Na Busca da Imperfeição
“Nós somos imperfeitos em todos os sentidos possíveis. É difícil conceber a vida na ausência das inúmeras formas de imperfeição que pontuam a nossa existência diária. E, no entanto, para a maior parte das pessoas, a fotografia se manteve resolutamente dedicada à busca de várias formas de perfeição, sejam técnicas ou estéticas, sem dúvida resultado de ter nascido sob o desejo de fixar permanentemente representações bidimensionais da realidade, durante uma época em que a celebração da beleza constitui um dos objetivos primários da expressão artística.
Todavia, a contribuição mais importante da fotografia para a compreensão do mundo que nos rodeia pode eventualmente vir de sua capacidade de explorar a imperfeição em um contexto conceitual extremamente aberto, celebrando seu poder de inspirar e expondo o seu potencial para irreverência.
A relevância e o poder da imperfeição são revelados naturalmente quando escolhemos substituir a comunicação de mensagens facilmente compreensíveis como principal preocupação de uma mídia por formas mais ambíguas de auto-expressão, quando escolhemos tratar o processo como conteúdo, quando usamos o mundo concreto ao nosso redor como uma base de dados e não como um produto final para ser representado fotograficamente.”
Scott MacLeayA fotografia tem sido tradicionalmente focada em representações visuais de conteúdo concreto e não de processos e é uma vítima da exigência de clareza inerente a tais abordagens. Nós gostamos de saber para onde estamos indo e como chegar lá. Conceitualmente falando, os fotógrafos tendem a ser orientados para destinações.
Este workshop questiona esta tradição e faz perguntas tais "como faço para começar a partir de onde estou para uma destinação totalmente desconhecida, que eu sei é inerentemente importante, sem saber exatamente o porquê?" A resposta está inexoravelmente ligada a abraçar a imperfeição (e sua aliada, interferência) de uma forma ou de outra - dúvida, ambiguidade, desequilíbrio e inúmeras outras manifestações.
Data: Local:
Carga horária – 3 opções: 16h (4 encontros de 4 horas) / 12h (versões condensadas: 3 encontros de 4 horas) ou 2 encontros de 6 horas)
Pré-requisitos: Sólida base de técnicas fotográficas. Os participantes devem trazer exemplos (impressões ou em pen drive / HD) de quaisquer retratos autorais que tenham produzido. Eles também devem ter um método para transferir arquivos de suas câmeras para o computador da oficina
Número de vagas: 16
Dia 1
Programa: Oficina de 2 encontros
• Leitura de exemplos do trabalho dos estudantes
• Redefinindo objetivos e perspectivas conceituais e estéticas na fotografia contemporânea
• Introdução ao tema da imperfeição
• Criando e capturando situações, não momentos
• Considerando o processo como conteúdo
Dia 2
• crítica dos exercícios realizados pelos alunos
Abordagens práticas para imperfeição
• O visor é um prisão
• Desistindo de controle total – o poder do acaso
• Arte performática /e abordagens teatrais em fotografia
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Equipamento necessário para realização da oficina: Projetor/monitor com conexão para computador
Scott MacLeay é mestre em Ciências Econômicas pela London School of Economics e deixou seus estudos de doutorado para prosseguir carreira em fotografia em Vancouver, especializando-se em fotografia de moda e retrato editorial. Em 1979, mudou-se para Paris a fim de se dedicar em tempo integral à exposição do seu trabalho, sendo representado em Paris pela Galérie Créatis e em Nova York pela Galeria Marcuse Pfeifer. Ele tem exibido amplamente em galerias e museus nacionais na América do Norte e do Sul, Europa e Japão e suas imagens estão presentes em inúmeras coleções privadas e de museus.
Seu trabalho no campo da videoarte abrange mais de três décadas e suas obras foram incluídas nas seleções oficiais de festivais no Japão, nos Estados Unidos e no Canadá.
Na década de 1980, foi nomeado Diretor do prestigiado Center for Media Art and Photography (CMAP) do vanguardista American Center, em Paris, onde se dedicou à produção de projetos audiovisuais, à curadoria de exposições fotográficas para o CMAP durante o Festival de Arles e ao desenvolvimento de programas pedagógicos de ponta para jovens artistas. Em 1987 fundou o MMAP (Music, Media Art and Photography) em Paris para dar continuidade ao trabalho realizado no CMAP e expandiu suas atividades para incluir consultoria em projetos audiovisuais de grande escala na França e na China.
Deixou o trabalho de fotografia analógica em 1988, dedicando-se à composição de música contemporânea para vídeoarte, cinema alternativo e a dança contemporânea, bem como para o seu grupo de pesquisa musical Private Circus, uma atividade que despertou o seu interesse em imagens digitais e tecnologias online. O grupo gravou dois CDs do trabalho de MacLeay: Small Crowds, uma ópera contemporânea e La Moitié de L'Histoire, uma compilação de obras compostas para a dança contemporânea.
Desde sua mudança para o Brasil, em 2010, ele divide seu tempo entre criações e exposições focadas em novas mídias, composição musical para instalações e exposições, exploração de interatividade on-line e curadoria para jovens artistas brasileiros de novas mídias. Ele é o autor do livro de ensaios Pensar, Sentir, Ver: Percepção e Processo em Fotografia, publicado em 2015 pela Editora Photos.
B iografia completa online: https :// en wikipedia org / wiki / Scott MacLeay
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Scott MacLeay
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