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Entrevista com o trovador, poeta e cantor Pedro Munhoz

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GUARAPUAVA | PARANÁ 10/01/2018 a 29/01/2018 EDIÇÃO 127 | ANO V

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Arte & Resistência

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ED. 127 | ANO V - DE 09/01/2018 A 29/01/2018

CARTA AO LEITOR

Cláudio andrade Doutor em História e Sociedade e professor de Filosofia (Unicentro)

Possibilidades existem (um desenho sobre o novo ano).

2018 está aí confirmando a mesma retórica de 2017, ou seja, estamos em crise, mas saindo dela. Apesar dos políticos, a grande mídia e o mercado insistem em nos apresentar perspectivas razoáveis na economia. Fala-se em crescimento de renda, inflação controlada, mais vagas de trabalho e juros menores, apesar da incerteza política e dos inúmeros retrocessos na agenda do trabalhador brasileiro. Os ventos internacionais, no quesito economia, parecem ser benéficos para nosso país. O problema é mais doméstico do que qualquer outra coisa. O governo atual, impotente diante de seu descrédito e com uma impopularidade jamais vista, não consegue avançar um milímetro sem negociar um metro. A principal fragilidade, nossas contas públicas, ainda mostram rombo gigantesco, próximo de 9% do PIB. Há ainda muitos riscos, sendo o pior deles, a entrega de grande parte da receita do país em isenção fiscal

SEDE E REDAÇÃO Rua Senador Pinheiro Machado, 1794, Sala 01 - Centro. Guarapuava PR

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Diretora Comercial Lourdes Dangui Pinheiro Jornalista Responsável, redação e Edição Geral Ana Júlia Tiellet MTb. 12758 DRT/RS

e perdão de dívidas para os mais poderosos. Leiloa-se o país, abre-se mão de receitas vitais, estabelecese o programa de parcelamento de dívidas tributárias como prioridade, o perdão de dívidas de igrejas e de instituições de ensino vocacional como meta. A renúncia fiscal é o nosso câncer. Os beneficiados com a redução de impostos não estão sujeitos à prestação de contas, não há acompanhamento regular sobre a eficácia das medidas nem prazos para seu encerramento. Eis um Estado incompetente que exige da população sacrifícios. Além da mudança previdenciária, necessária pela má gestão de seguidos governos, ainda precisam passar pelo Legislativo todas as providências propostas pelo governo para cumprir a meta orçamentária. Se Executivo e Congresso não reconquistarem a confiança, o que SEMANÁRIO INTEGRAÇÃO LTDA ME CNPJ: 22.997.926/0001-36 Rua Senador Pinheiro Machado, 1794, Sala 01 - Centro. Guarapuava PR (42) 3035-1234 e (42) 99111-9195 redacao@integracaoonline.com.br comercial@integracaoonline.com.br

está longe de improvável, o mercado financeiro e o setor produtivo ficarão mais vulneráveis aos sobressaltos políticos. Será fundamental, ademais, que a campanha presidencial abrigue um debate mais honesto dos caminhos possíveis para o país. Se, diante desse quadro de degradação, os brasileiros optarem por fazer vista grossa, mesmo que sob alegações de desânimo, descrença ou cansaço, os prejuízos ficarão ainda mais consideráveis. O pior que pode acontecer, de fato, diante de uma situação que parece se generalizar no país, é a sociedade se mostrar anestesiada, optando por ignorar transgressões de todo tipo. A educação constitui-se em peçachave de uma inadiável mudança cultural. É pelo discernimento, e não pela imposição, que o país poderá assegurar uma profunda mudança cultural, na qual regras de convivência, incluindo respeito ao próximo e ao que é do próximo, sejam vistas como valores inegociáveis.

Colunistas Claudio Andrade, João Nieckars, Lourdes Leal, Ricardo Pedrosa Alves, Victor Andrade, Valdir Michels, Hélvio Mariano e Manuel Moreira da Silva.

diagramação Victor Teo

Impressão GRAFINORTE 03.758.336/0001-06 Tiragem | 4 mil exemplares


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POLÍTICA

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ZEBRA? É possível prever, um ano antes da eleição, o resultado das urnas? Tome-se um caso concreto e atual: Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PSC) lideram até o momento a corrida presidencial do ano que vem. Em pesquisa Datafolha divulgada no início de dezembro de 2017, o expresidente aparece em primeiro lugar, com 34% a 37% das intenções de voto, a depender da simulação; o deputado federal vem em segundo, com 17% a 22%. Mas qual é a probabilidade de os dois candidatos serem os mais votados em outubro de 2018? Levando em conta as derradeiras pesquisas divulgadas pelo Datafolha nos anos anteriores às seis últimas eleições para a Presidência da República, de 1994 a 2014, o nome mais bem colocado quase um ano antes do pleito confirmou favoritismo nas urnas em quatro pleitos.

Alckmin, por sua vez, defendeu o protagonismo do PSDB no processo eleitoral. BOATO FORTE Duas das principais lideranças do PSDB no Paraná, o secretáriochefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, e o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, afirmaram que o governador Beto Richa está propenso a terminar o mandato. Com isso, Richa abriria mão de se licenciar do Palácio Iguaçu para disputar uma das cadeiras do estado ao Senado. Segundo os tucanos, a intenção do governador é surfar no “bom momento” pelo qual o Paraná passa e “tocar obras” que ele considera importantes.

ALCKMIN ESTÁ MUITO VIVO! Pré-candidato do PSDB à Presidência, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse estar de acordo com o expresidente Fernando Henrique Cardoso: o Brasil precisa, em 2018, de uma candidatura que unifique o país. Em um ponto, porém, os dois pareceram discordar. Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, FHC indicou que o PSDB poderá apoiar outra candidatura que não a tucana, caso outro nome demonstre mais capacidade de articular as forças de Centro.

BOATO FORTE II Os tucanos desmentiram as declarações do ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), que, em evento oficial realizado em Curitiba, deu como certa uma aliança de seu grupo político com Richa. No cenário descrito pelo ministro, Richa se lançaria candidato ao

Senado e apoiaria a candidatura da atual vice-governadora Cida Borghetti (PP) – esposa de Barros – ao governo do Paraná. RICHA E O PESADELO Por unanimidade, desembargadores decidiram que recursos de três fundos – incluindo o penitenciário – não podem ser destinados ao caixa geral do estado. Um trecho de uma legislação aprovada entre o final de 2014 e o início de 2015 pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), e que permitiu à gestão Beto Richa (PSDB) “abocanhar” o dinheiro dos fundos estaduais para engordar o caixa geral, foi declarado inconstitucional por unanimidade pelos desembargadores do Órgão Especial do Tribunal de Justiça (TJ), a pedido do Ministério Público (MP).

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Prêmio Paraná 2017 anuncia vencedores Setenta (Henrique Schneider), Tempo de dentro (Sônia Barros) e A bandeira de Cuba (Marcelo Degrazia) foram escolhidos entre as mais de 2 mil obras inscritas

A Biblioteca Pública do Paraná (BPP) divulgou os títulos dos livros vencedores do Prêmio Paraná de Literatura 2017. Em sua quarta edição, o concurso da Secretaria da Cultura do Estado selecionou obras inéditas, de autores de todo o país, em três categorias que homenageiam figuras importantes da literatura paranaense. O júri apontou Setenta, de Henrique Schneider (RS), como o melhor romance (prêmio Manoel Carlos Karam). A bandeira de Cuba, de Marcelo Degrazia (RS), venceu a categoria contos (prêmio Newton Sampaio). E Tempo de dentro, de Sônia Barros (SP), foi o destaque entre as obras de poesia (prêmio Helena Kolody). Cada autor recebeu R$ 30 mil e terá sua obra publicada pela Biblioteca Pública, com tiragem de mil exemplares. A entrega oficial dos prêmios e o lançamento dos livros acontecem no primeiro semestre de 2018, em um evento

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na BPP. Neste ano, a comissão julgadora, formada por nove membros, avaliou 2.180 trabalhos inscritos gratuitamente O escritor gaúcho Henrique Schneider conquistou o prêmio de melhor romance com “Setenta”. pela internet entre junho e agosto. Heloisa Jahn, Livia Deorsola e concursos literários mais democráticos Luís Bueno foram os jurados da cate- e acessíveis do Brasil, o Prêmio Paraná goria romance. Marcelino Freire, Ma- agora se firma como um dos maiores ria Amélia Mello e Aurora Bernardini também”, afirma. Para ele, o concurso escolheram o melhor livro de contos. da BPP estreita o diálogo cultural do Italo Moriconi, Marcelo Sandmann e Paraná com os outros estados do país Sérgio Alcides analisaram as obras de e fortalece a literatura brasileira como poesia. A comissão foi presidida por um todo. “Na contramão da crise, a Rogério Pereira, diretor da Biblioteca. Biblioteca Pública investe no estímulo à Pereira destaca o expressivo produção e, consequentemente, coloca número de concorrentes nesta o Paraná como um dos protagonistas primeira edição com inscrições online. deste excelente momento literário do “Depois de se consolidar como um dos Brasil”, diz.

Thais Lehmann

CULTURA


SAÚDE Nas práticas de saúde voltadas à mulher é possível identificar violências praticadas de modo mascarado, às vezes ignorado, dados os aspectos culturais que muitas vezes impedem a mulher de denunciar a situação vivida. O contexto domiciliar perfaz o cotidiano de mulheres e homens e tem significativa influência em suas vidas sendo, provavelmente, o contexto mais silenciado, no qual a violência se faz mais presente de modo mais naturalizado e sutil. O vínculo familiar e afetivo atribui a essa modalidade de violência uma especificidade, sendo este um fator que dificulta o processo de identificação e de enfrentamento da violência pelas mulheres. A violência doméstica não é marcada apenas pela violência física, mas também pela violência psicológica, sexual, patrimonial, moral dentre outras. As estatísticas apontam a violência doméstica como uma questão universal e um tipo de violência prevalente, praticada por parceiros ou pessoas muito próximas das mulheres. Na atualidade, a violência

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doméstica ganha visibilidade e é mostrada em dados numéricos, graças às conquistas obtidas nas duas últimas décadas voltadas para o enfrentamento do problema. Dessa forma, a violência doméstica é considerada uma manifestação complexa, ocasiona uma baixa qualidade de vida e vem somada de marcas visíveis ou não, além de afetar a saúde tanto individual como coletiva, uma vez que o agressor, a vítima e pessoas próximas que vivem esse drama têm a saúde comprometida. Os profissionais da saúde devem ser sensíveis para identificar a agressão sofrida pela vítima pois, geralmente, a mesma tem vergonha e não relata o que ocorreu, cabendo ao profissional da saúde um olhar clínico. Para uma recuperação da saúde e consequente melhoria na qualidade de

A Violência doméstica e sua repercussão na saúde das mulheres Lourdes de Figueiredo Leal Farmacêutica Bioquímica

vida é necessário que os profissionais da área de saúde realizem suas funções conforme o protocolo. Para esse atendimento, é necessário uma educação continuada em relação ao reconhecimento dos sinais da agressão. Entretanto, há uma preocupação em torno desta problemática já que os profissionais que atuam na área da saúde se mostram, às vezes, desinformados, com atitudes de indiferença e temor no que diz respeito à violência e suas consequências, não tomando atitudes para ajudar a vítima. É de extrema importância que os profissionais de saúde tenham uma capacitação para saber como lidar com as vítimas de violência e, dessa forma, estabelecer o equilíbrio e o bem estar físico,, psíquico e social, em busca da recuperação da saúde. Se a violência não se extingue, suas repercussões sobre o adoecimento do corpo ou sofrimento mental ressurgem e voltam a exigir dos serviços

novas intervenções. É, portanto, fator de risco para o surgimento de doenças físicas e mentais, podendo levar a pessoa agredida à invalidez parcial ou total, ou, em muitos casos, até à morte. A violência conjugal e o estupro têm sido associados a maiores índices de suicídio, abuso de álcool, queixas vagas, cefaléia, distúrbios gastrointestinais e sofrimento psíquico. Em relação à saúde reprodutiva, a violência contra a mulher tem sido associada às dores pélvicas crônicas, às doenças sexualmente transmissíveis, como a síndrome da imunodeficiência humana adquirida (AIDS), além de doenças pélvicas inflamatórias e gravidez indesejada. Por tudo isso, ajudar a prevenir a violência contra a mulher e suas complicações é hoje prioridade em saúde pública.

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CAPA

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uma mensagem através do canto, dos poemas e de tudo aquilo que a gente pensa”, disse o artista. Confira, na entrevista exclusiva conc e dida a o Integração, u m pouco mais da trajetória, das opiniões e análises desse trovador que nos ajuda a acreditar e querer lutar por dias melhores. Porque você optou por uma carreira artística longe dos holofotes e da grande mídia? Eu vim de uma família de trabalho, uma família operária - mi-

nha mãe costureira, meu pai durante muito tempo trabalhando na construção civil - mas sempre convivi muito no meio dos discos, dos livros e também com uma consciência política, através do m e u p a i , muito acentuada, sabendo qual é o nosso papel na sociedade e qual o nosso papel no mundo. Eu penso que esses elementos não poderiam dar o resultado que não fosse esse trabalho que eu desenvolvo ao longo da minha vida. A minha primeira composição foi em 1976, ou seja, sou de uma geração amordaçada, aquela geração que conviveu em sua infância, pré-adolescência, adolescência e juventude no período Ditadura Civil-Militar. Não foi fácil. Imagina que eu vivi e convivi todo esse

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um trovador brasileiro

Em tempos de ascensão do conservadorismo, em que ideias fascistas e reacionárias saem das sombras para proibir a livre expressão, censurar a arte e policiar a cultura, é preciso resistir. E nada melhor do que a própria arte para nos lembrar o quão humanos, fortes e livres somos e temos o direito de ser. Pedro Munhoz - trovador, músico, poeta, compositor de centenas de canções, algumas conhecidas do grande público é um resistente. Gaúcho nascido na cidade de Barra do Ribeiro, em 1961, o artista optou por ser um caminhante, contando e ajudando a escrever a História do seu tempo. Em mais de 40 anos de estrada, já levou sua poesia a mais de 25 países, na América e Europa, sempre reafirmando suas convicções humanistas e socialistas. No final de dezembro passado, o artista apresentouse no Jantar Camponês atividade realizada periodicamente pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), em Pinhão. Sua presença foi também solidária, para ajudar na arrecadação de fundos para custeio de uma das mais recentes ações do movimento social - a greve de fome que durou dez dias, no mês de dezembro, em protesto à Reforma da Previdência. Além da questão pontual, estar em Pinhão foi também uma “oportunidade de estar com as pessoas, de conversar e poder uma vez mais levar

Pedro Munhoz,

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período com a barbárie que é uma ditadura de Direita, num país chamado Brasil. E, desde o início, eu tinha certeza do que eu queria. Estar longe dos holofotes e da grande mídia foi uma opção porque eu tinha claro e exato o que eu não queria. Eu queria um canto comprometido, eu queria compor canção em que as pessoas me escutassem e que eu pudesse contribuir na vida de cada um e de cada uma. Evidentemente que nessa sociedade, nesse mercado musical que o capitalismo propõe (eu sabia desde o início) não existiria lugar para mim. E que bom! Em algum momento me foi oferecido e eu não quis exatamente porque eu sempre acreditei no comprometimento da arte. Sempre acreditei que a arte, em todas as suas linguagens, é uma ferramenta de construção e transformação dessa sociedade.

A sua arte, em especial as canções, é inspirada em quê? Ela é inspirada no cotidiano, nas pessoas, nos seres humanos, nas histórias, nas experiências que não são contadas e que a gente vive e que e que outras pessoas nos contam. O trovador, que eu me considero, vem da Idade Média. São os contadores, a palavra cantada aonde nasce a canção. Nós somos narradores de um tempo histórico, não somos donos de nada. Tudo aquilo que nós vivemos e que nos é contado, sintetizamos em quatro ou cinco minutos de


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Divulgação/MPA

Atualmente, como está a sua carreira? Agenda de shows, produção, lançamentos de músicas ou álbum? Na verdade, essa é uma batalha muito grande. Tenho uma pessoa que trabalha comigo que faz toda essa parte de agendamentos, tenho que ter alguém na retaguarda fazendo esse trabalho. Atualmente, eu não tenho nenhum projeto de DVD ou de CD. Já até tivemos, nos últimos dois anos, uma tentativa de fazer alguma coisa nesse sentido de uma nova produção. Mas, como a gente está enfrentando essa crise terrível, não temos tido essa condição. Mas tenho uma agenda que, felizmente, trabalho de janeiro a dezembro, em torno de 60 apresentações por ano. Para mim e para quem trabalha exatamente na contramão de todo esse processo, isso é sempre um grande desafio. Esse ano (2017), eu percorri todo o Brasil praticamente e ainda estive no Uruguai, na Bolívia e em Cuba. Agora, a gente está tentando ver a possibilidade pelo menos de lançamento de uma nova gravação. Eu tenho trabalhado com uma discografia completa que é um DVD onde é possível encontrar toda a minha obra. Um DVD arquivo que a gente comercializa em nossas apresentações. Por ano, vendemos cerca de mil

unidades desse trabalho, de mão em mão. É um trabalho de resistência, tenho muito orgulho do que eu faço porque é um trabalho verdadeiro, honesto, sério e olho no olho – simples. Não é pretensioso, mas tem a pretensão de colaborar com a transformação dessa sociedade.

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outra situação, visa somente o mercado, a venda… Por um lado houve um avanço muito grande, tecnológico, de acesso a informações; por outro lado; há uma bobalização (sic) da arte, como costumo dizer. Então, é uma sociedade das contradições, cada vez mais imbutida, escrava dos

tenho muito orgulho do que eu faço porque é um trabalho verdadeiro, honesto, sério e olho no olho"

Você tem uma trajetória artística de mais de quatro décadas e percorreu diferentes locais. No aspecto social e artístico, nota alguma mudança fundamental desde o período em que começou até os dias atuais? Sim, em todos os sentidos. Primeiro uma revolução tecnológica. Hoje em dia tu gravas um CD ou mesmo pega teu trabalho, coloca no YouTube e em pouquíssimo tempo as pessoas já sabem de ti. O que eu vejo é que, na medida em que houve uma evolução tecnológica, também houve uma involução. Quando eu comecei, o trabalho que a gente fazia, além de ser de resistência, era tido como um trabalho sério porque existia um “inimigo”. A ditadura nos delimitou dois campos: ou você estava daquele lado, ou, deste lado. Hoje não, o inimigo está diluído, está do teu lado e você não sabe. Quem te escuta recebe um bombardeio de informações contraditórias. Te confundem: às vezes você jura que é um belo trabalho e vai ver aquilo ali é comprometido com Divulgação/MPA

canção e devolvemos a quem de direito: ao povo, às pessoas. Somos contadores de um tempo, de um processo histórico do qual nós fazemos parte. É aí que surge a minha inspiração. As minhas canções vêm sempre contando histórias reais, de pessoas que respiram, vivem, sorriem, choram… A Arte tem esse compromisso fundamental de transmitir a vida e é por aí que eu estou inserido.

seu próprio mercado, das suas escolhas. É bom porque vende ou vende porque é bom? Penso que essa é a pergunta que devemos fazer. Você acredita em “música de protesto”? Qual o papel da arte e dos artistas na atual conjuntura social, política e econômica do Brasil e da América Latina? Eu não acredito na canção de protesto, acredito numa arte comprometida com os seres humanos. Acredito numa canção que construa e que possa contribuir na construção de uma nova sociedade. E essa essa canção sim - que quem esteja a manuseando, quem esteja escrevendo-a tenha as informações, elementos para saber o que canta e para saber o que diz. Vejo, na América Latina, cantador é cantador os trovadores compositores muito comprometidos extremamente comprometidos. Aliás, a América Latina tem uma tradição desse canto social: Víctor Jara, Violeta Parra, Icili Mani, no Chile; Mercedes Sosa, Atahualpa Yupanqui, Jorge Cafrune, na Argentina;

integração Los Olimareños, Hector Moraes, Daniel Viglietti, no Uruguai; Ali Primera, na Venezuela; Ricardo Flecha, no Paraguai; e tantos outros nomes importantíssimos dessa canção social. No Brasil, temos uma canção social extremamente frágil porque a arte sempre esteve na mão da classe média. São os filhos dessa classe média que optaram, muitas vezes, em ficarem de costas, nas universidades. São eles que tiveram tempo de estudar, tempo para as artes. Não são os filhos da classe trabalhadora que produziram e produzem arte até hoje. Então, a nossa canção social no Brasil é débil. Quando tu fala me canção social, fala de quem? Fala de alguns… Chico Buarque que não vem da classe trabalhadora, vem de uma família abastada do Rio de Janeiro, que tem todo o meu respeito e é um cara comprometido mas é dentro disso que eu digo: são os filhos da classe média que vêm militar e que tem esse olhar sensível à classe trabalhadora. Mas a música brasileira não tem um comprometimento político social, nunca teve. Agora, em alguns momentos, alguns artistas aparecem aí, estão surgindo. Alguns contemporâneos como é o caso Chico César, Zeca Baleiro, talvez, e alguns outros nomes que a gente poderia citar. Mas a MPB sempre foi essa visão classe média - Zona Sul - Rio de Janeiro. E o que a nossa juventude produz, meninos e meninas e vinte e poucos anos? Pequenas canções, de pequenos sonhos pequeno-burgueses, contando suas histórias e suas frustrações pessoais como se vivessem numa ilha, como se não vivessem em sociedade. A música brasileira sempre foi isso e a Arte nunca esteve desconectada da política.

Divulgação/MPA

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Apresentação de Pedro Munhoz em Pinhão aconteceu durante o Jantar Camponês, realizado pelo MPA

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EDUCAÇÃO

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Período para que interessados realizem suas inscrições vai até o dia 19 de janeiro

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede estadual está com matrículas abertas até o dia 19 deste mês. Interessados devem procurar um Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) ou escola estadual que oferte a modalidade. Para ingressar na EJA no Ensino Fundamental é necessário ter no mínimo 15 anos completos, e, para a EJA no Ensino Médio, a idade mínima é de 18 anos completos. É necessário levar original e fotocópia de documento de identificação. É possível se matricular em até quatro disciplinas de cada vez. O Ensino Fundamental pode ser concluído em, no mínimo, dois anos e o Ensino Médio em, no mínimo, um ano e meio. A matrícula e as aulas são gratuitas.

APROVEITAMENTO Para concluir seus estudos, o aluno pode aproveitar os resultados do ensino regular que tenha cursado previamente, apresentando histórico escolar, bem como os Exames da EJA Online da Secretaria da Educação do Paraná, ou exames nacionais como o Encceja ou o Enem de anos anteriores a 2017. IDADE CERTA A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino voltada a toda pessoa que não pôde concluir seus estudos na idade certa, por qualquer motivo, e agora deseja voltar à sala de aula e obter sua certificação. A metodologia e os materiais didáticos são voltados para melhor atender a esse público. As aulas deste ano começam no dia 19 de fevereiro, na semana seguinte ao carnaval.

AEN/Governo PR

Matrículas para Educação de Jovens e Adultos estão abertas

Matrículas devem ser realizadas em Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos ou escola estadual que oferte a modalidade de ensino

Ensino Fundamental Arte, Educação Física, Ciências Naturais, Geografia, História, Língua Estrangeira Moderna – Inglês, Língua Portuguesa e Matemática. Ensino Médio Arte, Biologia, Educação Física, Física, Filosofia, Geografia, História, Língua Estrangeira Moderna – Inglês, Língua Portuguesa, Matemática, Química e Sociologia.

Oficinas ecopedagógicas da Unicentro em colégios estaduais são finalizadas Central de Notícias Unicentro

Cuidar da água que, algumas vezes, passa até por debaixo dos nossos pés. Esse é o objetivo do projeto Crise Hídrica: oficinas ecopedagógicas. A finalização da atividade extensionista, financiada pelo Fundo Municipal do Meio Ambiente, reuniu os alunos das três escolas estaduais participantes: Manuel Ribas, Antônio Tupy Pinheiro e Padre Honorino. A estudante aluna Ana Heloísa Saldanha, do segundo ano do Ensino Médio, conta que foi com as oficinas que ela entendeu a importância do rio que fica bem pertinho do colégio onde estuda. “Fez com que eu pensasse de modo consciente, a ponto de eu não querer desperdiçar água. Ver o quanto é importante ter um rio, ter a mata ciliar, por conta das raízes que faz com que a chuva vá para os lençóis freáticos. E isso foi muito interessante”. Conscientização que levou os alunos a saírem da escola e

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compartilharem as informações também para a comunidade do bairro. Isso foi o que mais incentivou que Beatriz Matakas, acadêmica de Ciências Biológicas, permanecesse no projeto. “Os estudantes tiveram uma voz ativa muito grande. Então, a gente jogava a ideia e, a partir disso, ia trabalhando conforme o que eles queriam. Desde o começo até o final, dá para ver muitas mudanças nas cabeças deles. Eles sabem, agora, que dá para fazer várias coisas, aprender várias coisas sem estar sentado, copiando de um quadro”, afirma. Para a professora Janaína Jaskiu, do Colégio Antonio Tupy Pinheiro, a escola e os modos de se ensinar passaram por transformações ao longo desse ano, por conta das ações do projeto, que são interdisciplinares. “Problematizando questões próximas dos alunos, o ganho em termos de aprendizado é muito significativo.

Então, eram disciplinas que podiam puxar os elementos debatidos nas oficinas para várias áreas do conhecimento. Foi muito produtivo”, acredita. E como foi produtivo. Os estudantes, orientados pelos participantes do projeto de extensão – alunos e professores dos Departamentos de Ciências Biológicas e Geografia da Unicentro – fizeram fanzines, folderes, telejornais e jornais-murais. Material educomunicativo que foi conferido de perto pelo Secretário Municipal de Meio Ambiente de Guarapuava, Celso Araújo. Para ele, a conclusão das atividades não significa o fim do projeto, já que os resultados são duradouros. “Os alunos foram para a prática, foram pesquisar, foram entrevistar a comunidade.

Então, tudo isso fica para as gerações futuras. Eles são multiplicadores e o resultado vai continuar acontecendo com todo esse material”. Para a produção dos materiais, os estudantes foram a campo: pesquisaram, entrevistaram moradores das localidades onde ficam as escolas e examinaram os córregos. Para uma das coordenadoras do projeto, a professora Ana Lúcia Suriani, o maior valor das ações está no contato com a comunidade. “A gente valoriza muito esse ato de estar com a comunidade e aprender com a comunidade. Nós percebemos, para os nossos acadêmicos, como se envolver com um projeto de extensão faz a diferença. Eles puderam praticar essas ações, puderam vivenciar e, também, auxiliar na sensibilização dessa comunidade”.


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POLÍTICA, OPINIÃO & ANÁLISE Recorda-se que o ex-presidente Lula disse que não existia crise e o Brasil vivia apenas uma marolinha? Isso foi em 2008. Passados 10 anos dessa inesquecível frase presidencial, o país ainda está se afogando na onda da crise a da corrupção que, mês a mês, parecem piores. Na década da corrupção que acabamos de viver, a certeza é de que a cultura política brasileira se decompôs e não vamos conseguir superar a crise sem que ela seja trocada. O início de 2018 carrega a esperança de que podemos realmente transformar o país, o sistema… Por outro lado, trabalha na direção aposta: dificulta qualquer mudança e tenta, a todo custo, manter a atual classe político-dominante onde está – no poder. É fácil observarmos a atuação do sistema, basta dizer que se tornou corriqueiro vermos um juiz determinar a prisão de um figurão que esteja envolvido em algum escândalo político e, alguns dias depois, com uma assustadora velocidade, um ministro o solta. O uso do poder na sua mais aprimorada simbiose com a má fé, funcionando perfeitamente.

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Um ano novo ou um novo ano A lógica do sistema é manter quem já está no poder, manter o presidente ilegítimo, manter os ministros, deputados e senadores pegos com dinheiro nas calças e apartamentos, manter os governadores beneficiados com dinheiro sujo, manter os prefeitos envolvidos em desvios de verbas da Assembleia e com bens pessoais penhorados, manter os mesmos ineficientes vereadores que estão sentados há anos em suas cômodas poltronas nada fazendo. Nesse panorama desgraçado, é impossível ver em 2018 um novo ano, mas apenas mais um ano novo. No turbilhão da corrupção em que nos encontramos hoje é, de fato, difícil ter boa perspectiva sobre o futuro de nosso país. Mas quem costuma dizer que o Brasil não tem jeito ignora a história e que os outros

João Nieckars Advogado, economista e professor de direito empresarial)

países, que passaram por períodos tão ruins quanto o que vivemos aqui, se transformam. Inglaterra e Holanda já foram nações de piratas, os suecos, hoje tão altivos, eram vikings, trombadinhas da época [...]. A mesma cura que o tempo trouxe a esses países, talvez, possa transformar a nossa sociedade. Mas não existe melhora sem empenho. Se quisermos que Brasil se endireite, precisamos de instituições mais fortes e aperfeiçoadas, mas também de cidadãos com essas mesmas características. É incomodo o discurso, já meio padrão, de que o sistema atual impede a renovação politica, porque, a bem da verdade, quem os impede somos nós mesmos. As revelações da extensão da corrupção em nossa política não deixam dúvidas: os que aí estão não podem permanecer, precisam ser expurgados da política. Entender que a mudança é difícil e lenta é racional, mas votar em corrupto é cooperar

para que ela não ocorra. Neste ano, além de continuar enfrentando a crise politica atual, teremos a chance de frear a corrupção escolhendo parlamentares e governantes dignos de confiança, cujo caráter e compromisso com o bem sejam evidências de suas de suas condutas. Somente tendo discernimento cívico é que teremos efetivamente um novo ano e não meramente contenta um ano novo. Uma política honesta, menos odiosa e mais disposta a discutir ideias, é isso que desejo para o Brasil em 2018!


ECONOMIA

Cartão de crédito sem anuidade, como conseguir? Veja opções de cartões que não cobram a taxa anual Serasa Ensina

O cartão de crédito é uma das principais formas de pagamento que existem hoje. No Brasil, os consumidores gastaram mais de R$ 354 bilhões no cartão só no primeiro semestre deste ano. Mas, muitos desses cartões têm taxas de anuidade que dificultam o consumo. E como conseguir cartão de crédito sem anuidade? Atualmente, há diversas empresas digitais que oferecem cartões de crédito sem anuidade e pela internet. Outra opção são os cartões com períodos de isenção de anuidade. Antes de solicitar o seu cartão de crédito, vale a pena verificar a situação do CPF e a a pontuação no Serasa Score. Assim, é possível ter uma noção da avaliação que o mercado fará do seu perfil.

OPÇÕES DE CARTÕES SEM ANUIDADE NuBank É o mais conhecido dos cartões digitais sem anuidade. Ele usa a bandeira MasterCard, e o gerenciamento dos gastos é feito por um aplicativo. O consumidor vê todas as compras e acompanha o limite disponível para os gastos. É possível até antecipar o pagamento das faturas, para liberar a margem do limite. Neon Apesar de ser um banco digital, o Neon também oferece cartão sem anuidade. Mas ele não é de crédito e sim de débito. Para usar, você precisa ter conta no banco Neon, e o pagamento das compras é debitado da conta na hora. Digio Assim como o NuBank, o Digio oferece cartão de crédito sem anuidade e com gerenciamento dos gastos direto no aplicativo. Ele também não cobra taxa de emissão do cartão, nem de manutenção. Se você quiser um cartão desses, também não vai precisar comprovar renda. Basta ter mais de 18 anos e não ter restrição no seu nome. Intermedium Similar ao Neon, o Intermedium também é um banco digital que oferece um cartão sem anuidade. O diferencial é que o cartão é de crédito. As faturas são entregues por e-mail para o cliente. O pagamento pode ser feito no aplicativo ou em qualquer agência lotérica ou bancária. ISENÇÃO TEMPORÁRIA Original Oferece o primeiro ano grátis. Trigg Não cobra anuidade nos três primeiros meses e possui um sistema de devolução de parte do seu gasto. Ou seja: um percentual do seu pagamento em uma fatura se transforma em desconto na conta seguinte.

Paraná tem o maior percentual de endividados do Brasil em 2017 Índice de endividamento e consumo das famílias estão acima da média nacional Assessoria de Imprensa Fecomércio PR

O endividamento no estado alcançou 90,6% em dezembro, maior índice dos últimos quatro anos. Entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, chegou a 94% no último mês do ano. Já nas famílias de menor renda, a taxa de endividados ficou em 89,9%. Apesar de ser o estado com mais endividados, os consumidores paranaenses não são maus pagadores. Tendo 27,3% de endividados com contas em

atraso, o Paraná se caracteriza por um alto endividamento, mas um percentual de atraso relativamente baixo. Quanto à falta de condições pagamento das dívidas, a média de 2017 foi de 10,4%. De acordo com o Departamento de Pesquisas da Fecomércio PR, cabe destacar que o endividamento não deve ser considerado, a princípio, como um fato negativo. A existência de dívidas indica capacidade de

compra e a possibilidade de parcelamento, que só é aceito enquanto o consumidor está adimplente e paga suas contas em dia. TIPOS DE DÍVIDAS Os principais motivos de endividamento dos paranaenses em 2017 foram o cartão de crédito, que correspondia a 70,4% nas contas em aberto; o financiamento de veículo e o financiamento

imobiliário, com 9,7% cada, respectivamente. A maioria dos consumidores (45%) considerava ter um nível moderado de dívidas, mas outra parcela considerável, 27,5%, reconhecia estar muito endividada. O tempo de comprometimento com dívidas ficou bastante distinto: enquanto 44,8% dos endividados estavam com o orçamento comprometido por apenas três meses, 44,1% comprometeram sua renda por mais de um ano. A média de endividamento foi maior entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, cuja média anual ficou em 90,8%, ante 87,3% entre as famílias com renda inferior.

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CULTURA

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O III ATO DE OLHAR

2h44 da madrugada e um carro cruza em frente ao prédio com Sweet child o’mine no último volume. Sim, está fora de qualquer padrão de áudio mas, para os adolescentes a bordo, a noite ainda é uma criança - um clichê das antigas mas bonitinho e aplicável à ocasião. Não consigo dormir e resolvo escrever. Impressões do mundo, recordações de diversos tempos e histórias de jornalista. De repórter, de editor, de correspondente. Não sei se elas serão boas para o seu gosto mas ao

averso verso

menos podem ser curiosas. Ou você conhece alguém que ganhou dinheiro coletando e vendendo ossos bovinos que nem os cachorros queriam mais? Até hoje, só me disseram que Caco Barcellos fez o mesmo. Hora dessas confirmo isso com ele. Agora o som do carro já se foi, estando a importunar em outras paragens da cidade. Não sei bem o que escreverei hoje e nos textos seguintes e, por ora, isso não importa. Há de fluir a esmo, sem timeline, sem grandes

preocupações estilísticas mas zelando por contar o que de fato aconteceu. Nada de invenções. Falarei do meu pai, que em uma madrugada partiu para o Céu, enquanto eu estava de plantão na Redação. Dos personagens que entrevistei - das 12 horas de plantão para conseguir falar com Lula à experiência de cobrir uma viagem presidencial do FHC portando uma Sony Mavica enquanto Ana Paula Padrão só ficava vendo a equipe dela trabalhar e ela levar a fama. Da vez que atravessei Porto Alegre a pé. Ou quando, no Réveillon de Balneário Camboriú, não era possível conseguir um táxi, tendo também de caminhar muito até o hotel. Muito mesmo. Do Céu de Paris no Verão, tornado ainda mais bonito pelos aviões que

MF

riscavam trajetórias, começando ali um hobby de, mundo afora, sempre olhar para o alto máquina fotográfica em mãos. Quase 3h e nada de sono aparecer. Logo volto a este teclado, para rememorações, registros de toda sorte e muitas expiações, coisas que vi ou vivi e com poucos comentei ou mesmo nunca compartilhei. Sobretudo os pensamentos e impressões que acumulei e guardei. Espero que você goste. Se não for assim, olhe pela janela da sua sala e veja se aquele carro não está cerca da sua rua, where everything was a fresh as the bright blue sky.

______ Helvio Campos

Ó pedra que vejo escondida no cimento do muro, teu silêncio fuzila quem, na tua frente, morreu de amores quem, querendo morrer, viveu os últimos segundos Lembras-te de quando eras a bala que feria as carnes inocentes? lembra dos corpos quentes? e do sangue frio de quem te empunhava para fazer justiça?

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CIDADE

Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres oferece novos cursos este mês A Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres está ofertando diversos cursos para capacitação nas áreas de construção civil e auxiliar de cozinha no mês de janeiro. Em março, outros cursos já estão programados. Na área de construção civil, as formações serão de pintora de obras e azulejista, com duração de 160 horas e aproximadamente 75% de aulas práticas. As inscrições vão até o dia 19 de janeiro e devem ser realizadas na Secretaria. Para participar, basta ser maior de 18 anos e ter cursado no mínimo até o 6º ano do Ensino Fundamental. Já o curso para auxiliar de cozinha será oferecido pelo projeto Ela Empreendedora, uma parceria

entre a Prefeitura de Guarapuava, Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, Faculdade Guairacá e Poder Judiciário. Para participar é preciso ser maior de 18 anos, atendida pela Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, CRAS ou CREAS e ter conhecimento básico na área de cozinha. As inscrições para esse curso também podem ser realizadas nos CRAS e no CREAS. Para o mês de março, estão previstos os cursos de pedreira, encanadora/instaladora predial e pintora de obras. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (42) 3622-1342.

Abertas as inscrições para a 6ª Copa Verão de Futsal A Copa Verão de Futsal inaugura a temporada 2018 da Liga Regional de Futebol de Salão de Guarapuava e já é possível inscrever as equipes. Em sua sexta edição, a competição está organizada em sete categorias: Adulto Masculino, Feminino Adulto, Veteranos, Sub 17, Sub 12 e Sub 10. Os jogos terão início em 20 de fevereiro. A Liga de Futsal de Guarapuava alerta que, por ser uma competição de curta duração, o número de vagas para participar da Copa Verão é limitado por categoria. As fichas de inscrições estão

disponíveis na sede ou no site da Liga (no campo “formulários”) e também é possível fazer solicitação pelo pelo email ligadefutsadelguarapuava@bol. com.br. A duração de cada categoria será de cinco a seis semanas e poderá haver duas rodadas na mesma semana. Os jogos serão realizados nos ginásios Santa Terezinha e Joaquim Prestes. A Copa Verão termina no final do mês de março e, em abril, terá início o Campeonato Guarapuavano de Futsal 2018.

JOGOS POR CATEGORIAS -

Adulto: segunda a sexta-feira, das 18h45 às 22h;

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Veteranos: segundas e terças-feiras, das 18h45 às 22h;

- Feminino: sábados e domingos com semifinais e finais no meio de semana -

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Sub 17 e 12: sextas, sábados e domingos.

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CURSOS PINTORA DE OBRAS Início: 23 de janeiro Local: Salão da Comunidade São Francisco de Assis – Rua Pedro Weber, Jardim das Américas Horário: 13h30 às 17h Carga horária: 160 horas Número de Vagas: 20 AZULEJISTA Início: 29 de janeiro Local: Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres – Av. Moacir Júlio Silvestri, 1545, Batel Horário: 13h30 às 17h Carga horária: 160 horas Número de Vagas: 20 AUXILIAR DE COZINHA Início: 22 de janeiro Local: Faculdade Guairacá Horário: 13h30 às 17h Carga horária: 40h Número de Vagas: 40

qwersnuio INSCRIÇÃO - Cada equipe deverá protocolar inscrição na secretaria da Liga, até a data limite (16 de fevereiro para Adulto e 19 de fevereiro para demais categorias); - Os documento a serem protocolados são a ficha da equipe e as fichas de cada atleta, devidamente preenchidas e assinadas juntamente com o recibo de depósito da taxa de participação; - Somente será incluída no campeonato (sorteio dos grupos e tabela) a equipe que tiver efetivado a inscrição de forma regular (com carimbo do protocolo); - O número máximo de atletas por equipe é de 15, podendo o(a) atleta ser registrado(a) até o final da 1ª fase; - Cada atleta deverá apresentar a Carteira de Identidade (RG) original ao anotador, antes do início de cada partida.


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A nossa concepção de economia precisa ser modificada! Afirmo isso com a percepção de que o nosso modo de “gerir a casa” está levando o planeta do berço ao túmulo. Para a sociedade contemporânea, a economia é um processo linear, no qual a vida do planeta é pensada e intercalada sob a forma de recursos, produtos e resíduos - processo parecido com o roteiro humano de nascer, crescer e morrer. Essa visão linear faz com que a deterioração ambiental seja potencializada, afinal, não se atenua a extração de recursos, sequer se metaboliza os frutos da produção e os impactos vindouros do seu descarte instantâneo. Apesar desse cenário, em contraponto, muitas regiões do mundo esforçam-se para a construção de novos modelos econômicos também competitivos, porém com o atenuante de propor uma ação humana positiva.

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Nesses casos, a natureza não é vista como um objeto a ser dominado para a acumulação de riquezas e a ação humana é baseada na transformação de resíduos em nutrientes, bem como no re-design, a fim de não ofender o meio ambiente pela baixa durabilidade dos produtos e em seu descarte. Assim, a economia se torna um ciclo menos nocivo e seria pensada do ‘berço ao berço’. A expressão “do berço ao berço”, como afirmam os especialistas, seria a base para a economia circular, modelo este não necessariamente associado ao processo de reciclagem convencional, tampouco a mudanças estritamente domésticas e pouco eficazes. Longe

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Do berço ao berço Jefferson Cavalcanti Lima Mestre em Antropologia e professor na Faculdade Guarapuava

disso, trata-se da possibilidade de mudanças estruturais nas formas de produção, consumo e descarte. Sobre o consumo, espera-se que a máxima do “quanto custa?” seja acrescida de uma ética de responsabilidade na qual os consumidores questionem sobre quem realmente irá ser beneficiado com o ato de compra. Em relação a produção, através de pesquisas em engenharia de materiais, bem como no diálogo com contextos locais e demandas específicas, imagina-se uma modificação na questão do design. Por fim, através de um controle nos desperdícios e na ação pensada de aglomerados

interempresariais, anseia-se pela inexistência de resíduos. Tal proposta pode nos parecer utópica, contudo vale ressaltar que 25% da economia britânica já segue esse modelo e que em outras regiões do globo está em constante crescimento (inclusive em países emergentes como China e Índia). Onde ficará o Brasil diante de tais articulações? Enquanto não temos a resposta, resta-nos fazer o dever de casa e repensar localmente as nossas relações de consumo, produção e descarte.

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