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Bancários no novo milênio

Lazer Cerca de 500 bancários e familiares estiveram presentes na Festa Julina do Sindicato em agosto de 2002. Quem esteve presente pode saborear um buffet com direito a porco no rolete, além de quentão, pinhão, pipoca, milho verde. Brinquedos armados pelo gramado garantiram a diversão das crianças.

reitos sociais e à maternidade, além da constante busca pela igualdade de oportunidades a fim de ultrapassar as barreiras da discriminação sexual. As mulheres, embora representassem 41,4% da população economicamente ativa (segundo dados do IBGE de 1999), ganhavam abaixo da remuneração dos homens. No SEEB Curitiba há a criação da nova Secretaria de Igualdades de Oportunidades, com a função de promover mudanças nas relações de trabalho que sustentem diferenças entre gêneros e raças, orientação sexual e portadores de deficiência especiais. A entidade segue denunciando mais abusos do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Sob a justificativa de modernizar as relações de trabalho, o governo enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 5483/2001, que previa alterações no artigo 618 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), o qual permitia que todos os direitos previstos na CLT – como descanso semanal remunerado, 13º salário, tempo e adicional de férias, licença-maternidade e paternidade, entre outros – não fossem mais obrigatórios, mas sim objeto de negociação entre patrões e empregados.

A presidente dos aumentos reais A história de Marisa Stedile é capaz de traduzir a retomada das lutas e dos direitos dos trabalhadores no Paraná. Ela nasceu em Toledo, interior do estado, e lá já participava do movimento sindical bancário. Ajudou a fundar o Sindicato da cidade em 1986, numa época de transição política onde todas as classes estavam quebrando o estigma de repressão da ditadura militar. Depois, veio fazer história na FETEC-PR em Curitiba, logo nos primeiros anos da entidade. Ali foi secretária de imprensa e depois a primeira presidente mulher. Na Federação, Marisa instalou a comissão de gênero, raça e orientação sexual a fim de debater as desigualdades que os bancários enfrentavam. Foi responsável por discussões que colocavam em primeiro plano a participação da mulher no movimento sindical e questões que impediam seu envolvimento com as mobilizações rumo a conquistas de direitos. Para isso, incentivou a sindicalização delas, discutiu a paternidade responsável, que seria a divisão das tarefas domésticas e o cuidado com os filhos, e criou campanhas para que as mulheres persistissem em todos os seus objetivos. Ainda na FETEC, organizou a resistência junto a todos os sindicatos paranaenses contra a privatização do Banestado, trabalho que a levou à presidência do Sindicato dos Bancários de Curitiba nas gestões 2002-2005 e 2005-2008. Seu mandato no Sindicato acompanhou os avanços sociais do governo de Lula, que criou uma secretaria especial para a mulher e outra de igualdade social. No Sindicato foram realizadas campanhas sobre relações compartilhadas, participação das mulheres na política, assédio sexual – tipificado por lei como crime em 2001, e houve a criação de uma imprensa forte com revistas e jornais periódicos que informavam e formavam os bancários para a luta. Foi nas mãos de Marisa Stedile que o Sindicato dos Bancários voltou a vivenciar um de seus melhores momentos. A mobilização cresceu e houve a retomada das grandes greves: a primeira depois de mais de uma década aconteceu em 2004 e durou 29 dias. Avanços também na PLR, vale-alimentação, licença-maternidade, saúde e política salarial nos bancos públicos e privados, contemplando principalmente aumento real, marcaram as suas gestões.

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80 anos do Sindicato dos Bancários de Curitiba


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