos de racismo e afirma que se, mesmo diante das diversas provas científicas recolhidas ao longo do século XX para atestar a insustentabilidade do racismo, um indivíduo reafirmar o racismo, é preciso considerar deficiências cognitivas culturais como uma explicação para seu posicionamento. Talvez, mas só talvez, isso nos ajude a compreender o racismo praticado no Brasil. Enquanto isso não acontece, devemos, pelo menos, ser legalistas e lembrar, racismo é crime e deve ser punido, independente de quem o pratica.

+ 15


ED. 133 | ANO V - DE 18/04/2018 A 26/04/2018

DESTAQUE

CONFIRA IMAGENS DA REUNIÃO DO MDB-PR, REALIZADA EM GUARAPUAVA, NO DIA 5 DE ABRIL

integração


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.