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integração UM NOVO RUMO PARA GUARAPUAVA EM ENTREVISTA, O PRÉ-CANDIDATO A DEPUTADO FEDERAL, JOÃO NIECKARS DEBATE SOBRE REPRESENTATIVIDADE, PARTICIPAÇÃO E RENOVAÇÃO POLÍTICA P.6

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA GUARAPUAVA | PARANÁ 09/05/2018 a 16/05/2018 EDIÇÃO 134 | ANO V


ED. 133 | ANO V - DE 09/05/2018 A 16/05/2018

EDITORIAL

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Sorria, você está sendo filmado

“Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado” George Orwell – Livro 1984

O que pode acontecer com uma sociedade altamente vigiada? E quando essa vigilância transformase em mecanismo para controlar as pessoas? Esses questionamentos são a temática do livro “1984”, escrito pelo britânico George Orwell, publicado no ano de 1949. A história se passa em um futuro, onde o Estado impõe um regime extremamente totalitário para a sociedade, através da vigilância. A história mostra uma vida opressiva, onde cartazes espalhados pelas ruas demonstram a figura da autoridade suprema com o slogan: “O Grande Irmão está de olho em você”. Por meio de “teletelas” (uma espécie de televisor capaz de monitorar, gravar e espionar a população), espalhadas em locais públicos e em residências. No romance, a intimidade é tão invadida quanto no reality show Big Brother Brasil, não à toa o programa de televisão carrega esse nome. O protagonista de “1984”, é Winston Smith, funcionário do Departamento de Documentação do Ministério da Verdade, sua função é falsificar registros históricos, a fim de moldar o passado conforme os interesses da opressão. Um sentimento de amor por outra personagem o faz acreditar que uma rebelião é possível, mesmo não sendo fácil ser contrário ao regime. Atualmente vivemos em uma sociedade muito semelhante a retratada na história de Orwell, a diferença é que não é apenas o poder supremo que nos vigia, mas somos observados em todos os lugares, por qualquer pessoa. As “teletelas” citadas no livro, hoje são também equivalentes aos smartphones. Segundo dados da 28ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, realizada pela Fundação

SEDE E REDAÇÃO Rua Senador Pinheiro Machado, 1794, Sala 01 Centro. Guarapuava PR

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Getúlio Vargas de São Paulo (FGVSP), em 2017, o número de aparelhos ativos no Brasil chegou a 208 milhões, o que corresponde um smartphone por habitante no país. No jornalismo, principalmente quando trata-se de esporte, em um determinado lance polêmico, por exemplo, o termo “brigar com a imagem” é frequentemente usado por profissionais da área. Significa que uma pessoa faz uma afirmação que contradiz o que determinada imagem mostra, como se ela representasse uma subjetividade do que realmente pode ter acontecido. É como o ditado popular “uma imagem vale mais que mil palavras”, é exatamente isso o que deveríamos fazer no nosso cotidiano, não brigamos com a imagem e cada vez mais ela torna-se mais valiosa do que as palavras. Hoje, quem vai a um evento, seja ele importante ou não, e não faz imagens com seu smartphone? A impressão é que não enxergamos apenas com nossos próprios olhos. Por consequência não se da tanto valor aos instantes que estão sendo vividos em sua essência, já que existe uma preocupação em relação a geração de imagens que, geralmente, serão compartilhadas. Por outro lado, quando acontece uma tragédia, vídeos e fotos circulam o mundo inteiro, em poucos minutos. Assim sendo porque algum “Grande Irmão” dos dias atuais, estava com

Diretora Comercial Lourdes Dangui Pinheiro

SEMANÁRIO INTEGRAÇÃO LTDA ME CNPJ: 22.997.926/0001-36 Rua Senador Pinheiro Machado, 1794, Sala 01 - Centro. Guarapuava PR

Jornalista Responsável, redação e Edição Geral Alexandre Pessoa MTB 10599/PR

(42) 3035-1234 e (42) 99111-9195 redacao@integracaoonline.com.br comercial@integracaoonline.com.br

seu smartphone pronto para registrar o caos, muitas vezes com imagens explicitas de morte, mesmo sem saber quem é ou de onde veio aquela vítima que está na tela do aparelho. Quando estamos no conforto de casa, em uma conversa descontraída com amigos, por exemplo é normal que alguém resolva sacar o celular para fazer um vídeo daquele encontro. Ou seja, de certa forma, em alguns momentos não temos privacidade, sequer, no próprio lar, como acontece em “1984”. O livro de George Orwell nos faz refletir o quanto hoje somos opressores e oprimidos, também por simples câmeras e aparelhos ligados em uma rede. Para que a vida não passe apenas por lentes, é preciso inspirar-se no personagem Winston Smith e aceitar outras possibilidades. Nem tudo que é vívido precisa ser registrado e ou compartilhado. Passe a olhar mais o mundo com a própria visão, mas fique atento, você pode estar sendo observado.

Colunistas DA EDIÇÃO Lourdes De Figueiredo Leal Marcio Fernandes Rodolfo Neto Claudio Andrade Gilvan Gomes

diagramação Victor Teo

Impressão GRAFINORTE 03.758.336/0001-06 Tiragem | 4 mil exemplares


POLÍTICA

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paráclito CORRUPÇÃO ATIVA A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou o ministro da Agricultura, Blairo Maggi por corrupção ativa. Segundo a PGR, em 2009, na condição de governador do Mato Grosso, Maggi teria participado do esquema de compra e venda de vagas no TCE (Tribunal de Contas do Estado). Um dos beneficiados seria Sérgio Ricardo de Almeida, que atualmente está afastado do cargo de conselheiro por decisão liminar do ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal). Almeida foi denunciado pela prática de corrupção ativa e por lavagem de dinheiro. No caso do ministro, a denúncia é por corrupção ativa, praticada duas vezes. Na denúncia, a procuradorageral da República, Raquel Dodge, afirma que uma organização criminosa se instalou no alto escalão dos poderes Executivo e Legislativo de Mato Grosso. As investigação começaram em 2014, na Operação Ararath. Entre as irregularidades já identificadas e provadas, segundo a PGR, está a negociação de cadeiras no Tribunal de Contas do Estado A Procuradoria-Geral da República afirma ter reunido provas de que o grupo fez - em dois momentos - pagamentos ao então conselheiro Alencar Soares Filho para que ele se aposentasse. A medida foi efetivada em 2012 e permitiu a indicação do exdeputado estadual Sérgio Ricardo de Almeida para a corte de contas. Em troca da aposentadoria, Alencar Soares teria aceitado propina em valores que podem chegar a R$ 12 milhões. Para a procuradora-geral da República, Blairo Maggi praticou por duas vezes o crime de corrupção ativa. Primeiramente na compra da vaga de Alencar Soares. E, depois, em negociação parecida, mas com a intenção de fazer com que o conselheiro permanecesse no cargo. Além da

condenação às penas previstas no Código Penal para os respectivos crimes, Raquel Dodge requer que seja determinada a perda da função pública e a reparação do dano patrimonial, no valor de R$ 4 milhões. Na denúncia também foi solicitado o pagamento de indenização por danos morais coletivos, acrescido de juros de mora e correção monetária pelos danos causados à imagem e à credibilidade das instituições públicas. PEDIDO NEGADO O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli negou o pedido de liminar para que fosse retirada do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, a ação penal sobre o sítio em Atibaia (SP). O pedido tinha sido impetrado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em seu despacho, Toffoli argumenta que “não vislumbro a apontada ofensa à autoridade do Supremo Tribunal Federal”, a justificar a concessão da liminar, que foi pedida em uma reclamação, tipo de processo destinado a assegurar o cumprimento de decisões do STF. Os advogados de Lula havia argumentado que Moro, ao negar a transferência dos autos para a Justiça Federal em São Paulo, afrontou a autoridade da Segunda Turma do STF, que na semana passada determinou a remessa para a capital paulista de trechos sobre Lula e o sítio presentes na colaboração premiada da empresa Odebrecht. A defesa queria a suspensão da ação penal até que fosse pacificada de quem é a competência para investigar o caso. Negada a liminar, o caso deve voltar a ser analisado na Segunda Turma do STF, depois que a Procuradoria-Geral da República também der seu parecer. MOVIMENTAÇÃO BILIONÁRIA Agentes da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério

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Público Federal realizam uma megaoperação contra uma rede de doleiros que envolvia 3 mil empresas “offshore” em 52 países e movimentava US$ 1,6 bilhão (cerca de R$ 5,6 bilhões, pela cotação atual). Batizada de Operação Câmbio, Desligo, a ação é um desdobramento da Lava Jato. Foi autorizada pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. Foram 43 mandados de prisão preventiva e dois de prisão temporária, segundo informações do portal G1. A operação ocorre nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal e também no Paraguai e Uruguai. A ação tem como base as delações de dois doleiros – Vinícius Vieira Barreto Claret, conhecido como Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony. Ambos trabalharam para a organização chefiada pelo exgovernador do Rio de janeiro Sérgio Cabral.

CASO MARIELLE De acordo com informações do Jornal Extra, do Rio de Janeiro, cinco câmeras da Secretaria de Segurança que estavam no trajeto da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes foram desligadas no período entre 24 e 48 horas antes dos assassinatos. Uma delas é a da estação do metrô do Estácio, que grava em 360º. Além disso, a câmera fica bem diante do ponto onde aconteceram os disparos contra o carro da vereadora. As imagens desta câmera são remetidas ao sistema do Centro Integrado do Comando e Controle (CICC), na Praça Onze — e poderiam ajudar nas investigações do crime. O contrato de manutenção das câmeras havia terminado em outubro, mas elas continuaram funcionando normalmente até serem desconectadas. Marielle e Anderson morreram no dia 14 de março. Até o fechamento desta edição, nem o atirador, nem os mandantes do crime, foram apontados pela polícia.

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EDUCAÇÃO

iNSCRIÇÕES PARA O ENEM ENCERRAM EM 18 DE MAIO

INFORMAÇÕES SOBRE TAXA DE INSCRIÇÃO, DATAS DAS PROVAS E OUTRAS NOVIDADES JÁ ESTÃO DISPONÍVEIS

Estudantes que desejam concorrer a uma vaga em instituições públicas ou privadas de ensino superior pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já podem conferir as informações mais importantes para quem pretende fazer as provas neste ano. Se você faz parte dessa galera, fique atento principalmente às datas e prazos O período de inscrições para o Enem termina no dia 18 de maio. A taxa para participar das provas é de R$ 82, e o pagamento pode ser feito até 23 de maio. De acordo com o Ministério da Educação, “o período para solicitar a isenção da taxa de inscrição e de justificar ausência da edição passada terminou no último dia 15 de abril”. O ministério alerta, também, que todos devem fazer a inscrição no período indicado, ou seja, o fato de a isenção da taxa ser aprovada não significa que o participante esteja automaticamente inscrito.

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Provas e novidades As datas do Enem 2018 já estão definidas: 4 e 11 de novembro, ou seja, em dois domingos, como na última edição. Neste ano, porém, uma novidade: no segundo dia de provas, os candidatos terão 30 minutos a mais para responder às questões para as disciplinas ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias. Enem no radar Acompanhe todas as atualizações e informações novas sobre o Enem 2018. Fique atento ao site do Inep, à página do Enem 2018 e baixe o aplicativo oficial do exame, disponível para dispositivos móveis que utilizam sistema operacional Android e para aqueles com sistema operacional iOS.

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SAÚDE A sífilis, que foi erradicada do Ocidente há 25 anos, volta a assombrar até mesmo nações desenvolvidas como Inglaterra, Alemanha, França e Estados Unidos. No Oriente, a doença também cresce, vigorosamente, na China, país que venceu uma das maiores epidemias no passado, conseguindo praticamente eliminar a sífilis desde 1964. Em 2017 foi percebido um aumento dos casos relacionados à sífilis no Brasil. Entre 2015 e 2016, a doença adquirida teve um aumento de 27,9%; a sífilis em gestantes, de 14,7%; e a congênita (transmitida da mãe para o bebê pela placenta ou no momento do parto) de 4,7%. De acordo com o Ministério da Saúde, um dos motivos para o aumento dos casos é a escassez de penicilina (medicamento utilizado para tratar a doença) em âmbito global. Esse cenário existe desde 2014 e acarretou uma epidemia da doença no Brasil em 2016. Além disso, houve um aumento na quantidade de testes realizados, o que possibilitou, também, elevar a quantidade de diagnósticos realizados. O Ministério reforça que o aumento não necessariamente está relacionado a elevação de contaminação. O reaparecimento da sífilis tanto no Oriente, quanto no Ocidente, é atribuído a mudanças sociais que interferem

no comportamento sexual, globalização, defasagem de renda e a grande migração de trabalhadores do sexo masculino para algumas cidades, que criaram um clima cultural favorável à prostituição. Depois que os antirretrovirais passaram a prolongar a vida dos portadores do HIV, criou-se a falsa presunção de que a Aids tem cura. Como efeito colateral dessa crença houve o relaxamento dos cuidados preventivos, provocando imediato aumento da incidência das doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a sífilis. O Treponema pallidum, agente causador da sífilis, foi descoberto em 1905 e já no ano seguinte desenvolveu-se a primeira sorologia para diagnóstico. Entretanto, só depois da descoberta da penicilina, em 1928, e da sua popularização após a Segunda grande Guerra, é que se tornou possível tratar a doença com mais eficácia. A forma mais comum de transmissão é a via sexual. Mas, pode também ser transmitida pela placenta, durante a gravidez – é a chamada sífilis congênita. Muito raramente, nos dias atuais, a doença é contraída por transfusão de

A NOVA CARA DA SÍFILIS

Lourdes de Figueiredo Leal Farmacêutica Bioquímica

sangue ou, ainda, acidentalmente por utensílios contaminados. O diagnóstico é feito através de exame de sangue ou sorologia. No entanto, o resultado positivo só aparece cinco semanas após o contato causador. Uma vez adquirida a sífilis evolui em quatro fases. Na primeira, vinte a trinta dias após a pessoa ser infectada, aparece na área onde se deu o contágio, um cancro duro, indolor e sem coceira. A seguir surgem as ínguas, comumente, na região da virilha, quando a transmissão é através da relação sexual. O cancro desaparece espontaneamente em um mês. Na fase secundária, seis a oito semanas depois da infecção, a doença se espalha com a multiplicação do parasita, causando febre, dor de cabeça, erupções na palma das mãos, sola dos pés e órgão genital. Pode trazer anemia, queda de cabelos e crescimento de gânglios em várias partes do corpo. Se não for diagnosticada e tratada, a sífilis evolui para a fase latente, quando a doença só é descoberta em testes sorológicos. Sem sinais clínicos, nessa fase, a doença pode permanecer oculta por anos.

Na fase terciária, os sintomas aparecem de 3 a 12 anos após a infecção. Podem surgir lesões cutâneas, neurológicas (que provocam demência), cardiovasculares (causadoras de morte) e articulares. Para prevenir a sífilis congênita, o Ministério da Saúde exige a realização do exame VDRL (teste que indica a sífilis no organismo) pelo menos duas vezes durante o pré-natal. Apesar disso ainda há grande incidência de casos principalmente na região sudeste. Se a mãe está contaminada, pode acontecer aborto espontâneo ou o bebê pode nascer morto. Já as crianças sobreviventes podem ter sérios comprometimentos no sistema nervoso central, com doença neurológica, com quadros de demência, manifestações auditivas, oculares, cardíacas e ósseas. O melhor remédio para a sífilis continua sendo a prevenção, por isso usar camisinha e realizar, periodicamente, exames para saber como anda a saúde é fundamental.

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CAPA

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PENSAR EM POLÍTICA DE UMA FORMA

ETNEREFID Pensar em política no tempo presente requer inteligência, criatividade, coragem e uma propositividade coletiva incomum.

Neste ano as eleições, no Brasil, acontecem em um dos momentos mais conturbados da história do país. Após anos de um histórico de corrupção, o dia 7 de outubro de 2018 pode significar o início de uma nova luta contra uma crise política já instalada. Parte dos brasileiros, por evidentes motivos, estão desestimulados com a situação. No entanto, para que o processo democrático funcione, é necessário que o eleitor conheça e escolha melhor os postulantes aos cargos eletivos. Em outubro estarão em disputa os cargos de presidente e vice-presidente da República, governador e vice-governador de estado e do Distrito Federal,

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senador, deputado federal e deputado estadual. Em especial, os deputados federais, por exemplo, têm a atribuição principal de fazer leis de abrangência nacional e fiscalizar os atos do presidente da República. Podem também apresentar projetos de leis ordinárias e complementares, decreto legislativo, resolução e emendas à Constituição, além de criar CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito), discutir e votar medidas provisórias editadas pelo Executivo. Há mais de vinte anos nenhum deputado federal representa Guarapuava e região em mandato

integral. Em busca dessa representatividade efetiva em Brasília, o pré-candidato a deputado federal, João Alberto Nieckars, recentemente filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), irá disputar sua primeira eleição concorrendo ao cargo. Nas eleições municipais de 2016, Nieckars participou das eleições municipais colocando seu nome como candidato a prefeito de Guarapuava pelo partido REDE Sustentabilidade e obteve quase cinco mil votos. Uma votação

expressiva quando se trata de um estreante em eleições, sobretudo por viver em uma cidade com cenário político dominado, há muito tempo, pelas mesmas famílias. João Nieckars é advogado, economista e professor universitário. Ele também faz parte do OAB e do Conselho Moraliza Guarapuava, este último, iniciativa popular que, entre outras ações, fiscaliza os gastos da administração pública.

Sinto-me em condições para propor uma boa ruptura nesta corrente ‘do mais dos mesmos’. Penso que existe uma saída e a mudança só pode ocorrer com a escolha correta dos eleitores.”


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CAPA Como e quando surgiu o interesse em participar da política? Sempre desfrutei interesse pela política por entender que através dela conseguimos o melhoramento da nossa vida coletiva. Sempre tive em mente que não devemos ser cidadãos apenas no momento de pagar impostos e de votar. Ora, precisamos ser cidadãos o tempo todo, seja como candidato ou eleitor. No final de 2015 ocorreu a criação da REDE Sustentabilidade em Guarapuava e fui convidado a participar desse novo partido que estava surgindo na cidade. Foi minha primeira filiação. Naquele momento a REDE era a única força contrária à estrutura tradicionalista da política guarapuavana, além do PT (Partido dos Trabalhadores), mas os ideais deste último não condiziam com o que eu acreditava e acredito ser importante na administração pública. Guarapuava, infelizmente, sempre foi um feudo nas mãos de políticos tradicionais. Com exceção do PT (Partido dos Trabalhadores) não havia nenhuma outra força política competitiva com potencialidade para romper com a hegemonia dos eternos candidatos do ABC (Aragão, Bernardo e Carli). Neste contexto nasceu aqui a Rede Sustentabilidade com o objetivo de ser claramente uma nova alternativa, independente inclusive do PT. Neste novo ambiente, mais oxigenado, decidi participar de um partido alternativo, desligado das ideologias tradicionais e também desligado do PT. Tenho muito apreço pela REDE e foi ali que pude colocar em prática meus primeiros projetos enquanto cidadão ativo, juntamente com companheiros e companheiras valorosos.

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a REDE possui dois deputados federais. Por si só este fato mostra a inviabilidade de partidos pequenos em participar de processos eleitorais competitivos, como é o caso do Brasil. Por outro lado, o MDB de Guarapuava estava à deriva por conta de um atrito que existiu entre blocos distintos de filiados

em investigações ou em escândalos políticos. Pensamos que com essa nova roupagem podemos conquistar mais facilmente nossos objetivos de uma Guarapuava para todos e acelerar nossa caminhada junto ao Paço Municipal em uma eventual disputa para Prefeitura de Guarapuava em 2020.

integração diretamente ou veladamente. Considero que também foi um ponto importante o fato do MDB hoje lançar uma proposta efetiva e inovadora que não derivasse das famílias tradicionais da política de Guarapuava e nem da esquerda vigente, também conhecida há algum tempo. Com a experiência de 2016 e com a boa receptividade que tive foi possível perceber também que muitos eleitores pensam como nós e acreditam que a região precisa de renovação política e propostas diferenciadas.

Se pegarmos como exemplo um político brasileiro detestado por determinadas pessoas, colocarmos ele em outro partido, independente de qual, será que essas mesmas pessoas que o detestam passariam a votar nele? Por outro lado, se você confia em um político, o considera condizente com suas ideias, não importa onde esteja filiado, ele vale o seu voto.” durante as eleições de 2016. Alguns membros entenderam que, no pleito de dois anos atrás, o apoio devia ser “oferecido” ao atual prefeito de Guarapuava, Silvestri Filho, filiado ao PPS (Partido Popular Socialista) ao passo que outros filiados entenderam que deveriam apoiar o candidato a prefeito Dr. Antenor Gomes, filiado ao PT (Partido dos Trabalhadores). Esse desentendimento acabou dissolvendo o MDB de Guarapuava e ambos os grupos acabaram se desfiliando do partido, até por orientação do diretório estadual. A proposta agora é dar uma nova cara ao MDB de Guarapuava que estava desfigurado. O convite nos foi feito pelo Senador Roberto Requião que soube reconhecer nossas ações e encaminhamentos seja na REDE, seja no Conselho Moraliza de Guarapuava e nosso desejo de passar a limpo o país e representar efetivamente nossa região. Aceitamos esse desafio porque acreditamos em uma reconstrução de verdade. É público que o MDB do Paraná

De que forma sua candidatura a prefeito de Guarapuava em 2016 contribuiu para este momento atual e esta decisão de participar do pleito? Considero que 2016 foi um ano divisor de águas na minha vida pessoal, até porque tive contato com pessoas extraordinárias, situações, ideias e informações sobre Guarapuava que, até aquele momento, eu não conhecia. Não tinha conhecimento por conta de que nunca havia precisado estar perto desses dados e fatos, mas com a proposta de concorrer à prefeitura de Guarapuava, apesar de nossas limitações partidárias e de logística eleitoral, foi necessário estudos e contato com vários segmentos setoriais de nossa cidade, seja em questões econômicas, históricas e socioculturais, por exemplo. A partir desse momento eu passei a conhecer mais o município e percebi que existem muitas pessoas que pensam como eu, em diferentes lugares que freqüentei. O descontentamento com

Qual sua leitura sobre o cenário político atual e qual sua expectativa quanto à participação dos eleitores? Acredito que todos eleitores brasileiros estão extremamente desconfiados com todos os políticos, partidos, governos e tudo que envolve política. Nosso país tem um histórico muito antigo de frustrações. Há uma demonização da política e honestamente não sei se esta estratégia é a melhor saída. Sabemos que é complicado falar de política no Brasil porque o principal assunto que a imprensa e que os cidadãos discutem, em relação a isso, é sobre a corrupção. Essa avalanche de informações negativas sobre a política, via de regra, age de forma a desmotivar pessoas normais e cidadãos comuns a colocarem seus nomes à disposição da comunidade, seja como eleitor ou como candidato. No entanto, é justamente sabendo que não podemos viver em um país em que, segundo o Ministério Público Federal, 30% do dinheiro total arrecadado da população é levado pela corrupção, que estou com coragem para participar, para me indispor com os mantenedores do poder, se for o caso. Sinto-me em condições para propor uma boa ruptura nesta corrente ‘dos mais dos mesmos’. Penso que existe uma saída e a mudança só pode ocorrer com a escolha correta dos eleitores. Quem tem disposição deve colocar seu nome à disposição e participar também. Vou gastar energia em trazer novos protagonistas para o bom embate. A política do país precisa da ajuda de bons eleitores e bons candidatos.

No fundo o guarapuavano sabe que faz mais de vinte anos que um deputado federal não representa nossa região em mandato integral.”

Porque deixou o Partido REDE SUSTENTABILIDADE e migrou para o MDB ? Foi uma mudança substancial, algo que ocorreu também por conta dos impedimentos que a nova legislação eleitoral impôs aos partidos considerados pequenos. A lei determina, por exemplo, que a partir deste ano, para continuarem a existir, os partidos devem eleger no mínimo nove deputados federais em nove estados diferentes. Atualmente,

não é conivente com as propostas equivocadas do MDB Nacional. Temos um partido em Guarapuava e no Paraná que é uma base de resistência antagônica ao governo Temer. Trata-se de um partido que no Paraná e em Guarapuava está livre com relação às oligarquias guarapuavanas, com representantes do Estado que não estão envolvidos

as atuais lideranças e os atuais agentes políticos é um fato político em Guarapuava que não pode ser negligenciado. Em grande parte a resistência se dá de forma silenciosa e um apelo quase inaudível para que surjam novas lideranças em um ambiente pluralista. Em Guarapuava é comum entre os grupos hegemônicos o bloqueio a novos protagonistas, seja

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Municípios que há vinte e cinco anos atrás eram minúsculos, como por exemplo, Pato Branco, Toledo, Francisco Beltrão e Umuarama, hoje possuem uma renda per capita maior do que Guarapuava, mesmo com menos habitantes. Essas cidades, mais jovens do que a nossa, também são mais industrializadas.”

Por que o eleitor deve acreditar que o processo democrático pode ser diferente em 2018? Espero um resultado positivo do processo democrático, simplesmente por ser a única alternativa possível. Neste momento estou focado em arrumar o que está errado e vejo isto como uma possibilidade viável. Apenas reclamar sobre a política não resolve, a solução só virá à tona se votarmos em pessoas decentes. Os políticos que cometem os erros precisam ser afastados. Em Guarapuava não é diferente, uma vez que não são poucos aqueles que estão sofrendo processos e sendo investigados. A lista é grande. Ora, penso que é impossível saber disto e ainda manter os mesmos nas mesmas funções quando existem novos nomes sem nenhum envolvimento à disposição. E se nós sabemos da situação da nossa região, se somos contrários a isso, não devemos escolher esses indivíduos como nossos representantes. Estou inclinado em defender o “vão-se todos”. O eleitor está percebendo qual é a única solução que sobrou, ou seja, não eleger sempre os mesmos. Eu espero que sejamos destemidos também no dia da eleição, assim como somos nas redes sociais e em conversa com amigos. Os ideais do MDB regional podem ser considerados diferentes das lideranças nacionais no partido? Nenhum partido político é garantia de que um candidato seja honesto ou desonesto. Um partido, como outros tipos de grupos, comporta pessoas de bem e, infelizmente, pessoas ruins. O que eu

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acredito é que precisamos de nomes novos, candidatos honestos e competitivos. Se pegarmos como exemplo um político brasileiro detestado por determinadas pessoas, colocarmos ele em outro partido, independente de qual, será que essas mesmas pessoas que o detestam passariam a votar nele? Por outro lado, se você confia em um político, o considera condizente com suas ideias, não importa onde esteja filiado, ele vale o seu voto. As coisas estão em trânsito. Em relação ao MDB de Guarapuava e do Paraná, existe um antagonismo com as lideranças nacionais. Nós não apoiamos a maior parte das medidas adotadas pelo governo Temer, por considerarmos contrárias ao interesse da população. Estamos resistindo no Paraná e agora em Guarapuava com um partido que atende o interesse de todos e não apenas de alguns. Qual a importância de um deputado federal para Guarapuava e região? A primeira situação que determina a importância de um deputado federal para Guarapuava é a representação. No fundo o guarapuavano sabe que faz mais de vinte anos que um deputado federal não representa nossa região em mandato integral. O último parlamentar eleito, que respeitou o voto dos eleitores até o fim do mandato (de 1991 a 1994), foi o saudoso Elio Dalla Vecchia. Após esse período, Guarapuava teve dois deputados federais, Fernando Ribas Carli e Cezar Silvestri, que usaram os mandatos para outros fins pois ambos foram eleitos

e deixaram o cargo para assumir funções diferentes, em dois governos distintos. Ora, isto não seria estelionato eleitoral? Justamente no momento de tantas mudanças e dificuldades nossa região não tem representatividade em Brasília. “Pode isto Arnaldo?” O povo da região central do Paraná precisa de voz efetiva para, por exemplo, dizer não a interesses estranhos àqueles pleiteados pela população. Sabemos que reformas são necessárias e devem acontecer, mas de que forma? Sem discussão? Com imposições? Atendendo apenas alguns segmentos ou contemplar a todos? O segundo motivo, não menos importante, são os investimentos federais que podem ser destinados à região de Guarapuava, que há mais de vinte anos estão ausentes pela falta de um deputado federal. Sabe-se que cada parlamentar tem, em média, quinze milhões de reais por ano, correspondentes a verbas que podem ser direcionadas a sua área de atuação, por meio das emendas parlamentares. Ao final do mandato de deputado federal, os recursos totalizam sessenta milhões de reais. Trata-se de um valor que a região está perdendo a cada quatro anos e que poderiam ser investidos em educação, saúde, sistema de transportes, cultura, segurança pública, entre outros. Faz tempo que estou estudando a matéria, ouvindo segmentos importantes e conhecendo experiências bem sucedidas em outras regiões. Sei que é possível defender projetos viáveis para Guarapuava e região. No momento certo vou expor minhas defesas e

bandeiras para uma cidade e região sustentáveis. Qual sua a avaliação sobre o crescimento da região nos últimos anos? Há vinte cinco anos atrás, Guarapuava era proporcional, em tamanho, a cidades como Ponta Grossa, Cascavel e Maringá, com uma média de 180 mil habitantes. Nesse período as economias também eram semelhantes, baseadas na agricultura e uma população com renda per capita quantitativamente parecidas. Vinte e cinco anos depois, essas cidades chegam a somar o dobro e até mais que o triplo de pessoas residentes em cada local. Em termos de renda per capita, atualmente, não há nem comparação, esses municípios chegam a ter aproximadamente três vezes mais a renda per capita de Guarapuava. Municípios que há vinte e cinco anos atrás eram minúsculos, como por exemplo, Pato Branco, Toledo, Francisco Beltrão e Umuarama, hoje possuem uma renda per capita maior do que Guarapuava, mesmo com menos habitantes. Essas cidades, mais jovens do que a nossa, também são mais industrializadas. Estamos na região mais pobre do Paraná, por termos a menor renda per capita e menos índice de industrialização do estado, os números não mentem. Passamos por décadas de má gestão pública, de políticos mal intencionados que levaram a situação a essa calamidade na qual, infelizmente, nos encontramos. Uma pequena parte de nossa cidade é cuidada. Uma pequena parcela da população é protegida pelos atuais agentes

políticos. Levando em conta esses acontecimentos conseguimos uma salvação que foi o ensino superior. Se não fosse o ensino superior, que cresceu em Guarapuava enormemente, apesar de nossos homens públicos, teríamos uma situação ainda pior. A Universidade Estadual do Centro Oeste já está instalada há muitos anos seguido da chegada de instituições particulares e recentemente um campus da Universidade Federal Tecnológica do Paraná, proporcionou um avanço considerável. Esse volume econômico, chamado educação superior, quem fez a nossa cidade respirar um pouco. Alguns empreendimentos particulares, felizmente ocorreram, sendo a cidade dos Lagos um bom exemplo. Mas para que esse e outros empreendimentos possam se consolidar Guarapuava e região precisa ser mais industrializada para que a população tenha condição financeira de residir ou frequentar esses lugares e não mais migrar para Santa Catarina e outras cidades pujantes. Não adianta abrir novas lojas, vender terrenos se o cidadão não tiver dinheiro para consumir. É a indústria o principal gerador de renda, porque ela consegue agregar valor aos produtos e valorizar o salário dos trabalhadores. O empresariado e os trabalhadores de Guarapuava necessitam de uma gestão pública competente que viabilize o crescimento da região para todos e não apenas para alguns.


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OPINIÃO Nunca fui um apreciador de poesias, raramente me debruço para lê-las, no entanto, ao começar os tópicos deste texto, ainda no papel, me recordei de um poema do escritor alemão, Bertold Brecht. Em seu poema, “Nada é impossível de mudar”, dois trechos dialogam com o que pretendo expor, em específico, sobre a situação do Brasil em ano de pleito eleitoral. O primeiro trecho é: “Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo” e o outro: “[…] em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada […] nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar”. Meu primeiro metadiálogo com Brecht, é a constatação de que a sua advertência sobre a desconfiança nos cabe, e que em certa medida, nos beneficiaria neste contexto. Há passado alguns anos desde que o mal estar na civilização (brasileira) aguçase, causando aos polos da sociedade, sentimentos que flertam com a histeria, a melancolia e a neurose, por fim, enlaçados numa necrose no seio do cotidiano. E neste bojo, os salvadores da pátria aparecem,

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providos de respostas prontas, funcionais e de aparência singela. No entanto, como já advertira Brecht, desconfiai. Tais respostas visam solapar a incerteza de uma nação, esta, envolta em seus próprios freios, fardos, trunfos e utopias. Em outros termos, visam se sobrepor aos freios originários de uma economia dependente, porém, sem identificar os sentidos da dependência. Tentam superar os fardos de um estado supostamente moderno, mas construído sobre bases arcaicas, assim tornado uma peça ornamental e um sustentáculo de privilégios. Tomam o desespero alheio como trunfo, onde parte da população, descrente pelas incertezas e pelas frustrações, aglutinam-se em torno de seus próprios mitos

ESPERO UM DIA OUVIR ESTA MÁXIMA: “NÃO SOMOS A FAVOR DA MESMA COISA, MAS SOMOS CONTRA A MESMA COISA” Claudio Andrade Doutor em História e Sociedade e professor de Filosofia (Unicentro)

teológicos e políticos, quando não, construindo um imaginário teocrático e retrógrado da vida pública nacional. Por fim, através de utopias positivistas, como a ordem e o progresso, inflamam o que há de mais irracional no homo sapiens demens. Este retrato, potencializado na induzida polarização política e aprofundada com o golpe de 2016, gerou no Brasil um estado de desordem sangrenta e de confusão organizada, aqui Brecht reaparece. Exemplificando ‘glocalmente’, basta percebermos o que se passa em nossa cidade, onde homens caucasianos, em seus bunkers com tração 4x4, lançam uma cruzada contra a presença do inimigo, bem como agraciam o “Mito” da pureza e da honestidade. De fato, é a disputa entre a pureza e o perigo. Em paralelo, cresce em proporção geométrica a confusão organizada, batizada como movimento, e como expressou

Giorgio Agamben: “o movimento só se torna um conceito político decisivo quando o conceito democrático de povo, como corpo político já está ultrapassado”. Ou seja, é nesta confusão supostamente organizada que a democracia padece e os ovos da serpente da autocracia eclodem. Por fim, nem tudo é melancolia, e assim como Brecht, encaro que:g “nada deve parecer natural, nadad deve parecer impossível de mudar”.p Assim espero, mesmo ciente dosd seus limites, o reestabelecimentop do Estado Democrático de Direito ed que no segundo semestre de 2018,c as eleições (post eversio reipublicae) sejam realizadas, mesmo quem tenhamos que colocar o “Mito” daq pureza a nu.


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ECONOMIA

NÚCLEO DA MULHER EMPRESÁRIA TEM PROPOSTA CONTEMPLADA NO PROGRAMA EMPREENDER

NÚCLEO DA MULHER EMPRESÁRIA TEM PROPOSTA CONTEMPLADA NO PROGRAMA EMPREENDER COMPETITIVO ASSESSORIA DE IMPRENSA acig

O Núcleo Multissetorial da Mulher Empresária, através da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) teve a proposta “Mulheres Empresárias com Excelência em Gestão” aprovada no Programa Empreender Competitivo 2018-2020. O programa é um serviço de apoio às micro e pequenas empresas, ofertado pelo Sebrae e pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). Vinte e três empresas integrantes do Núcleo da Mulher Empresária participarão do projeto, uma destas empresas é a Retífica Scartezini, administrada pela sócia-proprietária Elaine Scartezini. Conforme a empresária, a expectativa com o projeto é aumentar a competitividade das empresas. “Praticaremos ações que impactem em melhorias de gestão. Para isso, é preciso seguir os passos do projeto, fazer tudo direitinho, cumprir as ações e acompanhamentos.

O objetivo é aumentar nossos resultados”, conta. O projeto tem duração de dois anos – de 2018 a 2020 – e prevê como resultados finalísticos: 1) elevar em 20% o grau de excelência em gestão das empresas nucleadas até dezembro de 2019, com base no diagnóstico do Modelo de Excelência de Gestão (MEG); e 2) aumentar em 15% o faturamento das empresas nucleadas até dezembro de 2019. Para tanto, a partir de maio, ações pontuais serão realizadas com as empresárias participantes. A primeira ação é uma visita técnica – que deve ocorrer na segunda quinzena de maio – em uma empresa referência em gestão, objetivando observar boas práticas. Posteriormente, entre agosto e outubro, as nucleadas participarão de um curso em Gestão Empresarial do Sebrae. Por fim, entre fevereiro e julho de 2019, cada empresa receberá uma consultoria especializada – de oito horas de duração – que auxiliará na

aplicação dos conhecimentos adquiridos durante a visita técnica e o curso em Gestão Empresarial. De acordo com a presidente do Conselho Empresarial da Mulher Executiva (CEME), Esabel Szeuczuk, a consolidação da melhoria de gestão das empresas nucleadas está em sintonia com o desenvolvimento do município e do estado. “Esse projeto veio

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS JÁ PODEM ADERIR AO PERT-SN ASSESSORIA DE IMPRENSA FECCOMÉRCIO-PR

Com a derrubada pelo Congresso Nacional do veto presidencial ao Refis para as micro e pequenas empresas no começo deste mês, mais de 600 mil empreendedores de todo o país poderão regularizar suas dívidas com o Fisco. O programa de refinanciamento, permitido às empresas que optaram pelo Simples, re-

gime simplificado de tributação, havia sido aprovado pelo Senado no fim de 2017. A derrubada do veto (VET 5/2018) era uma reivindicação de parlamentares e entidades ligadas ao empreendedorismo, entre elas a Fecomércio PR. O veto do presidente Temer foi ao projeto inteiro. A justificativa foi de que a medida feria

a Lei de Responsabilidade Fiscal ao não prever a origem dos recursos que cobririam os descontos. A decisão vinha sendo duramente criticada porque, em 2017, o governo sancionou lei semelhante que garantiu refinanciamentos às grandes empresas. Dessa forma, as micro e pequenas terão as mesmas oportunidades que as empresas de

para nos transformar, para melhorar e potencializar nossos negócios ainda mais, nos tornando mais competitivas e, consequentemente, auxiliando a fomentar a economia de Guarapuava e do Paraná. É também um projeto que vai fazer diferença na minha gestão a frente do CEME, por isso registro o agradecimento a FACIAP, por esse apoio, por essa oportunidade”, afirma.

maior porte, agora por meio da Lei Complementar nº 162/2018, que instituiu o Programa Especial de Regularização Tributária das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte optantes pelo Simples Nacional (Pert-SN). O Pert-SN abrange débitos vencidos até novembro de 2017 e engloba os seguintes tributos: IRPJ, IPI, CSLL, Cofins, PIS/Pasep, Contribuição Patronal Previdenciária (CPP), ICMS e ISS. As empresas deverão efetuar o pagamento de, no mínimo, 5% do valor da dívida, sem descontos, em até cinco parcelas

mensais e sucessivas. O restante pode ser quitado em até 175 parcelas, com redução de 50% dos juros de mora, 25% das multas e 100% dos encargos legais, inclusive de honorários advocatícios. Quem optar por pagar as dívidas em menos parcelas terá descontos maiores. O valor mínimo das parcelas é de R$ 300,00, exceto para os microempreendedores individuais cujo valor será fixado pelo Comitê Gestor do Simples Nacional. Os interessados já podem fazer sua adesão ao Pert-SN, cujo prazo final é 6 de julho.

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CULTURA

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AH, A RUA MOSTARDEIRO E OUTROS PERTENCIMENTOS

Olho para trás e vejo a rua Mostardeiro em um final de tarde. Eu não era um estranho por completo em Porto Alegre, mas vontade adolescente em

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alta, queria pertencer um pouco àquela parte da cidade. Naqueles dias, só um jeito havia e que durava um punhado de minutos: entrar no Rib’s que ficava nas cercanias, pedir um lanche

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e ter uma mesa à disposição. A Mostardeiro era minha, a Ramiro Barcellos também, o bairro todo, meu Deus. A felicidade é tão simples de se alcançar na maioria das vezes. Anos depois e eu acordava na Serra, a fábrica da Tramontina à minha frente. Ainda no ônibus que me trazia de longe, sonhei em trabalhar ali e conseguir chegar à alguma gerência. Tempos mais tarde, estava em outro titã empresarial dali e decidi que era hora de ser dono do meu tempo. Anoiteci na fábrica de calçados mas não amanheci. Do meu modo, também tinha conquistado aquele lugar. Anos transcorrem. Agora já formado, entrei naquele imenso apartamento no Centro de Uruguaiana. Comprei cama, geladeira, fogão

(nunca utilizado) e máquina de lavar roupa. Os paletós iam para uma limpeza a seco. Almoço após almoço, entre o restaurante e a sede do jornal, parava para comprar um quindim, sempre reservado pelo dono da confeitaria, conhecedor dessa pequena extravagância. A cidade era nossa. Estávamos em todas, o tempo todo. Um grande amigo até hoje, Fernando cuidava da parte administrativa do jornal. Trabalhávamos até o anoitecer e, quando a edição começava a rodar, íamos para algum bar daquelas fronteiras. Voltávamos ao amanhecer, para ajudar a distribuir, casa em casa, o produto que tanto nos orgulhava. Pequenos pertencimentos, os melhores da vida.

frame a frame Quando Homem de Ferro e O Incrível Hulk ganharam as telas de cinema, dez anos atrás, ninguém poderia imaginar as proporções que isso iria tomar nos anos que se seguiram. De lá para cá tivemos Capitão América, Thor, Homem-Formiga, Homem -Aranha, Doutor Estranho, Pantera Negra e a própria reunião dos Vingadores em vários momentos. Claramente um projeto de fôlego, muito bem planejado e orquestrado por várias mentes do entretenimento. Assistir um filme dos Vingadores depois de dez anos vendo o “Marvel Way” sendo transplantado para as telas e ainda conseguir vibrar com os personagens é, com certeza, o maior ganho do filme. Ver, novamente, aqueles personagens que já estamos tão acostumados de acompanhar anualmente no cinema e como os atores já estão à vontade e bem inseridos em seus papéis são, provavelmente, os pontos mais altos de toda a expe-

VINGADORES: GUERRA INFINITA

riência. É notável como personagens, público e histórias amadureceram ao longo dos anos. Talvez o termo “experiência” seja justamente o que faz Vingadores: Guerra Infinita ser esse grande estouro de bilheteria, crítica e público. Me desculpem os fãs mais vorazes, mas como filme ele pode soar muitas vezes mediano. Algumas passagens são tão escoradas nos recursos visuais produzidos por computação gráfica que quase esquecemos que se trata de um filme com atores reais e me remete muito aos jogos de videogame. Enquanto algumas situações que deve-

RODOLFO GRANDE NETO Mestre em HISTÓRIA e professor DO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA (UNICENTRO)

riam ser urgentes não me impactaram tanto quanto outras muito mais simples. Faltou, ainda, a interação de personagens-chave dentro da franquia. Porém, isso não diminui em nada a magnitude do projeto que Guerra Infinita foi. Tantos personagens em tela, tantos apelos visuais e conexões emocionais que só foram possíveis por já conhecermos cada um dos personagens e suas atitudes. Ver o Pantera Negra correndo, logo após o seu debute em filme solo, para proteger Wakanda e, na sequência, vermos o Capitão América alcançando seus passos mesmo sem nenhum recurso tecnológico faz com que você vibre pelos personagens. Sentir orgulho junto com Peter Parker ao ser nomeado Vingador também é inevitável. Guerra Infinita com certeza será lembrado ao longo da história do cinema, talvez não como um filme que irá

ao Oscar por direção, arte ou elenco. Mas, com certeza figurará entre os filmes mais bem projetados e inovadores da história de Hollywood, pela magnitude e proporção que gerou. Mesmo sendo um fã notável dos quadrinhos da DC Comics, é impossível não reconhecer que esse mérito é totalmente da Marvel. E que venha o próximo filme da franquia. Avante Vingadores!

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CIDADE

OUTONO GASTRONÔMICO MOVIMENTARÁ GUARAPUAVA NO MÊS DE JUNHO ASSESSORIA DE IMPRENSA UNICENTRO

Os sabores e os aromas da culinária como estratégia para fortalecer o turismo e a agroindústria de Guarapuava. Essa é a proposta do Outono Gastronômico. Ação que será realizada entre os dias oito e dez de junho, no Parque do Lago. Mas antes, para despertar o paladar, foi organizado um evento de lançamento do projeto com a degustação dos quinze pratos escolhidos para festa. Afinal, a principal atração da noite e do Outono Gastronômico é a comida, sempre utilizando ingredientes regionais. “Vai ser servido jantar na sexta, almoço e jantar no sábado e almoço no domingo. Então, oportunidade de conhecer todos esses pratos que a gente está oferecendo”, reitera uma das organizadoras, Leila Lopes. Todas as 15 receitas concorrem ao troféu de prato mais saboroso

de 2018. Um dos chefs que está na disputa é o Guilherme Romani. Inspirado pela produção local de suínos, ele preparou costelinha de porco ao molho de bala de banana. “Muitos produtores criam e fazem o abate aqui. Então, eu procurei criar valorizando esse produto e esse produtor daqui”, afirma. Já a receita da Edilaine Daniele, que cozinha junto com a mãe, é a base de peixe. Para ela, por trás da escolha de cada produto está a defesa do fortalecimento da produção local. “É a cultura do povo que a gente está representando. E mesmo os produtos, né? O peixe, a batata, os legumes, eles vem das nossas hortas, vem das nossas feiras”. Também não faltarão opções para beber durante o Outono Gastronômico. O Thomaz Felipe, por exemplo, vai vender cerveja artesanal,

que ele mesmo produz. “Vai ser um oportunidade de a gente apresentar os nossos produtos, o que a nossa região tem a oferecer para os clientes. Teremos opção para todos os paladares”. O Outono Gastronômico é uma ação conjunta da Paraná Turismo, da Prefeitura de Guarapuava, do Sebrae e da Faculdade Guairacá, a partir de uma iniciativa da Emater. Para a engenheira de alimentos do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural, Estella Paula Galina, o fundamental é promover o que produzido e cozinhado na região. “O objetivo maior é promover a gastronomia e fazer com que as nossos agroindústrias consigam promover também seus produtos através da gastronomia”, sentencia. A Prefeitura é a responsável por fornecer a estrutura necessária para a festa. Para isso, ela vai montar

uma área coberta de 2.400 metros quadrados. Afinal, segundo o prefeito do município, Cesar Silvestri Filho, a expectativa é receber 12 mil pessoas nos três dias de Outono Gastronômico. “São muitas culturas e etnias na nossa região, que acabam influenciando nossa gastronomia. Essa é uma oportunidade de mostrar isso para o Paraná inteiro”. A Unicentro é apoiadora da ação e está colaborando com o desenvolvimento de materiais de divulgação gráficos e audiovisuais. De acordo com o reitor Aldo Bona, “é fundamental que a Universidade possa participar de boas iniciativas, sejam elas do poder público ou sociedade civil organizada, para que ela se consolide cada vez mais como uma entidade capaz de apoiar, estimular e promover o desenvolvimento regional”.

CAMPANHA DE VACINAÇÃO CONTRA A GRIPE SEGUE ATÉ 1º DE JUNHO A Campanha de Vacinação contra a Gripe teve início no último mês em todas as UBS (Unidades Básicas de Saúde) e termina no dia 1º de junho. De acordo com a chefe do Departamento de Epidemiologia de Guarapuava, Chayane Andrade, a dose será para a gripe H1N1, H3N2 e Influenza B. “As doses são trivalentes, ou seja, imunizam contra três tipos de vírus diferentes. É de suma importância tomar a dose da vacina anualmente, pois é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde. Este ano, nossa meta é vacinar cerca de 46 mil pessoas em Guarapuava. Nossas equipes estarão preparadas e prontas para receber a população nas

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unidades de saúde”, afirmou Chayane, informando que, no dia 12 de maio, acontece o dia D de Vacinação contra a Gripe. Podem se vacinar gratuitamente crianças de seis meses a quatro anos, mulheres gestantes independentemente da idade gestacional, puérperas, idosos acima de 60 anos, servidores da saúde, indígenas, cidadãos privados de liberdade, funcionários do sistema prisional e professores da rede pública e privada que precisam apresentar a declaração fornecida pelas escolas. Pessoas que sofrem de alergia a proteína de ovo devem apresentar uma autorização médica. Para se vacinar contra a gri-

pe é preciso apresentar o documento pessoal e a carteira de vacinação. O atendimento para

a vacinação é das 8 às 12h e 13 às 17h, em todas as UBS da cidade e dos distritos.


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OPINIÃO No mês passado acompanhamos as reações adversas causadas pelo vídeo da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, transmitido na rede de TV Al Jazeera, do Catar. Para além do conteúdo, o que mais chamou atenção foi o discurso por parte de um extrato conservador da sociedade. Não foram incomuns textos acusando a política de incitar terroristas, conclamar o Estado Islâmico e a organização Al Qaeda, sob a #GleisiTerrorista. O posicionamento, por seu caráter desinformado, para dizer o mínimo, rendeu vários memes lembrando que nem toda palavra que comece com “AL” significa terrorismo. Mas, é necessário evidenciar que o preconceito é contra os árabes, maiores vítimas da discriminação contra muçulmanos. Um preconceito construído em sua força total nos últimos 17 anos, desde os ataques de 11 de setembro, que inscreveu todo árabe como muçulmano e todo muçulmano como terrorista. Não seria surpresa então notarmos que os mesmos grupos que confundiram Al Jazeera com Al Qaeda sejam os mesmos que apoiaram os ataques ordenados por Donald Trump na Síria na sexta, dia 13. Houve igualmente, e é importante ressaltar, uma tentativa por parte de setores progressistas de elucidar que o governo americano talvez não estivesse interessado em destruir as armas químicas

(razão oficial dos ataques), mas sim sinalizar a possibilidade de litígio pelos portos sírios. Se o primeiro “mal entendido” é fácil de resolver, o segundo é bem mais complexo. Não é possível negar, de qualquer perspectiva, que Bashar al Assad, no poder desde 2000, tenha usado armas químicas contra a população comum e os insurgentes na Síria – ou Al Sham – durante o seu longo governo. As imagens de homens, mulheres e crianças sucumbindo ao gás Sarim correram o mundo todo no início de 2017. Contudo, é importante nos questionarmos sobre como a narrativa pacificadora e anti armas de destruição em massa tem permeado as ações de “política” externa dos Estados Unidos. Em 1998 após ter duas embaixadas, na Tanzania e no Quênia, atacadas pela Al Qaeda (Não pela Al Jazeera) o governo de Bil Clinton bombardeou a fábrica de Al Shifa no Sudão. A alegação de que se tratava de uma fábrica de armas químicas caiu por terra quando descobriuse que o prédio produzia remédios contra HIV e malária. Em 2003 a gestão George Bush resolveu invadir o Iraque em busca de armas

DE AL JAZEERA À AL QAEDA, DE AL SHIFA À AL SHAM

Gilvan Gomes mestrando (udesc)

químicas, ainda que não houvesse nenhuma evidência da existência dos dispositivos, o que acabou se confirmando em 2006. Se os defensores de Trump comprarem esse argumento ainda terão que responder outras questões incomodas. Por exemplo, considerando que a guerra na Síria se estende desde a Primavera Árabe de 2011, porquê intervir apenas quando são utilizadas armas químicas? Ademais, é possível que uma bomba ataque somente o prédio? As imagens de Al Shifa nos dizem o contrário e, nesse caso, é a melhor forma de ajudar uma população devastada lançar mais bombas? Na possibilidade de não haver nenhuma morte, ou “efeito colateral”, durante os ataques essas armas químicas deixaram de ser utilizadas? A tragédia Síria, ao que parece, já produziu tantas imagens de dor e violência que alguns de nós esquecem os efeitos das ações, até as mais óbvias. Já não é tão presente a imagem de Aylam Kurdi, afogado numa praia europeia, já não faz parte das manchetes diárias o fluxo de imigrantes correndo em direção as praias da Europa, ninguém

foi decapitado essa semana. Infelizmente, o esquecimento não é característica da Síria, quem de nós lembra, por exemplo, que no ano em que Al Shifa foi destruída o Sudão passava por uma guerra civil e uma epidemia de HIV e malária? Quem lembra de Kong Nyong, desnutrido e sendo espreitado por um abutre? Não penso que sejamos individualmente maus por isso, mas cabe refletir até onde a nossa sensibilidade com a dor dos outros pode ir, e para os apoiadores de Trump se ela existe. A “gafe” da direita brasileira é um sintoma de um problema extenso, que começa com o preconceito e culmina na negação do direito vida. Nessa matriz de pensamento é possível matar civis para que algum ditador desconhecido deixe de matar civis, nessa perspectiva o cidadão de bem é capaz de matar. De Al Jazeera à Al Qaeda matamos as almas, de Al Shifa à Al Sham matamos os corpos.

+fortes somos

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DESTAQUE jantar entre advogados de Guarapuava No mês de abril a advocacia de Guarapuava reuniu-se com objetivo de discutir o futuro da entidade de classe, pensando nas eleições que acontecem em novembro. O encontro reuniu mais de 80 pessoas profissionais que debateram temas atualmente críticos no exercício da advocacia e indicaram nomes para a composição democrática de uma chapa renovadora.

integração FOTOS: PAULO PEIXER


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