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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA GUARAPUAVA | PARANÁ 26/05/2018 A 01/06/2018 EDIÇÃO 135 | ANO V

ALTERAÇÃO NA LEI DOS AGROTÓXICOS PROJETO EM DISCUSSÃO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS ALTERA SISTEMA DE REGISTRO, CONTROLE E USO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS, E INCLUI A REGRA DE REGISTRO TEMPORÁRIO DE PRODUTOS P.6


CARTA AO LEITOR

ED. 135 | ANO V - DE 26/05/2018 A 06/06/2018

O VENENO ESTÁ NA MESA?

O Brasil nos permite usufruir de uma diversidade gastronômica abundante. Amplas áreas de plantio, o favorecimento do clima e a força de vontade do brasileiro, estão entre as características que possibilitam um grande volume na produção de alimentos. O solo fértil de nosso país, rende exploração de recursos desde a época em que os europeus invadiram o território indígena, dando início a seguidos ciclos de produção capitaneados por caravanas colonizadoras. Atualmente é inegável que o desenvolvimento da agricultura brasileira é destaque no cenário mundial e, sem dúvidas, a riqueza agrícola gera empregos e aquece a economia. Estamos entre os maiores produtores e exportadores agrícola do mundo, a cana de açúcar, o café, a soja, o milho, a laranja, são algumas das principais culturas agrícolas em extensão nacional. Em 2017, por exemplo, a Supersafra de grãos gerou a produção histórica de 238 milhões de toneladas, segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No entanto, para produzir alimentos em grande escala,

SEDE E REDAÇÃO Rua Senador Pinheiro Machado, 1794, Sala 01 Centro. Guarapuava PR

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DIRETORA COMERCIAL Lourdes Dangui Pinheiro JORNALISTA RESPONSÁVEL, REDAÇÃO E EDIÇÃO GERAL Alexandre Pessoa MTB 10599/PR

o Brasil utiliza uma alta quantidade de defensivos agrícolas, ocupando o primeiro lugar no mundo em consumo de agrotóxicos. É a partir dessas informações que buscamos o conteúdo de capa para essa edição, destacando que está em discussão, na Câmara dos deputados, em Brasília, um Projeto de Lei que prevê mudanças na legislação dos agrotóxicos e que pode afetar, diretamente, a saúde e o meio ambiente. Para uns um avanço, para outros um retrocesso, o Projeto divide opiniões. Na prática, é interessante ver que nosso país figura entre os grandes produtores mundiais de alimentos, mas o que chega em nossa mesa será que é realmente saudável? Entre as alterações previstas no PL, que neste mês teve votação adiada pela 4ª vez, quer substituir a palavra “agrotóxico” por “fitossanitário”. Defensores do PL afirmam que a legislação atual é defasada e impede que produtos mais seguros cheguem às lavouras. Eles consideram que o projeto não retira poder de órgãos fiscalizadores, mas apenas da mais celeridade ao processo de registro. Já os críticos,

SEMANÁRIO INTEGRAÇÃO LTDA ME CNPJ: 22.997.926/0001-36 Rua Senador Pinheiro Machado, 1794, Sala 01 - Centro. Guarapuava PR (42) 3035-1234 e (42) 99111-9195 redacao@integracaoonline.com.br comercial@integracaoonline.com.br

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acreditam que a proposta coloca em risco a saúde da população, uma vez que um dos pontos altera as formas de fiscalização e registro. Existe uma linha tênue entre os defensores do uso de agrotóxicos e os contrários a utilização desse produtos. Além de discutir sobre o projeto de lei, a matéria de capa da edição 135, traz dados preocupantes sobre a saúde pública, como por exemplo, o uso de substancias proibidas, encontradas em alimentos já em disposição para o consumidor final. Mais de 200 milhões de pessoas, esse é o número estimado da população brasileira, em 2018, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Então, será mesmo possível atingir um intenso nível de produção agrícola sem o uso de agrotóxicos? Quais os processos que esses itens precisam passar até chegar em nossa mesa? O Projeto de Lei, em discussão na Câmara, atende os interesses da população? Essas e outras reflexões são analisadas nas páginas 6, 7 e 8 dessa edição, que também apresenta outras informações a nível regional e nacional. Boa leitura!

DIAGRAMAÇÃO Victor Teo COLUNISTAS DA EDIÇÃO Lourdes Leal Jefferson Cavalcanti Luci Zempulski Jörgensen

IMPRESSÃO GRAFINORTE 03.758.336/0001-06 Tiragem | 4 mil exemplares


POLÍTICA

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PARÁCLITO SE ENTREGOU O ex-ministro José Dirceu entregou-se à Polícia Federal, em Brasília, informou sua defesa, para cumprir pena de mais de 30 anos de prisão em processo relacionado à operação Lava Jato. A prisão foi determinada pela juíza Gabriela Hardt, substituta de Sérgio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, que em sua decisão autorizou a transferência de Dirceu para o sistema prisional de Curitiba, para a ala prisional reservada aos presos da Lava Jato. A juíza não descartou, no entanto, a possibilidade futura de Dirceu cumprir pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. A juíza substituta de Moro argumentou, na decisão que determinou a prisão, que o ex-ministro recebeu “vantagem indevida, com enriquecimento individual”, enquanto era julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal do mensalão do PT. José Dirceu foi uma influente liderança petista e ministro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também está preso, em Curitiba. NÃO SEI SE VOU OU SE FICO O presidente Michel Temer declarou que seu governo foi capaz de “tirar o Brasil do vermelho e o colocar no rumo certo”, mas ignorou as denúncias de corrupção que o envolveram diretamente assim como a integrantes da sua gestão, em discurso de quase uma hora no Palácio do Planalto no qual exaltou os feitos dos seus dois anos de governo. O presidente afirmou estar “meditando” sobre possível desistência de candidatura à reeleição. O presidente deu a mesma resposta quando questionado se o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles seria

o candidato do MDB. “Estou meditando”, disse Temer a jornalistas ao ser questionado se havia desistido de concorrer, após participar de almoço na casa do deputado Heráclito Fortes (DEM-PI). EM MINAS GERIAS A ex-presidente Dilma Rousseff concorrerá ao cargo de senadora por Minas Gerais, estado onde nasceu, nas eleições de 2018. Segundo a Folha de S. Paulo , a mudança de domicílio eleitoral já foi realizada. Apesar de ter nascido em Minas, Dilma mora em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O veículo também informou que ela fez a alteração acompanhada pelo governador mineiro, Fernando Pimentel (PT). A decisão pela candidatura foi tomada após a emissão do mandado de prisão contra seu companheiro de partido, o também exmandatário Luiz Inácio Lula da Silva. Caso sua candidatura seja confirmada, Dilma pode concorrer contra Aécio Neves (PSDB), como na corrida presidencial de 2014, mas o tucano ainda não decidiu se tentará a reeleição. EM SÃO PAULO No início deste mês, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital paulista, João Doria, deixaram seus cargos para disputar as eleições presidenciais e estaduais, respectivamente. DE OLHO NA PRESIDÊNCIA O ex-ministro Aldo Rebelo foi lançado como pré-

candidato à Presidência da República pelo Solidariedade e disse que pregará a união nacional, inclusive entre setores da esquerda e do liberalismo. Indagado sobre a possibilidade de acabar entrando como vice em uma chapa encabeçada por outra legenda, Aldo não descartou de pronto a hipótese, afirmando que já recebeu propostas neste sentido, sem revelar quais. Ressalvou, no entanto, que o momento atual é de consolidar sua pré-candidatura e apresentála ao país. Aldo era um quadro histórico do PCdoB até setembro do ano passado, quando trocou o partido pelo PSB. Recentemente, voltou a trocar de legenda rumo ao Solidariedade, deixando o PSB após a entrada do expresidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa na sigla. Barbosa é apontado como possível candidato à Presidência pelo PSB. Rabelo foi ministro da Articulação Política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também já foi presidente da Câmara dos Deputados. Atuou ainda nos ministérios dos Esportes, Ciência e Tecnologia e Defesa nos governos da ex-presidente Dilma Rousseff. Ao lançar-se pré-candidato pelo Solidariedade, partido presidido pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), Aldo se junta a mais de uma dezena de pré-candidatos ao Palácio do Planalto.

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EDUCAÇÃO

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CREDENCIA FACULDADE GUAIRACÁ DE PRUDENTÓPOLIS

ASSESSORIA DE IMPRENSA FACULDADE GUAIRACÁ

Depois de intensos esforços, Prudentópolis agora conta com a sua primeira faculdade. Foi publicada no último dia 07, a Portaria do Ministério da Educação que credencia a Faculdade Guairacá de Prudentópolis (Portaria Ministerial de nº 414/2018, publicada no Diário Oficial da União de nº 86, seção 1, na página 25). O Diretor Geral da instituição, Prof. Ms. Juarez Matias Soares, afirmou que essa conquista é resultado da união de esforços e agradeceu o apoio da comunidade e das autoridades municipais. “Prudentópolis tem sua primeira instituição de ensino superior presencial, que nasce com os anseios dessa comunidade. É uma grande alegria ver que a família Guairacá se expande. Esse é o momento de mostrar gratidão ao prefeito e a todos seus colaboradores, porque fomos muito bem recebidos desde o início”. O Prefeito Adelmo Luiz Klosowski apontou que Prudentópolis vive uma fase de plena expansão e a implantação de uma conceituada instituição traz mais um grande avanço, não apenas

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para o município, mas também para todas as cidades ao entorno, por agregar na educação e no desenvolvimento. “Essa é uma conquista de toda região. A implantação de uma faculdade vem de encontro com o nosso programa de governo, de não apenas incentivar o nosso estudante universitário, mas trazer a faculdade para mais próximo dele”. O presidente da Câmara Municipal de Prudentópolis, Marcos Roberto Lachovicz, também destacou que esse é um sonho sendo concretizado. “Fiquei muito contente ao receber a notícia, da primeira faculdade instalada em Prudentópolis. Só tenho a agradecer o carinho e esforço do professor Soares, por proporcionar esse sonho aos nossos jovens, porque eles merecem”. O assessor executivo José Vilmar Montani afirmou que as expectativas são muito grandes e que o executivo municipal se compromete em continuar dando todo apoio necessário. “É muito satisfatório fazer parte desse momento tão importante para Prudentópolis. Como professor é uma satisfação ainda maior,

por ver o desafio dos alunos de se deslocar diariamente para outros municípios para poder estudar. Continuaremos a parceria, para que tenhamos ainda mais desenvoltura nesse grandioso projeto”. A unidade prudentopolitana funcionará nas antigas instalações do Colégio Santa Sofia, a qual foi remodelada e

adaptada para sediar os cursos iniciais que serão oferecidos: Agronegócios, Administração e Educação Física Bacharelado. O primeiro vestibular da Faculdade Guairacá de Prudentópolis está marcado para o dia 09 de junho, as inscrições serão abertas em breve. O início das aulas está previsto para 23 de julho.


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SAÚDE Dados do Ministério da Saúde (MS) na segunda quinzena de abril mostra uma situação preocupante: 49% da população brasileira sofre de excesso de peso, sendo que o número de obesos subiu de 11,4% para 15,8% segundo pesquisa que ouviu 54 mil adultos em 26 capitais do país e no Distrito Federal. Os aumentos da obesidade e de fatores de risco para a saúde estão ligados ao enorme consumo de refrigerantes, carnes e leite integral (com gorduras). No topo da lista figura pela ordem, Porto Alegre (RS), Fortaleza(CE), Maceió e Natal(RN). O que é excesso de peso? Doença crônica de muitos fatores, a obesidade se manifesta quando há um aumento excessivo da reserva natural de gordura no corpo ao ponto de causar problemas de saúde e aumento da taxa de mortalidade. Apesar de se tratar de uma condição clínica individual, ela é vista como um sério problema de saúde pública, pois vem acompanhada de enfermidades como doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, hepatite, apneia do sono e osteoartrite. Aumentos na frequência de câncer de cólon, reto e próstata têm sido

observados em homens obesos, enquanto a obesidade em mulheres se associa à maior frequência de câncer de vesícula, endométrio e mamas. Quando você ingere mais calorias do que gasta, você ganha peso. O que você come e as atividades que faz ao longo do dia influenciam nisso. Se seus familiares são obesos, você tem mais chances de também ser. Além disso, a família ajuda na formação dos hábitos alimentares. A vida corrida também torna mais difícil planejar refeições e fazer alimentações saudáveis. Para muitos, é mais fácil comprar comidas prontas e comer fora de casa. Ainda, problemas médicos, medicamentos, idade, gravidez, parar de fumar, problemas para dormir e substâncias químicas são fatores que podem contribuir para a obesidade. Não há soluções de curto prazo para este problema. O segredo para perder peso é ingerir menos calorias do que você gasta. Na prática, a obesidade é avaliada em termos absolutos e também pela circunferência da cintura ou pela razão entre as circunferências de cintura e

BRASIL OBESO

LOURDES DE FIGUEIREDO LEAL FARMACÊUTICA BIOQUÍMICA

quadril. Além disso, a presença de obesidade deve ser avaliada enquanto fator de risco cardiovascular e outras condições médicas que podem aumentar o risco de complicações. O jeito mais simples e recomendado pela Organização Mundial de Saúde para a avaliação do peso corporal, que pode comprovar excessos ou obesidade é o Índice de massa corporal (IMC), calculado dividindo-se o peso da pessoa em Kg pela sua altura em metros elevada ao quadrado. O resultado, que pode ser conferido, é a base para um tratamento clínico ou reeducação alimentar e de hábitos. Acima de 25 kg/m2 a pessoa tem peso excessivo. A obesidade pode ser classificada de diversas formas, por exemplo, quanto ao tipo, sendo: Homogênea: É aquela em que a gordura está depositada de forma homogênea, tanto em membros superiores e inferiores quanto na região abdominal. Androide: É a obesidade em formato de maçã, mais

característica do sexo masculino ou em mulheres após a menopausa e nesse caso há um acúmulo de gordura na região abdominal e torácica, aumentando os riscos cardiovasculares. Ginecóide: É a obesidade em formato de pera, mais característica do sexo feminino e nesse caso há um acúmulo de gordura na região inferior do corpo, se concentrando nas nádegas, quadril e coxas. Está associada a maior prevalência de artrose e varizes. Os custos atribuídos à obesidade são altos não só em termos de morte prematura e cuidados de saúde, mas também no que toca a morbilidade e redução da qualidade de vida. Mesmo exposto a um ou mais fatores de risco para a obesidade isso não significa que você está destinado a se tornar obeso. Você pode neutralizar a maioria dos fatores de risco por meio de dieta, atividade física e mudanças de comportamento. Vale lembrar que a responsabilidade está também em suas mãos.

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CAPA

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PROJETO DE LEI QUE MODIFICA O CONTROLE DE AGROTÓXICOS DIVIDE OPINIÕES NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS O MERCADO MUNDIAL DESSE SETOR CRESCEU 93%, JÁ NO BRASIL, ESSE CRESCIMENTO FOI DE 190%. Para desfrutar de uma vida longa e saudável é necessário, entre outras recomendações, manter uma alimentação equilibrada, baseada em produtos naturais. Ao observar um determinado produto na prateleira de qualquer mercado, habitualmente o consumidor não cogita por quantos e quais processos aquele alimento passou antes de estar disponível ao consumo. A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) alerta que 70% dos alimentos in natura consumidos no país estão contaminados por resíduos de pesticidas. Nos últimos dez anos o mercado mundial desse setor cresceu 93%, já no Brasil, esse crescimento foi de 190%. De acordo com dados divulgados pela Agência Nacional de Vi-

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gilância Sanitária (Anvisa), desses, 28% contêm substâncias não autorizadas. Segundo boletim anual do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em 2016 o Brasil produziu mais de 510 milhões de toneladas de ingredientes ativos para agrotóxicos e importou mais de 420 milhões. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) revelam que os brasileiros consomem, em média, sete litros de veneno a cada ano, o que resulta em mais de 70 mil intoxicações. O Ministério da Saúde estima que, para cada evento de intoxicação por agrotóxico notificado, há outros 50 não comunicados. Em 2017 foram registrados 4.003 casos de intoxicação por exposição a agrotóxicos

em todo o país, aproximadamente 11 a cada dia. Em dez anos, a estatística dobrou, porém a produção também aumentou, em 2007 foram 2093 casos. Ainda no ano passado, 164 pessoas ficaram incapacitadas para o trabalho, levando em conta casos de intoxicações que evoluíram para doenças crônicas como o câncer. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, a população brasileira está estimada em mais de 200 milhões de pessoas, por isso o uso de defensivos agrícolas é necessário para a grande escala de alimentos. No entanto, essa necessidade preocupa a questão de saúde pública no Brasil, que ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de con-

sumo de agrotóxicos. Para uns um avanço, para outros um retrocesso, circula na Câmara dos Deputados, em Brasília, o Projeto de Lei 6299/02, que aborda o registro, fiscalização e controle dos agrotóxicos no país. A proposta original foi apresentada pelo, na época senador, hoje Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em 2002. O PL está em trâmite desde 2015 e prevê mudanças como a alteração do nome “agrotóxico” para “defensivo fitossanitário”, facilitando o registro de produtos considerados cancerígenos. A proposta do substitutivo, de autoria do deputado Luiz Nishimori (PR-PR), é de que não haja mais avaliação e classificação de produtos pelas áreas de saúde e meio ambiente, mas apenas uma

O PL não contribui com a melhoria, disponibilidade de alimentos mais seguros ou novas tecnologias para o agricultor e nem mesmo com o fortalecimento do sistema regulatório de agrotóxicos, não atendendo, dessa forma, a quem deveria ser o foco da legislação: a população brasileira”


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CAPA “homologação” da avaliação realizada pelas empresas registrantes de produtos agrotóxicos. O texto do substitutivo, prevê a centralização de competências de registro, normatização e reavaliação de agrotóxicos no Ministério da Agricultura, destituindo os órgãos federais da saúde e do meio ambiente destas funções, previstas na atual Lei de Agrotóxicos (Decreto nº 4.074/2002). A proposta também garante autonomia ao Ministério da Agricultura para registrar novos agrotóxicos, tirando da Anvisa e do Ibama o poder de veto que atualmente esses órgãos têm. “O PL não contribui com a melhoria, disponibilidade de alimentos mais seguros ou novas tecnologias para o agricultor e nem mesmo com o fortalecimento do sistema regulatório de agrotóxicos, não atendendo, dessa forma, a quem deveria ser o foco da legislação: a população brasileira”, afirmou a Anvisa, em nota. No último dia 16, os deputados se reuniram, em Brasília, mas a comissão especial adiou a votação pela 4ª vez. Nishimori defendeu seu parecer afirmando que “não quer colocar veneno no prato” das pessoas e que o projeto prevê a atuação da Anvisa na proibição do registro de produtos que apresentam risco “inaceitável” à saúde e ao meio ambiente. “Nosso projeto quer colaborar com comida mais sadia e segura para nossa sociedade. Ninguém vai colocar novas substâncias, novos produtos no mercado. A Anvisa é muito competente, muito rígida e vai ter as mesmas funções de hoje”, defendeu o relator. Sobre a proposta de mudança do termo agrotóxico para produto fitossanitário, o Ibama, que hoje é responsável por avaliar o nível de periculosidade dos agrotóxicos para o meio ambiente, argumenta que os agricultores deveriam reconhecer os produtos mais como tóxicos e peri-

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gosos do que como meros insumos agrícolas para que tenham mais cuidado na utilização. “A toxicidade é uma característica inerente à grande maioria dos produtos destinados ao controle de pragas e doenças, por ação biocida. Assim, o termo “agrotóxicos” contribui para essa caracterização”, diz a nota.

dos resíduos de agrotóxicos e do uso adequado; pelo acompanhamento sistemático das populações expostas e das intoxicações; e pelos planos de emergência nos casos de acidentes de trabalho, transporte e ambientais que possam advir da cadeia produtiva e logística do agrotóxico. Um novo encontro está marcado para o

integração tura, por meio do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC) e Anvisa, por meio do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA). As avaliações realizadas demonstram que as inconformidades mais encontradas, normalmente, nem são parcelas em excesso de resíduos tóxicos, mas sim uma quantidade de produtos agrotóxicos não autorizados para produção de determinadas culturas. “Antes de um produto agrotóxico entrar no mercado, ele precisa ser registrado e cadastrado. Esse processo envolve a variação toxicológica de cada produto (para saber qual o grau de perigo que ele pode causar), a avaliação ambiental (comportamento do produto na atmosfera), os efeitos nos seres vivos e a avaliação agronômica (para saber se o produto está funcionando corretamente na prática). Atualmente, todos esses procedimentos são realizados e fiscalizados pelos órgãos competentes (Anvisa, Ministério da Saúde, Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Agricultura e Ibama). Depois de registrado, qualquer produto agrotóxico precisa ser cadastrado em cada estado em que será comercializado, um produto utilizado em um estado, pode estar restrito em outro”, explica Ernani Garcia, engenheiro agrônomo. No paraná, o cadastro dos Agrotóxicos é feito pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR). O agrônomo ressalta que o Brasil é o maior produtor e exportador de algumas das principais culturas agrícolas do mundo, como por exemplo, soja, milho, cana de açúcar e algodão. Com o crescimento da produção, consequentemente aumenta o uso de agrotóxicos. “O produtor não pode simplesmente comprar determinado agrotóxico e aplicar, ele precisa da orientação de um profissional para realização do receituário

Nosso projeto quer colaborar com comida mais sadia e segura para nossa sociedade. Ninguém vai colocar novas substâncias, novos produtos no mercado. A Anvisa é muito competente, muito rígida e vai ter as mesmas funções de hoje” Atualmente, não existe registro temporário de agrotóxico. projeto propõe que, para os produtos já testados e em uso no exterior, haja um registro temporário no Brasil. Para isso, o produto deve ser registrado em pelo menos três países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e na Organização das

próximo dia 29, na Câmara Federal.

Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e deve ser usado na mesma cultura. O Projeto de Lei terceiriza, ainda, as responsabilidades pelas doenças e agravos à saúde do trabalhador e do consumidor, pelo monitoramento

do no mercado, ele é testado nas condições do local em que será comercializado. Existe um parâmetro agronômico, o Limite Máximo de Resíduo (LMR), feito sobre os alimentos. Esse processo é realizado pelo Ministério da Agricul-

Utilização e riscos De modo geral, os agrotóxicos são de posse das multinacionais, mas essas empresas possuem unidades em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil. As formulas dos produtos, geralmente, advém de outros países, mas antes de um produto ser lança-

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CAPA agronômico, que indica quais substancias e de que forma devem ser utilizadas. Obviamente os agrotóxicos podem ser produtos perigosos, se manejados de forma inadequada, irão causar riscos ao meio ambiente e ao ser humano. Entretanto, se forem usados com os devidos cuidados, com a utilização de EPI (Equipamento de Proteção Individual) e aplicados em dosagem certa, por exemplo, os riscos diminuem consideravelmente”, comenta. O engenheiro atua na área de pesquisa, é mestrando em Agronomia, na área produção vegetal, pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), no Campus Cedeteg, em Guarapuava. Seu estudo é direcionado a física do solo, ele analisa os efeitos da compactação sobre os atributos físicos do solo e das plantas, avaliando efeitos do tráfego do trator sobre determinadas áreas. A pesquisa foi iniciada em março deste ano, mas o experimento já vem sendo desenvolvido há mais de um ano, com alguns procedimentos diferentes. “Para que sejam avaliados os

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efeitos da compactação do solo sobre as culturas, é necessário trabalhar com plantas que apresentem sanidade adequada, isso significa que não é possível realizar o estudo com plantas que contém algum fungo, alguma bactéria, ou que tenha sido atacada por insetos. Se alguma dessas situações acontecer, acabará interferindo no resultado final da pesquisa. Portanto, é necessário o uso de agrotóxicos e herbicidas na área do experimento, para que a cultura permaneça sem o ataque de pragas e livre plantas daninhas”, reitera o pesquisador. Agrotóxicos na região As principais culturas agrícolas de Guarapuava e região são a soja, o milho, a batata e o feijão. Além dessas, destacamse trigo e cevada, produções de inverno. São grandes áreas de cultivo, que também utilizam uma elevada quantidade de agrotóxicos. “De modo geral, os principais agrotóxicos utilizados na região são os fungicidas, para controle da ferrugem asiática e do mofo branco, que afetam a soja, por exemplo. Os

inseticidas também são usados, para controlar pragas que atingem as plantações locais, como percevejo, lagartas em geral e pragas de solo. Para o controle de plantas daninhas, um dos principais produtos utilizados é o herbicida glifosato. A soja e o milho são resistentes ao glifosato, é possível aplicar o produto mesmo com a cultura no campo, pois ele vai agir, se aplicado corretamente, apenas sobre a planta daninha”, completa o agrônomo. A contaminação da água é algo que também chama a atenção, com a lei brasileira permitindo limite 5 mil vezes superior ao máximo que é permitido na água potável da Europa. No caso do feijão e da soja, a lei brasileira permite o uso no cultivo de quantidade 400 e 200 vezes superior ao permitido na Europa. Esses são os resultados do estudo “Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia”, da pesquisadora Larissa Mies Bombardi, do Laboratório de geografia Agrária da Universidade de São Paulo, realizado em 2017. O Brasil tem, segun-

do o estudo, 504 agrotóxicos de uso permitido. Desses, 30% são proibidos na União Europeia. Saiba mais Confira dados do estudo da ONG Greepeace, realizado em centros de distribuição, em 2017, que analisou 50 amostras dos seguintes alimentos: arroz, feijão, café, mamão, laranja, pimentão e couve. As análises

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foram feitas no Laboratório de Resíduos de Pesticidas do Instituto Biológico, que trabalha em conjunto com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Entre as 50 amostras, 18 apresentavam irregularidades. Na maior parte delas, foram encontrados resíduos de agrotóxicos que não poderiam ser utilizados naquela cultura alimentar especifica .


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OPINIÃO O falecido jornalista uruguaio, Eduardo Galeano, em seu célebre livro “As veias abertas da América Latina”, apresenta em pormenores, os mais variados ciclos de espoliação nos quais a porção latina do continente viuse acometida durante os séculos de colonização, mas também durante os períodos posteriores, desde a fundação dos primeiros governos nacionais, bem como, os ciclos político-econômicos, marcantes no século XX. Minha menção ao livro, não dialoga com a tentativa de estabelecer aqui uma resenha, mas sim, dar créditos ao autor da frase “A pobreza do homem como resultado da riqueza da terra”, parafraseada no título deste artigo como: “A pobreza brasileira como resultado da riqueza da terra” Meu diálogo com a sentença de Galeano, não é uma interpretação nova da realidade nacional. Por exemplo, Joaquim Nabuco, um dos abolicionistas brasileiros, tinha a percepção de que o abolicionismo, dentre vários resultados traria uma reorganização das forças produtivas no país, distanciando-nos, mesmo que de modo involuntário do extrativismo predatório do período

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colonial. Nesse mesmo sentido, autores da direita nacionalista como Alberto Torres e Oliveira Vianna, da esquerda como Octávio Brandão, além dos “liberais autoritários” Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre já indicavam a possível hecatombe da paisagem brasileira, utilizada enquanto ciclo de acumulação de capitais e apropriada por forças estrangeiras, em detrimento da dignidade da população nacional. Desse sentimento melancólico, outros autores nacionais, alguns nacionalistas, evocavam o sentimento da necessidade da modernização, esta, sempre pensada sobre o prisma do industrialismo. Nesse ponto, poderíamos mencionar, Luís Aguiar da Costa Pinto e Celso Furtado. Estes, entusiastas do Brasil moderno e industrial, testemunharam o ciclo do

A POBREZA BRASILEIRA COMO RESULTADO DA RIQUEZA DA TERRA

JEFFERSON CAVALCANTI LIMA MESTRE EM ANTROPOLOGIA E PROFESSOR NA FACULDADE GUARAPUAVA

industrialismo iniciado na ditadura do Estado Novo e colapsado após as obras do general Geisel e seu segundo plano nacional de desenvolvimento. Apesar das tentativas do Brasil moderno, os ciclos de espoliação permaneceram, quando não, aprofundaramse dado o poderio tecnológico, acrescido com a industrialização induzida. Neste sentido, o que observamos foi um processo de modernização conservadora, onde o bolo cresceu, alguns poucos se deliciaram e o povo bestializado permaneceu atormentado pela inanição. Uma possível justificativa, embora não isolada para o fracasso da ‘soberania real’ dialoga com a proeminência de forças exógenas sobre o Brasil e a sua possibilidade de lograr lucros sobre o extrativismo arcaico, sobre a industrialização estrategicamente induzida e, atualmente, pela reprimarização da economia, as famigeradas commodities. O modus operandi para estes ‘usos estrangeiros do Brasil’ são

variados, utilizam-se do mimetismo da política ou de repertórios conceituais e supostamente neutros como desenvolvimento, globalização e mercado. As forças exógenas inflamam constantemente setores da elite brasileira, proporcionando a realização de desejos colonizados, privilégios circunstanciais e promessas de acumulação rápida. Isto posto, seria equilibrado mensurarmos que o problema da “política brasileira” vai muito além do possível pleito eleitoral. Porém, até que a máxima de José Martí sobre o conhecimento dos processos históricos e da independência real deixe de ser letra morta, observaremos os salvadores da pátria e seus receituários, ainda mais em ano de eleição , bem como os desígnios da elite do atraso.


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ECONOMIA

BANCO CENTRAL MANTÉM TAXA BÁSICA DE JUROS EM 6,5% AO ANO AGÊNCIA BRASIL

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, no último dia 16, manter os juros básicos da economia brasileira em 6,5% ao ano. A decisão surpreendeu o mercado, que esperava uma redução da taxa. A decisão interrompeu um ciclo de 12 quedas consecutivas e foi tomada por unanimidade entre os integrantes do Conselho. A taxa Selic, no entanto, permanece no menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, há 32 anos. Analistas financeiros e o próprio BC sinalizavam que poderia haver ainda mais um corte na taxa, de 0,25%, antes da interrupção da queda, mas o cenário externo mais volátil influenciou a decisão do Copom de não reduzir os juros dessa vez. “O cenário externo tornou-

se mais desafiador e apresentou volatilidade. A evolução dos riscos, em grande parte associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais. Como resultado, houve redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes”, diz um trecho da ata do Copom. A decisão ocorreu dias depois do país enfrentar uma valorização do dólar no mercado de câmbio. Em quatro dias seguidos de pregão, a moeda norte-americana sofreu valorização de 3,71% e encerrou o dia 16 negociada a R$ 3,694. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de

2015. Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março, o nível mais baixo até então. Quanto menores os juros básicos, menores são os custos do crédito com incentivos para a produção e o consumo. A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula 2,76% nos 12 meses terminados em abril, abaixo do piso da meta de inflação, que é de 3%. O centro da meta de inflação em 2018 é de 4,5%, com limite inferior de 3% e máximo de 6%. Para 2019, a meta é 4,25% com intervalo de tolerân-

cia entre 2,75% e 5,75%. No comunicado em que anunciou a decisão de manter a taxa Selic em 6,5% ao ano, o Copom informou que o comportamento da inflação permanece em uma tendência favorável, com preços mais sensíveis aos juros e ao ciclo econômico em níveis baixos. “O Comitê julga que o comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas de inflação subjacente em níveis ainda baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária”, afirma a nota. Entre abril de setembro do ano passado, o Copom havia reduzido a taxa em 1 ponto percentual a cada reunião. Em outubro, o corte foi de 0,75, passando para 0,5 ponto em dezembro e para 0,25 ponto percentual nas reuniões seguintes,

ENTIDADES EMPRESARIAIS CRITICAM DECISÃO DE MANTER TAXA SELIC A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de interromper um ciclo de queda na taxa básica de juros não foi bem recebida entre as principais entidades empresariais da indústria no país. A taxa foi mantida em 6,50% ao ano, após um ciclo de 12 quedas consecutivas. Em nota, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) avaliou que a medida não foi acertada, já que a inflação continua em queda e as projeções estão abaixo do cen-

tro da meta estabelecida. “Além disso, os dados recentes indicam uma recuperação econômica mais lenta do que o esperado, o que tem resultado em sucessivas revisões para baixo das expectativas de crescimento do PIB”. Em tom mais contundente, a Federação Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), afirmou em comunicado que o “Banco Central joga contra o Brasil ao manter a Selic em 6,5%”. De acordo com a entidade, a manutenção da taxa vai retardar a redução do custo do crédito. “Corremos

o risco de ver morrer a retomada da economia, num momento em que o Brasil tenta sair de sua pior crise. O crescimento ainda é muito frágil – e só vai ganhar força se ficarem em nível razoável os juros para quem quer investir e consumir”, afirma a Fiesp, em nota. Já para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão do Copom reflete as preocupações do Banco Central com os possíveis impactos da desvalorização do real frente ao dólar. Mesmo assim, o ritmo lento da

entre fevereiro e março, até a interrupção de queda agora.

Inflação O mercado financeiro também reduziu, na mesma semana, a projeção para a inflação, medida pelo IPCA, de 3,49% para 3,45%, para este ano. Para 2019, a estimativa foi ajustada de 4,03% para 4%.Do fim de 2016 ao fim de 2017, a inflação começou a diminuir por causa da recessão econômica, da queda do dólar e da supersafra de alimentos. Depois de uma subida no fim do ano passado, por causa dos reajustes dos combustíveis, os índices voltaram a cair no início deste ano. O recuo foi motivado por novas quedas nos preços dos alguns alimentos e serviços, setor ainda afetado pela demora na recuperação da economia.

recuperação da economia combinada com uma inflação menor, ainda permitiriam mais um corte nos juros, defende a entidade. Em nota, a Força Sindical avaliou que o “Copom continua com sua política extremamente conservadora de reduzir a Selic a ‘conta-gotas’, o que contraria os interesses da classe trabalhadora”. “O efeito dessa estratégia ainda não favoreceu o trabalhador brasileiro. Continua, isto sim, a favorecer banqueiros e especuladores, que preferem aplicar no mercado financeiro em detrimento da produção. O resultado dessa política é a estagnação econômica”, diz a nota, assinada pelo presidente da central, Paulinho da Força.

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CULTURA

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BIBLIOTECA ABRE INSCRIÇÕES PARA CONCURSO LITERÁRIO Estão abertas as inscrições para o Prêmio Paraná de Literatura 2018. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até o dia 12 de julho por meio de um formulário disponível no site bpp. pr.gov.br. Em sua quinta edição, o concurso da Biblioteca Pública do Paraná e da Secretaria de Estado da Cultura selecionará livros inéditos em três categorias que homenageiam escritores importantes da literatura paranaense: Romance (prêmio Manoel Carlos Karam), Contos (prêmio Newton Sampaio) e Poesia (prêmio Helena Kolody). No ano passado, com a adoção de um sistema de inscrição online e gratuito, mais de 2 mil obras foram enviadas por autores de todo o Brasil. O vencedor de cada categoria receberá R$ 30 mil e terá sua obra publicada pelo selo Biblioteca Paraná, com tiragem de mil exemplares (que serão distribuídos gratuitamente em bibliotecas estaduais e diversos

pontos de cultura do país). Os premiados também receberão 100 cópias de seus livros e poderão, mais tarde, reeditar os trabalhos por outras editoras. As obras concorrentes serão avaliadas por uma comissão julgadora formada por um presidente e nove membros (três em cada categoria). O resultado será divulgado até a primeira semana de dezembro. Em 2017, os vencedores foram Henrique Schneider (Setenta, romance), Marcelo Degrazia (A bandeira de Cuba, contos) e Sônia Barros (Tempo de dentro, poesia). Os livros foram lançados e distribuídos pelo selo Biblioteca Paraná, que também edita autores paranaenses e resgata títulos relevantes que estejam esgotados ou fora de catálogo. “O Prêmio Paraná de Literatura já se estabeleceu como uma das principais premiações do país. Não só pelo valor investido, mas principalmente pela qualidade dos livros

lançados”, diz Rogério Pereira, diretor da Biblioteca Pública do Paraná e presidente do júri. Pereira também destaca o sucesso do sistema de inscrição online, que tornou o Prêmio Paraná ainda mais democrático e acessível. Para ele, o grande número de inscrições em 2017 refor-

ça a importância do concurso em sua missão de projetar o Paraná no cenário literário nacional. “O Prêmio Paraná de Literatura contribui de maneira expressiva para consolidar o projeto da Biblioteca Pública do Paraná de se firmar como um importante polo cultural do Estado e do País”, afirma.

TURMA DA MÔNICA E SICREDI LANÇAM GIBIS SOBRE EDUCAÇÃO FINANCEIRA A cooperativa Sicredi lançou no último dia 14, em parceria com a Mauricio de Sousa Produções, uma série especial de revistas em quadrinhos da Turma da Mônica com a temática “educação financeira para crianças”. O lançamento aconteceu na sede da Maurício de Souza Produções, em São Paulo, no primeiro dia da Semana Nacional da Educação Financeira (ENEF), promovida pelo Banco Central. O evento, que promove cursos gratuitos sobre como lidar melhor com o dinheiro, termina no dia 20 de maio. No total, a coleção sobre educação financeira terá seis edições com os personagens, e segue o conteúdo do Caderno de Educação Financeira e Gestão de Finanças Pessoais do BC. Os títulos são: “Nossa Relação com o Dinheiro”; “Orçamento Pessoal ou Familiar”; “Uso do Crédito e Administração das Dívidas”; “Consumo Planejado e Consciente”; “Poupança e Investimento”; e “Prevenção e Proteção”. As primeiras três edições

das histórias em quadrinhos serão lançadas neste ano, enquanto as outras três serão publicadas em 2019. Os gibis serão distribuídos nas 550 agências da Sicredi no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro a partir de junho. As publicações também serão entregues em algumas salas de aulas dos três estados. Para Mauricio de Sousa, é importante tratar temas importantes como esse de forma lúdica e descontraída. “Dessa forma, as crianças têm acesso à informação de maneira prazerosa, diferente da obrigação de decorar um conteúdo, normalmente estranho à sua realidade e ao seu vocabulário”. A iniciativa

tem o apoio do Banco Central: “Educação financeira deve começar cedo, mas nunca é tarde demais para dar os primeiros passos. As revistas em quadrinhos da Turma da Mônica sobre o tema têm grande potencial de despertar o interesse do público

infanto juvenil para o uso consciente do dinheiro, estimulando comportamentos que elevam o seu bem-estar financeiro e o de sua família”, ressalta o diretor de relacionamento Institucional e cidadania do Banco Central, Mauricio Moura.

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CIDADE

NEDDJI LANÇA CAMPANHA DE ARRECADAÇÃO DE ROUPAS DE INVERNO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES ASSESSORIA DE IMPRENSA UNICENTRO

Ao longo desses primeiros meses de 2018, o Neddij, que é o Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude da Unicentro, já prestou mais de 2.000 atendimentos gratuitos. Mas, agora, com as temperaturas começando a cair, os profissionais do setor têm uma outra preocupação, que vai além do auxílio jurídico. Como muitas das famílias atendidas são socialmente vulneráveis, o Núcleo está promovendo uma campanha de arrecadação de roupas infantis de inverno, que serão repassadas a essas pessoas. A ideia de ajudar a esquentar o inverno das crianças foi da estagiária Alessandra Scislovski, que é também coordenadora da campanha. Além de atuar no Neddij, a estudante de Direito, em seu tempo livre, confecciona e comercializa peças de tricô. Ela conta que observando a necessidade das crianças, passou a utilizar as sobras de lã para fazer toucas e meias. “Eu pensei em fazer e deixar aqui para a gente oferecer para quem chegasse. Tem muita criança que chega no inverno e não tem uma

meinha no pé, nem nada. Então, a gente pensou: por que não fazer uma campanha também?”, explica. Alessandra ressalta a importância das doações. “Contando que seja uma criança por processo, mas tem processo que envolve cinco, seis crianças. Então, se a gente contar todos os processos que a gente tem e os atendimentos que a gente ainda vai ter até o final do inverno, o número de pessoas a ser atendidas é bem grande”, comenta. Quem já entregou sua doação para a campanha foi Eduarda Marques Martini, que também atua no Neddij. Para ela, o principal incentivo a participação é saber que são muitas as famílias em que os pais não têm condições para comprar roupas quentes. Por isso, ela convida todos

a doarem. “É bem importante e tem bastante gente que precisa ali no Núcleo, porque realmente são pessoas bem carentes, precisam mesmo”. As caixas de coleta estão espalhadas

PROCON DE GUARAPUAVA REALIZA MUTIRÃO ONLINE DE RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS O Procon de Guarapuava realiza mutirão online de renegociação de dívidas, até o próximo dia 31. O mutirão está acontecendo em todos os Procons do Paraná, com apoio da Secretaria Nacional do Consumidor. Para participar, o consumidor, pessoa física e MEI (Microempreendedor Individuai) devem acessar a plataforma www. consumidor.gov.br e fazer o registro para receber um login e senha. “A partir daí, basta selecionar uma instituição financeira

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cadastrada e formalizar a solicitação de renegociação de débitos. Após finalizar o registro, o fornecedor tem o prazo de até 10 dias para apresentar uma resposta”, esclarece o coordenador do Procon de Guarapuava, Paulo Lima. “A plataforma permite a interlocução direta entre consumidores e fornecedores, de uma forma rápida e efetiva, significando uma resposta rápida do poder público aos anseios do cidadão”, acrescenta. Mais informações pelo telefone (42) 3621-4590 ou 151.

pelos campi Santa Cruz e Cedeteg. Além disso, a doação pode ser feita também na Faculdade Guairacá. A Campanha de Inverno do Neddij se estende até o dia 15 de junho.


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OPINIÃO São alarmantes os índices de tentativa de suicídio de jovens e adolescentes em muitos países do planeta. No Brasil já é a quarta causa de morte na população compreendida entre 19 e 29 anos. Jaqueline Puquevis afirma que a cada seis segundos ocorre uma tentativa. E a cada quarenta segundos se consuma um suicídio no mundo. Segundo a Doutrina Espírita o suicídio “é o pior atentado que alguém possa fazer contra a família, os amigos, à si e ao próprio Deus”. Se o leitor ou leitora sofreram a dor da fuga da vida de alguém pelo suicídio entenderá o porquê da afirmativa. Toda criança que nasce representa a continuidade da família, representa o futuro da sociedade que espera que seus membros a melhorem. Pois bem na família existem os laços afetivos, os cuidados, a preocupação com o atendimento das necessidades da criança que não são poucas. Inicialmente é alimentação, a higiene, os cuidados médicos. O ser humano tem o filhote mais dependente dos seres vivos. Nasce inacabado interna e externamente. Os órgãos vão se completando com o passar do tempo. A alimentação acompanha este desenvolvimento; a falta de coordenação é acompanhada com cuidados especiais para que cresça normalmente, pois quando nasce não segura a cabeça, não se vira, só agita pernas e braços quando sente algum desconforto ou dor. A higiene precisa ser contínua até que o organismo vá funcionando de tal forma que a criança assuma o controle começando a enxergar claramente distinguindo pessoas; desenvolvendo coordenação motora que vai se aperfeiçoando até que ande. Segue a orientação de hábitos, “segunda natureza dos seres humanos”, como diziam os psicólogos de antigamente, hábitos que poderão durar a vida toda. E o acompanhamento materno continua orientando, supervisionando e cobrando atitudes: “isso é feio -, cuidado! - vai derrubar! - já escovou os dentes? – vai dar um jeito no seu quarto – já chamei para vir almoçar – é isso aí! – esse programa não é para criança. Vamos mudar de canal? - é hora de tomar banho – é bom fazer as tarefas – o remédio é ruim mas fará você melhorar – você quer sarar para poder brincar não é? Então coragem porque a injeção é um remédio bem rápido! – se comportem crianças! - cuidado ao atravessar a rua – não fale com estranhos! largue um pouco deste celular e por fim Juízo! Juízo!” Uma infinidade de advertências dadas pelos pais, poderiam ser citados mas estas já dão uma ideia de como é longo o acompanhamento que as mães fazem,

gastando saliva à toa, dizem algumas. Eles não ouvem nem obedecem mais, o mundo deles é outro. Por ser o mês das mães quis lembrar toda a trabalheira que os filhos dão. Desconheço uma mãe que se propôs criar seus filhos que não se preocupe com um bom futuro para eles. “Um dia você vai me entender”, advertem algumas. E olha que estamos nos referindo às necessidades básicas: moradia, alimentação, vestuário, diversão, acompanhamento da saúde, da educação escolar e religiosa. Tentei mostrar como o desenvolvimento filhote do ser humano, denominado de filha ou filho é complexo e demorado. Em condições normais só o deixamos seguir quando estiver desenvolvido fisicamente (adulto) e preparado profissionalmente de tal forma que consiga dar conta das despesas para sobrevivência e contribuir com seu trabalho para o progresso pessoal e social. As sucessivas crises econômicas, distanciaram essas condições em função da disputa ou inexistência de vagas no mercado de trabalho como também das opções de vida que se apresentam ao jovem, nem sempre aceitáveis pelos adultos. Uma coisa é certa: buscar a felicidade a qualquer custo faz parte da natureza humana. Como a busca de sentido para a vida ainda está no ter e não no ser, muitos jovens se desiludem e se decepcionam facilmente e num espaço de tempo muito curto pois são imediatistas; não se dão tempo para outras tentativas por não terem atingido o autocontrole e a calma. O mundo perde o encanto, as pessoas são todas igualadas à desilusão sofrida e tudo pode ser causa de fuga. O desencanto é mau conselheiro e depois da necessidade de fuga vem o tédio de viver e a saída pode ser o suicídio. Richard Simonetti escreveu que “em países altamente desenvolvidos, com nível de vida superior, são alarmantes os índices de suicídio. Consumam-se em grande parte a partir do tédio em pessoas que têm todas as suas necessidades materiais atendidas, mas não atendem aos objetivos da existência humana”. (in, Morte – o que nos espera 2ed. Bauru, SP:CEAC, 2016 ) Os filhos não nos pertencem. Nossos filhos representam um valioso tesouro que o Pai nos encaminhou para aprimorálos. Os pais oferecem apenas o corpo físico, mas é Deus que lhes fornece o corpo espiritual que veste, ao nascer ou reencarnar. É também conhecido por alma. Por isso, nossos filhos não são nossos. Eles tem um destino ou carma para cumprir e a orientação dos pais

A VIDA TEM SOLUÇÃO, O SUICÍDIO NÃO

LUCI ZEMPULSKI JÖRGENSEN MEMBRO DA ALAC - CADEIRA Nº 8

permite que sejam bem ou mal sucedidos, se aceitarem as orientações dadas pelos pais, escola e desprezarem as más influências. Mas para isso é necessário a vivência da disciplina e da perseverança. Mas voltando ao desenvolvimento humano: é preciso que fique claro que após a formação do caráter, dos hábitos e do cuidado acanhado com as influências do meio sócio cultural, ele assume a plenitude do seu eu. É assim a que vontade própria se faz conhecer; que o livre arbítrio se manifesta podendo dar as costas aos conselhos ou valores vivenciados na Família. Quer assumir o seu destino “eu faço da minha vida o que quiser”, afirmam jovens nesta fase. “Se eu quebrar a cara, a cara é minha”; “da minha vida cuido eu” e tantas outras expressões de auto afirmação. Mãe, se você fez tudo o que podia pelos seus filhos: deu amor, carinho, exemplos, compreensão diante de erros cometidos; correção e disciplina diante de práticas incompatíveis com as orientações dadas – não se martirize se um filho ou filha saiu desta vida pela porta enganosa do suicídio. Não fique se torturando com a indagação - onde foi que eu errei ?! Apesar de ter sentido tédio da vida, pode ter sido influenciado por colegas, espíritos perversos que enxameiam em torno dos vivos; mas a decisão final foi do autor. Chore sempre que der vontade. O fato causou dor, saudade nos familiares; prejuízo para a sociedade que investiu nele, infringiu a Lei de Deus, o Senhor da vida! Tudo isso para não resolver nada, para constatar que só mudou de dimensão, que continua mais vivo mas já arrependido e passando por sofrimentos inenarráveis muito superiores aos que enfrentava na Terra.

Isso sem falar no destrambelhamento do perispírito que fica lesado e trará consequências na reencarnação futura. Vários relatos evidenciam quanto arrependimento experimentam os suicidas. Nem todos se separam dos corpos inertes, sentindo tudo o que ocorre com ele desde o seu recolhimento: o enrijecimento, a autópsia, preparo para o velório, o velório, culto religioso e finalmente o sepultamento ou cremação. Tentam reanimar o corpo mas em vão. Muitos gritam que estão vivos mas não podem ser ouvidos; ouvem as observações, lamentos, elogios e sabem quais são os falsos. Acompanham os transtornos na família ocasionados por seu ato tresloucado e sentem culpa, muita culpa...Às vezes fogem como louco do local onde se prestam as últimas homenagens. Enxergam as cenas tristes, chora com os que choram e sentese culpado pelo choque que causou àqueles que o amavam. Convence-se da imortalidade da alma. A misericórdia divina não exclui filhos errantes apenas permite que sofram as consequências dos seus atos através da lição severa de colher o que plantou. Não vale a pena passar por tudo isso. Os familiares e amigos podem ajudar orando com esperança e tentando esquecer como se deu a partida. Isso demora, mas é possível. Para os problemas existem soluções às vezes demoradas mais elas chegam; seja qual seja a dificuldade enfrentada resista à tentação do suicídio como solução pois a vida tem solução, mas o suicídio não. Graças Senhor pelas dificuldades que testam a nossa fé e perseverança para que essa reencarnação (vida terrena) contribua para nossa evolução seguindo as pegadas de Jesus. Obrigada pela Vida!

+fortes somos

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DESTAQUE FUNCIONÁRIOS E SERVIDORES DA PREFEITURA DE GUARAPUAVA PEDEM MELHORIAS No último dia 16, servidores e funcionários públicos da Prefeitura de Guarapuava realizaram protestos em dois locais da cidade, com início no calçadão da praça 9 de dezembro, estendendo-se até a frente do Paço Municipal. O movimento é liderado pelo Sindicato dos Servidores Públicos e Profissionais de Guarapuava (Sisppmug). Entre as reivindicações da categoria, estão a negociação da data-base, o reajuste salarial feito acima da inflação e a liberação de vale-alimentação. No dia do encontro, a prefeitura informou, por meio de nota, que com base em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), as faltas seriam registradas e descontadas do salário dos servidores que se ausentarem de suas atividades no dia 16. No entanto, após as manifestações, o Sindicato realizou uma assembleia e optou pela suspensão da greve. Também em nota, o Sisppmug afirma que o município deu garantias de que não haverá desconto de nenhum servidor que paralisou as atividades. Algumas demandas ainda serão estudadas e discutidas. A questão salarial, ficou estipulada em 2,76%, que acompanha a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA). A categoria solicita reajuste acima da inflação, de, pelo menos, 3%. O reajuste da data-base estipulado no acordo foi protocolado na Câmara Municipal de Vereadores.

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