Edição 105

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SEIQUE

NADASEI PARA ONDE VAI A FILOSOFIA?

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA GUARAPUAVA | PARANÁ 10 A 19 DE MAIO DE 2017 EDIÇÃO 105 | ANO IV

COM A REFORMA DO ENSINO MÉDIO, A FILOSOFIA E SOCIOLOGIA RETROCEDEM NO ESPAÇO CURRICULAR CONQUISTADO HÁ UMA DÉCADA E FIGURAM ENTRE A INSTABILIDADE E A INCERTEZA EDUCACIONAL.

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ED. 105 | ANO IV - DE 10 A 19 DE MAIO DE MAIO DE 2017

SEDE E REDAÇÃO Rua Senador Pinheiro Machado, 1794, Sala 01 - Centro. Guarapuava PR

DIRETORA COMERCIAL Lourdes Dangui Pinheiro JORNALISTA RESPONSÁVEL, REDAÇÃO E EDIÇÃO GERAL Keissy Carvelli DRT: 0010549/PR

CRÔNICA GERAL Em 2006 tive o primeiro contato com a Filosofia (havia lido antes a literatura pedagógica de ‘O Mundo de Sofia’, por exemplo, mas nada muito sistematizado). Era já segundo semestre do Ensino Médio e a escola particular que frequentava sentiu-se ‘obrigada’ a ofertar conteúdos sobre o tema. Filosofia estava entre os tópicos das provas dos principais vestibulares do país. Nenhuma escola pública da cidade ofertava tal disciplina. Na ocasião, o professor era o novo padre da Igreja Matriz. Muito bem formado e com vasto histórico em países como a Itália, foi apresentado numa tarde quente para uma turma de 15 alunos que jamais haviam ouvido falar sobre Filosofia durante toda a formação. O objetivo era passar no vestibular. De todos daquela turma de

SEMANÁRIO INTEGRAÇÃO LTDA ME CNPJ: 22.997.926/0001-36 Rua Senador Pinheiro Machado, 1794, Sala 01 - Centro. Guarapuava PR (42) 3035-1234 e (42) 99111-9195 redação@integracaoonline.com.br comercial@integracaoonline.com.br

COLUNISTAS Claudio Andrade, João Nieckars, Lourdes Leal, Ricardo Pedrosa Alves, Victor Andrade, Valdir Michels, Hélvio Mariano e Manuel Moreira da Silva.

DIAGRAMAÇÃO Anderson A. Costa design@integracaoonline.com.br (Versão de Layout: 3) IMPRESSÃO GRAFINORTE 03.758.336/0001-06 Tiragem | 4 mil exemplares

EXTERMINADORES DO FUTURO

KEISSY CARVELLI, JORNALISTA E EDITORA GERAL

2006, apenas eu e mais uns três colegas tivemos novamente contato com a disciplina durante o Ensino Superior. Comigo foi logo no primeiro ano de Jornalismo com o conteúdo propriamente dito e no terceiro ano numa disciplina sobre ética dos meios de comunicação. Ambas incríveis, embora pouco aproveitadas tanto pela breve duração quanto pela falta de capacidade dos próprios alunos em contribuir para um ritmo mais avançado das discussões. É preciso assumir que somos encaminhados ao olimpo do ensino superior com pouca ou quase nenhuma formação em uma porção de conteúdos fundamentais. A Filosofia é só um deles. A história do ensino da filosofia no Brasil é cheia de fragmentos e rupturas, talvez daí nossa frágil formação. Data de 1961 o início de seu

Nação que se sustente sem um bom programa de formação em ciências sociais, inclusive direcionado aos mais jovens. Ainda sem direcionamentos claros sobre como deverão ser operacionalizadas todas as mudanças previstas pela nova Base Nacional Curricular Comum (BNCC) do Ensino Médio, o veredito é de que o projeto de educação brasileira mais uma vez se retrai, ao invés de expandir. Perdem os alunos, perde o desenvolvimento social, perde até a economia. Se a prioridade é a educação integral, não seria mais lógico inserir novos programas – inclusive o ensino técnico – para além dos já existentes? A lógica parecer ser elemento de pouco apreço numa sociedade que rejeita e desconhece princípios da própria Filosofia.

declínio, quando é flexibilizado do currículo da Educação Brasileira. Em 1970 nova derrota com a exclusão definitiva de sua oferta voltando a tornar-se disciplina optativa apenas em 1982. Figura como disciplina obrigatória do Ensino Médio somente em 2006, cujos detalhes são descritos em matéria principal desta 105ª Edição do Semanário. De fato, é inserida no currículo das escolas públicas e privadas brasileiras somente em 2008. Em 2018 deverá deixar, mais uma vez, de ser obrigatória voltando a figurar como conteúdo transversal após Reforma do Ensino Médio aprovada em abril. Em uma década, o Ensino Médio ampliou os horizontes impulsionando também o avanço dos cursos de graduação e pós-graduação de todas as ciências sociais. Ora, não há

ERRAMOS! PROVOCAÇÕES

Em matéria intitulada 'Esfepol participa de Seminário Nacional de Educação Política Brasileira', publicada na Ed. 104 do Semanário Integração, erramos o sobrenome do Sr. José Lima da Silva, conselheiro da Escola de Fé e Política de Guarapuava.

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MANHÃ INTEGRADA BILÍNGUE


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PARÁCLITO A IMAGEM DO PSDB O PSDB encomendou uma pesquisa para tentar encontrar as raízes do desencanto de eleitores que optaram pelo partido em 2014, mas hoje o rejeitam. O resultado surpreendeu alguns caciques da sigla. Quase dois terços dos que já votaram na legenda e agora torcem o nariz para ela citam o apoio às reformas da Previdência e trabalhista como o motivo do desgosto. As acusações contra nomes da sigla na Lava Jato, claro, são a principal reclamação do restante do eleitorado. O levantamento mostra que o PSDB ficou fortemente associado às reformas, que foram interpretadas pelos eleitores como mecanismos criados para “tirar direitos dos trabalhadores”.

presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestará depoimento ao juiz Sérgio Moro. Após depoimento, os apoiadores de Lula realizarão um ato. Segundo Stédile, maior parte dos participantes será do próprio Estado do Paraná, onde o movimento reúne 20 mil famílias.

FACHIN, O JUSTO Derrotado nos habeas corpus que deram liberdade parcial a três presos de Curitiba, Fachin retirou dos ministros que o venceram o julgamento do habeas pedido por Antonio Palocci, passando-o ao plenário do tribunal. Nisso, o propósito maior talvez seja o de buscar os que tendem a apoiar seus argumentos, negando liberações por excesso de prisão preventiva ou insuficiência de motivos.

TEMER , O IMPOPULAR

O BOM SENSO DA CNBB

Dono de altíssima impopularidade e de uma coleção de crises políticas, o presidente até aqui conseguiu fazer avançar extensa agenda legislativa, talvez a mais ambiciosa em escopo desde a redemocratização. Como provam os 61% que reprovam o governo e os 71% que rejeitam especificamente a reforma da Previdência, segundo a mais recente pesquisa Datafolha, não é uma agenda para todos os gostos.

Num momento em que “o fisiologismo político leva a barganhas sem escrúpulos”, a ideia pode soar sedutora. Mas não nos deixei cair em tentação e eleger “salvadores da pátria”: eis a tônica da nota oficial que a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) lançou:

SERÁ NECESSÁRIO TUDO ISTO? Líder nacional do MST, João Pedro Stédile afirmou, neste sábado (7), que o Movimento dos trabalhadores Rurais Sem Terra levará 20 mil militantes a Curitiba na próxima quarta-feira (10), quando o ex-

“Com o exercício desfigurado da política, vem a tentação de ignorar os políticos e os governantes, permitindo-lhes decidir os destinos do Brasil a seu bel prazer. Desconsiderar os partidos [...] favorece a ascensão de salvadores da pátria”, diz o texto.

O RECADO DE MORO O juiz federal, Sergio Moro, divulgou

um vídeo na noite de sábado (6) pedindo que os simpatizantes da Operação Lava Jato não compareçam à sede da Justiça Federal, em Curitiba, durante o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No vídeo destacou a seguinte frase: “Tenho ouvido que muita gente que apoia a Operação Lava Jato pretende ir a Curitiba manifestar esse apoio ou pessoas aqui mesmo de Curitiba pretendem vir aqui manifestar esse apoio. Eu diria o seguinte: esse apoio sempre foi importante, mas nessa data ele não é necessário”.

PLENO CONHECIMENTO E COMANDO. E AGORA, JOSÉ? O ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, falou pela primeira vez na Justiça Federal e fez acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-diretor, que já foi condenado em quatro ações penais da Lava Jato, disse que Lula tinha “pleno conhecimento” e o “comando” sobre um esquema de pagamento de propinas em contrato da Sete Brasil, que fornecia sondas para a Petrobras, e que chegou a ser questionado sobre a demora na assinatura de um acordo, quando já tinha se desligado da estatal. Foram três encontros com o petista, afirmou no depoimento, de 2012 a 2014.

ALVARO SAI DA TOCA Em um vídeo postado em suas redes sociais, o senador Alvaro Dias (PV) criticou os defensores do expresidente Lula que virão a Curitiba apoiá-lo, data em que Lula prestará depoimento ao juiz Sergio Moro no âmbito da operação Lava Jato.

“Aqueles que ameaçam vir para a solidariedade ao ex-presidente e réu, que venham, que apresentem o seu descaramento e a sua desfaçatez como coadjuvantes do chefe de uma organização criminosa”, disse o senador.

RICHA SOBREVIVE Seja quem for o eleito em 2018, o sucessor de Beto Richa (PSDB) terá imensas dificuldades de administrar o Paraná. Herdará, quem sabe, finanças um pouco melhores em relação a outros estados, claramente falidos. Em compensação, se até lá – e falta muito pouco tempo – a recessão nacional não tiver sido vencida e a arrecadação tributária estadual não crescer de modo substancial, o próximo governador encontrará esgotadas as fontes de onde Richa tirou dinheiro para manter a rotina, o custeio da máquina.

RICHA SOBREVIVE II Richa se movimenta, mas tirou tudo o que foi possível e impossível. Veja alguns exemplos: confisco de R$ 145 milhões mensais da Paranaprevidência; transferência de 33,5 mil aposentados e inativos dos cofres do Tesouro para a responsabilidade da Paranaprevidência; criação do Caixa Único, com autorização da Justiça, cujo governo passou a fazer uso de 50% dos depósitos judiciais, o que, em 2016, rendeu ao estado R$ 300 milhões; o reajuste do funcionalismo foi parcelado ou adiado; manobras com ações da Sanepar e Copel também irrigaram o Tesouro em milhões.

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VERSO A VERSO LÁ NA VILA, POR ADRIAN CLARINDO

Do que se alimentam as almas?

Eu estou com 10 anos. Eu vou comer a coisa mais gostosa do mundo. É um pedaço de torta de requeijão. Eu fui caminhando pela vila, e estava já na Rua Lírio. Lá na vila, as ruas têm nomes de flores. É um jardim de asfalto. Eu existo e ocupo um pedacinho do mundo. O Mário está na frente da casa dele. Ele vai pro quartel. Eu não entendo direito como é ir pro quartel. Ele está comendo uma coisa. E ele diz - Quer um pedaço? E já vai me dando, sem eu responder. E eu como. E eu gosto um monte. Mas muito mesmo, e solto sem pensar, como se as palavras viessem direto da minha vontade - Que gostoso. A Maria, mãe do Mário, diz, e dizendo me revela que estava ali olhando a cena de um jovem adulto dando comida a uma criança. Ela diz - Vai buscar um pedaço para ele, Mário. E o Mário faz isso. Eu não sei falar com as pessoas, sofri pra dizer obrigado, mas disse. Aquela torta de requeijão mora no minha boca desde então, e jamais encontrarei uma como aquela. A mãe do Mário fazia tortas de requeijão existir. Não abstratas e gerais, mas detalhadas e elas e tortas e somente elas. Eu nem sabia que existiam tortas de requeijão no mundo. Elas também ocupam um pedacinho de espaço. Isso tudo me lembrou a primeira vez que eu tomei Bat Gut na casa do Ita. Bat Gut era tipo dum iogurte que vinha num pacote. Eu gostei muito também. O iogurte pintava o transparente do copo. Eu volto embora comendo o pedaço de torta de requeijão. Estamos nos tornando um só. Eu queria mais, aí eu comi devagar para que não acabasse tudo tão depressa como acabam depressa os momentos alegres do mundo. Passando pela Crisântemo, eu imaginei que um dia eu poderia comer junto Bat Gut com torta de requeijão da mãe do Mário. Depois de uns anos, a mãe do Mário fez a torta de requeijão pra Deus comer. A gente ficou aqui e se alimenta deste prato de saudades. Deve de ter no restaurante do céu anjos tocando violões pequenos. Eu até me perguntei - Do que se alimentam as almas? No cardápio do restaurante do céu deve de ter comida com gosto de comida feita por quem ama fazer comida. E comida com gosto de comida feita por quem dá de comer até mesmo aos que têm a existência pequenininha, como eu tinha naquele dia único e passageiro e mais um no sem fim de todas as coisas.

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SAÚDE

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LOURDES DE FIGUEIREDO LEAL, FARMACÊUTICA

O USO DE CINTA

MODELADORA Na antiguidade, as mulheres já sofriam para se apertarem dentro de justíssimos espartilhos. O objetivo era manter uma cinturinha fina, fazendo contraste com um largo quadril e seios fartos. Os padrões de beleza mudaram, mas nem tanto: as cinturas finas ainda fazem um grande sucesso entre as mulheres e entre os homens, que geralmente não resistem às curvas bem delineadas. Um costume antigo que ainda é mantido por algumas mulheres nos dias atuais é lançar mão das cintas modeladoras. Algumas usam apenas para esconder os pneuzinhos a mais quando o traje é justo e exige uma silhueta perfeita. Outras a usam com o intuito de reduzir alguns centímetros nessa região - o que, segundo especialistas, não passa de um mito. O certo é que o uso de cinta elástica é indicado para quem se submeteu a algum procedimento cirúrgico. São lendas antigas, do tempo das nossas avós. As cintas jamais emagrecem, só disfarçam as medidas. Não queimam as calorias e não têm impacto sobre as gor-

duras localizadas. Quem tem o hábito de usar a cinta muito apertada deve ficar atenta a alguns problemas de saúde que podem ser ocasionados quando há o exagero. Problemas de circulação e compressão dos órgãos são comuns, além de machucar a pele, fazer cicatrizes ou obstruir a passagem do sangue na região abdominal podendo trazer problemas de circulação e varizes. A pessoa também vai respirar de uma maneira mais curta e sentir falta de ar. As cintas modeladoras são indicadas em casos de pós-operatório, pois ajudam na cicatrização e reforçam a musculatura diminuindo o inchaço e impedindo sangramentos ou o deslocamento da pele. Ela também é recomendada em alguns casos de problemas posturais, especialmente durante a gravidez, pois muda o eixo de equilíbrio do corpo e evita dores ocasionadas pelo sobrepeso. Elas são indicadas depois de cirurgias como lipoaspiração, abdominoplastia, cesárea e outras.

Há no mercado vários tipos de modeladores, e os mais indicados são os produtos de microfibra e elastano. Devido a fios de última geração, propiciam à mulher o máximo de conforto. Além da versatilidade, podem ser usados em qualquer tipo de corpo, alguns conseguem reduzir a silhueta em até um número. É importante experimentar a peça antes de comprar para verificar se está confortável. Nunca compre tamanhos menores do que você usa pensando assim conseguir um efeito mais redutor. Ao contrário, o resultado pode ser desastroso, além do que não será nada confortável e também poderá provocar problemas ortopédicos. É importante que consiga vesti-la de forma fácil e sentir-se confortável, pois muitas vezes passaremos horas com a cinta. Na Loja Ictus você encontra uma variedade de cintas de diversas marcas e modelos. Confira. “O importante é se importar com a vida”.

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EDUCAÇÃO

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FACULDADE GUAIRACÁ SEDIA EVENTO DE ATUALIZAÇÃO TÉCNICA DO CREFITO O EVENTO REUNIU ACADÊMICOS E PROFISSIONAIS DA REGIÃO PARA ATUALIZAÇÃO TÉCNICA SOBRE FISIOTERAPIA NA ATENÇÃO DOMICILIAR

DA ASSESSORIA

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A Faculdade Guairacá foi sede, por mais um ano consecutivo, da Atualização Técnica e Parâmetros Fiscalizatórios promovida pelo CREFITO-8 (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) por meio do Programa Movimenta Paraná. O Programa Movimenta Paraná foi criado em 2014 e vem avançando pelo Estado, estimulando ações que inserem a profissão num contexto epidemiológico atual, especialmente na prevenção e tratamento das Doenças Crônicas Não Transmissíves (DCNT). Essas ações têm como objetivo ainda a profissionalização da Fisioterapia, buscando desenvolver e fortalecer a identidade, autonomia, inserção e valorização do profissional e da profissão. Conforme o coordenador do curso de Fisioterapia da Faculdade Guairacá, professor Luiz Alfredo Braun Ferreira, afirmou, é uma grande satisfação sediar um evento tão importante como esse. “Ficamos muito contentes com o envolvimento da Guairacá e da

Unicentro no ano passado. Tivemos inclusive o maior número de participantes no treinamento no Paraná. Essa integração é muito importante para que a nossa profissão cresça cada dia mais. Esse é nosso segundo encontro, com um tema que acredito ser bastante válido, tanto para alunos como para os profissionais da área”. A atualização técnica dessa edição teve como tema ‘Fisioterapia na Atenção Domiciliar’. Eduardo Dutra, integrante da assessoria de imprensa do CREFITO, abriu o evento na Guairacá afirmando que esse é um contexto de trabalho que está em plena expansão. “Uma pesquisa profissional realizada em 2015 mostrou que 40% dos profissionais participantes complementam sua atividade de trabalho atendendo a domicílio no Paraná. O Conselho Federal de Fisioterapia inclusive regulamentou a área no final do ano passado”. De acordo com Eduardo, o envelhecimento populacional, o aumento do número de DC-

NTs entre a população e mesmo a dificuldade de mobilidade urbana são alguns fatores sociais e epidemiológicos que contribuem para esse fato. Na ocasião também esteve presente o fisioterapeuta Leanderson Franco de Meira, que falou sobre o treinamento funcional voltado ao atendimento domiciliar, direcionado às DCNTs. “As DCNTs são hoje uma grande preocupação do Ministério da Saúde pela sua prevalência. É importante que os acadêmicos já direcionem o olhar para esse tipo de patologia e principalmente para esse campo de atuação, se utilizando do treinamento funcional que também é uma modalidade de tratamento fisioterapêutico que está em alta pela qualidade da técnica e pelos seus resultados”. Em sua fala, o fisioterapeuta também abordou aspectos éticos legais do atendimento domiciliar, afirmando que nesse e em todos os outros contextos de trabalho, os padrões ético, legais e regulamenta res devem ser rigorosamente seguidos.


LAZER

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A Secretaria de Turismo de Prudentópolis realiza, no próximo dia 21, a III Caminhada Internacional na Natureza no circuito Faxinal Derevo. Nesta edição realizada na ‘terra das cachoeiras gigantes’, o percurso foi integralmente alterado com aproximadamente 12 km de caminhada moderada passando por estrada de chão, córregos, cachoeiras e trilha de mata exuberante e intocável O ponto de encontro para o deslocamente até o local do início da caminhada será no Centro de Informações Turísticas de Prudentópolis, às 7h. Antes da largada, será servido café da manhã colonial. O valor é de R$15. Durante o evento haverá também feira de agricultores e produtos artesanais, apresentações folclóricas, concurso da Carroça Ornamentada e passeios diversos. As inscrições podem ser feitas gratuitamente até o dia 18 atrtavés do site www.ecobooking.com.br ou www.caminhadas.info. As inscrições também poderá ser realizadas no local ou antecipadamente no Centro de Informações Turísticas de Prudentópolis/PR.

SECRETARIA DE TURISMO DE PRUDENTOPOLIS SEDIA III CAMINHADA INTERNACIONAL NA NATUREZA

Evento já passou por Guarapuava e chega à Prudentopolis no próximo dia 21

PREPARAÇÃO Aos caminhantes de primeira viagem vale algumas orientações para um percurso saudável e confortável. É fundamental que o participante opte por um tênis adequado para caminhada e faça uso de chapéu ou boné. Também deve levar repelente, protetor solar e água para hidratação (haverá pontos de reabastecimento). Seguindo estas dicas, fica mais fácil superar o desafio e aproveitar todo o encanto que o circuito oferece. Mais informações pelo telefone (42) 3908-1105.

CENTRO NACIONAL DE FÉ E POLÍTICA DOM HELDER CÂMARA - CEFEP

ESCOLA DE

Fé & Política GUARAPUAVA - PARANÁ

VENHA PARTICIPAR DE NOSSOS EVENTOS!

Todas as quarta-feiras, às 19 horas, no auditório do Ed. Nossa Sra. De Belém (Rádio Cultura). Rua Quinze de Novembro, 7466 - Centro, Guarapuava - PR. CEP 85010-000 - (42) 3623-6423

http://www.cefep.org.br/ https://www.facebook.com/ esfepolguarapuava 7


PILULAS POÉTICAS

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RAISSA FAYET DIVULGA SINGLE E MINIDOCUMENTÁRIO DE JORNADA MÍSTICA ÀS RAÍZES BRASILEIRA

DA REDAÇÃO

SINGLE ANTECIPA LANÇAMENTO DE ‘RÁ’, SEGUNDO DISCO DE INÉDITAS COM DIREÇÃO DO PRODUTOR ALEMÃO CHRISTIAN LOHR

facebook.com /raissafayet soundcloud.com /raissafayet youtube.com /raissafayet spotify.com /raissafayet

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Raízes culturais, povos tradicionais, encontros e muita música são os quatro elementos que regem o novo disco da curitibana Raissa Fayet, conhecidíssima do público de Guarapuava por suas participações na Companhia Arte e Manha. Mais que um disco, o intitulado RÁ pode ser interpretado, segundo a cantora e compositora, como um grande movimento sonoro que teve início na Vila São Jorge, em Goiás, mais de 1.600 quilômetros distante da capital paranaense. O local de início da jornada é também o nome do primeiro single, São Jorge, lançado hoje (10) nas plataformas digitais. O single vem acompanhado do lançamento do mini documentário também intitulado ‘São Jorge’, que conta a história desta trajetória mística da artista em contato com os povos tradicionais brasileiros, entre eles os quilombolas da Vila São Jorge, maior comunidade quilombola em extensão do Brasil. Além de trazer às telas as cores e os sons da comunidade goiana, o mini documentário conta a história do disco RÁ levando ao público os detalhes da produção e preparação desta obra que se mostra como um grande encontro da artista com suas próprias raízes. “É muito amor poder contar

que Rá está chegando após um processo intenso, longo e incrível. RÁ é o encontro com meu avatar, com minha raíz, momento para eu me aprofundar e ser mais inteira com esta terra”, define Fayet. RÁ Este é o segundo álbum de Raissa Fayet e os trilhos seguidos pela ‘cantautora’, como a própria artista gosta de definir, é o dos encontros musicais e da miscigenação sonora. Composto por canções inéditas autorais e de parcerias, ‘RÁ’ é uma espécie de jornada iluminada e conta com a direção de Christian Lohr, produtor de origem alemã que já trabalhou com músicos de peso como Joss Stone, Sting e Mick Jagger. “Christian atuou como um mestre genial. Soube captar como ninguém a interpretação da voz, as sonoridades e a alma”, enfatiza a multiartista. Raissa e Lohr se encontraram na Vila São Jorge de onde partiu a mística e os primeiros passos do disco que deve ser lançado em Agosto. As informações sobre o lançamento de RÁ deverão ser divulgadas nos próximos dias. Enquanto o disco não vem, o público pode participar desta viagem sonora através do single e minidoc ‘São Jorge’ disponíveis nas páginas oficiais de Raissa Fayet.


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EDITAIS

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Guarapuava Esporte Clube

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Fundado em 21/12/1926- CNPJ 76.907.617/0001-57

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GESTÃO 2014/2017

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EDITAL

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LISTA COM MATRÍCULAS DE ASSOCIADOS (AS) QUE SE ENCONTRAM COM SUA TAXA DE MENSALIDADE EM ATRASO A MAIS DE 6 (SEIS) MESES, OS MESMOS DEVERÃO COMPARECER NA SECRETARIA DO CLUBE PARA A REALIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE ACERTO.

LISTA COM MATRÍCULAS DE ASSOCIADOS (AS) QUE SE ENCONTRAM COM SUA TAXA DE MENSALIDADE EM ATRASO A MAIS DE 6 (SEIS) MESES, OS MESMOS DEVERÃO COMPARECER NA SECRETARIA DO CLUBE PARA A REALIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE ACERTO.

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LISTA COM MATRÍCULAS DE ASSOCIADOS (AS) QUE SE ENCONTRAM COM SUA TAXA DE MENSALIDADE EM ATRASO A MAIS DE 6 (SEIS) MESES, OS MESMOS DEVERÃO COMPARECER NA SECRETARIA DO CLUBE PARA A REALIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE ACERTO.

EM CASO DE NÃO COMPARECIMENTO PARA SALDAREM SEUS DÉBITOS NUM PRAZO MAXÍMO DE 30 DIAS, CONFORME PREVÊ O ESTATUTO SOCIAL EM SEU CAPÍTULO IX, ARTIGO 26, ALÍNEA d OS TÍTULOS ABAIXO SERÃO CANCELADOS.

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EM CASO DE NÃO COMPARECIMENTO PARA SALDAREM SEUS DÉBITOS NUM PRAZO MAXÍMO DE 30 DIAS, CONFORME PREVÊ O ESTATUTO SOCIAL EM SEU CAPÍTULO IX, ARTIGO 26, ALÍNEA d OS TÍTULOS ABAIXO SERÃO CANCELADOS.

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Guarapuava, 20 de abril de 2017

Guarapuava, 20 de abril de 2017

Guarapuava, 20 de abril de 2017

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GUARAPUAVA ESPORTE CLUBE

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LEÔNIDAS GONÇALVES FRANCO

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PRESIDENTE DO CONSELHO DIRETOR

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Guarapuava/PR, Rua Brigadeiro Rocha, nº 1000, Centro, CEP: 85010-210 http://www.guarapuavaesporteclube.com.br/

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COLUNISTA

ED. 105 | ANO IV - DE 10 A 19 DE MAIO DE MAIO DE 2017

RICARDO PEDROSA ALVES É SOCIÓLOGO, DOUTOR EM LETRAS E PROFESSOR NAS FACULDADES GUARAPUAVA.

No início dos anos noventa ganhou fama a discussão do sociólogo inglês Anthony Giddens sobre As consequências da modernidade (título em português do livro). Giddens discutia uma série de riscos da vida contemporânea, riscos que estariam além da nossa responsabilidade individual, riscos da globalização: riscos de colapso ambiental, epidemiológicos, de guerra nuclear e mesmo os riscos de mudanças na divisão global do trabalho. A sociedade contemporânea seria ameaçadora de modo diferente em relação aos tempos passados. Ocorre que no século XXI temos assistido às alterações significativas naquela composição de risco. Novos riscos foram sendo construídos dentro da dinâmica das contradições típicas de uma sociedade neoliberal. Não estou falando aqui dos riscos do enfrentamento cotidiano da violência urbana. Esses riscos, é bom que se diga, estão distribuídos em escala social semelhante à da divisão das classes. Assim, segundo a publicação Mapa da Violência, homens negros ou pardos, na idade de 24 anos, moradores de periferia e desempregados são as principais vítimas de homicídio no país. O risco da violência urbana é socialmente distribuído, portanto. Mas não é sobre esse risco que gostaria de comentar. Existe um risco atual muito nítido

que é o risco do ódio à política. Não se trata de um fenômeno só brasileiro, pois atende aos interesses da concentração mundial de capitais em seus diferentes arranjos regionais. O ódio à política, não coincidentemente, atua em conjunto a outra manifestação que lhe é congênita: o ódio à diferença. Assim, o discurso que faz a crítica unilateral de políticos, partidos, sindicatos e movimentos sociais é o outro lado da moeda de discursos de ódio étnico-racial e de gênero. E pior, ambos coincidem nas soluções morais de um salvacionismo técnico-autoritário. O ódio à política manifestou-se indiretamente num sintoma recente. No último dia 04 de maio circulou nas redes sociais um suposto boato sobre manobras parlamentares para o cancelamento das eleições de 2018. Desejo de muitos adeptos das soluções de força fora da democracia, explico o “suposto” boato, pois todo boato em si é suposição. O Brasil vem sendo golpeado na sua ordem institucional de Estado democrático de direito. Isso vem acontecendo num ritmo tal que mudanças drásticas no orçamento, na previdência, na legislação trabalhista e na educação atropelam-se de modo a que passemos a acreditar que a suspensão das eleições seja algo até “natural” diante do quadro de arbítrio e expropriação de direitos. Assim, o boato não é tão suposto

integração

QUEM TEM MEDO DA

POLÍTICA? O ÓDIO À POLÍTICA, NÃO COINCIDENTEMENTE, ATUA EM CONJUNTO A OUTRA MANIFESTAÇÃO QUE LHE É CONGÊNITA: O ÓDIO À DIFERENÇA.

assim. A discussão de mudanças políticas (como o fim do cargo de vice e a adoção do regime distrital misto) num momento de instabilidade política e de quebra de preceitos constitucionais pode sim ser o caminho para emendas que suspendam eleições em 2018. A política se vê acuada por todos os lados. A quem interessa a deslegitimação do sistema partidário, o fim dos sindicatos, a criminalização dos movimentos sociais? Em suma, a quem interessa uma substituição das organizações coletivas por uma atomização individualizante que efetivamente transforma cidadãos em consumidores? A quem interessa chamar trabalhadores organizados em greve de “vagabundos”? A quem interessa a “aposta no novo”, o “fim das bandeiras partidárias”? Ao capital, obviamente. E quem exerce o poder em nome do capital a partir do ódio à política? As instituições supostamente neutras: a mídia como indústria oficial de notícias, as igrejas como formatadoras

de convicções sociais, e o Judiciário com seus heróis midiáticos. O ódio à política é o ódio ao mundo do trabalho e da subalternidade na política. É, no limite, um medo da democracia, associada assim à desordem e à corrupção. O ódio à política tem, porém, um efeito ainda mais nefasto. É que a política não morre e alguma aparência de representação é necessária sempre. Ora, se a representação não é mais aceita quando ligada a partidos e outras organizações coletivas políticas, abre-se espaço para os salvadores da pátria e seus projetos de exclusão. A “limpeza” faz parte do discurso usual dos salvadores, que podem ser tanto sujeitos de verniz tecnicista ou empresarial quanto sujeitos que professam um fundamentalismo militaresco. Ambos, o gestor e o disciplinador, atuam pela limpeza do indesejável. Conhecemos esse discurso dos anos 1930. Conhecemos suas consequências. Mas esse é um assunto para outro texto.

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COLUNISTA

ED. 105 | ANO IV - DE 10 A 19 DE MAIO DE MAIO DE 2017

integração SEMANÁRIO

DE ANTROPOFAGIAS A TEOFAGIAS, E DE VOLTA (FINAL, 2)

PROF. DR. MANUEL MOREIRA DA SILVA DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA, UNICENTRO O elemento antropófago não viceja na decomposição, mesmo entre necrófagos há que haver saúde e não-parasitismo para que, entre eles, se dê alguma competição saudável. Competição pela própria existência, em cujo desenrolar quem não se estabelece no confronto com seus competidores, vencendo-os e com isso devorando-os, é devorado por eles. É isso o que acontece quando uma empresa é incorporada por outra, um partido político se dissolve por completo e dá lugar a outro, que assume parte de sua ideologia ou arrebanha seus quadros mais destacados; é isso o que acontece, quando, no confronto de teorias ou de concepções as mais diversas, uma termina por sucumbir a outra formando parte de algo maior, mais forte

TUPINQIUA, APROPRIAÇÃO E DECOMPOSIÇÃO DO ANTROPÓFAGO e mais pujante. O problema é que reconhecer isso nos dias de hoje em Tupinqiua é tarefa das mais ingratas. O antropófago não se desenvolve em ambiente contra-antropófago, sobretudo porque se apropria das formas daquele, fazendo-se passar por ele; isso leva os incautos, até mesmo um jovem cientista político dado à mídia a confundir alhos com bugalhos. Eis o mito fundante de Tupinqiua, cuja idiotia apropriara-se do antropófago e manipulara seu sentido originário; por isso acontecimentos como o ocorrido com a ex-primeira dama nas redes sociais. Nada de antropofagia, mas o pior da representação: o dualismo intrínseco ao humanismo que, por definição, distingue o humano do não-humano e, ao determinar o humano abstratamente,

resulta em cisões infinitas. Antropofagia nada tem a ver com cisões; antes impõe-se como devoradora destas e como produtora de sínteses; vai do caos ao cérebro, não do cérebro ao caos. Não preserva quem se prontifica a jogar e no jogo muda as regras; quem, para se preservar, lança mão de toda astúcia possível a certa razão instrumental, manipuladora. Essa que se quer além do bem e do mal, logo divina, porque representada e, desse modo, capaz de moldar a natureza à sua imagem e semelhança. À razão instrumental, que simula, instrumentaliza e artificializa, se contrapõe o elemento antropófago; esse não a demoniza e nem opõe a ela, como pensamento violento, um pensamento não violento, pretensamente fraco ou indigente. Ao invés

deste, que se alimenta dos restos da razão ora dilacerada, a qual jaz a horas mortas, ao invés deste, que quer dar o passo atrás e assim evitar qualquer passo adiante ou de fato confrontar-se com ele, o elemento antropófago retira grandes nacos de ambos. Não tem compromisso algum com qualquer forma de progresso, que pretenda impor uma visão única de tudo o que há e sobre tudo o que há; mas também não assume para si formas niilistas ou nadificadoras do ser, que o circunscrevem a um início efêmero e, portanto, impossível enquanto início. Urge introduzir mais uma vez o elemento antropófago em nossas vidas, especialmente na política e na economia. (Continua...)

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ED. 105 | ANO IV - DE 10 A 19 DE MAIO DE MAIO DE 2017

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integração

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> PROJETOS > INSTALAÇÃO > DISTRIBUIÇÃO > CONTROLE > CONSULTORIA > ASSESSORIA


SICREDI INOVA E LANÇA CONSÓRCIO PARA BENS NÁUTICOS O Sicredi – instituição financeira cooperativa com 3,5 milhões de associados e atuação em 20 estados brasileiros – traz mais uma solução para atender de maneira completa as necessidades dos associados. Em abril, o Sicredi lançou um novo produto no mercado: o consórcio para bens náuticos. O Sicredi Consórcio Bens Náuticos amplia a atuação do Sicredi no mercado de consórcios, que já conta com ofertas nos segmentos de automóveis, imóveis, caminhões, tratores, implementos agrícolas, motocicletas, serviços e até o consórcio sustentável. A nova linha conta com taxas competitivas, créditos de R$ 7.795 a R$ 374.401 e planos com duração entre 60 e 120 meses que valem para bens náuticos, embarcações (de esporte e lazer) e jet ski. “Temos como objetivo oferecer sempre os melhores serviços e disponibilizar

opções que tornem viável a aquisição de bens e serviços de forma colaborativa e planejada. O consórcio para bens náuticos é mais um produto que estimula o planeja¬mento e a disciplina para a formação de poupança, unindo pessoas para a conquista de objetivos comuns. E reforça a cultura cooperativista por apresentar uma política inclusiva para o consumo responsável e equi¬librado”, afirma o gerente de Produto e Mercado da Administradora de Consórcios Sicredi, Fernando Di Diego. O Sicredi vem se consolidando no mercado brasileiro de consórcios e, em pouco mais de dez anos de atividade, já possui uma carteira de 169 mil cotas e mais de R$ 9,8 bilhões em créditos ativos. Com isso, o Sicredi figura, atualmente, na 7ª posição do ranking nacional do Banco Central do Brasil, entre as 155 administradoras do País autorizadas a comercializar cotas de consórcio.

NOVIDADE JÁ ESTÁ À DISPOSIÇÃO DOS ASSOCIADOS DE TODAS AS REGIÕES DO PAÍS DA ASSESSORIA

SOBRE O SICREDI O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento dos seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. O modelo de gestão valoriza a participação dos 3,5 milhões de associados, os quais exercem um papel de dono do negócio. Com presença nacional, o Sicredi está em 20 estados*, com 1.500 agências, e oferece mais de 300 produtos e serviços financeiros. Mais informações estão disponíveis em www.sicredi. com.br.

*Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

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ED. 100 | ANO IV - DE 13 A 21 DE MARÇO DE 2017

EDUCAÇÃO

integração

APÓS UMA DÉCADA DE REINSERÇÃO NOS CURRÍCULOS, ENSINO DE FILOSOFIA PERDE ESPAÇO NA REFORMA DO ENSINO MÉDIO

BANIDA EM 1971 EM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TECNICISTA, FILOSOFIA TORNOU-SE DISCIPLINA Mais antiga ciência ocidental, a Filosofia está com os dias contados. Esta é a constatação daquilo que deverá ser implantado nos currículos escolares com a Reforma do Ensino Médio aprovada em fevereiro pelo Senado. Reinserido no currículo do ensino médio no início dos anos 2000 após ser extinta na década de 1960, o ensino da Filosofia deverá figurar como disciplina optativa ou, no máximo, como conteúdo transversal. Um passo significativo para trás, posiciona Ernesto Giusti, mestre

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OBRIGATÓRIA EM 2006. EM 2018, COM IMPLANTAÇÃO DA REFORMA, DEVERÁ FIGURAR COMO OPTATIVA. DA REDAÇÃO

pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e chefe do departamento de filosofia da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste). “Estamos aprendendo a formar filósofos para atuarem em sala de aula, também a repensar os conteúdos a partir de metodologias inovadoras que contribuam para o interesse do aluno sobre o assunto. Justamente neste momento em que começamos a ver alguns resultados, após uma década de ensino de filosofia nas escolas, a disciplina

será retirada sumariamente do Ensino Médio”. O retrocesso está na nova estruturação curricular com previsão de ser implantada a partir de 2018. O currículo deve ser 60% preenchido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Os 40% restantes serão destinados aos chamados itinerários formativos, em que o estudante poderá escolher entre cinco áreas de estudo. Outro complicador do futuro do ensino da filosofia está na BNCC do ensino médio, ainda em formulação. A expectativa não é das melhores.


EDUCAÇÃO

ED. 105 | ANO IV - DE 10 A 19 DE MAIO DE MAIO DE 2017

Isto porque, segundo a MP, o texto partirá das definições da BNCC do Ensino Fundamental – publicada em abril - cuja área de conhecimento das Humanidades inclui apenas História e Geografia. “A reforma se insere no contexto desta onda conservadora da sociedade cuja característica é ver nas humanidades uma espécie de doutrinação (entre mil aspas) através de um discurso que não compreende o papel destes conhecimentos. Historicamente, estas medidas acontecem em regimes totalitários, seja de direita ou de esquerda. A sociedade está comprando esse discurso e isso é muito perigoso não só pelo efeito que tem nas escolas, mas principalmente na sociedade”, reflete Ernesto Giusti. . CONTRADIÇÃO Com a reforma do ensino médio, a Filosofia e Sociologia retrocedem no espaço curricular conquistado há uma década e figuram entre a instabilidade e a incerteza educacional, afirma Gilmar Szczepanik, coordenador do Programa de Extensão (PET) de Filosofia da Unicentro. “Na verdade a situação está totalmente imprevisível. Não sabemos exatamente quais serão as modificações implementadas. Não sabemos o que vai mudar, quando vai mudar e como será essa mudança. As Universidades não foram consultadas, os professores de Filosofia não foram consultados, as associações de filosofia também não foram consultadas. Não podemos mensurar o impacto que essa reforma terá na educação e na sociedade”. Momento de contradição e tensão óbvia define Ernesto Guisti, já que desconsidera a expansão do ensino superior em Filosofia com a ampliação de cursos de mestrados e douto-

integração SEMANÁRIO

rados, por exemplo. “Nos últimos 20 anos a filosofia teve um salto de qualidade tremendo aliado a uma demanda crescente do mercado de trabalho. Eu sempre dizia aos meus alunos que não conhecia nenhum filósofo desempregado, porém após a reforma é provável que esta situação mude. Estamos diante de uma contradição: enquanto há o esforço para formar filósofos, há uma retração do mercado de trabalho”, completa. EFEITO NOCIVO O ensino da filosofia alia atividades de reflexões ao exercício da leitura e da escrita, pontos fundamentais para a aprendizagem e desenvolvimento do aluno em formação. Sua exclusão como disciplina obrigatória, para Gilmar Szczepanik, doutor pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), terá o efeito nocivo de flexibilizar não somente o conteúdo, mas o próprio entendimento do papel da filosofia. “À medida que exclui a disciplina e a insere como conteúdo transversal há a possibilidade de empobrecer a própria concepção de filosofia. Por exemplo, a ética é um conceito filosófico e pode ser abordada em diversas outras disciplinas. Porém, há uma pluralidade de abordagens cujo ensino cabe ao filósofo”. ENSINO DA FILOSOFIA A Filosofia desaparece dos currículos escolares do Ensino Médio em 1961 quando é extinta sua obrigatoriedade pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 4024/61). Perde mais força na década de 1970 quando é banida pela Lei 5692/71 que formulou o programa tecnicista da educação brasileira. Volta a reaparecer como disciplina optativa

apenas em 1982 em meio às discussões e articulações das Universidades. Somente em agosto de 2006 o ensino da Filosofia e da Sociologia tornam-se obrigatórios no Ensino Médio. No Paraná, as disciplinas firmam-se na matriz curricular do em julho do mesmo ano, antecedendo a decisão nacional. Seu reconhecimento legal, no entanto, é formalizado somente em 2008 com a inserção de ambas como obrigatórias na correção da LDB do mesmo ano. REFORMA DO ENSINO MÉDIO A Medida Provisória da Reforma (MP 746/16), elaborada pelo Ministério da Educação e encaminhada à votação pelo presidente Michel Temer, é um conjunto de novas diretrizes para o ensino médio com força de lei desde sua publicação oficial. De acordo com o texto oficial, a reforma flexibiliza os conteúdos, muda a distribuição do conteúdo das 13 disciplinas tradicionais ao longo dos três anos do ciclo, dá novo peso ao ensino técnico e incentiva a ampliação de escolas em tempo integral. O currículo do ensino médio será definido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), atualmente em elaboração. Mas a nova lei já determina como a carga horária do ensino médio será dividida. Tudo o que será lecionado vai estar dentro de uma das seguintes áreas, que são chamadas de "itinerários formativos": linguagens e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e sociais aplicadas; formação técnica e profissional. As escolas, porém, não são obrigadas a oferecer aos alunos todas as áreas, podendo oferecer apenas um dos itinerários formativos.

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ED. 105 | ANO IV - DE 10 A 19 DE MAIO DE MAIO DE 2017

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integração

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HILUX SRV 3.0 MANUAL 2014 Ar condicionado digital/ Direção hidráulica/ Bancos de couro/ Vidros-travas-retrovisores-banco motorista elétricos/ Rodas liga-leve/ Farol de neblina/ KIT multimídia GPS-TV DIG-USB-AUX-AM-FM-CAMERA RÉ-BLUETOOTH/ Airbag duplo/ Freios ABS/ Revisões na concessionária

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COROLLA XEI 2.0 AUT 2014 44.900KM Ar condicionado digital/ Direção hidráulica/ Vidros-travasretrovisores elétricos/ Airbag duplo e lateral/ Freios ABS/ Farol de neblina/ Rodas de liga-leve/ Cambio automático/ Abertura interna porta-malas/ Kit multimídia DVD-CAMERA RÉ- GPS-USB-AM-FM-AUX/ Manual do proprietário e chave reserva

O D I ND

VE

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408 ALLURE 2.0 2016 15.900KM Ar condicionado digital/ Direção hidráulica/ vidrostravas-retrovisores elétricos/ Farol de neblina/ Rodas liga leve/ Kit multimídia GPS-CAMERA RÉ-BLUETOOTH-AM-FM-DVD/ Unico dono/ Airbag duplo/ Freios ABS (IMAGEM ILUSTRATIVA)


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