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Bancários avançam rumo à abertura política

sua proposta de organização assistencialista. A composição dessa chapa havia sido feita por amigos que se reuniam para jogar futebol amador a partir da Associação Banestado. O vice-presidente Roberto Pinto Ribeiro era um grande atleta de futebol paranaense, que tinha abandonado a carreira profissional e ido para o Banestado. Paulo José Zanetti, 2º secretário, era dirigente de clubes amadores.

O período assistencialista Com Luiz Carlos Saldanha de Almeida na presidência, diversos investimentos foram feitos para oferecer atendimento médico e odontológico de qualidade aos bancários de Curitiba. A entidade ainda oferecia uma biblioteca aos bancários e distribuía bolsas de estudo a filhos e dependentes de associados pelo Programa Especial de Bolsas de Estudo (P.E.B.E.) – destinado a assegurar ensino médio aos trabalhadores. Nessa época os acordos coletivos de trabalho eram renovados com base na política salarial do ex-ministro da fazenda Delfin Netto, que simplesmente corrigia os salários aos níveis de inflação. A discussão do Sindicato limitava-se a questões jurídicas, com a defesa de muitos dissídios coletivos. Como o Sindicato não consegue atuar frente aos bancários, mobilizando e levando-os a lutar pelos seus direitos, a sua tarefa se resumia em administrar. Sindicalizações eram realizadas e com a arrecadação novas aquisições. Em 1975 o Sindicato trocou a sede social situada na Rua Dr. Faivre, nº 707 por sua atual sede administrativa na Rua Vicente Machado, nº 18, 8º andar. O SEEB também mantinha um restaurante na Rua Dr. Murici, nº 509, sobreloja, onde servia em média 400 refeições por dia; e sua sede administrativa ficava na Rua José Loureiro, nº 133, 10º andar.

Presidente por 12 anos Luis Carlos Saldanha de Almeida foi quem por mais tempo presidiu o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. Foram quatro mandatos (1975-1987) num período difícil, onde os militares ditavam as regras. Saldanha foi eleito depois de uma campanha feita por bancários que lutavam pela liberação do Sindicato das mãos dos interventores. Comandou a categoria durante momentos políticos e econômicos distintos, indo desde as prisões com o AI-5 até a abertura política com as eleições diretas para presidente da república. Soube administrar quando o momento somente permitia-lhe isto e soube articular com a oposição bancária quando avistava as oportunidades de ganho real durante as campanhas salariais. Foi o presidente responsável pelas grandes aquisições do Sindicato, como a sede própria da Vicente Machado e a Chácara em Pinhais. Numa época em que a população sofria com os planos cruzados e a assistência à família deixava a desejar, houve a aquisição de mais um espaço na Rua Carlos de Carvalho, onde a entidade mantinha uma estrutura assistencial que ia desde um restaurante até clínicas médicas. Terminou sua gestão satisfeito pela reorganização do movimento para a luta. 100

80 anos do Sindicato dos Bancários de Curitiba


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